Capítulo 2
Oii gente...
O último capítulo foi bem difícil né?
Eu fiquei pensando tbm que era forte para um primeiro capítulo...mas era preciso.
Vou explicar o porquê...
Lyra teve parte de sua vida roubada por estar presa. Ela por muito tempo acreditou que aquele era o destino dela e só depois de um tempo que ela voltou a ter esperança.
A história de Lyra fala muito sobre reconstruir...reconstruir sua história, voltar a acreditar que existe o amor e a esperança.
E quando ela diz: "eu acredito que existe algo melhor para mim"...bem, para alguém que sonhava e amava intensamente...voltar a ter essa esperança é algo mágico.
Gostaria que vocês sentissem essa magia também.
Gostaria que vocês acompanhassem essa chama voltar a nascer de novo em Lyra...
Eu não podia mostrar tudo isso a vocês sem mostrar as lutas e as dores que ela passou. Acho que não seria justo.
Todos nós temos uma história...vivemos uma história.
Eu amo a Lyra com todo o meu coração...não faria nada disso se não acreditasse e sonhasse assim como ela.
Eu preciso contar a história de Lyra por completo a vocês.
E mostrar como o poder de acreditar, amar e sonhar pode levar você aonde você quiser.
É isso...
Espero que gostem do próximo capítulo.
Ele é leve e doce e tranquilo de ler...
Tudo o que o Azriel merece depois de tanta guerra e sofrimento.
Boa leitura.
Todo o meu carinho a vocês.
Beijos, Julia ❤️
Azriel On
Era um dia frio. Sentia cada dor do ar gelado tocando a pele exposta do meu rosto. O frio era tanto que nem as várias camadas de tecido somadas ao couro illyriano o impediam de chegar até meu corpo. Sentia uma pontada... Como se tivessem mãos arranhando a pele sensível de cada cicatriz de minhas mãos. O mesmo acontecia com minhas asas, cada cicatriz latejava ao toque do vento gelado.
Nessas horas eu tremia, mas não pelo frio. Eu já acostumara com ele. O tremor era da raiva. Raiva por causa da lembrança que vinha em minha mente. Me via pequeno e trancafiado, dia após dia, sendo torturado, não só fisicamente, essa dor eu conseguiria suportar. Mas era minha alma que era a mais torturada. Cada instinto meu era reprimido. Fui impedido de treinar. Fui impedido de voar. A mim foi negado tudo o que se era digno dos machos de minha espécie. Enquanto a minha mãe...mal podia vê-la.
Pensei que quando fosse liberto tudo mudaria.
Claro que não aconteceu.
Eu ainda era um bastardo. Desprezado por todos em minha volta. Bastardos não eram bem vistos, não eram bem recebidos. Eram humilhados. Assim como Cassian foi por muitas e muitas vezes. Mesmo hoje, sendo o general dos exércitos illyrianos ele ainda era julgado e menosprezando. Enquanto a mim, só fui recebido em um acampamento por ser um encantador de sombras.
As sombras que muitas vezes são minhas únicas companhias. O único abrigo. Mesmo que agora eu tenha um lar.
Uma família.
Uma corte.
A corte dos sonhos.
Eu pertencia a eles, fazia parte deles. Daqueles que sonham. Talvez a mudança agora não seria mais nos outros. E sim em mim.
Hoje estou aqui. Acordado ao alvorecer. Exposto ao vento frio. Treinando a Grã-Senhora da corte noturna. Parceira de meu irmão. Minha amiga e família. Treinando algo nela que por muito tempo também fui impedido de desenvolver.
Feyre e eu tínhamos algo em comum, afinal.
- Concentre-se - falei.
- O que?
Feyre me olhou com irritação do céu. Eu resolvi dar as instruções sentado em uma das enormes rochas como já era de costume.
- Você não está se concentrando o suficiente quando faz o pouso.
Feyre voou até minha direção. Irritada. Ao aterrissar perdeu um pouco do equilíbrio. Ainda não se acostumou a andar enquanto aterrissava, mas a Grã-Senhora é orgulhosa demais para admitir tal dificuldade. Quase engasguei ao segurar o riso.
Ela me encarou e cruzou os braços.
- Está dizendo que ainda não estou boa o bastante? - Perguntou irritada.
- Não! – Afirmei - Estou dizendo que suas aterrissagens são péssimas.
Ela deu de ombros.
- Rhysand fala que eu estou ótima!
Eu engasguei segurando o riso.
- Claro que ele diz – rebati com deboche.
Feyre mostrou a língua para mim.
- Vamos Grã-Senhora...continue seu treinamento...- pedi.
- Estou cansada...deixe-me descansar um pouquinho?!
- Tudo bem...sente-se um pouco, depois voltamos.
Feyre se ajeitou e sentou ao meu lado.
Ficamos observando o bosque por uns instantes em silêncio.
Acho que o silêncio não faz muito bem a ela ou simplesmente Feyre não consegue ficar muito tempo sem falar.
- Az...- ele chamou – Você...você acha que Elain...acha que ela um dia vai se acostumar com a vida que tem agora?
- De tempo a ela Feyre...nem todos encaram as situações da mesma forma. Você pode ter lidado melhor...talvez até Nestha... – eu senti um arrepio só de mencionar o nome da irmã mais velha- Sua irmã tem o jeito dela, deixe que ela encontre a melhor forma de lidar com tudo que aconteceu.
Feyre suspirou.
- Mas...ela é uma clarividente...ela deveria treinar esse...
- Ela terá tempo o suficiente para isso quando estiver pronta, Feyre.
- Você vai ajudá-la? – Feyre me encarou- Quero dizer...quando ela estiver pronta...você a treinaria?
- Não sei se sou a melhor opção para tal coisa, Feyre.
E eu não sabia mesmo.
- Por favor! Por favor! Elain confia em você...e eu também... Por favor, Azriel.
Eu a encarei.
Soltei um longo suspiro.
- Tudo bem – respondi por fim.
Feyre sorriu.
- Promete?
Suspirei de novo.
- Prometo.
Feyre bateu palmas em comemoração.
Eu não sabia como me sentir. Sei que não me sentia confortável com esta situação, mas pela minha família eu faria.
Não era segredo para mim o que passa na cabeça de Feyre em relação a mim e sua irmã e ainda em relação a Lucien.
Essa não é uma situação da qual eu gostaria de me envolver.
O sorriso de Feyre se fechou.
- Me desculpe por insistir Az...- ela pediu, sua voz agora era de tristeza – é que eu me preocupo com ela Azriel...minha irmã não é mais a mesma...ela está melhorando, eu sei disso, mas mesmo assim. Eu...eu sinto que com você...ela consegue ser mais parecida com que era no passado. Eu acho que talvez...
- Feyre!
Eu imaginava o que ela queria dizer.
- Eu só...
Eu a olhei implorando para que ela não continuasse.
- Tudo bem...não vou falar mais nada.
- Obrigado! – Agradeci – Agora volte a treinar...já descansou o suficiente.
Ela bufou enquanto levantava.
- Vocês illyrianos conseguem ser bem insuportáveis quando querem, sabia?
Eu sorri.
- E você consegue reclamar demais quando quer – rebati. - Vamos...aproveite que não tem muitos pinheiros altos para você esbarrar.
Eu gargalhei quando minha Grã-Senhora mostrou o dedo para mim.
- Dormiu com o Cassian e acordou todo debochado?
Ela perguntou antes de voltar ao céu.
Escrito por Julia.
Espero que tenham gostado...
Até o próximo...
Beijooos ❤️❤️
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top