Durante todo o fim de semana passaram um ao lado do outro. Houve momentos que os dois quase perderam o controle da situação. Estava cada vez mais difícil de resistir aos encantos de Erik.

Na volta para a cidade, Djey e Mylena voltaram no carro de Erik, pois o motorista que as trouxera só viria se Erik não estivesse ali.

Uma semana se passou desde que viu Erik pela última vez. Visitou seu pai e ficou com ele alguns dias. No fim de semana ficou sozinha em seu apartamento. Das vezes que falou com Erik durante a semana, foi ela quem tomou a iniciativa de ligar. Algumas vezes ele não estava, noutras estava em reunião. Assim pouco se falaram e quando acontecia eram ligações rápidas pois estava muito ocupado.

Na segunda feira levantou cedo e foi caminhar. Vestiu uma calça de moletom, uma camiseta sem mangas e colocou um par de tênis, por último prendeu os cabelos no alto da cabeça.

Na volta para o apartamento passou em frente a uma banca de revistas e só parou porque viu um rosto familiar estampado na capa de uma das revistas. Era Erik. Comprou a revista para ver do que se tratava. Sentou no banco da praça e abriu a revista direto na página indicada da matéria. Sentiu um misto de raiva e tristeza ao ver uma foto de Erik e Julia juntos. Estavam num restaurante, na porta de entrada e Julia pendurada nele beijando-o. "O Don Juan repete o prato", esse era o comentário maldoso embaixo da foto.

Como ele pôde ser tão mentiroso, fingido...Djey não conseguiu mais segurar o pranto. Ele não podia ter sido tão cruel. Como podia dizer que Julia era imatura, vazia e agora estava ali beijando-a, reatando um romance que ele mesmo dissera "sem importância". Voltou para casa arrasada. Jogou-se na cama chorando novamente. O telefone tocou várias vezes, mas ela não atendeu. Não tinha condições de falar com ninguém.

Nos dias que se seguiram Mylena ligou para Djey em seu celular, mas não quis saber nada sobre Erik. Mylena ficou triste com a forma como Djey a cortou. Pediu desculpas e disse que ligaria outra hora para se explicar com Mylena.

Na Quinta Feira próximo das vinte horas a campainha soou no apartamento de Djey. Imaginou que fosse seu pai, ele prometeu que viria passar a noite com ela. Ao abrir a porta se deparou com o rosto transfigurado de Erik, barba por fazer, os cabelos estavam um pouco desalinhados e um olhar gelado que causava arrepios.

- Não me convida para entrar?- ele falou de modo seco.

- O que quer?- Djey perguntou no mesmo tom.

Erik pareceu não ouvir, passou por ela indo até o centro da sala. Djey fechou a porta.

- Então Erik, fale o que você quer?- repetiu.

- Meu Deus! O que houve? Por que não atende minhas ligações?- Erik estava meio irritado.

- Não vi motivos para isso!- Djey falou alto querendo perder o controle- Aliás, não vejo motivos de você estar aqui. Pediu permissão para sua "namorada"?

- Do que está falando?- Ele franziu o cenho não entendendo o que Djey queria dizer.

- Não seja hipócrita Erik! Acha que sou boba? Graças a Deus não cedi as suas investidas, jamais me perdoaria por ter sido mais uma marionete em suas mãos.- Djey desabafou amargurada.

Erik avançou para cima de Djey que encolheu-se temendo o que faria.

- Está ficando louca?! Por que está com medo? Acha que vou bater em você?

Djey permanecia muda.

- Vejo que você não me conhece realmente.- falou com ar amargurado- Vovó está preocupada porque você se isolou.

- Ah! Não me venha com essa agora Erik. Usando sua avó para me chantagear?!- ironizou ela.

- Acho que sou eu que não a conheço realmente Djey. Jamais esperei ouvir um absurdo desses vindo de você.

Mal acabara de falar já havia se arrependido. Queria ataca-lo de alguma forma, porém havia exagerado.

Erik deixou-se cair sobre a poltrona desalentado, com as mãos na cabeça, como se quisesse ordenar os pensamentos.

- Não sei porque veio Erik. Teria sido melhor se não nos víssemos mais e pronto. A quem quer convencer? Brinca com os sentimentos das pessoas.

Erik lançou um olhar fulminante para ela. Nunca tinha visto ele olhar para daquela forma.

- Quem gosta de fazer joguinhos aqui é você, se não me engano. Pensa que não percebi desde o começo como tentou me enredar neles?

Agora era a vez de Djey sentir vontade de esganá-lo. Era verdade que no inicio aceitou brincar e tentou seduzi-lo, mas a realidade era que havia gostado dele desde quando o conheceu, na praia. Amou-o desde o primeiro momento...

- É melhor você sair Erik.- falou abrindo a porta- Não quero vê-lo mais. Vá para os braços de Julia, vocês dois foram feitos um para o outro.

Erik enfurecido passou por Djey quase derrubando-a. Ainda ouviu quando ele praguejou alguma coisa. Bateu a porta e foi para a janela vê-lo partir.

A campainha soou novamente. Agora era Harold seu pai.

- O que aconteceu minha filha? Que cara é essa?

Djey correu para os braços de seu pai soluçando. Contou tudo o que acontecerá desde que conheceu Erik e Mylena. Teve que ouvir seu pai repreende-la por não ter dado uma chance e ouvir o que Erik tinha para dizer. Não havia mais nada para ser dito.

Harold passou a noite com ela e a pedido dela mesma ele estendeu a visita por todo o fim de semana.

No domingo ficou surpresa ao ver Mylena na porta do seu apartamento.

- Entre Mylena por favor.- Falou beijando-a com carinho.

- Olá minha menina!

- Este é meu pai, Harold e esta papai é Mylena Cooper.

Os dois se cumprimentaram e foram para a sala acomodar-se no sofá.

- Esperei sua ligação Djey.- falou demostrando tristeza.

- Me perdoa Mylena. Acabei tendo uns contra tempos e ficando sem tempo.

- Perguntei para Erik se havia falado com você ou se a viu, mas ele anda ríspido ultimamente que nem me respondeu. O que aconteceu entre vocês Djey?- Mylena estava com ar preocupado.

- Não está acontecendo nada Mylena. Para ser bem sincera, nunca houve nada real entre nós.

- Não diga isso Djey.- Mylena descordou- Acha que esqueci o jeito como ficou quando meu neto nos deixou lá na fazenda?

- Acontece Mylena, que as coisas para darem certo, os dois tem que querer, um só não basta.

- Conheço meu neto Djey e sei que ele estava muito interessado em você.

- Mas não contou tempo em voltar para os braços de Julia.- falou enquanto entregava a revista nas mãos de Mylena.

Não entendeu o sorriso de Mylena.

- Não me diga que é por isso que está furiosa?

- Acha pouco?- Djey franziu a testa.

- Minha menina isso não significa nada. Nesse dia Havíamos ido almoçar com uns clientes e na saída Erik foi praticamente atacado por essa maluca. Você sabe que esses jornalistas inventam qualquer história, vivem de sensacionalismo para ganhar dinheiro.

Djey estava sem fôlego, boquiaberta, sentindo vergonha de si mesma.

- Eu falei para você Djey!- falou Harold depois de ouvi-las- Você deveria ter deixado ele explicar.

- Tenho em minha casa uma outra revista que fala a respeito do coquetel, aquele que você foi com Erik. Lembra?- falou Mylena.

- Sim, lembro.- Djey não entendia o que isso tinha haver.

- Nessa matéria o artigo fala da nova conquista de Erik e de como uma garotinha tenta inutilmente agarrar o dono das empresas. Essas pessoas são malvadas Djey. Conheço você o suficiente para saber que seu interesse por Erik não é financeiro.

Djey estava envergonhada por tudo que havia falado para Erik, por não ter confiado nele e tê-lo tratado mal. Agora não sabia como iria consertar aquela situação. Agradeceu Mylena por ter vindo até ali e se desculpou por suas atitudes.

Os dias foram passando e Djey não sabia o que fazer para se reaproximar de Erik e pedir desculpas a ele.

Mylena ligou perguntando quando Djey começaria a trabalhar e após saber quando, convidou-a para um jantar em sua casa. Resolveu aceitar pois seria a oportunidade que teria para falar com Erik. 

Faria de tudo para resgatar a relação que tinham com Erik, queria a cumplicidade que dividiam quando estavam juntos...