Capítulo 27
Oiiiii meus amores!!!!
Capítulo novo pra vocês 🥰
Um capítulo tranquilo, prometo 🤭
Mesmo assim não quis esperar até às 19h...
Boa leitura ❤️❤️
***
Lyra
Quando acordei pela manhã, as horas pareciam ter se passado mais rápido para os moradores de Velaris. As ruas já estavam movimentadas, as crianças já corriam pelas ruas e os comércios já tinham recebido alguns de seus clientes. Mas eu podia jurar que não havia dormido mais do que o necessário.
Eu afastei as cortinas e observei um pouco a cidade.
Linda pela manhã também.
Fiquei assim por pouco tempo, decidi ir até o guarda roupa e escolher algo para vestir e em seguida começar a preparar meu banho.
Acho que devo ter pensado alto demais, ou algo parecido com isso. Nuala e Cerridwen tocaram à porta do meu quarto logo em seguida.
Eu caminhei até ela para receber as duas fêmeas.
– Bom dia, senhorita Lyra - as duas cumprimentaram em coro.
– Bom dia meninas! Vieram me ajudar, certo?
Ambas sorriram e entraram.
– Exatamente, como de costume eu irei preparar o seu banho e Nuala a ajudará com sua roupa.
Cerridwen afirmou enquanto já ia em direção ao banheiro.
Eu sorri para ela e voltei minha atenção para Nuala.
– O que gostaria de vestir nesta amanhã?
Nuala perguntou ao abrir o guarda roupa e analisar algumas opções.
– Hum...- murmurei.
Eram tantas opções de vestidos, calças, casacos...eu ainda ficava meio perdida ao ver tantas peças disponíveis para mim.
– Gostaria de vestir algo...
– Azul! - falamos juntas.
Nuala me olhou e deu um risinho.
– Vocês lêem meus pensamentos...- brinquei.
– Oh não...- Nuala começou - Só somos muito observadoras.
Eu ri.
– São muito boas por sinal.
– Tivemos um bom professor - Cerridwen falou do banheiro. - O banho está pronto.
– Tenho certeza que tiveram mesmo...- eu me levantei - Por sinal, existe algo que ele não seja realmente bom em fazer?
Nuala riu e pegou um vestido azul. Com os olhos fez uma pergunta silenciosa .
Eu apenas aprovei a escolha.
– O que a senhorita quis dizer com isso? - Ela perguntou em seguida.
Eu então refiz a pergunta mentalmente e obviamente fiquei envergonhada em seguida.
– Bem...é...eu quis dizer que...
Eu era uma abobalhada. Não conseguia pensar e formular as palavras e frases ao mesmo tempo.
– Tudo bem...não precisa explicar - Nuala falou ao mesmo tempo que escolhia sandálias para combinar com o vestido. - Eu entendi o que quis dizer.
– Pela mãe...
Minhas bochechas estavam quentes mais uma vez.
- Acredito que sabendo disso, e por conhecê-lo tão bem, a senhorita imagina que seu segredo estará bem guardado comigo.
– Claro que sim, mas eu...
Nuala apenas sorriu.
Convencê-la do contrário seria tempo perdido.
– Tudo bem senhorita, não cabe a mim contar a ninguém algo que é unicamente seu e - ela me olhou e deu um sorriso doce - dele.
– Obrigada querida.
Eu respondi um pouco sem graça. Talvez esconder os sentimentos de espiões muito bem treinados não seja algo fácil de se fazer.
Cerridwen saiu do banheiro novamente.
– Senhorita?
Ela me chamou, fazendo com que eu me concentrasse somente nela.
– Mil perdões, acabei me distraindo.
Falei ao andar até o banheiro. Depois disso todos os preparativos andaram como de costume. As gêmeas me ajudaram no banho e em seguida ajudaram com as vestes e maquiagem. Vestido azul, com alças finas e corpete ajustado no busto. Saia volumosa e até um pouco acima dos tornozelos. E nos pés, sandálias azul.
Meu cabelo elas insistiram em prender em um rabo de cavalo alto, com pequenas mechas soltas.
Antes de descer, corri até a penteadeira e peguei o bracelete de minha mãe. Eu o coloquei em meu punho e senti algo no meu corpo adormecer.
Então desci as escadas com calma, mas por dentro a minha vontade era de correr até a sala de jantar e ver se já o encontraria por lá.
Dormir depois da noite anterior foi difícil. Eu me lembrava de cada detalhe do jantar, ou do quase jantar que tivemos. As descobertas que tivemos, principalmente aquelas que envolviam meu passado, depois de um certo momento, passaram despercebidas por mim. Eu só conseguia lembrar de suas mãos me envolvendo e sua voz me confortando.
Quando eu iria imaginar que ele cantaria!? Que ele cantaria para mim!?
Ele nunca mencionou isso em nossas conversas, obviamente por ser muito reservado.
Eu não conseguia deixar de pensar em como fui privilegiada por ter acesso a essa parte dele. E era uma outra parte muito, muito sensível e bonita.
Enquanto tentava dormir na noite anterior, eu resgatei a lembrança, e permiti que a rouquidão da voz de Azriel me aninhasse. Eu me aconcheguei naquela sensação, como se ainda estivesse em seus braços e o sono me atingiu em seguida.
Agora eu estava caminhando em direção a sala, com mais um dia inteiro pela frente. Sem saber o que a mãe havia preparado para mim, mas eu segui com uma pequena esperança de vê-lo novamente e quem sabe, talvez, continuarmos a nossa conversa.
Quando entrei na sala, estavam todos, menos Azriel.
Algum trabalho urgente para as resolver, foi o que pensei.
Caminhei até a mesa e sentei ao lado de Morrigan.
– Bom dia! - cantarolei a todos.
– Bom dia, Lyra - Rhys respondeu sorridente.
Feyre sorriu para mim e Mor tocou o meu ombro.
– Nossa! - Cassian murmurou.
Eu o olhei confusa.
– O que foi, Cass?
Ele piscou algumas vezes.
Rhys escondeu a risada com a xícara que levou à boca.
Mor balançou a cabeça desacreditada.
– Ele quis dizer que você está muito bonita! - ela falou levando um dos pãezinhos à boca.
Feyre riu para logo em seguida dizer:
– Ele sempre precisa que alguém traduza isso para ele. O pobre bebê illyriano não sabe elogiar as damas.
– Eu sei muito bem como deve se tratar uma fêmea - ele rebateu.
– Sabe nada! - Mor provocou fazendo um gesto com as mãos.
Cass a encarou e respirou fundo e depois voltou seu olhar para mim.
– Você está forte, Lyra!
Feyre e Morrigan só faltaram engasgar com a bebida. Rhysand cruzou as pernas e levou uma das mãos próximo aos lábios. O Grão-Senhor riu disfarçadamente de seu irmão
– E isso lá é elogio, Cassian? - Mor o irritou mais uma vez.
Cass deu de ombros.
– De onde eu venho, é!
– Deve admitir que ele está certo! - Rhys acrescentou.
As meninas riram mais uma vez.
– Obrigada Cass, é bom saber que estou melhorando a cada dia!
Cass abriu um sorriso e depois me encarou sério.
– Precisamos treinar você!
– Como?
Todos ficaram em silêncio!
– Eu quero treinar você! Você está forte agora e mais saudável, é bom que saiba lutar.
Mor me encara e me dá um sorriso sutil.
– Talvez seja bom para você, Lyra - ela fala com a voz doce. - Esperamos que não precise usar as habilidades, mas é importante que saiba como se defender…
– E a julgar a sua atual companhia…- Cassian interrompe e com o olhar indica que estava sobre si e o círculo íntimo - Não podemos afirmar que não vamos nos meter em alguma confusão - ele fala com um tom de deboche, mas eu pude sentir uma preocupação vindo do general.
– Não diga uma coisa dessas nem brincando, Cassian… - Mor repreendeu.
– Seu otimismo é empolgante, Cass - Feyre provocou.
Cassian fez um gesto com as mãos como se fosse uma reverência ou um agradecimento.
– Ele está certo! - Rhys acrescentou.
Eu o encaro e Rhys sorri para mim.
– Tudo bem! - Olho para Cassian dessa vez - Quando começamos?
– Hoje mesmo! Durante a tarde, no acampamento illyriano.
– Hoje!?
– Exatamente.
– Vou pedir para Nuala e Cerridwen ajudar você com as roupas para o treino - disse Feyre.
– Por mim está ótimo!
Eu sorri pra ela e então voltei a comer.
– Se o couro illyriano realmente ficar bem em você Lyra…- Cass voltou a dizer - Significa que você está no lugar certo.
***
Depois de algumas horas e longas conversas com Feyre e Morrigan, eu subi para meus aposentos novamente. Nuala e Cerridwen já estavam em meu quarto, em minha cama estava estendida uma vestimenta preta, toda feita de um couro grosso. Muito diferente do que eu estava acostumada a ver. As gêmeas me ajudaram a vestir a calça e depois a blusa e a jaqueta. Era impressionante como era fácil se movimentar ali dentro. Uma impressão que era impossível saber ao olhar de fora. Já que parecia que ele estava colocado ou até pintado em meu corpo de tão agarrado que era na pele.
Eu vesti uma bota e presas em minha pernas haviam algumas armas. Eu as encarei por um tempo.
– Não se preocupe…- Cerridwen falou com delicadeza- não será preciso usá-las.
Eu sorri para ela e deixei que Nuala terminasse de trançar meus cabelos.
Quando eu já estava definitivamente pronta, eu saí de meu quarto e caminhei até a sala novamente.
Pude escutar cochichos de todos conversando, mas não consegui entender o que era. E também não seria educado espiar a conversa alheia.
Quando entrei no local, Feyre me olhou e sorriu.
– Cassian estava certo…- ela disse se aproximando - combinou perfeitamente com você - Disse referindo ao couro -. Está no lugar certo, afinal.
***
O acampamento era gélido. Eu não conseguia saber se tremia de frio ou de medo. O couro que me vesti estava gelado e parecia piorar as minhas sensações. Eu tentei disfarçar, não queria que Cassian pensasse que eu era fraca. Não quando ele mesmo ofereceu o seu tempo para me dedicar a treinar.
Feyre disse a mim, um pouco antes de atravessar para cá, que Cassian sentia no sangue e sabia quando alguém merecia sua atenção e tempo para ser treinado por ele.
Cassian é capaz de reconhecer um sangue guerreiro de longe.
Essas foram as palavras da Grã-Senhora.
Eu andava em silêncio um pouco atrás de Cassian, eu observava o local com atenção. A neve branca que cobria o chão e as montanhas altas. Ao céu alguns Illyranos treinavam. Havia muitos ruídos e espadas se chocando uma à outra.
Cassian caminhava como se tivessem indo para a guerra.
– Isso é medo ou frio?
Ele perguntou antes de parar subitamente, quase fazendo o meu corpo chocar com o dele.
Eu parei e o encarei. Precisei fazer força para engolir qualquer sensação.
Ele olhou em meus olhos.
– Ou talvez seja ou dois! - afirmou.
Eu deixei minhas costas eretas e estufei o peito.
– Não estou com medo! - Menti descaradamente - E também não estou com frio.
Ele deu um risinho.
– Seus dentes batendo uns aos outros te denunciaram - eu trinquei com dentes -. E você fechar sua mandíbula com tanta força assim só confirma essa teoria.
Eu revirei os olhos e mostrei a língua a ele.
Cassian riu, o que estranhamente acalmou minha angústia.
– Essa é a sua primeira lição, Lyra querida... - disse a mim virando o corpo e voltando a caminhar pela neve - Nunca deixe o inimigo saber que sente medo!
Eu corri um pouco até alcançá-lo e caminhei ao seu lado.
– Você não é meu inimigo!
Ele assentiu sem olhar para mim.
- Eu não! Mas muitos... - ele hesitou em dizer - quando descobrirem que está aqui, que está conosco, muitos podem vir a ser. Por isso quero treiná-la, não quero que se machuque de novo e muito menos que dependa de nós para se defender.
Você já mostrou que não precisa, sobreviveu todo esse tempo sozinha, mas acredito que isso seja necessário.
Eu assinto.
– Tudo bem! - eu dou um leve sorriso - Acho que estou pronta!
– Você acha?
Ele ergue as sobrancelhas e sorri. Era engraçado como Cass tinha o poder de quebrar qualquer sentimento estranho que eu sentia. Era como se ele conseguisse quebrar um gelo que me impedisse de ser eu mesma. Não tinha dúvidas que Cass era um grande amigo... Quem o tivesse ao seu lado seria uma pessoa de sorte.
E eu me sentia muito bem por tê-lo ali, ao meu lado.
Eu ri para ele e então, começamos a conversar sobre outras coisas, nada muito importante. Eu confesso...
Estávamos indo bem, caminhando até um dos Campos de treinamento, até o sorriso de Cassian se fechar e ele simplesmente parar.
Em nossa frente estava um outro illyriano. Esse parecia ser muito mais velho que os únicos illyranos que conhecia. O rosto era tão frio quanto o lugar onde estávamos. Nada nele era igual aos outros.
Ele tinha um olhar de desprezo. Como se ali em sua frente estivesse algo tão insignificante que ele não perderia seu tempo com tal coisa.
– Devlon...- Cassian parecia cuspir aquele nome.
O macho não respondeu.
Em vez disso, ele direcionou seu olhar a mim. Aquele olhar frio e calculista explorou todo meu corpo. Eu o vi olhar para o couro illyriano que vestia e as adagas presas em minhas pernas e cintura.
Assim que estava satisfeito e provavelmente já tinha feito toda a sua análise. Ele falou, ainda sem tirar os olhos de mim.
– Gostaria de saber quem é está!?
"Não lhe interessa!"
Foi o que tive vontade de responder.
Cassian tinha o rosto inexpressivo.
– Uma amiga!
Ele respondeu apenas.
Ele finalmente tirou os olhos de mim e passou a olhar para Cassian.
– Agradeceria se vocês parassem de trazer suas amigas - ele usou um tom insinuando que não era isso que éramos, exatamente - em meus acampamentos.
Cassian ergueu as sobrancelhas e deu um de seus sorrisos debochados.
– Seu acampamento!?
Cass repetiu as palavras.
– Não estou com tempo e muito menos paciência para discutir qualquer assunto com você, Devlon - Cass me olhou.- Vamos começar o seu treinamento logo.
Eu assenti e ameaçamos dar alguns passos, mas Devlon nos interrompeu.
– Avise a Rhysand...que eu não quero que seus cães tragam seus crias para dentro de meus campos.
Eu franzi a testa.
Seus cães.
Suas crias.
Era assim que os tratavam. Como se meus amigos fossem seres desprezíveis e insignificantes. E agora eu faço parte disso. Eu era parte de todo aquele desprezo.
Eu fechei as mãos em punhos.
E senti a raiva que a algum tempo não sentia.
Eu dei um passo para frente e o encarei.
– Para quem os chama de cães...Devlon, você tem latido muito!
Cassian engasgou segurando o riso e eu pude sentir o corpo do outro illyriano ferver de ódio, mas eu estava exausta de presenciar e ser humilhada. Eu estava decidida a nunca mais permitir a me humilhar novamente. E agora que finalmente tinha amigos, não permitirei o mesmo com nenhum deles.
Eu dei mais dois passos na direção do macho. Meu corpo parecia estar anestesiado. Eu não sentia frio, não sentia medo e mal conseguia ouvir meus pensamentos dentro da minha cabeça. A única coisa que sabia que sentia era raiva. Raiva pelo olhar dela a mim e a Cassian. Raiva pelo desprezo em sua voz…
Era como se uma parte minha adormecida a muito tempo tivesse despertado.
Eu ergui o queixo.
– Rhysand decidiu que eu treinaria aqui. Cassian decidiu que eu treinaria aqui! - Falei - Portanto, assim o farei - Eu revidei com o olhar o mesmo desprezo que recebemos minutos atrás. - Eu sugiro ao senhor que ignore nossa presença aqui, e que volte ao seu trabalho. Caso contrário, garanto que eu e Cassian teremos o prazer de deixar nossas estadias aqui ainda mais desconfortáveis para o senhor.
Eu abri um sorriso doce e fingido.
Eu o vi fechar a mandíbula com força.
Voltei a olhar para Cassian. Eu não sabia se aquele sorriso era de orgulho ou de surpresa. Ou simplesmente por achar graça da cara irritadinha de Devlon.
– Podemos ir? - perguntei a ele.
Cassian andou até mim novamente e tocou meus ombros.
– Claro!
Antes de passarmos por Devlon e deixarmos ele para trás. Cassian o encarou e acenou com a cabeça e então seguimos o nosso caminho novamente.
– Quem é este afinal?
Cassian riu.
– Um dos lordes do acampamento.
– E eles são sempre tão educados assim!? - perguntei ironicamente.
– Esse é o mais educado deles. - Eu o encarei - Posso dizer que os outros são bem piores quando se trata de mim, Azriel e Rhysand.
– Eles são os inimigos que você mencionou?
– Pode ser que sim…- Casa engoliu seco.
– Porquê eles os odeiam tanto?
Cassian deu um meio sorriso.
– Eles precisaram treinar e abrigar um mestiço e dois bastardos - ele me encarou-. E são orgulhosos e desprezíveis demais para aceitar que esses três juntos são melhores que eles.
Cassian bateu os dedos em um dos sifões.
– Fala isso por conta dos sifões, certo? O que você e Azriel usam para controlar os poderes…
Ele sorriu.
– Azriel andou te dando aulas?
– Talvez… - respondi com um sorriso.
Quando notei já estávamos no nosso local de destino.
Cassian parou diante de mim.
– Posso explicar tudo para você depois, mas agora vamos ao que interessa… Está pronta!?
– Você está me perguntando por educação ou porque pode realmente mudar de ideia?
– Por educação! - respondeu com um sorriso de lado e se afastando de mim.
Eu revirei os olhos.
– Então eu estou pronta…
***
Escrito por Becca e Ju ❤️
Espero que gostem!!!
Até semana que vem 🥰
Fiquem bem meus amores 🧡🧡🧡
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