Capítulo 7

Não havia muito tempo desde que Kara dera um dos seus doces sorrisos junto de uma duzia de cupcakes para as gêmeas das sombras. Seu coração se aquecia sempre que as ouvia suspirar com o cheiro da massa sendo assada, ou da cobertura sendo feita lentamente.

As gêmeas se foram, deixando Kara e Rhysand sozinhos ao redor das receitas doces. Ela retirou outra forma com cupcakes, eles eram grandes e gordos, com fumaça quente dançando suavemente no ar.

Rhysand se esforçou para não inclinar a cabeça para mais perto, e a observar sorrir em direção aos bolinhos recém assados. Ela tinha as bochechas avermelhadas, talvez fosse o calor do fogo, ou a eufória de ter conseguido cozinhar muito bem. O Grão-Senhor riu em sua própria mente, a mulher demonstrava habilidade, é claro que ela conseguia cozinhar muito bem.

Virou-se de costas, começando a receita do recheio, logo disse, um pouco tímida pela aproximação:

- O que deseja saber, senhor?

Rhysand se afastou alguns passos, ela ainda estava de costas e visivelmente um pouco desconfortável.

- Acredito que eu deva saber um pouco da história da minha convidada - respondeu, ele realmente acreditava nisso ou, ele realmente queria saber mais. - E, por favor. Me chame por Rhysand, senhor me faz parecer mais velho do que sou.

Ela prendeu a respiração, um pouco de ar sufocado saindo por seu nariz. Seus ombros tremiam levemente, quase como se tivesse falta de ar.

Mais velho do que sou? Ela pensou, uma leve entoação de diversão. Rhysand cerrou os olhos ao ouvir.

- Você está rindo - ele disse, um toque de indignação em sua voz, mas, seus lábios tinham um leve sorriso. - Está rindo de mim, senhorita Howard.

- Por favor, não estou rindo do senhor. - Respondeu tomando fôlego, olhando por cima dos ombros.

Rhysand ergueu uma das sobrancelhas, os braços cruzados. Ele estava a analisando descaradamente, a cada segundo ela ficava mais vermelha, e a cada minuto era mais difícil segurar a risada.

- Quantos anos a senhorita tem? - Ele perguntou, presunçoso demais. - Deve ser muito nova para estar rindo tão descaradamente na cara de um Grão-Senhor.

Ela voltou a mexer a colher na panela. Respondendo com um brilho de satisfação nos olhos:

- Na verdade, sou sim. Tenho 22 anos.

Rhysand abriu a boca para continuar a falar. Mas, o que ele poderia dizer? Ela era realmente nova, e ele, muito mais velho.

- Ugh... Acho que você me pegou desprevenido agora - murmurou passando a mão entre os fios escuros de seu cabelo.

Ela assentiu, prestando atenção para não queimar o conteúdo da panela.

- Tudo bem, posso te chamar de Rhysand, se você puder me chamar de Kara.

- Ok. - Concordou. - São os nossos nomes, de qualquer maneira.

Um som de satisfação saiu dela, que voltou a se virar de costas. Pensando no que deveria começar a contar, ela pensou por um tempo, quando começou a falar, já começava a decorar os cupcakes. Rhysand não disse nada, esperava que ela começasse logo, ele esperaria com prazer se pudesse comer mais dos bolinhos e talvez levar alguns para Velaris.

-  Meu nome é Kara Howard, antigamente meu sobrenome era Mirdana, tenho 22 anos e também tenho um... Irmão.

Seus dedos tremeram levemente ao pronunciar a última palavra. Será que um dia poderia sentir o abraço de seu irmão novamente?

- Ele tem 15 anos, é bom bom garoto, estava entusiasmado com a escola e com a ideia de estar passando para a primeira série do colegial. Como era seu primeiro dia, eu queria o levar até a escola, minha mãe foi abrir a cafeteria para mim enquanto eu deveria levar meu irmão.

Seus olhos brilharam, não de felicidade. Mas, de uma verdadeira dor, lembrar do acontecimento era traumático, sentiu tantas dores no dia que agora sentia como se fosse impossível esquecer.

- Íamos atravessar a rua e eu o deixaria no portão, então ia embora depois de um abraço e um beijo. - Ela deu risada, teria sido adorável se tivesse acontecido dessa maneira. - Então tinha um carro...

Ela o olhou, e certamente viu a confusão no rosto de Rhysand, ele não queria perguntar o que seria um carro e interromper Kara, ela sorriu e explicou:

- Um carro é como uma carruagem, mas, muito mais rápido e potente, não precisa de cavalos o puxando, é movido por um motor. Se atinge alguém em uma alta velocidade, a pessoa se machuca muito ou então...

- Esaa pessoa morre - ele completou. - Foi isso o que te aconteceu? Essa coisa, o carro, atingiu você?

- Eu atravessei a rua com meu irmão, o carro veio, o motorista deveria estar embriagado. Não tinha tempo de correr, e se eu me empurrasse junto ao meu irmão, provavelmente ainda seriamos pegos por alguma parte do carro.

"Ele é jovem, ainda uma criança aos olhos de muitos, um bom garoto, entende? Kai não merecia morrer ou passar por qualquer coisa por culpa de um idiota bêbado que estava descontrolado."

Rhysand assentiu, um sentimento doloroso rondando sua mente.

- Os irmãos não deveriam morrer por culpa de idiotas descontrolados. - Ele concordou.

Kara certamente sabia sobre o que ele falava. Mas, ela não diria nada, de um dia ele quisesse conversar sobre isso, ela sabia que o mesmo iria até ela.

- Eu o empurrei. Ele caiu longe e então... Bom, você sabe.

Mais da metade dos cupcakes já tinham sido recheados e decorados, enquanto ela falava e não parava.

- Eu fiquei em coma, dormindo por três meses, mas, ainda sim eu podia ouvir tudo, e claro, sentir tudo. O médico responsável por mim contou a minha família que provavelmente, quando eu saísse do coma, não poderia fazer coisas básicas, nem mesmo ir ao maldito banheiro sozinha. Talvez fosse o meu destino, e sinceramente, consigo aceitar essa morte como uma dádiva, prefiro morrer do que viver uma vida onde não estarei vivendo de verdade.

- Você acha que o destino a trouxe aqui?

- Acredito fielmente que sim. - Ela respondeu, convicta de seus sentimentos. - Que Amarantha é uma vadia todos sabem, e agora, tenho esse corpo, eu governo essa corpo como bem quero. Como isso não seria o destino?

- A Mãe deve te odiar muito ou realmente te odiar mais do que muito. Ter o corpo de Amarantha não deveria ser uma dádiva.

Kara sorriu, entregando um cupcake nas mãos de Rhysand.

- Não, não é. Mas, é uma dádiva ter o poder de mudar os feitos futuros dela. Nunca, em toda minha vida imaginei que algo assim seria possível de acontecer. Mas, aconteceu, e eu farei o possível para que toda a história ruim seja mudada.

Rhysand comeu em silêncio, um, dois, três... E mais alguns, bom. Tinha muito mais, e ela sempre parecia gostar quando ele pegava mais um com entusiasmo. Quando se sentiu satisfeito e percebeu que poderia sim levar alguns desses perfeitos bolinhos para sua família, ele disse:

- Devemos começar a treinar logo.

Ela sorriu, e o assistiu partir com mais de uma dúzia de cupcakes.

Kara sabia que eles poderiam trabalhar bem.



Gente, eu não revisei o capítulo, pode ter erros ok?

Espero que gostem da interação que eles estão começando a ter.

Acredito que alguns devem ter dúvidas sobre a aparência de Kara. Por enquanto sim, ela tem a aparência de Amarantha, mas não consigo enxergar Rhys com Amarantha, mesmo que seja só na aparência, então, Kara vai voltar a ser como antes, mas aos poucos as características de Amarantha vão sumindo, quase como se ela estivesse matando Amarantha, entenderam?

Enfim, sobre o irmão dela, ninguém do círculo íntimo e nem mesmo O Lucien, vai ser outro alguém, de qualquer maneira um personagem vai perder o corpo para Kai.

Alguns de vocês devem ler minhas fanfics desde que comecei a minha primeira, me vendo hoje, sinto um certo ponto de orgulho por ver como minha escrita mudou.

Ah, eu também estou fazendo uma fanfic de GOT, Game Of Thrones, onde Daenerys tem uma irmã, vejam se quiserem.

Obrigado para os que leram até aqui e principalmente, para quem lê minhas fanfics e gostam delas. ❤

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