Capítulo Quatro - Parte 2 🗡
Elric Redthorn
Rovil estava vindo, era a última atualização que Haw nos dera — o guerreiro de Rafanápolis aparecera em um espelho d’água na noite anterior e nos contara rapidamente a notícia antes que alguém o visse e sumiu em uma tremeluzida de água.
— Elric? — pisco algumas vezes e olho para o outro lado da pequena mesa circular e vejo os olhos de Jehan me encarando, me estudando enquanto me perdia em meus pensamentos — Tudo bem? — pergunta levando um pedaço do pêssego que come à boca.
— Hã? Sim, sim. — suspiro e olho para as peças de xadrez na mesa, ele está ganhando... claro que está, Jehan Larkin é absurdamente bom em muitas coisas, e claro que xadrez está nessa lista.
— Você parece distraído... meus movimentos de peça o deixaram triste? — ele sorri, está se gabando para mim? Porque está ganhando? Sorrio. Só pode ser...
— Não é todo dia que se leva uma derrota tão rápida em joguinhos... umas quatro vezes seguidas. — respondo.
— Cinco. — e com um movimento de peça, Jehan derruba o meu rei. — Xeque-mate.
Me encolho na cadeira enquanto ele sorri de seu lugar.
— Engraçadinho... — murmuro.
— Não gosta de perder?
— Não cinco vezes seguidas... — sorrio e ele continua rindo.
— Certo, vamos descansar um pouco. Que outra forma podemos esperar Rovil e fazer o tempo passar rápido? — Jehan cruza os braços em cima da mesa, seu sorriso malicioso na face indica o que ele pretende fazer.
— Faríamos tanto barulho que não escutaríamos o feiticeiro quando ele chegasse... essa é uma péssima ideia, Jehan.
— Será mesmo? — ele arrasta a cadeira para trás e sorri enquanto se abaixa.
— O que está fazendo? — pergunto, mas Jehan Larkin, rei de Bellario sumiu embaixo da toalha de mesa rosé.
Então sinto suas mãos nos meus joelhos, com uma mão ergo a toalha e o vejo ajoelhado entre as minhas pernas.
— Tenho uma forma de não fazer tanto barulho... — ele sorri... escorrego minha bunda na cadeira, me ajeitando, levando meu quadril para mais perto do meu príncipe.
— Eu gostei mais dessa ideia. — respondo devolvendo o sorriso.
Com um movimento hábil, Jehan puxa o cinto de couro que segura a minha calça marrom e joga o acessório para longe da mesa. Suas mãos deslizam pelas minhas coxas — marcadas pela calça um número menor, emprestadas de Haw. Jehan olha para cima enquanto os dedos abrem os dois botões da calça e começa a abaixá-la.
Minha roupa de baixo, um tanto folgada e diferente da calça apertada, deixa o meu pau em meia bomba solto na cueca, como se uma tenda estivesse se armando. Jehan acaricia o volume com uma mão me causando uma sensação prazerosa, fecho meus olhos e absorvo o seu toque... quando abro meus olhos o vejo se aproximando e abocanhando o volume por cima do tecido. Puta merda! Me deixando completamente duro a partir de agora.
O ajudo a se livrar da minha cueca e o meu pau fica livre diante de seu sorriso guloso, a glande já exposta e pré-lubrificada. Com a ponta da língua, Jehan a desliza da base ao topo do meu pau, o engolindo em seguida e descendo sua boca devagar até a base, me fazendo arfar em prazer a apertar as minhas mãos na lateral da cadeira.
Solto uma das minhas mãos da cadeira e passo pelos cabelos grandes de meu parceiro. Jehan ergue o olhar enquanto começo a movimentar o meu quadril, ajudando meu pau a entrar e sair de sua boca molhadinha...
— Oh meus deuses, que safadinhos!
Jehan se assusta e bate a cabeça contra a mesa no mesmo momento que jogo a toalha de mesa em cima do meu pau babado, assim tampando Jehan também. A uns dois metros da mesa Haw está sorrindo de orelha a orelha.
— Realmente... Elric... um grande homem! — fico sem graça com o seu trocadilho enquanto Jehan sai de baixo da mesa limpando a boca com a manga da camisa com gola de babado e sorri para um dos herdeiros de Rafanápolis.
— Não consegue bater, Haw?
— Essa é a minha propriedade, querido. — Haw sorri e olha para o lado. — Estão fazendo isso com a presença do seu amigo feiticeiro por aqui?
— Rovil ainda não chegou. — respondeu Jehan me ocultando um pouco enquanto subia minha cueca e a calça marrom.
Fico em pé ao lado do meu parceiro.
— Como assim não chegou? — pergunta Haw arqueando uma das sobrancelhas. — Já era para ele estar aqui há horas...
Então ouvimos o relinchar de alguns cavalos vindo da janela aberta. Alcanço a faca na mesa que Jehan usava para cortar o pêssego que comia.
Haw saca a espada do cinto e caminha em direção a janela, na frente de nós... seu corpo relaxa enquanto olha para fora e depois nos encara.
— É a carruagem de Rovil. — responde ele, guardando a espada.
Solto a faca em cima da mesa.
— Sendo assim, vamos recebê-lo. — Jehan já está saindo da sala em que estamos.
Meu parceiro caminha rápido até a entrada da mansão de Haw e a carruagem parada na frente da propriedade... nenhum sinal de cocheiro, e as cordas de couro estão largadas no banco da frente... as portas envernizadas do veículo estão arranhadas, como se tivesse passado no meio de vegetação espinhosa.
— Alguma coisa não está certa. — murmuro enquanto esperamos alguém descer da carruagem.
Haw é o último a chegar na entrada, mas é o primeiro a passar por nós e caminhar até a porta da carruagem.
— Rovil não gostou sempre de entradas dramáticas? — Haw perguntou com um sorriso em direção a Jehan que assentiu lentamente enquanto o guerreiro abriu a porta e...
Como um saco de batatas o corpo de um velho caiu da carruagem em direção aos paralelepípedos. A face bateu seca contra o chão... o sangue escuro escorria pela boca e os narizes... a capa alaranjada manchada e furada várias e várias vezes... o fedor de ferrugem ensopou minhas narinas...
— Não... não... não... — murmurou Jehan atropelando as próprias palavras.
Rovil está morto... a nossa única esperança está morta?
No momento de surpresa... as aves se agitando nas árvores ao redor diziam que tínhamos mais companhia.
Droga... larguei a faquinha na mesa do tabuleiro de xadrez. Vi Jehan tencionar o corpo e Haw sacar sua espada mais uma vez.
⊱⋅ ──────────── ⋅⊰
Jehan Larkin
Me sinto totalmente perdido nesse momento e olho para todos os lados, esperando pelo pior enquanto o silencio reina entre nós três e o cadáver de Rovil estirado no chão. O cheiro de sangue embrulha meu estomago e só penso que posso vomitar a qualquer momento, mas essa vontade passa assim que ouço um uivo de lobo e então as patas ligeiras contra o chão de terra.
O susto é a primeira coisa que me atinge quando cinco lobos enormes e com lâminas no lugar de suas caldas saltam sobre nós, mas ao quase ser abocanhado por um, acabo acordando e lançando uma bola de fogo em sua direção. Percebo que Haw e Elric também estão ocupados com esses animais e me concentro e matar o que está me atacando nesse momento, lançando sua lâmina sobre mim. Consigo invocar uma espada no mesmo momento e paro seu ataque, vendo as faíscas saírem quando as lâminas se tocam. Canso dessa briguinha de espadas e sorrio quando os olhos do lobo se encontram com os meus, pois é nesse momento que uso meu poder para sufoca-lo. Vejo em seus olhos o desespero e ele se debate, caindo no chão em seguida e é questão de segundos para que veja seus olhos sem vida.
- Jehan! – O grito de Elric chama minha atenção e ao olhar para o lado, vejo sua perna sangrando, por ele acabar de ter sido atingido. Confesso que isso me deixa muito irritado e chamas de fogo começam a ser lançadas de minhas mãos.
Os uivos de dor são ouvidos cada vez mais altos e percebo Haw ocupado com o ultimo lobo vivo além do que vem em minha direção agora. Mesmo com os pelos em chamas, há raiva em seus olhos selvagens e sei que sua intenção é matar a mim. Caio no chão quando seu corpo enorme se lança sobre o meu e sinto a dor irradiar por todos os lugares, mas não tenho tempo de pensar nisso, pois sua boca cheia de dentes vem em direção ao meu pescoço e preciso agir rápido. Minhas mãos vão até seu pescoço e deixo o calor do fogo fluir por minhas palmas, o queimando pouco a pouco. Seus uivos são músicas para meus ouvidos e me sinto satisfeito quando seu corpo com o pescoço em carne viva cai no chão ao meu lado.
Respiro com certa dificuldade após isso e então me ponho sentado, analisando a situação ao meu redor. Elric está se levantando com certa dificuldade e sangue fresco escorre por sua perna esquerda. Haw está todo cheio de sangue, mas esse não é seu e sim dos dois lobos que ele matou. Me aproximo de Elric e sem que ele diga nada, me abaixo em sua frente e coloco minhas mãos sobre sua ferida. Fecho meus olhos e deixo a magia de cura fluir, o alcançando aos poucos, até que o ferimento esteja curado.
- Não deveria ter feito isso. – Elric diz de modo sério, pois é muito comum eu perder minhas forças após usar a magia de cura.
- Estou bem. – Falo, me levantando, mas para provar ao contrário sinto meu corpo fraco e quase caio se não os braços fortes do meu predestinado me segurando.
Me seguro nele e fecho meus olhos, só então podendo processar tudo o que acabou de acontecer.
- Há alguma coisa errada. – Falo e então abro meus olhos, vendo Haw se aproximando com a testa franzida.
- O que além da sua única esperança estar morta? – Ele pergunta com seriedade e sinto meu estômago embrulhar mais uma vez ao constatar isso.
- Você já deve ter ouvido falar desses lobos, são chamados de nebulosos e só são encontrados em uma única ilha, lugar esse bem próximo a Porto Larkin. Não é coincidência eles terem nos atacado hoje a matado Rovil... – Falo e vejo que os dois homens junto comigo começam a pensar mais.
- Alguém não quer que descubram a verdade sobre você... Te querem destruído, Jehan. – Haw diz e isso me faz rir de uma forma amarga.
- Não brinca?! – Jogo as palavras com ironia e me afasto de Elric, indo até onde o corpo de Rovil estar.
Ainda me sinto fraco e minha cabeça dói só por pensar que minha única e melhor chance está morta nesse exato momento. Encaro seus olhos abertos e sem vida e não consigo segurar as lagrimas ao constatar que minha liberdade está cada vez mais distante. O cheiro de sangue se torna ainda mais forte ao meu olfato e só tenho tempo de virar para o lado e vomitar tudo que há em meu estômago. Sinto minha visão se tornar embaçada aos poucos e pontos pretos brilham em minha frente, minhas pernas perdem totalmente as forças e no segundo seguinte estou indo de encontro ao chão, me entregando a inconsciência com a esperança de acordar e perceber que tudo não passa de um grande e terrível pesadelo.
⊱⋅ ──────────── ⋅⊰
Olá jujubas!! Primeiramente, nos desculpem a demora, não foi nossa intenção postergar tanto, mas estamos aqui.
Espero que tenham gostado do capítulo... O que acharam??
Bjus da Juh, até a próxima 😘😘
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