Capítulo 28

OIEEEEE!!!!!!! EU VOLTEI ✨✨✨✨

SIIIIM!!!! VOLTEI!!! 

E antes do que eu esperava. Eu sei que disse que iria voltar com a fanfic completa, mas a verdade é que tô com saudade de vocês. E eu percebi que minha maior motivação vem de vocês. Gosto de ler quando vocês comentam e eu AMO ver o carinho de vocês pela Lyra.

Quando vocês a chamam de "bebê", vocês acabam com o meu coração sensível kkkkkkk

Vou explicar o que tá acontecendo…

Eu tenho alguns capítulos prontos. Vou postando esses e finalizando alguns que eu já tinha desde o início da fic. Acontece que esses capítulos só seriam publicados mais pra frente. Por isso eles não foram publicados ainda. Então eu vou publicando e escrevendo e por aí vai!!! Então se caso eu precisar pausar tudo por aqui (eu espero que não. Vamos pedir aos deuses para que isso não aconteça, eu aviso vocês. Aí fingimos que somos aquelas séries famosas que entram em hiatus e depois volta  

Acho que eu estou tão ansiosa quanto vocês pra ver o final da história. Por mais que eu já saiba tudo o que vai acontecer kkkkkk

Ahhh, queria avisar uma coisa… Eu ainda NÃO li ACOSF! Eu venho adiando e evitando spoilers. Pelo menos até eu terminar de publicar aqui. Então cuidado com os spoilers, tá? 👉👈

Queria dizer que vai ser um prazer voltar a contar essa história a vocês. Senti muita falta disso tudo… Então podem continuar votando e comentando muito!!! Vocês me ajudam e me motivam demais ♥️

Obrigada por tudo. 

Um beijo com muito amor pra vocês…

Boa leitura ✨♥️

*******

Lyra.

Depois que Mor se retirou e seguiu para seus aposentos, eu permaneci na sala. Eu observava o fogo queimar a madeira da lareira. Eu conseguia ouvir o barulho das chamas crepitando, e o som preenchia a sala, era a única coisa que acabava com o silêncio do lugar. A dança das chamas chamava a atenção. Eu nunca havia reparado na mistura e na sincronia que elas tinham enquanto brilhavam na lareira. Por algum motivo aquilo tomou a minha atenção por muito tempo. O fogo e o ar quente saindo dele pareciam familiar. Convidativo, eu poderia dizer.

Não sei ao certo por quanto tempo fiquei assim, mas quando dei por mim as chamas começaram a enfraquecer. 

A poltrona estava aconchegante demais, mas como sabia que permaneceria ali por mais algum tempo, eu decidi me levantar e colocar algumas madeiras a mais. Soltei um grunhido baixinho de protesto. Mas assim o fiz. 

Peguei algumas madeiras e as juntei com as sobras das anteriores. Nada. Nem uma faísca mais forte… o fogo continuava baixo e fraco. Eu me abaixei com o atiçador da lareira em mãos, comecei a cutucar a madeira recém colocada com o intuito de fazer as chamas se tornarem mais fortes. Vivas e quentes. Nada.

Eu suspirei desapontada e encarei aquele fogo baixo. Eu franzi minha testa e cerrei os olhos para ele. Como se eu o tivesse repreendendo por não obedecer meus comandos. Eu decidi tentar com o atiçador novamente, eu já estava quase próxima a lenha e meus olhos ainda repreendiam aquelas chamas. 

Eu queria o fogo lindo e convidativo de novo. Foi então que o fogo surgiu. Uma chama grande e forte. Como em uma explosão. Eu me assustei com o clarão. A luz iluminou toda a sala. E me joguei para trás com um impulso, caindo sentada ao

 chão. 

O susto fez com que meu coração disparasse. Eu senti minhas mãos quentes. Eu as encarei com receio. Com medo de talvez encontrar alguma ferida ali. Eu estava muito próxima quando o fogo explodiu. Um suspiro de alívio saiu da minha garganta quando vi que nada havia acontecido.

– Tome cuidado, você pode acabar se machucando…

Escutei uma voz familiar e virei meu rosto em direção a porta. 

Encontro Lucien encostado no batente da porta. 

– Lucien!- Respondo animada.

Ele sorri para mim e começa a se aproximar. Eu me levanto o mais depressa possível e corro até ele.

–  Quando voltou? - pergunto ao mesmo tempo em que me jogo em seus braços e o abraço apertado. 

Lucien suspirou baixinho.

– Cheguei agora mesmo, você foi a primeira pessoa que encontrei…

– E está tudo bem? 

Lucien ficou em silêncio por um instante, mas logo respondeu minha pergunta.

- Sim, e você? 

Com meus olhos fechados senti dor, angústia e sofrimento. Mas sabia que não vinham de mim. Eu estava bem. Então percebi que não eram sentimentos meus. E sim dele. 

De Lucien. 

Eu estava em sua pele, sentindo suas dores e sua angústia. Afastei-me um pouco. Queria olhar em seus olhos. Queria confirmar se o que dizia era verdadeiro, se era real.

Meus estômago doeu quando o fogo dançou na lareira e iluminou um pouco mais o rosto de Lucien. E então eu o vi. 

O lábio cortado e levemente inchado e uma mancha com vários tons de roxo logo abaixo do olho de sua cicatriz. Próximo a sua sobrancelha um segundo corte. Algo que parecia ter sido feito por garras.

– Lucien, o que aconteceu? 

– Nada com que você deva se preocupar, Lyra.

– Como nada que eu deva me preocupar? Você está machucado! O que aconteceu? 

Ele suspirou.

– Foi um desentendimento, apenas isso! 

Eu revirei os olhos.

Ele não contaria, então não insistiria mais.

– Você precisa cuidar desses machucados…- eu levo minha mão até o corte em sua têmpora.

Lucien franze a testa com o toque.

– Me desculpe. 

O rosto do feérico se tranquiliza.

– Tudo bem...não se preocupe - ele abre um meio sorriso. 

Um silêncio constrangedor ondulou pela sala. Lucien aparentemente ficou mais incomodado que eu. Ele pigarreou.

– E como estão as coisas com você? 

Eu suspiro. 

Até onde valia a pena eu ir? O que valia a pena Lucien saber ou não? 

– Estão bem…- falo sem acreditar muito-  

eu espero. 

Ele me encara desconfiado.

Eu seguro em uma de suas mãos e o levo até um dos sofás.

– Promete que não irá se culpar ou ficar chateado?

– Não posso.

– Lucien. 

– Se você está me fazendo prometer é porque eu devo fazer o contrário. 

– Prometa! Ou então eu não direi nada.

Ele revira os olhos.

– Está bem! 

Um sorrisinho satisfeito se forma em meu rosto e ele balança a cabeça.

– Céus, é tão fácil convencer vocês de algo. -Comemoro orgulhosa.

– Agora me conte! 

Ele encosta no sofá e cruza uma das pernas sobre o joelho.

– No dia que partiu, eu acabei me desentendendo com Elain e Nestha…

Ele levantou as sobrancelhas.

– Por quê?

Então eu contei tudo a ele. Para mim o que tinha acontecido era algo pequeno, mas enquanto eu encarava os seus olhos e via e sentia suas reações, eu pude perceber que para ele não era. 

Era algo grande. 

Importante.

– Você não precisava ter feito o que fez. – A voz de Lucien era uma mistura confusa de frieza e podia sentir que lá no fundo um pouco de surpresa por alguém ter se preocupado com ele.

— Claro que precisava fazer. 

Eu toquei o rosto de Lucien e passei o polegar com cuidado na mancha roxa próxima aos olhos. Ele chiou baixinho…

—Você precisa tomar cuidado quando for até lá. Ele não tem o direito de te machucar assim, Lucien. 

Ele suspira, como se estivesse exausto.

— Ele é um macho caído e confuso. – Lucien tentou explicar. 

Mas nada seria o bastante, as provas do descontrole de Tamlin estavam ali. Manchas roxas e um corte próximo na cicatriz.

Eu suspirei.

Lucien era fiel. Acabara de perceber. Ele jamais abandonaria alguém, mesmo com todos os defeitos que tinha. Ele jamais o abandonaria. Talvez pelo fato de ter sido salvo por Tamlin uma vez.

Eu encarei o feérico e dei um sorriso doce em resposta.

— É nobre de sua parte ser grato e não abandonar um amigo mesmo ele dando todos os motivos do contrário -   seguro e rosto de Lucien com delicadeza. – Mas existem coisas que ele precisa entender e precisa mudar. E para isso ele precisa aceitar ajuda. Ele sabe que você está aqui...agora deixe que ele aceite que precisa mudar. 

Ele me olha e o fogo refletia em seus olhos, mais uma vez.

— E por mais machucado e confuso que ele esteja. Não permita que ele te machuque outra vez, Lucien. Se isso acontecer novamente aí, será você quem deve dar o basta. Também é preciso aceitar quando as coisas já não dão mais certo.

Ele piscou algumas vezes e o silêncio dominou a sala. Não foi constrangedor, foi... diferente, eu diria. De alguma forma sentia que Lucien queria ou precisava dizer algo, mas não conseguia expressar nada. Era como se as palavras não existissem. Eu passei a sentir todas as sensações. Era como se estivesse dentro do seu corpo. 

Congelei quando vi o rosto de Lucien se aproximando do meu.

Mais perto.

Mais perto.

E mais perto.

E por fim os lábios dele encontraram os meus. Eu não recuei, confesso. Mas não consegui disfarçar a minha surpresa, meus olhos arregalaram-se por um breve momento e depois relaxaram conforme Lucien beijava meus lábios com calma. Eu então me cedi aquela sensação. 

*****

Pensar naquele beijo era algo difícil. E Lucien sentia o mesmo. É estranho perceber como um coração confuso pode transformar as situações. Como algumas coisas se tornam aquilo que não são. 

Ainda bem que percebemos isso a tempo. Ainda bem que sentimos o mesmo, juntos. 

Lucien não merecia ser magoado. Eu não merecia ser magoada. Agradecia a mãe por não ter permitido que nossas confusões e inseguranças machucassem um ao outro.

O beijo durou pouco tempo. Assim que notamos o que estávamos fazendo paramos no mesmo mesmo. Claro que precisei jurar ao macho que estava bem na minha frente que não estava brava pelo o que tinha acontecido. Que não estava irritada, magoada ou nada além disso. Lucien aceitou uma resposta depois que eu o encarei por mais de 2 minutos com uma cara de: " Eu juro pelo amor da mãe que está tudo bem, só não me pergunte de novo…"

Eu sentia um alívio estranho no peito. Mas ao mesmo tempo uma dor. E eu não conseguia entendê-la. Eu não sabia se era algo meu ou dele. Tinha horas que era difícil saber se era eu ou o nosso laço.

Onde será que ele está?

Fiquei sentada à beira do sofá por um tempo. Perdida em todos aqueles pensamentos. Eu passei meus olhos por todo o quarto. Certificando-me que estava só. E infelizmente estava.

Eu suspirei. 

E eu podia jurar que escutava notas baixas. Eu conseguia senti-las como se estivesse assistindo uma orquestra. Eu sentia as vibrações nas veias. Era como se meu corpo pulsasse aquela energia. Aquela música. A canção e tudo que a envolvia. 

Um sorriso crescia lentamente em meu rosto. Eu finalmente estava entendendo. 

Não havia música no quarto, na casa ou na cidade. 

Mas sim em mim.

Eu era minha própria canção. A minha própria orquestra. Aquela que vivia em mim e estava adormecida.

Eu não a perdi.

Ela ainda estava ali. Baixa e calma. Mas estava ali. Eu me levanto e vou até a janela. Eu a abro e o vento da cidade invade o quarto e bagunça as mechas de cabelo soltas.

Sorrio com a sensação. 

Eu apoio minhas mãos na madeira e tive a sensação de sentir o toque do material mais vivo. 

Suspirei aliviada e fechei os olhos.

It's just another night

(É apenas mais outra noite)

And I'm staring at the moon

(E estou encarando a Lua)

I saw a shooting star and thought of you

(Eu vi uma estrela cadente e pensei em você)

I sang a lullaby

(Cantei uma canção de ninar)

By the waterside and knew

(À beira d'água e soube)

If you were here, I'd sing to you

(Que se você estivesse aqui, eu teria cantado para você)

You're on the other side

(Você está do outro lado)

As the skyline splits in two

(A linha do horizonte se divide em dois)

I'm miles away from seeing you

(E estou a milhas longe de te ver)

I can see the stars

(Eu posso ver as estrelas)

Pelos Deuses... Eu estava cantando

Os músculos do meu rosto estavam tão relaxados que aí notei que sorria. E um sorriso largo. Quando me vi no reflexo dos vidros da janela.

I wonder, do you see them, too?

(Me pergunto, será que você pode vê-las também?)

So open your eyes and see

(Então abra os olhos e veja)

The way our horizons meet

(O modo como nossos horizontes se encontram)

And all of the lights will lead

Into the night with me

(E todas as luzes vão te guiar, pela noite comigo)

And I know these scars will bleed

(E eu sei que essas cicatrizes irão sangrar)

But both of our hearts believe

(Mas os nossos corações acreditam)

All of these stars will guide us home

(Todas essas estrelas vão nos guiar para casa)

Assim que senti o peito leve o bastante para conseguir dormir. Eu me permiti olhar para o céu mais uma vez. As estrelas sorriram e eu dei boa noite a elas como sempre fazia. Então andei até a cama e mesmo depois de dias intensos e confusos eu fui presenteada com uma noite tranquila. 


Azriel.

– É uma jóia muito bonita, querido. - Minha mãe dizia enquanto fazia uma análise minuciosa ao bracelete que havia comprado.

Eu não pude evitar o suspiro alto que soltei enquanto meu olhos estavam fixos na fumaça que saia da chaleira. Eu não estava prestando atenção em seu rosto. Mas sabia que minha mãe franzia o cenho nesse mesmo momento.

— Eu não tenho ideia do porque fiz isso! - Murmuro quando finalmente consigo relaxar o corpo e me recostar na cadeira.

— Sobre o que você está falando exatamente? - minha mãe pergunta enquanto levanta e vai até a cozinha terminar de preparar o chá. 

Sabia onde ela queria me fazer chegar…

Soltei mais um suspiro dolorido.

— O porque comprei isso - passo o polegar pela minúscula pedra azul da jóia. – Ou então o porque fui embora desse jeito. Ou então porque eu estou assim, como se…

— Como se…? - Ela me interrompe ansiosa e volta até a sala com as duas xícaras em mãos. 

Assim que entrega a minha, minha mãe assume o lugar vazio no sofá à minha frente. Toma um gole pequeno e coloca a xícara sobre a mesa de centro.

Esfrego as têmporas com mais força que gostaria, tentando reorganizar a minha própria bagunça. 

— Como se…- eu hesito e então a encaro - Você sabe, mãe. Como se eu tivesse me arrependido por ter perdido tanto tempo. Me culpando por ter esse laço e estar me sentindo perdido. Talvez confuso porque...

— Porque não era quem você esperava que fosse… - ela completa. 

Eu apenas assinto com a cabeça e dou a minha atenção ao fogo da lareira. Não sei se era coisa da minha cabeça, mas parece que até ali eu podia ver o rosto dela.

— Sabe meu filho - a ternura em sua voz fez com que voltasse a olhar nos olhos -, você diz que está confuso, mas acho que não é exatamente isso que está sentindo. Eu acho que você está com medo.

Medo.

Sinto os músculos do meu corpo se contraindo e posso sentir alguns nós se formando por meus tendões. Uma palavra foi o bastante, para eu ficar tenso de novo. Minha mãe percebe a mudança em meu corpo e então me lança um sorriso doce.

— Nas outras vezes que conversamos sobre Morrigan, você disse em algumas delas que sabia, que podia sentir que ela não era sua parceira, mas que você escolheu ainda ter esperança. Eu não o culpo  por isso, afinal de contas, você a amava. Mas agora eu gostaria que você pensasse em uma coisa… - ela passa as mãos nos joelhos e se ajeita no sofá. - Você consegue me dizer até onde tudo isso o que sente pela Morrigan é amor? 

Aquilo me atingiu com uma força maior do que eu esperava.

Os olhos parecidos com os meus me fitam e eu fico em silêncio. Ela me entende, então sabe que é a hora de continuar:

— Eu estou lhe perguntando isso por um motivo e acho que no fundo você sabe qual é a verdade. Azriel, as vezes coisas novas nos assustam demais e nos deixam inseguros. É então que o medo se instala e toma o controle de nossos pensamentos. O problema é que ele cega os nossos olhos para outras coisas. 

Engulo seco.

— Onde vamos chegar com isso? - minha voz era a mesma do garoto assustado que encontrava a mãe vez sim, vez não. 

Ela sorri.

— Como sabe que você a ama ou se não está preso a esse sentimento só porque é mais cômodo a você? 

— Cômodo?

Minha cabeça girava. Parecia que estava tão bêbado quanto costumava ficar nas noites entediantes ao lado de Cass.

— Sim, querido. Olha, o que queria dizer com isso é: Será que você não escolheu manter essa esperança com a Morrigan simplesmente por já ter aceitado que não é correspondido? 

Não…

Ou melhor.

Sim.

— Conviver com aquilo que já se conhece é mais fácil do que viver algo novo. E isso infelizmente acontece com coisas que podem nos machucar também, Azriel. Você se conformou e aceitou que Morrigan não corresponde aos seus sentimentos e acredita que é porque você não a merece. Que o motivo dela não correspondê-lo é você, mas e se não for? - ela não me dava tempo de responder porque me conhecia o suficiente para saber que eu precisava ouvir tudo -. Você se prendeu a ideia de que não é digno do amor dela, mas agora é isso que está forçando-o a não ver a parceria da forma como você realmente quer.

Sentia os nós dos tendões se desatando aos poucos. Eu a olho e os olhos brilhantes de minha mãe parecem sorrir para mim.

Me prender aquilo que eu já conhecia me deixava mais seguro. E eu usava isso como desculpa para qualquer outra insegurança que sentia.

Pisco algumas vezes e começo a tentar reorganizar a mente. 

— Honestamente - ela começa um pouco hesitante, mas eu faço um sinal com a cabeça e então ela entende que podia continuar -, quando você abrir seu coração para isso. Você vai entender muita coisa. Não acho que foram suas sombras ou suas habilidades que encontraram essa jovem quando ela estava em perigo. Foi o laço. E você trouxe pequenos detalhes que ligam vocês dois… - as bochechas coram e ela sorri - Seu laço sempre esteve presente para você. O que faltava era uma brecha para ele fazer você sentir e perceber que ele estava alí. E eu acho que ele encontrou…

Quando vi o sofrimento de Lyra na noite do jantar… Quando vi aqueles olhos castanhos e cheios de dor e de medo. Era como se alguém tivesse arrancado algo de mim. Era uma sensação que até então não tinha experimentado antes. Como se toda dor que já senti em todos esses anos não fosse nada comparada a aquela que eu senti por vê-la de tal forma. E sentir que não conseguia ajudá-la.

— Não posso afirmar que está apaixonado por ela. Que a ama…- ela suspira aliviada. Como se aquilo a deixasse tranquila e em paz - Mas sei que existe um sentimento nascendo. Existe algo crescendo dentro desse coração de guerreiro…

Eu a encaro e sorrimos juntos.

— Basta você se permitir conhecê-lo. E eu posso ver em seus olhos que você quer isso. 

Eu olho para o fogo mais uma vez. Conseguia ouvir o canto das chamas crepitando. Sorrio sozinho para a lareira e depois volto a olhar para a pequena pedra azul, cravada no centro na estrela de ouro branco. 

— Acha que ela vai gostar da jóia?

Desde quando ficava tão nervoso ao presentear uma fêmea assim? 

— Tenho certeza que sim - minha mãe finalmente voltou a beber o chá -. Se me permite...gostaria que me contasse o porque escolheu justamente essa jóia. 

Rio baixinho e fico encarando a estrela.

— Ela gosta do céu e das estrelas. E eu a chamei assim da última vez que a vi… E ela usa um bracelete que ganhou da mãe. Quando coloquei meus olhos nesse bracelete, eu pensei que ela pudesse usar junto com o outro. Ela diz que não tem muitas coisas que realmente são dela, só aquele bracelete. Então eu pensei que talvez mais um… - balanço a cabeça - só achei que era o certo 

Não contei a ela a parte onde descrevi detalhadamente o bracelete de Lyra para  a atendente. No fim deixei a loja com uma despedida um tanto, quanto constrangedora.

"Sua parceira é uma fêmea de sorte. É difícil os machos terem olhos tão sensíveis e escolherem peças delicadas…" 

O sorriso em meu rosto desaparece e dá lugar a preocupação.

— Pensei que a jóia também seria um bom pedido de desculpas. Por eu ter fugido e…

A risada baixinha  me interrompe.

— Algo me diz que não era preciso uma jóia para isso acontecer, mas de todo jeito é um belo presente – ela me analisa por um tempo. Mesmo os meus olhos fixos no colar eu podia senti-la — E a pedra azul no centro? 

Minha atenção desliza e fita o sifão que usava em uma das mãos. A pedra azul brilhava em resposta. Eu sorri e então olhei para minha mãe. Eu não respondi nada. Não precisei. Ela apenas acenou com a cabeça e abriu um sorriso tão largo que pensei que não caberia em seu rosto. Ela sabia o que aquilo significava. 

*****

Escrito por Julia.

Fiiiiiim!!!!

Primeiro, não me odeiem por esse beijinho (falo beijinho porque realmente foi um beijinho), ter acontecido 👉👈

Kkkkkkkkk

Eu sei que muitas pessoas aqui pediram por isso. E eu garanto que nenhum dos dois vão sofrer por isso ter acontecido. Só mostrou para eles que realmente a amizade dos dois é mais importante. E no caso da Lyra... Bem, acho que isso só prova que o coração dela já tem um dono 🥰

Segundo, eu não sei explicar a felicidade que eu estou por ver a Lyra voltando a cantar. E essa música... Bom é uma das minhas favoritas. A Lyra é muito sensível, as músicas que ela canta geralmente sempre a ligam a alguma coisa. Ou a alguém. Assim como ela é conectada as estrelas e ao céu. Seu coração também é ligado a música.

(Confesso que eu sou assim também).

Então se preparem... Agora mais músicas vão aparecer por aqui.

Obrigada por ficarem comigo hoje.

Espero de todo o coração que vocês gostem desse capítulo.

Fiquem bem e até a próxima ♥️

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