OIIEEEEE

Como vocês estão?

Hoje capítulo saiu um pouquinho mais cedo!!!

Boa leitura ❤️❤️

Lyra

Eu observava a cidade pela janela. Nem mesmo a neve carregada tirava a beleza de Velaris. Eu ainda não conhecia a cidade, pelo menos não de perto. Feyre e Rhysand passavam horas se desculpando por não me levarem para conhecer a cidade, mas eu sempre dizia para não se preocuparem com isso. Cassian se ofereceu algumas vezes para voar comigo e me mostrar a cidade dos ares...só que a ideia de estar voando, ainda me deixava um pouco nervosa.

 Enquanto isso passava horas e horas na biblioteca particular da família. Um dos meus passatempos favoritos era a leitura. Amava como os livros tinham o poder de me abraçar e me guiar para suas histórias. Eu as vivia e as sentia na pele.

Quando Azriel me levou para conhecer a biblioteca pela primeira vez, meu coração parecia que sairia do corpo a qualquer momento. Eu jamais vi tantos livros juntos em toda minha vida, não em uma biblioteca particular. Feyre disse que eu poderia ficar a vontade para ler e usar a biblioteca quando quisesse, já que agora estava quase sempre vazia. E então, assim o fiz. Por alguns dias fui companhia dos livros e eles fizeram o mesmo por mim. Eu me dei o luxo de conhecer cada parte daquele lugar maravilhoso. Estava tão faminta pela leitura que nem me dei ao trabalho de contar quantos livros que acabará de ler. Só sei que quando encerrava um eu ia até a primeira prateleira que visse. Fechava meus olhos, tocava um dos livros e então deslizava meus dedos...de olhos fechados e entregue a sensação de que o destino escolheria a história perfeita para mim. Quando meu coração dizia que era a hora, eu abria meus olhos e retirava o livro que meus dedos tocavam. 

Histórias lindas, tristes, surpreendentes...romances, guerras e fantasias. Fora tudo o que li. 

Nuala e Cerridwen entram em meu quarto poucos minutos depois.

— Boa dia senhorita! - as duas cumprimentaram em coro.

Eu sorri. 

Senhorita...era tão estranho ouvir alguém me chamar de tal coisa.

— Ah por favor, não precisa de toda a formalidade comigo... - pedi com simpatia - Podem me chamar de Lyra, acho que nós três ficaríamos mais a vontade se me chamarem assim. 

— Como preferir! - Cerridwen respondeu enquanto Nuala seguia para o banheiro - Podemos começar a preparar seu banho? Já estão todos prontos esperando a se…- eu a encarei e ela sorriu, logo em seguida corrigiu- você para o café.

— Claro! 

Eu ainda me impressionava com a habilidade das duas em preparar banhos. A água parecia aquecida pelos deuses. O cheiro dos produtos… Não era atoa que sempre que acabava de me aprontar eu me sentia linda e confiante. As gêmeas me vestiram com um vestido com um tom verde claro, quase não era possível notá-lo.

Quando estava próxima a sala de jantar, pude ouvir Azriel e Cassian em mais uma de suas discussões casuais.

— Você e sua mania insuportável de não nos deixar comer enquanto não estão todos a mesa - Cassian esbravejou.

— Pare de ser esfomeado, Cassian - Azriel rebateu. - Ela já está descendo. 

Eu dei alguns passos rápidos e então entrei no local.

— Me desculpem o atraso...eu perdia a noção do tempo enquanto olhava a neve lá fora.

Eu corri levemente até a mesa. Antes que chegasse ao meu lugar, Azriel se levantou e foi até o outro lado da mesa, puxou a cadeira ao lado de Feyre - a que eu costumava ocupar, e então esperou até que eu chegasse até ela.

— Obrigada! - Agradeci e ignorei o pensamento de que ele era ainda mais bonito de perto- É muito gentil. 

Ele sorriu e eu senti que não precisava de resposta. 

Eu me acomodei na cadeira e ele gentilmente a aproximou da mesa. 

— Bom dia, Lyra - cumprimentou Feyre com os olhos mais fixos em Azriel que em mim. 

— Bom dia! Peço desculpas mais uma vez...não queria atrapalhar…

— Você não atrapalha! - Respondeu Rhysand- O que ouviu é só o humor matinal de Cassian...ele fica irritadinho quando acorda cedo. 

Cassian soltou um grunhido.

— Só quando me obrigam a acordar antes do alvorecer.- Cassian pareceu cuspir as últimas palavras.

— Pare de reclamar tanto! - Azriel murmurou.

— E porque acordou tão cedo ? - perguntei. 

Cassian que agora enchia a prato de comida, me encarou e disse: 

— Não sei! Pergunte ao senhor gentileza aqui - aprontou para Azriel ao seu lado-  o porquê fez o favor de me tirar da cama a essa hora. 

Feyre e Rhysand riram e Azriel suspirou. Tudo indicava que essa era um tipo de discussão recorrente entre os dois.

— Você queria treinar...então que acorde cedo! - foi a resposta do mestre espião.

Cassian xingou e xingou.

Azriel piscou para mim e sorriu. Como se dissesse que estava feliz por provocar o irmão. 

— Jamais imaginei que o simples fato de acordar cedo, poderia deixar um guerreiro tão nervosinho e sentimental - as palavras saíram mais rápidas que eu gostaria. Não tive tempo de pensar se devia ou não falar. Quando dei por mim já havia falado. 

Azriel, Feyre e Rhysand caíram na gargalhada e Cassian me encarou. Ele me encarou com um sorriso malicioso que quase me fez correr para o quarto. Em seguida deu uma risada preguiçosa e então disse com a voz rouca:

— Você é do tipo que pega  intimidade facilmente! - ele apontou a dedo para mim enquanto afirmava com a cabeça- Gostei de você! 

Eu sorri.

— Você foi muito acolhedor e contou uma piada suja depois de duas horas que me conheceu...além de ter me chamado de "meu doce"...- Feyre quase cuspiu o chá, enquanto os três davam aquelas gargalhadas roucas -  Então, Cass...meu doce - debochei -, acho que já estamos íntimos o bastante.

Mesmo com todo o meu sarcasmo, eu sabia que era verdade.

Por algum motivo que eu não conseguia entender. O jeito de Cassian era acolhedor, meio assustador e do jeito dele, mas muito acolhedor.

— Não fale uma coisa dessas - Feyre murmurou.

Eu a encarei.

— Isso pode piorar ainda mais - Rhysand concluiu. 

— O ego de Cassian é muito inflado para receber elogios - Azriel acrescentou. 

Cass revirou os olhos. 

— Vocês são três desgraçados arrogantes.

Feyre piscou para o general.

— Hoje...- Feyre disse animada- Vamos levar você para conhecer Velaris...o que acha? 

— Eu adoraria...vamos há algum lugar em especial? 

— Velaris inteira é especial! - Feyre disse orgulhosa.

— A levaremos durante a noite. Andaremos pela cidade e depois iremos jantar em um restaurante - Rhysand afirmou.

— Parece perfeito - respondi.

Olhei para Azriel. 

— Você gostaria de nos acompanhar? 

— Claro, seria um prazer.

Fiquei feliz em saber que teria sua companhia.

— E você, Cass?

— Provavelmente o bebê vai estar dormindo essa hora - Feyre provocou.

Cass soltou uma de suas gargalhadas incríveis e levou uma garfada generosa de comida a boca. 

Com os olhos brilhando ele respondeu:

– Bela tentativa, Feyre, bela tentativa.

*

— Este é o lugar mais lindo que eu já vi em toda minha vida. 

Era ainda mais bonita fora das janelas do meu quarto.

Aquela cidade era... viva.

Havia tanta vida naquele lugar. 

Feéricos e Grã-Feéricos. Adultos e crianças andando pelas ruas, sorrindo e se divertindo. As luzes refletiam no Sidra. 

Sorrisos de admiração e carinho eram lançados ao Grão-Senhor e para Grã-Senhora da corte. Feyre e Rhysand respondiam os sorrisos carinhosamente. 

Ela parece um sonho.

Lembrei do que disse a Azriel quando o conheci. 

E ela era.

Velaris tinha cheiro de casa...cheiro de lar e família e amor.

Conclusão que era fácil de notar, bastava olhar para todos que andavam pelas ruas para sentir o quanto eram apaixonados pelo seu lar.

Eu olhei para céu e pedi baixinho para as estrelas que pudesse sentir isso um dia também.

— Quando trouxe Feyre para conhecer Velaris pela primeira vez - Rhysand disse ao meu lado -. Ela tinha um olhar parecido com o seu.

Eu o encarei e depois voltei a olhar a cidade...o Sidra.

— Posso entender o porquê.

— Direi a você a mesma coisa que disse a ela. Velaris é linda durante o dia, mas foi construída para ser vista depois do anoitecer - Na voz de Rhysand só havia felicidade e admiração.

Eu queria continuar conversando.

Queria continuar dando atenção a ele.

Mas um grupo chamou minha atenção.

Violinos.

Flautas.

Violoncelos.

Músicos.

Artistas.

Algo parecia que iria explodir dentro de meu peito..

Eu apenas parei. Eu parei e fiquei encarando. Olhos e ouvidos atentos a tudo que faziam.

— Gosta de música? - A voz de Azriel parecia parte da melodia dos músicos. 

Eu coração avisou...avisou e somente por isso prestei atenção no que dizia.

— Muito, muito mesmo - respondi com a voz trêmula.

Ele deu um sorriso sutil.

— Você sabe tocar? - Azriel perguntou enquanto me observava a encarar os músicos que tocavam alegremente na rua

Meus olhos não esconderam o desejo e a saudade. Meu corpo congelou ao ouvir a música, mesmo anos sem tocar...meus ouvidos ainda reconheciam as melodias de longe.

— Sim...eu costumava tocar violino.

Azriel vestiu aquela máscara indecifrável.

— Sério? - perguntou Feyre enquanto envolvia meu braço ao dela.

— Sim, eu e minha mãe costumávamos a trabalhar com música. Éramos contratadas para todas em alguns jantares de senhores ricos da corte. Depois de um tempo passamos a tocar não só na Outonal, mas também em outras...

—Sabe tocar outros instrumentos ? - Rhysand perguntou.

— Ah...sim - disse com indiferença- sei tocar violoncelo e piano. Mas violino sempre foi o meu favorito, os outros dois eu deixava para que minha mãe os tocasse.

Feyre abriu um sorriso largo. 

— É perfeito! 

— Porque ?

— Você poderia ensinar música para as crianças...nós as ensinamos a pintar e você ensina música…- meu peito começou a doer - Você aceitaria?

— Feyre… - vi seu sorriso diminuir - desculpe, mas…

— Não está pronta?

Eu apenas assenti.

— Tudo bem...darei o tempo que precisar.

Ela e Rhysand se entreolharam. E só então tomei coragem para iniciar o passeio novamente. 

Estávamos no quarteirão dos artistas.

Feyre soltou meu braço e foi para lado de Rhysand, deixando Azriel ao meu lado.

E um nervosismo diferente começou a surgir. Enquanto eu tentava entender todas as sensações que existiam dentro de mim. Azriel me contava as lindas histórias por trás daquele lugar.

— Sente muita falta? - Az perguntou com hesitação. 

— O tempo todo...a música era minha resposta para tudo. Se estava feliz, eu tocava. Se estava triste, eu tocava...se estava confusa...meu coração de alguma forma sabia a melodia certa. Eu era a minha própria solução e…

Uma linda torre ao fundo prendeu minha atenção. A luz dourada era convidativa...mais do que isso, era acolhedora. 

— O que é aquilo? - perguntei a ele.

Az seguiu meu olhar. 

Ele sorriu. 

— Aquele é um dos principais teatros do Arco-Íris de Velaris.

Não sabia identificar o que meu coração sentia ao ver aquele lugar.

Medo. Sonho. Saudade…

Lembranças. 

Era um mundo de sensações ao mesmo tempo. 

Elas me puxavam, me arrastavam para tantas lembranças…, mas nenhuma nítida. Nenhuma clara. 

Eu não me lembrava…

Eu não me lembrava dela…

Não lembrava de mim…

Eu lutei e afastei a sensação. 

— E...ele é bonito?

— Sim...e muito. 

Eu o encarei.

— Quando eu era menina…- comecei com a voz já embargada, eu me entregaria aquela dor a qualquer momento- Eu sonhava em tocar em um lugar assim. Sonhava em tocar com ela. 

Então eu contei a ele única lembrança que tinha. A única parte de mim que me lembrava. E eu fiquei surpresa ao notar que ela ainda existia, que não tinha se perdido com as outras. Porque se não, eu seria uma vida sem história...em uma cidade que transbordava histórias lindas.

Eu enxuguei algumas lágrimas que caíram em meu rosto. Azriel me olhava com aquele olhar cauteloso e protetor de sempre. A luz da cidade iluminavam seus olhos. Deixando aquelas cores avelãs ainda mais vivas e irresistíveis. Eu encarei e admirei aquele olhar. 

— Que bom que agora você terá todo o tempo do mundo para realizar o seu sonho - ele respondeu motivado.

Talvez, porque tenha sentido a minha frustração de não me lembrar de quem era. Meu olhar vagou...para qualquer outro lugar. Não conseguia encarar aqueles olhos avelãs que pareciam acreditar tanto em mim.

— Espero que tenha razão - respondi. 

Ele tocou meu ombro com uma gentileza que jamais sentira antes. E então paramos de andar. O restante seguiram andando. 

— Acredite em mim! - pediu enquanto sorria- Você está em Velaris, não duvide das maravilhas que esta cidade pode fazer por você. 

Eu sorri.

Me perguntava se era possível alguém ser tão bom quanto ele.

— Cidade de Luz Estelar, lembra?! 

Uma lembrança que ele me dera no primeiro dia que conversamos. Aquela era Velaris.

A cidade de Luz Estelar. 

Eu olhei para seus amigos um pouco distante de nós. Feyre e Rhysand abraçados. Cass e Mor e Amren implicando entre si. 

E então olhei para ele de novo. 

O mesmo olhar. 

O mesmo sorriso.

Eu sorri, e dessa vez sentia que tinha esperança em meu sorriso. Azriel sentiu o mesmo.

Aquela era a cidade de Luz Estelar...e então me lembrei do que eles eram…

— E vocês são a Corte dos Sonhos. 

*

Escrito por Julia ❤️

Quando pensei na Lyra, eu queria dar algo sensível a ela. Lyra é muito doce. Então imaginei que a música séria a melhor escolha. A música foi a saída dela para muitas coisas e tbm a salvação. Então pensei que como a música despertou algo tão bom nela...eu pensei em dar a mesma sensação ao Az...🤭🤗

Vocês gostam de música?

Espero que gostem do capítulo de hoje...

Fiquem bem ❤️❤️

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Beijooos ❤️❤️❤️