A luz de Vormostat
Ty tocou sua cicatriz no antebraço e examinou-a. Nela havia uma espécie de desenho rudimentar. Era a marca do deus maligno, mas quase ninguém sabia nada sobre aquilo nos dias atuais. Virou-se para fazer uma pergunta ao velho Ozíriant, mas ele não estava mais ali. O barco estava no caís e sendo descarregado. Ty acenou para Crítios, Vik e desceu pela rampa.
– Se cuide, grandalhão. – O elfo acenou com simpatia.
– Façam uma boa viagem de volta! – Ty sabia que eles pretendiam encher o navio de mercadorias e retornar a Tleos. Eles eram um dos poucos que se arriscavam fazendo comércio naqueles tempos e lucrava muito com isso. Soube também que Niz’dran, o elfo que ele matou, era um dos poucos concorrentes que tinham e que os lucros agora seriam ainda mais altos. Nada daquilo importava. Em breve, todos estariam mortos, ou coisa pior.
A medida em que caminhava pelas ruas da cidade, sentia pulsar em seu interior uma energia estranha. Não precisou recorrer às memórias para encontrar as ruínas no antigo templo. Havia entulho, mas sobre este, encontrou a escadaria que levava ao nível subterrâneo. No final do labirinto, o portão de metal. Havia limo e sujeira escura no chão. Estava escuro, exceto por uma luminosidade que escapava do local por onde escapou quando era criança. Tateou o chão após ver algo reluzir. Era o colar de sua mãe. Colocou-o no pescoço e sacou a Chiadora. A espada tremeu em suas mãos.
“Maldito! Maldito!” uma voz veio. “Você é um corrupto! Corrupto!” E outra. “Não! Ele não pode! Como pode nos enganar?” Outra disse “Seus tolos! Não estão vendo? Ele vai matá-lo, é claro! Terminar o serviço, isso sim!”
Ty ativou as runas e brandiu a espada contra o portão. O metal foi retalhado. Com um novo golpe fez um X no encontro das metades do portão. Chutou a porta que cedeu. Entrou na câmara escondida e lá estava ele, seu Deus. Estava quente como o inferno. Ty guardou a espada e ainda escutou. “Não faça isso! Você deve matá-lo! Mate-o! Mate-o!” Mas ele ignorou os conselhos da espada andou até o círculo de fogo branco. No sangue de sua linhagem estava a chave para fazer recuar as chamas da prisão. Caminhou sobre o fogo sentindo a pele queimar, mas logo as chamas recuaram. Ajoelhou-se para pegar no colo, a pequena criatura disforme e horrenda. Era do tamanho de um bebê, mas cresceria muito, tanto em tamanho como em poder. Uma duzia de pequenos vermes se destacaram da criatura e penetraram os braços de Ty cavando fundo e depois nadando sob sua pele. Então ele ouviu a voz de seu Deus.
– Ótimo Ty! Agora temos uma cidade inteira para semear. Um porto movimentado, oh sim! Muitos navios irão carregar nossos filhos até os confins deste mundo. E o melhor: temos demônios para expurgar. Todos sucumbirão sob minha luz. Cedo ou tarde, cada mundo está destinado a receber a luz de Vormostat.
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