— Me parece ser uma boa funcionária. Sou dona da empresa Impermak, a maior em Impermeabilizante, mas meu neto, Erik Cooper, é quem cuida dos negócios. Assim que você chegou na praia ele estava aqui me fazendo companhia. Foi ele quem a viu primeiro. - brincou Mylena num tom malicioso.

Ah! Então talvez fosse ele quem a observava durante o banho de mar. 

— Por falar nisso, olha ele aí.- diz Mylena, olhando por cima dos seus ombros.

— Vovó? - chamou uma voz grave e ao mesmo tempo calma.

Não soube explicar o motivo de seu coração estar batendo tão forte, mas sentiu naquele momento, paralisar. A voz dele parecia ecoar em seus ouvidos , foi difícil virar para encará-lo. Claro que nem precisou, pois com passos largos ,logo ele já estava ao lado de Mylena e com a mão estendida, falou num tom gentil e informal: 

— Como vai? Sou Erik e você?- a mão dele macia e firme, segurou a dela enquanto seus olhares se cruzaram. Sentiu como se ele pudesse enxerga-la por dentro. 

Ficou surpresa ao ver o neto de Mylena. Um homem atraente, sedutor, olhar penetrante. Usando uma bermuda branca e camisa polo, com um perfume de arrancar suspiros.

— Djey Walace. - sua voz saiu rouca. Ficou furiosa com o próprio nervosismo e a raiva aumentou ao ver o sorriso zombeteiro nos lábios mais carnudos que já havia visto. Puxou sua mão de volta para não prolongar aquele contato entre os dois.

— Melhor irmos vovó, está ficando tarde e temos um jantar importante logo, lembra?

— Sim Erik, é verdade. Por que você não faz a gentileza de convidar Djey para nos acompanhar no jantar? - Mylena sorriu olhando para o neto.

— Não, Mylena! - Djey exclamou rapidamente. Erik, com certeza não a convidaria e mesmo não tendo nada para fazer aquela noite, não importava, o que não queria mesmo era ter que ver aqueles olhos castanhos cor de amêndoas novamente, olhando-a tão profundamente. Sentia como se estivesse nua.

— Certamente Djey já deve ter compromisso vovó e não vai querer perder seu tempo num jantar de negócios. 

A maneira como ele falou, deixou-a irritada, o tom na voz dele era provocativo. Sem motivo aparente, sente que não gostará dele. Tudo parece piorar com o que Mylena diz a seguir.

— Djey não tem namorado Erik. - falou Mylena censurando de modo amável o neto- Acredito que ela não se importaria em ir.

Djey se arrependeu de ter dito que não tinha ninguém e seu arrependimento aumentou quando viu Erik arquear as sobrancelhas e curvar os lábios espantado, parecendo duvidar.

— Vamos Djey? - Mylena insistiu carinhosamente- Por favor nos acompanhe esta noite. Erik tratará de negócios, mas eu vou ser só um contra peso e você poderia me fazer companhia, deixando minha noite mais agradável.

— Está bem! - respondeu olhando Erik de modo provocativo. Afinal não tinha nada para fazer mesmo.

— Ótimo! Lá pelas dezenove e trinta, o motorista passa para pega- lá. - Mylena se adiantou.

— Prefiro ir com meu carro se não se importam. - falou pensado que assim que acabasse, sairia logo de volta para casa.

— Tudo bem querida, o jantar será no Laplace, ás vinte horas.

— Estarei lá.- falou enquanto levantava da cadeira, mas era tarde demais, só então lembrou que estava de biquíni e que agora parecia bem menor do que realmente era. Com o canto dos olhos, notou que Erik virou o olhar para o oceano. 

Um pouco sem graça, mas sem deixar transparecer, beijou Mylena no rosto e com um aceno disse adeus a Erik.

Pegou suas coisas e foi caminhando até o carro. Tentou não olhar para trás, para não vê-los se afastarem. Em seu carro ficou pensando no que estava se metendo. Mylena parecia ser uma boa pessoa, no entanto Erik, tinha lá suas dúvidas. Conhecia muitas histórias a seu respeito e algumas não eram nada boas. Não podia negar porém que em matéria de negócios, sua fama era excelente.

Ligou o carro e foi direto para o apartamento, precisava escolher algo especial para aquela noite.