Capítulo 35

Oiieeee, tudo bem com vocês???

Capítulo novo pra vocês

😍😍😍😍

Eu estou tão empolgada!! Tem algo muito especial prestes a acontecer. Não vejo a hora...

Boa leitura 💕

****

Azriel

Dois dias depois da minha conversa com Morrigan, eu ainda estava exausto. Fiz questão de ocupar uma parte significativa do meu tempo com relatórios e o trabalho. Parte de meu  tempo livre eu usava para convencer Lyra de que estava bem. Sempre muito doce, Lyra não insistia para descobrir o porque me encontrou daquela forma. Ela só aparecia e tornava um dia estressante e cansativo  em algo muito bom.  Provavelmente procuraria por ela no final do dia, confiante que ela consertaria qualquer coisa que acontecesse.

Quando atravessamos, quase não acreditei que era a Corte de Tamlin, aquele lugar estava uma ruína. A Casa estava arruinada.O lugar era puro silêncio.

Sem vida.

As portas estavam com imensas marcas de garras. Eu observei Rhys trincar os dentes...posso apostar que ele lembrava de cada momento que Feyre passou por aqui...aqueles antes e depois de Amarantha. Eu voltei a encarar as marcas enquanto Rhys bateu na madeira da porta.

— O temperamento pode ser sua ruína – Falei, com a lembrança de como o comportamento pode colocar um fim

— Feyre precisou voltar para este maldito lugar...- Rhys ciciou.

— Não pense mais nisso, Rhysand. Feyre está bem. Vocês estão bem. Não precisará passar por isso de novo.

Ele suspirou.

— Olhe para essas marcas, Azriel. Olhe o que esse…

Rhys engoliu seco e bateu mais uma vez, com mais força. Toco seu ombro pedindo sua atenção.

— Lembre-se do que disse Lucien. – Relembrei. – Precisa dele como aliado. Então não caia em provocação.

— Eu me controlei das outras vezes. Não será diferente hoje.

— Toda vez é diferente. – Rebati – Você pode se controlar e ele não. Apenas tenha cuidado, Rhys.

Por fim ele assentiu.

Quando a porta abriu, mal acreditei no que encontrei por trás dela.
A casa também estava arruinada e vazia. E um Grão-Senhor magro e solitário do outro lado da porta.

— O que fazem aqui?

— Estou começando a achar que está gostando de minhas visitas, Tamlin.

Tamlin rosnou, mas afastou o corpo para passarmos.

A casa conseguia ficar ainda pior por dentro. Estava suja, escura e uma bagunça. Sem falar no odor desagradável.

— Precisava trazer um de seus cães junto? – Tamlin me olhou com desprezo.

Eu o encarei de cima a baixo. Na situação em que Tamlin se encontrava não valia a pena gastar energia com ele. Era perda de tempo.

— Você não está em situação para desprezar alguém, Tamlin. – Rhysand afirmou.

Eu sorri quando Tamlin me encara com raiva.

— Pensei que fosse responsável pela proteção de Feyre. – Tamlin ciciou.

Uma provocação suja à Rhysand.

— Minha Grã-Senhora sabe se cuidar sozinha, não precisa que um macho a proteja vinte e quatro horas por dia – respondi. – Pensei que já soubesse disso.

Tamlin ignorou minha resposta. Mas eu sabia que o tinha atingido.

— O que querem aqui afinal?

Rhysand dá alguns passos e passa o dedo em umas das mesas do salão. Deixando um rastro livre de poeira.

— Fica muito difícil proteger as fronteiras, Tamlin, se você vive dificultando o trabalho dos soldados de Tarquin – a voz de Rhysand afiada como uma lâmina.

— Não vejo problema algum…

Tamlin não terminou. Rhys o interrompeu logo em seguida.

— Seu comportamento é sempre o problema – Rhysand dispara – Permita que  entrem e que faça o seu trabalho.

— Há algo errado com meu comportamento? – O sarcasmo na voz de Tamlin foi o suficiente para que me tirasse do sério.

— Claro que há! – Eu me aproximei – Sua Corte está em ruínas. Você está em ruína. Não é capaz de cuidar do seu próprio povo. Nós e as outras cortes estamos fornecendo soldados e proteção e a única coisa que você precisa fazer é cooperar. E nem isso você está sendo capaz de fazer. – Paro a poucos centímetros de Tamlin. O encaro com frieza. O macho por sua vez mostra as presas. Ignoro. –  Se você não quiser que eu mesmo venha defender essas fronteiras, Tamlin. Eu sugiro que você deixe que esses soldados entrem e defendam sua maldita corte. Caso contrário...eu mesmo virei e já lhe adianto. Precisará de muito mais que seu humor para me impedir de realizar o trabalho.

Meu sangue fervia.

Os sifões reluziam.

— Isso é uma ameaça? - os olhos verdes brilhavam. E podia sentir o cheiro da raiva.

— É um aviso.

Tamlin rosnou novamente.

Rhysand olhou para mim e então eu me afastei.

— Vejo que já conversamos o suficiente por hoje – disse Rhysand enquanto caminhávamos para a porta. - Eu até ficaria mais, mas acho que não seja necessário. Espero que você colabore um pouco mais conosco. - Quando estamos quase saindo daquele lugar. Rhysand olha para Tamlin pela última vez. – Para provar que estou ao seu lado. Vou encaminhar alguém para que lhe ajude a arrumar este lugar. Você pode querer viver em ruínas, mas sua corte não tem culpa pelos seus erros. Se não quer melhorar este lugar por você, faça isso pelo seu povo.

Tamlin não teve tempo de responder quando batemos a porta e fomos embora. De algum jeito, os Deuses, decidiram que aquele não seria meu dia de sorte. Não pelo menos até eu sair de Velaris. Minha paz acabou assim que coloquei meus pés nessas terras. E eu me odiava por me sentir assim. Eu tentava acalmar os ânimos quando Rhysand e eu resolvemos andar na floresta para ver se encontrávamos alguma coisa que oferecesse perigo. Tudo ia bem… até encontrarmos Eris e os irmãos.

— O que está fazendo aqui? - minha voz soou como um ruído animalesco.

— Ora...não sabia que agora fazia favores a Tamlin. Protege a corte agora como se fosse a sua? - o tom de Eris era provocativo. O sarcasmo me embrulhava o estômago e me fazia ter vontade de arremessá-lo contra a montanha mais rochosa que encontrasse.

— Eris…- Rhysando entrou no conversa - Pensei que depois do nosso quase pacto de amizade. Você seria capaz de nos tratar com mais educação…

Talvez Rhysand conseguisse ser tão egocêntrico e irritante quanto Eris, mas eu não perderia meu tempo tentando. Não quando passo parte do meu tempo me segurando para não estourar a cara do maldito.

Eris estalou a língua e fez uma falsa reverência.

— Tem razão, Rhysand… — Diz levando a mão pálida ao peito – Me desculpem pela minha falta de modos. - Ele lança um sorriso soberbo - Mas respondendo sua pergunta, Espião. - Nossos olhares se cruzam e cerro os dentes com força. Como eu odeio esse maldito - Estou caçando.

Seus irmãos soltaram um riso abafado.

O desgraçado estava procurando por ela.

— Caçando? - Rhysand finge surpresa - Interessante… Beron agora nega alimento aos filhos ou é só um interesse momentâneo pela prática da caçada?

— Fico lisonjeado com a sua preocupação, Rhysand. Mas já que somos amigos, não vejo motivos para não sermos honestos um com o outros - Eris se aproxima. Minhas asas ruflam e minhas sombras já estão em alerta. Meus reflexos me fazem segurar a minha reveladora da verdade presa em minha armadura. - Não precisamos disso meu rapaz…

Eris me repreende.

Infeliz.

Maldito.

Desgraçado.

Rhysand me olha pelo canto dos olhos. Os círculos violetas brilhando de inquietação. Rhys tinha tanto desejo em dar um surra em Eris quanto eu.

— Voltando…- Eris coça a garganta - Estamos caçando, ou melhor, tentando recuperar algo que é nosso…

— Nosso bichinho de estimação…- O macho com olhos castanhos escuros e barba mal feita e ruiva completa.

— Não sabia que vocês tinham apreço por animais de estimação. –  A atenção de Rhys se desprende de Eris por um momento e vai até o segundo irmão.

— Ah… mas esse é um muito mais interessante. - A terceira cabeça ruiva exclama com escárnio. Seu olhar curioso sobre minha mão tocando a reveladora da verdade. Desafiando-me a usá-la. Eu o encaro de volta e solto um ruído de aviso. Não me incomodaria de usá-la.

Um outro estalo de língua. Desta vez do segundo irmão, aquele com a barba desbotada.

— Esse é quase tão bom quanto sua ex noiva, meu irmão - seu olhar sai de Eris para encarar a mim e a Rhysand. Bem a tempo de me ver rosnar e mover entre as sombras.

No segundo seguinte estava com os dedos cravados em seu pescoço, seu corpo pressionado contra um tronco áspero e espinhoso de uma árvore antiga.

— O que disse maldito? - Rosno, com as pontas dos dedos agarradas em seu pescoço, eu seguro o seu corpo e o choco contra o tronco com força o suficiente para sentir os galhos grossos da árvore temerem - Responda! - Gritei. Mas sabia que seria impossível. Ele se debatia contra minhas mãos, desesperado por um pouco de ar.

— BASTA! - A voz de Eris sai abafada pelo sangue correndo quente em minha cabeça.

Eris permanece imóvel enquanto seu outro irmão corre em nossa direção. Consigo ver o vulto vermelho se aproximar pelo canto dos olhos. O azul dos sifões vibra pelo ar quando o escudo de proteção joga o terceiro irmão para longe.

— BASTA!!! - Eris berra estridente.

— Azriel! - Escuto a voz de Rhysand e me Obrigado a olhar para trás. Não o encontro irritado, mas sim com um meio sorriso em seu rosto - Não vale a pena, não agora. - Rhysand me encara e um aceno de cabeça me diz que teríamos uma hora certa para isso. Resolveremos isso outra hora.

Ótimo.

Aceno para Rhysando em resposta e volto a encarar o filho de Beron que ainda se debatia contra minhas mãos.

— Eu juro…- Sussurro a ele e aperto um pouco mais seu pescoço - que não vou poupá-lo da próxima vez.

Salto o seu corpo e o deixo no chão.

— Sugiro que controle seus irmãos, Eris…-  Rhysand avisa - Da próxima vez não seremos tão benevolentes assim. -

Um último conselho de Rhysand antes de eu me colocar ao seu lado e encarar Eris uma última vez.

— Controle os seus…

Não demos ouvidos. Atravessamos para longe dali.

****

— O que deu em você hoje? - Rhysand pergunta ao se jogar na poltrona.

— Nada.

Assim que chegamos na casa em Velaris. Um cansaço profundo espalhou pro meu corpo. Tão profundo que tinha dificuldades eu permanecer de olhos abertos.

— Quem você está querendo enganar? - Rhysand cruza uma das pernas sobre o joelho e gesticula com as mãos - A mim ou a si mesmo?

Não o respondo, não precisava deste tipo de conversa agora.

— Vou pegar uma bebida! - Levanto e ando em direção a uma das enormes adegas de vinhos.

— Tudo bem, não vou insistir… - escuto sua voz abafada pela distância - Só quero que saiba que você não precisa lidar com tudo sozinho. Você tem amigos, Azriel. Tem uma família que morreria por você. Se está confuso…- Rhysando me encara quando volto para sala com um copo da sua bebida mais forte - ou se está com medo. Encontre alguém em quem confia e permita-se a receber um pouco de ajuda.

Bebo um pouco do licor azedo e cinto o líquido descer queimando minha garganta. Aquilo tomou minha concentração por um tempo, mas Rhysand estava certo. Sempre que estou à flor da pele, eu me afasto. Acredito que meus pensamentos ruins e confusos devem ser conhecidos apenas por mim. Amo minha família, não gostaria de vê-los contaminados por tudo aquilo que eu mais odeio em mim. Isso é algo que eu posso aguentar. Afinal, a dor é minha. Mas pensar em dividir isso com outro e fazer com que ele sinta raiva ou pena, por mim? Isso vai muito mais além do que eu posso suportar.

Carregar a culpa de uma história traumática não é fácil. Não quero lidar com a desconfiança de meus amigos estarem sofrendo por mim.

Eu voltei para o lugar onde estava. E um breve aceno com a cabeça fez com que ele calasse. Rhysand me conhece o bastante para saber que eu não falaria nada, não nesse momento. Mas ele sabe que ouvi cada palavra. E mesmo contrariando cada instinto meu… uma pequena parte, mas muito poderosa, vai transformar isso em muitas perguntas. Fazendo com que eu torne isso uma possibilidade.

— Eles estão procurando por ela! - A voz distante de Rhysand indica que ele também foi preparar uma bebida.

— O desgraçado vai caçá-la como se fosse sua presa. - acrescento dando um gole irritado.

"Estamos caçando".

Maldito Beron. Maldita família. Maldita corte.

Eu precisava reunir todas as minhas forças para não atravessar até lá e terminar o que comecei mais cedo.

"Este é quase tão bom quanto sua ex noiva…"

O gosto da bile junto com ódio me subiram a garganta. O que fizeram com Morrigan já seria o bastante para que minha corte odiasse a corte de Beron. Já era o bastante para que meu autocontrole parto de um deles fosse quase insistente. Acrescentando agora tudo o que fizeram a Lyra… isso torna nulas as chances disso ser tolerável.

— O que eu perdi?

Pelo canto dos olhos vejo a grande sombra de Cassian entrar na sala. Alguns passos largos e ele já estava sentado ao meu lado. Os ombros largos finalmente pareciam estar relaxados. Parece que alguém teve um bom dia.

— Fomos até a primaveril hoje…- Rhysand explica enquanto retorna com o seu copo recém preparado.

Cassian o fitava com atenção, somente para que na hora que Rhysando tivesse aí alcance de sua mão. Cassian esticou o braço e segurou o copo que Rhysand carregava.

— Que gentileza, querido - murmura enquanto leva o copo aos lábios. - Não precisava…- Então Cassian dá uma de suas piscadas debochadas para o Grão senhor que bufa irritado. Depois levanta o dedo e mostra para Cass que apenas sorri, satisfeito.

Rio baixo ao ver Rhys se arrastando até a adega para preparar um segundo copo.

— E então? Vocês foram até a primaveril e…

— Encontramos Eris e os irmãos nas proximidades da corte - completei.

Cassian fez uma careta irritada.

— Estão procurando por Lyra.

— Porra! - Cass esbraveja.

— As buscas estão na corte de Tamlin, precisamos saber se já passaram pela Estival e Invernal.

— Talvez ele mande as buscas para as terras mortais - Cassian coloca.

— Sem as proteções corretas na fronteira da Primaveril, é viável passar para terras mortais. Beron deve supor isso, mas precisamos saber seu próximo passo. Ficaremos preparados caso ele se aproxime de nós. - Sinto os olhos violetas me encararem. - Você pode enviar alguns dos seus espiões.

Eu não mandaria espiões.

Cass assobia.

Iria pessoalmente.

— Ele irá por conta própria - Cassian avisando quanto lê meus pensamentos.

Um olhar basta para confirmar a Rhys que Cass estava certo.

— Vai contar a ela? - Rhys indaga com cautela.

— Vou, mas não hoje. Ela parece feliz com as meninas e não serei eu quem vai tirar isso dela.

Cassian movimentou os lábios para dizer algo, mas foi interrompido ao ouvir vozes femininas se aproximando.

— Olha só vocês… - Rhysand cantarola quando observa o grupo de fêmeas entrar na sala.

— Olá - Feyre senta no braço da poltrona que o parceiro ocupava. Lyra e Morrigan entraram logo atrás da Grã-Senhora, espremendo seus corpos ao lado de Cassian. - Vocês se divertiram hoje? 

Algumas trocas de olhares entre mim e Rhysand e graças a mãe ele respondeu por mim.

— Claro, visitar os amigos antigos é sempre divertido.

Os segundos de silêncio que vieram a seguir indicam que Rhysand estava colocando Feyre a par de tudo o que aconteceu. Minha Grã-Senhora olha para Lyra pelo cantos dos olhos, mas a fêmea está distraída demais enquanto conversa com Mor. Depois de se certificar que a amiga estava bem, Feyre me encontra e acena com a cabeça. Como quem diz: "Faça o que for necessário, mas não permita que a levem". Então assenti de volta.

— Então…- Rhysand olha para as sacolas que Morrigan deixou aos pés do sofá. - Como foram as compras?

Noto que Lyra segura com cuidado uma pequena sacola azul claro.

— Foram ótimas, levamos Lyra para conhecer algumas lojas e depois passamos na galeria para ver as crianças. - Feyre respondeu sorridente.

— Ah! - Mor solta um gritinho que chama a nossa atenção - Temos uma boa notícia…- então encara Lyra, que já está com  as bochechas coradas.

— Não…- Lyra fala envergonhada - Não é nada demais.

— Claro que é demais! É incrível! - a loira rebate animada.

Meu olhar dança entre as duas, prestando atenção na conversa.

— Convencemos Lyra a ensinar música na galeria. - Feyre fala orgulhosa e aliviada.

Me pego mais feliz com a notícia do que esperava.

— É uma ideia maravilhosa - Rhysand parece compartilhar as mesmas emoções que a parceira.

Lyra abre um de seus sorrisos tímidos.

— Bem, é… - ela hesita - foi um acordo, na verdade.

— Um acordo? - Cassian levanta as sobrancelhas grossas.

— Sim, aparentemente ela acredita que dá muito trabalho a nós e a corte - Feyre explica.

— Ela acha que gastar com ela é desnecessário…- Morrigan fala estalando a língua.

Cassian e Rhysand riem e eu apenas fico ali, olhando para suas bochechas rosadas e os cabelos castanhos caindo nos ombros.

— Vocês já me dão muito…- Lyra explica - Vocês me dão um teto, comida, roupas maravilhosas, que eu tenho que controlar o meu ego quando estou vestindo. Ah, além de uma biblioteca enorme, que sinceramente, é o paraíso. - Não consegui esconder o sorriso. A simplicidade dela me encantava. Lyra admirava as intenções. Ela tinha um olhar rico em detalhes afetivos. - Eu só não quero ser um fardo para nenhum de vocês.

— Você jamais será um fardo! - foram minhas palavras depois de muito tempo.

Toda a atenção da sala agora está voltada para mim e eu tento lembrar se o tom que usei não é revelador demais. Os olhos cintilantes de Lyra encontram os meus e parecem sorrir.

— Está bem, mas…

— Ah - Mor ergue o dedo - sem "mas". Azriel está certo. Você não é um fardo e nunca será tal coisa.

— De qualquer forma, nós combinamos que ela iria dar aula às crianças. Violino, piano e canto. Tudo isso em troca da estadia e também negociamos que ela vai receber uma quantia em troca dos seus serviços - Feyre avisou. - As crianças estão animadas com as aulas. Estão apaixonadas por ela.

Eu não posso discordar.

— Elas são tão adoráveis…- Lyra suspira encantada.

— Não foram só as crianças que ficaram encantadas por ela.

O comentário da Morrigan atraiu a curiosidade de meus irmãos. Feyre soltou uma risadinha contida e Lyra ficou ainda mais corada. E quanto a mim… Não quis entender antes de saber do que se tratava.

— Isso é interessante…- Cassian usa um tom descontraído e cruza as pernas - O que aconteceu?

— Nada demais! - Lyra rebate rápido.

— Fomos a uma joalheria…- Mor começou e eu me peguei em alerta.

— Ah, não…- Lyra esconde o rosto, arrancando risadas baixinhas de todas na sala. Eu estava ocupado bebericando a bebida.

— O atendente ficou interessado nela…- Morrigan usa de um tom orgulhoso que disfarçava o aviso diretamente feito a mim.  Ouço um gemido abafado pelas mãos que Lyra ainda mantinha no rosto. - No começo, ele viu o bracelete que Azriel deu a ela e jurou que os dois tinham um compromisso.

Fui pego de surpresa ao engasgar com o vinho.

— Como? - pergunto.

Cassian solta uma gargalhada que é de doer os tímpanos.

— Você já avisou a ele com quem ele teria que lidar para chegar até você? – Ele diz com ironia e cutucando o ombro de Lyra
Lyra mais do que depressa tira as mãos do rosto.

Mor revira os olhos.

— Não aja como um papai ciumento, Cassian – Feyre cantarola.

Lyra mais do que depressa tira as mãos do rosto.

— De qualquer forma já resolvemos essa questão. – Ela diz encerrando o assunto e se colocando em pé. Por um instante penso que ela iria embora, mas fico aliviado quando ela devolve seu olhar a mim. – Quero te mostrar uma coisa…

De repente ambos estão ocupados quando Lyra se desloca até ao meu lado. Cassian e Morrigan já implicavam um com o outro. E Rhysand conversava com Feyre. Lyra se senta no espaço livre ao meu lado.

— Oi… – ela disse alegremente. E no momento seguinte a suas palavras qualquer tensão que eu sentia desapareceu. Eu suspirei aliviado. A sua facilidade em melhorar o meu dia me deixava intrigado e com vontade de sempre ter mais dela. – Como foi o seu dia?

Ela fala baixinho, deixando a conversa somente entre nós.

— Um pouco cheio… – Tento não transparecer tudo o que senti, mas ao mesmo tempo não sentia vontade de esconder nada dela. Sabia que ela teria algo a dizer que me confortaria. Mas seus olhos encontraram o meu como se dissessem: "Eu sinto muito". No mesmo momento que sua mão segurou o meu braço com cuidado. Sinto o meu corpo leve. – Mas ficou muito melhor agora.

Um sorriso gentil surge em seu rosto e logo ela tira um diário da sacola que segurava. Ficamos ali por um tempo conversando. Ela me contou sobre seu dia. Sem dar muitos detalhes do tal macho interesseiro. Eu também não perguntei, não cabia a mim tal coisa.

— Posso te perguntar uma coisa? – pergunto baixo. Se fosse possível, podia jurar que conversava com ela por nossa ligação.

— Sempre. – Ela me lança o seu olhar curioso.

— Confia em mim para lhe proteger? – Minha mão segura sua com delicadeza. – Sabe que não permitirei que nada aconteça a você novamente?

Sem se importar com as outras pessoas presentes ali, ela se aproxima e beija meu rosto.

— Sempre vou confiar em você.

Sorri uma última vez antes de todos entrarem na mesma conversa. E o agradecimento no peito pela noite agradável que teria pela frente.

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Escrito por Julia 💕

Espero que tenham gostado.

Fiquem bem estrelinhas e até a próxima.

Beijinhos 💕

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