Capítulo Nove - Parte 1 ⚔
Elric Redthorn
Flashes e gritos... barulho de espadas e soldados se contorcendo no fogo...
Acordo ofegante numa cama diferente. Enquanto respiro fundo absorvendo o ar mais limpo ao meu redor, a claridade invade meus olhos. Olho para baixo, e vejo a seda em cima das minhas pernas. Brancas, tão brancas. Com a mão a jogo para o lado e vejo meus dedos limpos, até a sujeira de sangue seco embaixo das unhas está fora do meu corpo.
— Jehan? — chamo, minha voz um pouco sonolenta.
Olho ao redor e observo o quarto, todo em mármore — ou é quartzo? Plantas e detalhes em ouro e pedras preciosas. Ouço barulho de água correndo perto e me levanto da cama redonda que... está flutuando? Erro meu, ela é pendurada ao teto alto do quarto com cabos de ouro que tem heras moldadas subindo até o teto. Caminho até a sacada e olho para o horizonte... um sol claro e forte crescendo na manhã de céus limpos de Porto Larkin.
Porto Larkin...
Eu estou na capital dos feéricos!
“Jehan, cadê você?” pergunto pelo nosso laço.
“Me trocando” responde ele.
“Onde eu posso te encontrar?” pergunto.
“Humm... deixe que um empregado te busque...” pede ele.
“Erro seu” abro a porta dupla do quarto que faz um barulho suave, “Já estou a caminho.”
Enquanto caminho sinto o frio do piso lustroso nos meus pés, olho para baixo, estou usando uma calça de um marrom claro justa, o que eleva minhas coxas, a calça ainda é de a cintura alta e, por dentro da calça, uso uma camisa folgada branca com tirinhas em prata que estão desamarradas. Meus cabelos estão soltos e úmidos. Alguém me deu banho?
O corredor de um lado é todo aberto, o que faz com que a paisagem exuberante da Cidade Branca me atinja. Cavalos voam no céu e em algum lugar algum alaúde está tocando. Esse lugar parece calmo demais, limpo demais, bonito demais. Onde está Porto Larkin das lendas? Bem... as lendas falam que os terrores começam a noite, que homens lobos saem da floresta, que os viajantes ouvem as náiades e dríades e se perdem em seus cantos, que a próprio Eco os puxa para dentro das cavernas... sem contar as histórias de dezenas de homens que partem para o centro de Bellario atrás da rosa de diamantes, porque se a encontrar, você encontra a Princesa Perdida. Lendas e mais lendas de uma terra mística como Bellario.
“Elric?” a voz de Jehan vem calma, “Onde você está?”
“Em um largo e longo corredor branco” respondo.
“Isso é praticamente a definição de todos os corredores do meu castelo, Elric” ele responde risonho.
“Bem... vi uma escada... me explique onde é...” digo e encontro as primeiras pessoas, ou feéricos, ah, sei lá.
Elas me olham curiosas enquanto passam ao meu lado, mais altas do que eu. Cabelos de um vermelho vivo e olhos tão brancos que eu diria que são cegas.
“Desça essa escada até o jardim do lado de fora, eu vou te encontrar” orienta Jehan e concordo com ele.
Desço à escada, o que parece uma eternidade e é aí que me lembro do meu pai... da fumaça... de Ljuban na mesa... da cela... dos gritos... não, não foi um pesadelo. É por isso que eu estou aqui. Respiro fundo e desço os degraus da torre mais rapidamente passando a minha mão pela parede branca. Assim que chego no térreo, as vozes estão mais altas no salão a minha frente que é cheio de almofadas pelo chão e tem vários feéricos, tanto homens e mulheres e crianças, de um lado para o outro e comida. Muita comida.
Vejo perto de onde sai uma grande porta que dá para o jardim ensolarado do lado de fora. Caminho rápido — e descalço — até lá e inspiro forte quando não estou mais dentro do castelo. Olho ao meu redor e vejo o grande jardim... vazio?
“Jehan?”
“Já estou a caminho” sua voz vem apressada, como se estivesse em movimento.
Caminho até um banco de mármore e me sento e me ponho a observar as flores. Tento deixar de lado — por enquanto — os pensamentos que me invadiram enquanto descia à escada. Jehan pode me explicar melhor o que aconteceu. Ouço o bater de asas e em instantes vejo o cavalo alado preto de Jehan encostando no jardim a minha frente. Ele desce do cavalo faz um carinho, fala alguma coisa e em instantes o cavalo levanta voo para longe. Olho para Jehan enquanto ele caminha na minha direção.
Jehan Larkin está usando uma túnica em tom bege, os cabelos estão úmidos e penteados para trás, ele esboça um sorriso enquanto se aproxima de mim.
— Não foi assim que eu imaginei que você conheceria a minha casa. — diz ele e para na minha frente. — Oi, Elric.
— Oi. — digo.
O sorriso dele está me hipnotizando mais do que o normal...
— Quer dar uma volta? — pergunta ele.
— Eu adoraria... — digo e ele estende a mão para mim.
Assim que minha mão toca na dele, sinto a eletricidade percorrendo meu corpo. Sorrio enquanto fico de pé e olho ao redor, não vendo ninguém o puxo pela mão que nos une para mais perto de mim. Ele sorri enquanto o meu braço livre se fecha pela sua cintura.
— Agora sim. — digo e o beijo.
As mãos de Jehan circulam o meu pescoço enquanto nos beijando. Sinto o meu pau latejar nessa minha calça feérica... quero que Jehan sinta o que ele faz comigo... aproximo nossos quadris mais e mais e sinto que Jehan Larkin não está tão diferente de mim...
Ele se afasta ofegante... sorri e coloca as mãos nos joelhos, me olha.
— Uau. — diz ele. — Vamos caminhar. — e fica em pé de novo.
Tomo fôlego, sorrindo e vou atrás de Jehan.
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Jehan Larkin
Sinto Elric chegar ao meu lado e estendo minha mão para ele, mesmo que haja um pequeno medo em mim de ser rejeitado por ele, mas acho que depois do beijo que ele me deu, eu posso tentar. E para minha felicidade, ele entrelaça nossas mãos, o que me faz suspirar de alívio e felicidade.
Caminhamos em silêncio pelo jardim e busco me afastar ao máximo, já que há empregados passando a todo momento pelas dependências do Castelo. Sigo até uma parte mais arborizada, com árvores altas e antigas, um lugar que eu gosto de me refugiar quando preciso pensar.
Puxo Elric comigo até debaixo da árvore maior, que possui uma folhagem de cor roxa e suas flores são rosas. Nos sentamos lado a lado e eu me encosto no tronco da árvore. O silêncio ainda continua entre nós dois e eu deixo que permaneça, até que ele quebre esse silêncio.
- Eu não me lembro de muita coisa, pode me contar o que houve? - Ele pergunta após um tempo e eu assinto.
- Eu já estava pronto para ir me recolher, foi quando tive uma visão sua. Guardas te levavam desacordado para uma prisão e te penduravam pelas mãos ao teto da cela. A cena me apavorou muito, mas nada foi pior que te ver sendo espancado por eles e o pior era que você não acordava... Parecia sob o efeito de um feitiço muito poderoso. E eu fiquei chocado ao ver que tudo foi comandado pelo seu próprio pai. - Conto e tomo um fôlego profundo. - Sinto em te dizer, mas eu odeio ele. - Falo e ouço a risada vinda dele, mas ela não tem humor.
- Pode apostar que até eu o odeio nesse momento. - Ele diz sério e eu aperto sua mão contra a minha.
- Do que você se lembra da noite passada? - Pergunto, olhando fixamente para ele, que tem o olhar ao longe.
- Não muita coisa, mas... Antes deu desmaiar, me lembro do meu pai me pedindo para usar nosso laço para que eu pudesse destruir os feéricos. Eu me recusei, eu juro, por algum motivo isso jamais passou pela minha cabeça e foi então que ele se revoltou. Após isso eu só me lembro de ver um mago das trevas e então tudo escureceu e eu acordei com você me salvando. - Ele diz e sinto ainda mais raiva de Guiscard. Esse é um homem perverso e sem escrúpulos.
- Está tudo bem agora... Ele não fará mais mal a você, eu não vou deixar. - Falo de forma firme e então seu olhar se cruza com o meu, me causando arrepios.
- Obrigado por ter ido lá por mim... Isso foi impressionante! Você poderia ter sido morto, Jehan. - Ele diz e isso me faz sorrir.
- Até parece, aqueles guardas são tão burros. Eu me diverti vendo eles pegando fogo. - Falo rindo e vejo ele balançar a cabeça em negação, mas também sorri.
- Confesso que eu também. - Ele diz e nossos rostos acabam ficando mais próximos.
Nossos olhares se conectam com uma intensidade tão grande, que sinto o ar ficando cada vez mais pesado ao nosso redor. Eu me sinto tão atraído por Elric, mas isso vai além da necessidade física... É mais do que isso.
- Eu percebi que essa história de predestinados está fazendo mais sentido para mim. - Ele diz, olhando em meus olhos e sinto meu coração bater cada vez mais acelerado em meu peito.
- O que quer dizer com isso? - Pergunto em um sussurro.
- Quero dizer que isso não me assusta mais e que eu quero tentar. - Ele responde e sinto meus olhos arderem ao ouvir suas palavras.
- Está falando sério, Elric? Não brinque comigo, por favor. - Peço com a voz baixa. - Para nós, feéricos, essa ligação é muito importante... É literalmente a minha vida em jogo. - Falo de forma sincera, pois não preciso mentir, essa é a verdade.
Ele encosta sua testa na minha e sinto alguns fios seus pinicar meu rosto, conforme o vento bate em seus cabelos. Suas mãos grandes e calejadas pegam em meu rosto, me fazendo manter contato direto com seus olhos.
- Eu jamais vou brincar com a vida dá única pessoa que eu sei que sempre estará ao meu lado, independe da situação. A noite de ontem me fez perceber algumas coisas e uma delas é que eu quero você! - Ele diz e vejo a sinceridade em seu olhar, o que me faz sorrir.
Sem pensar muito, aproximo nossas bocas e logo estamos envolvidos em um beijo cheio de sentimentos reprimidos e que ainda não conseguimos nomear. Minhas mãos se embrenham nos fios longos de seus cabelos e meu corpo, como um imã, fica ainda mais próximo ao seu. As mãos de Elric descem para meu quadril e com um impulso ele me coloca sobre seu colo, o que me faz sentir a protuberância sob minhas nadegas.
Um gemido escapa por minha boca e sinto meu corpo ficando cada vez mais quente e necessitado dele. Sei que parte disso é o nosso desejo, mas a outra parte é o chamado querendo consumar nosso laço.
- Eu preciso de você, Jehan! - Elric diz em um gemido quando nossas bocas se separam e isso me faz suspirar.
- Eu também. - Falo e acabo me movendo em seu colo, buscando aliviar o incômodo em meu membro dolorido.
Meu corpo parece que vai entrar em combustão a qualquer momento e sinto quando minha entrada começa a expelir uma espécie de lubrificação natural. E isso me deixa um pouco constrangido, pois até hoje eu jamais me deitei com outro homem, já que sempre segui a risca essa regra. Alguns homens feéricos, como eu, podem gerar sua própria cria e isso nos permite algumas mudanças em nosso corpo, mas eu jamais soube a fundo quais são elas e agora estou descobrindo aos poucos.
- Está tudo bem. - Elric sussurra conta minha boca, notando meu constrangimento. - Não precisa ter vergonha de mim.
Respiro fundo e concordo com um aceno, voltando a beijar sua boca em seguida. Nossos lábios se chocam com intensidade, aumentando ainda mais o nosso desejo. Tiro minhas mãos de seus cabelos e as levo até debaixo de sua camisa, podendo sentir seu corpo fervendo em minhas mãos. Afasto nossas bocas por alguns segundos, apenas para poder ver a peça de roupa sendo jogada no chão.
Nesse momento eu não me importo com mais nada que não seja sentir Elric em mim, e nem a possibilidade de sermos pegos me abala.
Fico imerso em nossa bolha e só fico mais consciente quando Elric me deita na grama aparada e verdejante, comigo e ele sem mais nenhuma peça de roupa.
- Você é lindo. - Ele me elogia e isso me faz sorrir.
- Você também não fica atrás. - Brinco.
Elric solta uma risada curta e desce seu rosto em direção ao meu corpo. Fecho meus olhos quando sinto sua boca em meus mamilos e não consigo segurar o gemido. Cada sensação é totalmente nova e prazerosa para mim, o que me faz ir ao paraíso em questão de segundos.
A boca de Elric vai descendo cada vez mais por meu corpo, explorando cada pedacinho de pele e sinto um frio na barriga quando sinto ele mais próximo ao meu membro ereto e escorrendo um líquido viscoso. Minha boca abre em um O perfeito ao sentir a boca dele em meu membro, chupando a carne sensível. Sinto lágrimas se acumulando em meus olhos e não consigo conter os gemidos que escapam por minha boca. Meu corpo inteiro se contorce de prazer e me sinto pegar fogo quando sinto algo invadir minha entrada. Elric me penetra com um dedo seu e mesmo nunca tendo sentido essa sensação antes, eu amo ela agora.
Sinto minha mente ser nublada de repente e então todo meu corpo fica leve quando eu explodo de prazer em sua boca. A respiração quase não entra em meus pulmões e quando abro meus olhos, a visão de Elric todo descabelado e lambendo os lábios me faz suspirar.
- Agora vem a melhor parte, meu rei. - Ele sorri com malícia e se posiciona entre minhas pernas, passando minhas coxas ao redor de sua cintura.
Nossos olhares se conectam nesse momento e sinto quando ele começa a entrar lentamente dentro de mim e mesmo com a lubrificação ainda dói um pouco. Tento me desfocar dessa parte e pensar apenas no prazer e é isso que acontece quando ele começa a se mover dentro de mim.
E eu me sinto completo nesse momento, o que faz uma emoção imensa tomar conta do meu peito. Meu coração bate acelerado, ao ritmo das investidas dele contra mim e deixo meus gemidos se misturarem aos dele. O suor escorre por nossos corpos e nossas mãos se entrelaçam em algum momento, enquanto nossas bocas também se unem nesse momento.
Sinto aos poucos o prazer me alcançando novamente e consigo separar nossas bocas, apenas para fazer uma pergunta.
- Você me aceita como seu predestinado, Elric Redthorn? - Pergunto, olhando fundo em seus olhos, podendo ver o brilho selvagem que há neles.
- Eu te aceito como meu predestinado, Jehan Larkin. - Ele responde e no mesmo instante nós alcançamos nosso prazer juntos.
Nossas testas se encostam uma na outra e nossas respirações ofegantes se juntam, enquanto eu posso sentir o coração dele batendo junto ao meu.
E a partir desse momento nada mais importa, pois Elric é meu... Assim como eu sou dele.
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Saindo uma primeira vez quentíssima para vocês, jujubas. Gostaram???
Ps: Como sabem, esse livro em especial é escrito por mim e pelo Rafael. Vocês sabem qual personagem é escrito por cada um de nós dois?
Bjus da Juh, o próximo capítulo é o último da primeira parte 😘😘
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