55 ▪ ok... ▪
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Pela primeira vez, ver o loft de Jimin, não soava a alegria, nem a memória das horas passadas ali com ele.
Ver o lugar dele soava a cansaço.
Cansaço nos plásticos perdidos das comidas de microondas espalhados pelo balcão da cozinha. Cansaço por poucas peças de roupa perdidas perto da porta da casa de banho. Perdido, algures, na dezena de garrafas de água vazias perto do espelho no qual eu sabia que ele dançava em frente. E, por fim, cansaço perdido em caixas de compridos na mesa de centro, desde analgésicos para dores musculares a dores de cabeça e tudo o resto.
Mas Jimin entrou num solavanco dentro do lugar, depois de me ter dado a chave, sorridente, como se ele não estivesse vendo o mesmo que eu, mas depois ele se virou para mim, com um sorriso de canto ignorante, pendurando os braços em volta do meu pescoço, se aproximando e antes que eu raciocinasse ele estava deixando um selinho nos meus lábios.
E depois recuou, olhando nos meus olhos, encarando especificamente a minha bochecha esquerda, depois o meu lábio.
''Me desculpa." Ele pediu e a sua mão encontrou a minha cara de uma forma bastante delicada para quem estava alcoolizado. "Eu magoei o seu lábio?" Ele perguntou e eu franzi as sobrancelhas, vendo-o cerrar o olhar na direção dos meus lábios.
"Não..." Eu respondi, quase em um murmúrio, confuso sobre aquilo.
"Vem, Jungkookie." Ele pediu, segurando a minha mão, mas largando-a logo depois, para então num ato rápido arrastar tudo o que estava na mesa de centro para o chão. "Senta aqui." Mandou e eu olhei-o torto, sem entender, antes de o ver ir para a cozinha e abrir a geladeira. "Deve ter gelo para aqui." Ele murmurava, mais para si. "Eu sempre tenho, para quando me lesiono."
Eu afastei os cabelos para trás, abanando a cabeça, esfregando a cara, principalmente os olhos, me perguntando que merda de dejá-vu era aquele.
E então ele apareceu na minha frente, encostando o pacotinho de gelo, coberto por um guardanapo, abaixo do meu olho.
"Não sei o que tinha na cabeça." Ele murmurou, parecendo palpar a minha pele com aquilo, mas eu não o impedi.
Não é sua culpa....
"O que está fazendo?" Eu perguntei, afastando a sua mão dali com a minha, mas então ele me deu um tapa e pressionou aquilo sobre o meu lábio inferior.
"Eu não quero que fique com o rostinho inchado." Murmurou, parecendo tão atento ao que fazia na minha face, como se fosse quase uma operação, como se fosse... da outra vez.
"O meu rosto está bem." Eu retorqui, mas ele negou com a cabeça, a sua mão quente em contraste com a minha pele agora gelada, graças a ele.
"Jungkookie..." Ele suspirou. "Eu não quero ver o seu rosto todo... amanhã."
"O que tem o meu rosto?" Eu questionei, ainda sem entender.
"Não finja que não levou um soco, valentão." Ele acabou rindo, afastando o gelo por um pouco, passando os braços por cima dos meus ombros, encostando a testa na minha. "Mas você vai ficar bem." Ele assegurou, a sua mão ajeitando os meus cabelos de lado.
"Jimin, eu acho que você está confundindo e..."
Eu acabei me calando, quase querendo bater em mim mesmo, olhando nos seus olhos, sendo tudo tão claro agora.
"Com o quê?" Ele perguntou, risonho, afastando-se para voltar a colocar o maldito gelo na minha bochecha.
"Jimin..." Eu sussurrei, preocupado com ele, subindo o olhar, e segurando a cintura dele, já que a mesa me deixava bem mais baixo do que ele. "O que a gente fez hoje?"
"De manhã?" Ele perguntou e eu acenei. "A gente deu uns beijos bem loucos." Ele acabou rindo de si mesmo e eu neguei com a cabeça, encostando a minha testa na sua barriga, sem saber como lidar com aquilo, mas ele segurou o meu queixo, pegando o gelo e pressionando-o contra a minha face. "Eu vou te contar um segredo." Ele disse, rindo de novo, mostrando como o álcool e tudo o resto tomava conta de si naquele momento. "Eu te disse para vir com os seus amigos, mas, baby, eu juro que só queria você."
"Porque está fazendo isto, meu Deus?" Eu resmunguei, sozinho para o ar, negando com a cabeça, levantando-me em seguida. "Vem dormir, por favor." Eu pedi, segurando o pulso dele e o puxando para dar a volta na mesa, deixando-nos em frente do sofá.
"Mas, Jungkook..." Ele resmungou, as suas mãos passando a minha cintura para chegarem aos bolsos traseiros das minhas jeans, enfiando uma mão em cada um, puxando o meu quadril contra o seu. "A gente não vai ficar um pouquinho junto, antes?"
"Não..." Eu acabei respondendo, levando a mão aos meus cabelos. "Eu estou cansado..." Elaborei, não era mentira, mas não era a verdade para a ocasião.
"Tudo bem..." Ele pareceu triste sobre isso.
No entanto, parecendo se esquecer de que tinha as mãos na minha bunda, ao se sentar, acabou me puxando, me fazendo cair com um joelho entre as suas pernas, e por sorte, a minha mão contra o sofá, suportando o meu peso enquanto eu o ouvia rindo sobre isso.
E então, antes que desse sequer tempo, as suas duas mãos estavam se encontrando embaixo da minha nuca, me puxando para baixo e juntando os meus lábios aos seus. E, inevitavelmente, a minha mão desceu para a sua cintura, enquanto o meu corpo se assentava em cima da minha própria perna e eu sentia os meus lábios completamente tomados pelos do baixinho.
"Jimin..." Eu acabei me afastando, deixando a minha testa contra a sua bochecha. "Me desculpe, eu não..."
Não dava para eu fingir que as coisas nunca mudaram. E eu não me podia aproveitar daquilo, nunca, jamais.
"O seu lábio dói, não é?" Ele perguntou, inocente. "Me desculpe." E as suas mãos inquietas brincaram com a borda da minha tshirt, e eu fechei os olhos por um segundo.
Eu também gostaria que nada disso tivesse acontecido, bebê.
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