Capítulo 23
Oieee!!! Tudo beeem???
Capítulo novo!!!! Yaaaaaaay....ainda essa semana tem mais um....ele sai amanhã ou sexta, tá???
Prometo pra vocês 💖💖
Boa leitura ❤️
***
Lyra
Estava sentada à mesa da cozinha, acordei mais tarde do que deveria. Aquela energia poderosa que liberei outro dia, resultou em um mal estar e fortes dores de cabeça. Eu não queria e também não tinha paciência para falar sobre o que havia acontecido. Sobre aquela fêmea misteriosa e sobre qualquer que fosse a história que ela contaria. Azriel também não tocou no assunto e eu agradeci a mãe por isso. Balanço a cabeça afastando os pensamentos e as lembranças, quando uma pontada de dor alertou minha cabeça.
Revirava os ovos mexidos do meu prato sem ter vontade de comer, ouvi um barulho vindo da sala e olhei para a porta, vendo Lucien entrar.
-Lucien! -disse animada e me levantei para ir até ele.
-Oi Lyra! -ele me abraçou e me deu um beijo na testa- Você está bem?
Na nossa última conversa eu estava chorando. Abri um sorriso.
-Estou sim! -disse o olhando- e você? O que trás você aqui?
– Estou bem - ele responde enquanto toma o lugar vago em minha frente. - Vim resolver algumas coisas com a Feyre, mas ela não está.
– Aconteceu algo? - perguntei preocupada.
– Não, não aconteceu nada, não se preocupe - ele deu um sorriso gentil.
– Ah - murmuro - entendi. Então você está livre durante a tarde ?
Lucien me fitou e me deu um largo sorriso.
– Se for para te fazer companhia.- ele sorriu- Sim, eu estou!
Abro um sorriso tão largo quanto o dele. E pergunto esperançosa:
-Quer dar uma volta?
-Claro! -ele me respondeu assim que terminei a frase.
-Ótimo! -acabei rindo baixinho- Me espere aqui.
Subi as escadas e fui direto para o meu quarto, assim que cheguei fui direto para o armário e busquei algumas roupas de frio. A casa estava aquecida, uma delícia, o que me permitia usar os lindos vestidos que Feyre disponibiliza para mim. Eu os amava, mas quando se tratava em caminhar pelas ruas de Velaris, eu optava por calças e casacos bem grossos. Encontrei uma calça preta e vesti botas que terminam um pouco acima do joelho, nunca vesti algo assim antes. Coloquei um casaco branco, que marcava a minha cintura, o que me ajudou a perceber que havia ganhado um pouco de peso.
Eu encarei meu reflexo no espelho. E sorri para a fêmea que estava voltando. Sorri para a imagem da antiga Lyra que estava voltando.
Fui até a penteadeira e peguei alguns grampos decorados, puxei um pouco a lateral do cabelo e coloquei os grampinhos, eles pareciam pequenas estrelas nos fios castanhos. Por outro lado eu deixei solto, o ondulado dos fios desenhava meu rosto, o que me fez sentir linda.
Assim que acabo de me aprontar, eu desço as escadas correndo. Lucien já estava à minha espera no hall de entrada. Seus olhos me fitaram e ele abriu um leve sorriso.
– Você está muito bem! - ele disse um pouco envergonhado.
– Quis dizer bonita? - a pergunta saiu rápida demais.
Algo em Lucien me despertava confiança. Eu não conseguia explicar direito a sensação que ele me trazia..., mas estar com Lucien me deixava à vontade, como eu ficava com Nymeria.
Eu sorri ao lembrar dela.
Era isso!
Estar com Lucien me lembrava de como eu podia ser com Nymeria, e eu gostava disso. Eu precisava disso.
Lucien sorriu mais uma vez.
– Sim! É exatamente o que quis dizer.
– Obrigada - eu agradeci fingindo fazer uma reverência, o que fez o feérico soltar uma risada. Eu o fitei dessa vez . - Você também está, até que apresentável.
Termino com um risinho irônico.
O ruivo leva a mão ao peito e faz a mesma reverência fingida.
– Oh...- ele exclama - muito obrigado senhorita.
Eu reviro os olhos fingindo um tédio que não existia e ele gargalha.
– Vamos logo! Antes que você perca a honra de desfrutar da minha companhia.
Eu falei enquanto dava alguns empurrõezinhos em Lucien para a direção da saída.
– Isso seria horrível! - ele respondeu com sarcasmo.
Eu devo ter ativado algum modo sarcástico do feérico.
Eu ri e a risada de Lucien acompanhou a minha quando finalmente saímos da casa. Foram exatamente cinco passos em direção a saída, até o instinto traidor de Lucien, e o meu, é claro, fizesse com que nossos olhares voltassem ao jardim.
Não foi novidade a pontada de dor que senti no peito.
Ao fundo, sentados em um banco em meio às flores, estavam Azriel e Elain, eles estavam conversando. Ela falava alguma coisa que fazia o illyriano prestar muita atenção. A conversa parecia estar interessante, já que nenhum dos dois notava a nossa presença ali.
Eu escondi minhas emoções, era boa com isso, sempre fui. Então, decidi voltar a minha atenção a Lucien e o que eu encontrei me machucou ainda mais.
Seu olhar estava triste, eu tive tempo o suficiente para vê-lo engolir seco e encerrar o maxilar. Ele estava tenso.
Eu respirei fundo e impulsivamente segurei sua mão com força e comecei a puxá-lo para longe dali.
– Vamos raposinha...já enrolamos demais!
Falei enquanto marchava para a rua de paralelepípedos.
Eu vi Lucien recuperar os sentidos e me olhar confuso.
– Raposinha ? - Ele perguntou surpreso com o apelido.
Eu senti minhas bochechas esquentarem. Só então notei o que acabara de fazer.
Dei um apelido a um macho que conheci há apenas algumas semanas. Olhei para Lucien de novo, para o meu alívio ele estava sorrindo. Bom, isso era bom.
Então eu dei de ombro e respondi:
– Vou chamá-lo assim daqui por diante...- falei enquanto já caminhamos por Velaris - irei deixar "Lucien" para quando você me irritar.
Ele gargalha.
– E o que faz você achar que eu faria algo do tipo?
Eu o olho como quem diz: É sério mesmo?
– Tenho motivos para achar que você jamais o faria? - eu o rebato.
– Não! - ele responde com um risinho irritante.
– Então irei mesmo deixar o "Lucien" como reserva, porque sei que você fará questão que eu o use uma hora ou outra.
Nós andamos por mais alguns metros. A minha cabeça traidora ainda pensando na sua reação quando os viu. Eu não queria estragar o momento, mas eu sabia que se não perguntasse e não conversasse sobre isso... aquilo iria me torturar por muito tempo.
– Você está apaixonado por ela? - perguntei de uma vez.
O feérico não ficou surpreso com a pergunta.
– Não sei.
– Você ficou triste quando a viu.
– Ela é minha parceira, Lyra...
– Eu sei, eu sei...mas é que...- hesitei um pouco - nem sempre os parceiros se apaixonam.
A pontada de dor voltou novamente.
– Eu não sei... talvez eu esteja, - ele volta a dizer - ou, talvez, eu só tento me aproximar para saber se é possível que isso aconteça algum dia.
– Entendo...- eu tiro uma mecha de cabelo do meu rosto - você poderia me contar como foi que você descobriu a parceria?
Ele me encara.
– Pensei que já soubesse.
– Ah não, eu não conheço a história. Você contou sobre a forma como contou a ela, que não gostou muito bem, mas não me contou o que aconteceu.
– Não pensou em perguntar a Feyre?
Eu faço um sinal de negativa com a cabeça.
– Pensei que como a história é sua...você que deveria contar, caso se sinta à vontade, é claro.
Ele deu um meio sorriso e depois um suspiro. Preparando-se para começar.
– Bom... quando eu morava na corte primaveril, era o melhor amigo de Tamlin, o ajudava em tudo que precisava, estava sempre com ele quando se tratava de compromisso da corte ou algo assim. -ele suspirou- Na época em que ele estava planejando sua vingança contra Rhysand para ter Feyre de volta, ele acabou se aliando a pessoas perigosas.
Só o observava a contar, não conseguia dizer se quer uma palavra, já ouvi essa história antes, todos do círculo íntimo já me contaram, mas ouvir do Lucien era diferente.
– Ele se juntou à sacerdotisa Ianthe, já se conheciam, eram amigos, mas na época a proximidade era maior. Logo em seguida, Tamlin se aliou à Hybern também. -ele balançou a cabeça, como se aqueles pensamentos trouxessem dor- Então um dia fomos até o rei, pois ele tinha um plano para devolver Feyre a Tam. E quando chegamos lá, todos do círculo íntimo tinham sido capturados.
“Ianthe então tinha capturado as irmãs de Feyre, pensando que assim a faria ceder, mas ela não cedeu. Foi aí que Nestha e Elain foram jogadas no caldeirão. Eu estava muito assustado, pois nunca tinha visto isso e nem sabia o que poderia acontecer, então as duas saíram. -ele me olhou- Saíram feéricas, e quando eu as observei, Elain principalmente, o laço de parceria se firmou e foi quando eu disse a todos, dominado pela emoção quem ela era - ele dá de ombros e me encara. - O resto você já sabe.”
A lembrança fez com que Lucien se entristecesse e eu não aguentaria vê-lo de tal forma.
– Então você olhou para ela e disse: Você é minha parceira...foi isso?
Eu não sei ao certo qual o tom que usei para perguntar isso, mas isso o fez olhar para mim com os olhos arregalados e em seguida soltou uma gargalhada nervosa.
– Isso, desse jeito mesmo.
A expressão que Lucien fazia foi o bastante para que eu gargalhasse como a muito tempo não fazia. Ele me assistia e quando notei eu tentei recuperar a consciência.
– Desculpe rir, é que...
– Tudo bem, se for analisar a situação...- ele dá de ombros - Um macho chegar do nada e dizer que é seu parceiro...- ele hesita um pouco e esfregou as têmporas- Ela deve ter me achado um louco.
Eu sorri...
– As melhores pessoas são.
Ele me olhou confuso.
– Como?
– As melhores pessoas são loucas. Uma amiga sempre me dizia isso..- Nymeria, lembrei da minha amiga mais uma vez.
Lucien sorriu.
– Eu tenho certeza que muitas fêmeas adorariam que um macho fosse até elas e dissesse uma coisa dessas. Principalmente se fosse você.
Nunca o vi ficar vermelho daquela forma, ele não falou nada só me encarou e sorriu, então voltou a olhar para frente.
-Eu... desculpa. -não quis deixa-lo sem graça.
-Não peça desculpa, você não fez nada. - ele me encara e sorri gentilmente - Na verdade é uma honra ouvir isso de você.
Dou uma risada sem graça, e paro para analisar, como eu queria que o Az chegasse assim. Seria muito bom que ele soubesse. Mas ele e a… balancei a cabeça desfazendo os próximos pensamentos.
-Estava pensando em que? -ele me perguntou e eu o encarei.
-Desculpa, o que disse? - perguntei recuperando a consciência.
Ele me olhou e me analisou um pouco.
-Não quero ser indelicado...-respirou fundo- mas estava pensando nos dois?
Dei um suspiro e encarei o chão.
-Eles? Eles tem alguma coisa? -não tinha certeza se queria ouvir a resposta.
Lucien parou e me olhou, então colocou suas mãos no meu ombro e acariciou os meus braços.
-Não! Pelo menos não que eu saiba. -ele me olha- Não fique assim. Vai dar tudo certo, para nós dois.
– Está tudo bem! - menti - Eu estou bem…- menti mais uma vez torcendo para meus olhos não me entregarem.
Lucien me encarou, analisando e sentindo cada emoção minha.
Ele parou e levou suas mãos aos bolsos na calça.
– E pretende contar a ele?
– Não - eu respondi sem encarar as mechas vermelhas.
– Lyra, você…
– Não irei contar! - Eu o interrompi com um tom desesperado.
– Tudo bem, me desculpe, não queria deixá-la nervosa.
Eu senti outra pontada na cabeça. Eu estava perdendo o controle.
Eu esfreguei as têmporas e me sentei em um banco, próximo a nós. Lucien andou rápido até mim e sentou ao meu lado.
– Me desculpe, não queria mesmo deixá-la assim - ele pediu com uma culpa que foi de partir o coração.
– Não querido, não se preocupe. Não é culpa sua…- eu virei meu rosto e olhei para ele - Eu simplesmente não conto para ele porque eu não posso, Lucien.
– Por que não pode ?
Eu soltei um suspiro pesado, era como se agora, depois de dizer o que eu estava prestes a dizer, tudo faria sentido. Eu teria que entender e aceitar que aquela seria a verdade. E eu não queria...porque no fundo eu ainda queria ter um pouco de esperança.
– Você não se pergunta o porque ele ainda não sentiu o laço? - indago - Ou então se ele já sentiu e optou por não fazer nada? Ou se ele simplesmente sentiu e resolveu ignorá-lo?
Lucien não me respondeu, apenas me encarou e engoliu seco.
- Eu faço essas perguntas diariamente, dia após dia, eu já pensei e já tive oportunidade de contar a ele várias vezes, mas eu não consigo. Eu não consigo porque eu sinto que o coração de Azriel está fechado para isso, está fechado para mim. Como sentir um laço quando se tem um amor tão poderoso dentro no peito? Como vou lutar com um sentimento que ele carrega a tanto tempo?
" Eu não sei se tenho forças e cabeça para isso agora. Eu estou livre e me recuperando. Eu estou me reconstruindo. Mesmo que Azriel aceitasse o laço, eu não sei o que faria. Ele merece alguém completo, eu não estou assim, pelo menos não nesse momento."
Eu paro por alguns instantes.
– Eu não quero e nem posso contar a ele agora.
Eu não sei em que momento eu comecei a chorar, só notei as lágrimas quando senti a pele quente das mãos de Lucien em minhas bochechas.
– Não chore...eu sinto muito por sentir-se assim.
Eu pisco algumas vezes e permito que ele continue com o toque.
– Obrigada…- agradeço baixinho - podemos...podemos falar de outra coisa?
Lucien retira a mão de meu rosto e ajeita o casaco.
– Claro, o que quer fazer?
Eu penso por pouco tempo.
– Podemos comprar alguns doces. Mor disse que tem um lugar ótimo aqui por perto.
Lucien sorri.
– Ontem comemos muitos doces.
E ele não estava errado, na hora do café, o feérico me fez companhia e eu o fiz comer vários doces diferentes.
Eu sorri.
– Doce faz bem…- eu o encaro- Talvez se você comesse um pouquinho mais, você seria menos ranzinza.
Lucien gargalha mais uma vez, com direito a mãos na barriga e batidas na coxa.
– Estou falando sério Raposinha!
Lucien para de gargalhar, mas ainda continua sorrindo.
– Preciso avisar a sua Grã-Senhora que ela terá problemas com o estoque de açúcar na cidade. Porque se depender da senhorita…
Eu não o deixei terminar de falar. Eu mostro a língua e depois o dedo. O macho faz uma careta surpresa e volta a rir. Eu reviro os olhos e me levanto batendo os pés.
– Vamos logo Lucien!
Ele ri mais uma vez.
– Está bem docinho, já vamos! - ele diz enquanto se levanta e ajeita a roupa.
Eu o encaro.
– Docinho?
Lucien faz uma cara convencida.
– É uma troca Lyra, você me chama de raposinha e eu te chamo de docinho.
Ele provoca e pisca para mim.
– Mas você está usando um tom provocativo - respondo cruzando os braços.
Lucien ri e coloca as mãos em meus ombros.
– Eu nunca faria tal coisa. Será que podemos ir agora?
Eu mostro a língua mais uma vez antes de sair batendo os pés na frente do macho.
Eu consigo ouvir a risada abafada pela distância atrás de mim. Quando eu percebi eu sorria também.
***
Escrito por Becca e Ju ❤️
Espero que gostem 💖💖
Até mais...
Amamos vocês 🧡
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