surpresa
Hanna naquela manhã fez o café e subiu logo em seguida para se arrumar, ia na igreja. Tinha faltado o último devido à doença de Benjamin.
Seu ser transbordava gratidão, a recuperação dele fora milagrosa.
Enquanto se trocava louvava. Na realidade vivia cantando como nunca. Desejava enaltecer o nome do Senhor em todo tempo.
Deixou os cachos soltos. Vestiu um vestido de um tom pastel de rosa, suave e delicado como pétalas de flores recém-abertas. O tecido, uma mistura de algodão e seda, refletia a luz de maneira sutil, dando um brilho discreto e encantador. O decote em formato de barco caía perfeitamente sobre seus ombros, revelando um pouco do colo, sem perder a modéstia.
As mangas eram curtas e justas, terminando em uma pequena dobra que adicionava um toque de sofisticação. A cintura era bem definida, marcada por uma faixa de cetim que se ajustava perfeitamente, acentuando sua silhueta esbelta. A saia se abria em um generoso círculo, descendo em ondas até um pouco abaixo dos joelhos.
Sorriu para a imagem refletida no espelho. Era incrível a mudança. O brilho se seus olhos agora era risonho. O sorriso vinha do coração.
“_ o coração alegre aformoseia o rosto!” Salomão estava certo. — Citou olhando no espelho. Em seguida pega sua bíblia e sai do quarto a procura de seu marido, mas para surpresa ao chegar a sala.
Benjamin vestia uma camisa de algodão azul clara com uma calça preta, seus cabelos úmidos penteados com esmero.
Estava lindo! Arrumado como ela nunca o virá antes.
— Vamos ou chegaremos atrasados. — Benjamin fala sem jeito com o olhar dela sobre ele.
Ainda tentando entender o que acontecia, seguiu seu marido em silêncio. Do lado de fora a ajuda subir na carroça e sobe ao seu lado.
Conforme avançam, várias suposições passam por sua mente. Seu coração se exalta com a possibilidade dele a acompanhar e não aguentando mais o questiona.
— Por que está assim?
— Assim como? — devolve a pergunta, contudo ela percebe que ele estava brincando pelo leve movimento de seus lábios.
— Arrumado — pondera sem encontrar uma palavra melhor, ou uma que não entregasse seus sentimentos.
— Quer dizer que não ando arrumado, esposa? — o riso aparece no final, contudo Hanna cora mesmo assim.
— Desculpe, mas, veja bem, nunca, até hoje — se embaralha com a explicação e ao ouvir Benjamin gargalhar tampa o rosto com as mãos e se cala.
— Não pare, estava muito coerente. — implica ainda rindo — mas entendi sua pergunta. Vou com você a igreja hoje, por isso me vesti assim. — o olhar dele se perde no horizonte por um momento antes de voltar para o rosto surpreso dela — essa roupa era a roupa que meu pai usava em momentos especiais. — a emoção é nítida na rouquidão de sua voz é demostra mais que mil palavras.
Sentindo seus olhos úmidos apesar do imenso sorriso. Alegria, euforia, vontade de chorar são tantos Sentimentos que suas palavras parecem insignificantes. A única que diz é;
— Glória a Deus! — antes das lágrimas banharem seu rosto.
— Porque está chorando — puxa as rédeas e a encara confuso — achei que ficaria feliz.
— Estou mais que feliz! — exclama limpando as bochechas — orei tanto — seus lábios tremem, respira fundo e continua — Estou emocionada, Deus me surpreendeu mais uma vez.
— Meu pai dizia que era impossível entender as mulheres, mas mais difícil ainda era viver sem elas — dá um sorriso de lado e balança a cabeça — desde que chegou aqui tenho comprovado que os ensinamentos dele eram verdadeiros.
A vontade de pegar sua mão, estar mais perto e falar livremente aumentava conforme via a mudança nele. A penumbra desvanecia e o brilho da vida pouco a pouco voltava aos olhos dele. Cada vez mais citava sua família de forma natural e saudosa, sem a dor que o afligia quando o conheceu. Manter seus sentimentos ocultos estava se tornando difícil.
“ Meu Deus! Eu o amo tanto! O amei quando era grosso e agora assim, como conseguirei me manter neutra? Me ajuda pai!”
— Quer dizer que é impossível viver sem mim, não foi você que disse que não sentiu minha falta quando viajei? — brinca tentando manter a leveza, mesmo que em seu interior não estivesse.
— Me desculpe! — a voz sai carregada de pesar — fui um estúpido, descontei meus medos em você. — Hanna nota que os dedos dele estão brancos tamanha força que os pressiona.
— Ta perdoado! Te entendo, sou uma intrusa no seu mundo — toca seu braço, mas recolhe sua mão, em seguida as colocando sobre o colo, ao sentir ele ficar tenso — Deus te usou como minha salvação. Desculpa por invadir sua vida assim. Se soubesse que não queria realmente, teria esperado por outra resposta — mais uma vez os lábios dela estão trêmulos, as últimas palavras saem engasgada, seu coração se aperta ao pensar em como sua presença o atordoou.
— Ou! Pode parar — para o cavalo novamente e se vira na direção dela. — Posso não ter aceitado bem a ideia, mas não se martirize por ter vindo até esse fim de mundo. Você precisava. — Toca seu queixo com delicadeza levantando seu rosto para ele. — desde o primeiro momento que fez seus votos notei sua determinação e mesmo não querendo te admirei. E sim senti sua falta. A casa ficou muito silenciosa sem sua cantoria diária.
Hanna sente seu rosto arder. Era incrível como seus sentimentos e emoções variavam quando estava com Benjamin. Naquele momento as palavras dele a aqueceram de dentro para fora. Temia que seus olhos mostrassem o que ia em seu íntimo.
— Vamos ou chegaremos atrasados — fala mudando de assunto. E suspira aliviada quando o cavalo começa a trotar novamente.
Ao chegar em frente a igreja todos se voltam para eles. Hanna quase ri da cara de surpresa e espanto de alguns.
Benjamin a ajuda descer e enlaça seu braço ao dele.
Eles, mau, dão três passos antes de serem interrompidos e separados.
— Vai chover hoje! — O delegado é o primeiro a falar risonho — é tão bom te ter aqui. — arrebata Benjamin em um abraço.
— Querido, que alegria você deu hoje a esse pobre e velho coração! — Dona Elena emocionada toma o lugar do filho.
— Ta babando! — Lily diz ao lado de Hanna a assustando. Estava absorta vendo todo o carinho que seu esposo recebia.
— Ah? O quê?
— Seus olhos brilham como estrelas! — implica sorrindo a morena.
— Pode parar! Me dá esse pequeno aqui. — disfarça pegando Tobias — como cresceu esse menino! Está tão lindo. — passa a mão pelo cabelo dele e se emociona.
— Claro que cresceu! Mama de dia e de noite!
Hanna nota pela primeira vez o rosto cansado e mais magro da amiga. Porém, antes de se pronunciar, sua atenção é desviada pelo pastor Caio que se aproximava. Ela pode ver a emoção naquele olhar.
— Benjamin, que Deus o abençoe! Sua presença aqui alegra meu coração. — O sorriso dele e os olhos brilhantes confirmam suas palavras.
— Amém pastor! É uma honra poder estar aqui. — responde surpreendendo a todos e como se não fosse o bastante abraça o pastor.
— O que você deu para ele? — sussurra Cleiton espantado. — ou será que aconteceu algo quando ficou doente. — a olha com olhos arregalados.
— Aí marido! Cadê sua fé? Não orou tanto por isso? — o corrige e suspira olhando para o céu.
Já Hanna percebi que chora ao sentir o gosto das lágrimas em seus lábios. Tratou logo de secá-las disfarçando.
“ — A meu Pai, o senhor é tão lindo! Obrigada!”
O pastor e Benjamin seguiam conversando, Lyli e Cleiton trocavam farpas, dona Elena era abraçada por seu Carlos e ambos tinham os olhos marejados. Hanna os entendia.
O pequeno em seu colo resmunga chamando sua atenção. Ela se abaixa e beija os cachos negros inalando o cheiro de bebê sorrindo, contudo, Tobias parecia não estar feliz e logo mostrou a todos como seus pulmões eram fortes.
— Esse menino é muito pequeno para tanto barulho. — brinca Benjamin chegando ao seu lado. Hanna pisca atordoada nem o viu se aproximar.
— Você nem imagina! — retruca a mãe — vem na mamãe. Está com fome de novo meu amor! — ao ouvir a voz da mãe, Tobias se acalma.
— Só quer ela, já eu — suspira o delegado enquanto observa a esposa se afastar para amamentar o filho.
— Calma, logo ele vai estar correndo por aí gritando papai — Hanna o consola.
De braços dados com seu marido, adentra ao templo de cabeça erguida e um enorme sorriso.
Em seu íntimo se regozijava. E conforme o culto decorria seus olhos marejaram a cada vez que olhava Benjamin ao seu lado e o percebia imerso, atento a tudo. E quando a pegava o observando lhe sorria discretamente a deixando vermelha.
Ao final do culto saíram rapidamente sendo guiados por dona Elena que os intimou a almoçar em sua casa.
Aquela refeição foi marcante para todos, seus corações estavam repletos de gratidão, esperança e amor, muito amor.
Durante a sobremesa uma batida vem da porta, todos se olham, no entanto ninguém se prontificou a ir abrir. Sorrisos cúmplices foram trocados.
- Está vendo o mesmo que eu?
- Estou, e não tenho palavras pra agradecer!
O casal de idosos sentados em suas poltronas deram as mãos. Seus olhos brilhantes pela umidade e um sorriso de sabedoria da idade em seus rostos marcados.
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Postado, atrasado 🤪👀🫣
Desculpa gente, mas aí está espero de coração que essa história ganhei um lugar no coração de vcs🥹
Obrigada
fca_marcela
deborahhelo
ElanedaMata
espectro204
E a todos que têm lido 🥹
Não esqueça de curtir e comentar kkk
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