24 ▪if u touch u break, if u dont u die ▪
Eu mandara demasiadas mensagens a Yugyeom, até então perceber que provavelmente o garoto não estava me respondendo porque ainda se encontrava no avião. Pedia-lhe por tudo para me ligar quando pudesse, porque eu precisava tanto de falar com ele.
Encarava a fotografia que me tinha deixado com carinho, tentando lembrar-me de quando lhe tinha dado uma janela de tempo para ele a fazer. Nós tínhamos tirado imensas, mas lembro-me perfeitamente daquela, já que também era a mais recente.
Crescia uma dor imensa dentro do meu peito sempre que me lembrava do sucedido, sempre que me lembrava dele e do que eu tinha estragado.
Ele seria o mesmo comigo?
No entanto, baseava-me em " e se".
E se Jimin não tivesse aparecido? E se eu não o tivesse beijado? O que eu faria? O que eu diria a Yugyeom?
Jimin tinha vindo salvar-me, pois como eu era, nunca quereria estragar a viagem do Kim, então provavelmente eu iria ceder, deixar que ele me beijasse, evitar as perguntas. Mas e depois? Quando ele fosse o que eu faria?
Eu não queria uma relação com Yugyeom, não. Mas eu gostava tanto dele... E eu não o podia perder por nada.
Se calhar era hipócrita, se calhar devia ter tido em conta toda a nossa história. E não era por ele estar longe, era porque havia alguém perto, alguém que estava destruindo todas as barreiras dentro de mim.
Ninguém tinha culpa, não havia ninguém para apontar o dedo, não havia nada para criticar.
"Tae?" Eu chamei, com um limão nas mãos.
Ultimamente eu passava mais tempo no restaurante do que eu realmente queria, mas ficar em casa não era uma opção para mim, que me perdia a cada segundo.
E, agora que o garoto de cabelos vermelhos tinha perdido a carta de condução por uns dias (até o seu pai pagar pela recuperação da mesma) por conduzir embriagado, Kim Taehyung passava muito tempo no restaurante comigo.
Então, eu pensei, porque não?
"Sim." Ele batucou os dedos no balcão, olhando-me.
Provavelmente ele estava aborrecido por estar ali, mas fazia-o porque queria.
"É..." Eu cocei os cabelos, desnorteado e com certa vergonha. Mas Taehyung era o único a quem podia perguntar. "Como você sabe quando quer ficar com uma pessoa... a sério ou só... ficar?"
Ele prestou-me realmente atenção, ficando chocado e depois sorrindo.
"Jungkook!" Exclamou, mesmo que baixinho. "Seu sortudo!"
Eu aproximei-me, não querendo que ninguém ouvisse tal assunto.
"O que quer dizer?"
"Eu não sinto isso em um longo tempo..." Ele parecia lamentar. "E é tão bom. Esqueça todas as coisas negativas que já lhe disseram, estar apaixonado é do melhor."
"A-apaixonado?" Eu acabei tropeçando nas palavras. "Eu não disse isso." Murmurei.
"Não? Pareceu." Ele deu de ombros. "De qualquer maneira, respondendo a sua pergunta..." Ele pareceu pensar.
A resposta dele não ia satisfazer a minha dúvida, porque em primeiro lugar não havia nenhuma para esclarecer.
Eu sabia. Só não queria acreditar.
"Você sabe quando é certo." Ele disse, apontando um dedo e tocando-lhe, como primeiro passo. "Dois, essa pergunta nunca fica permanente no seu cérebro." Outro dedo. Tocou então o terceiro, que seria o último. "Sabe quando olha para uma pessoa e ela soa como o seu mundo? Se tocar despedaça, se não tocar morre?"
De alguma maneira as palavras do não-tão-mais-velho fizeram a minha pele arrepiar-se.
Eu abanei a cabeça, virando costas e fingindo fazer alguma coisa com os legumes já preparados para uso.
Ele deu uma gargalhada alta.
"Jungkook." Chamou-me, ainda rindo. "Eu compreendo... Mas não tenha medo."
Ele mostrava-me agora, pela primeira vez, uma faceta dele que eu não conhecia. Não soava mais como aquele garoto que só saía para festejar, beber, conviver. Soava como alguém que tinha vivido um romance e que o perdera algures nos tropeços das vida.
Eu não disse mais nada, nem toquei no assunto. Agradeci quando ele voltou a atenção para o seu celular e eu voltei a trabalhar.
Ainda esperava a resposta de Yugyeom desde a noite anterior, mas era esperto para entender que a viagem demorava bastantes horas devido à longitude.
Ocorrera-me usar os meus não-dotes de expressão escrita para mostrar a Yugyeom o quanto tinha significado a visita dele, mas agora com a recém descoberta de que posso usar a minha boca para falar e expressar, pois antes mal tentava ou tinha motivos para tal, preferia esperar que ele me ligasse, ou respondesse para que eu pudesse ligar-lhe e dizer-lhe tudo o que ele merecia ouvir.
No final da manhã, quando Taehyung deixou o restaurante para almoçar algures com alguém que eu não conhecia e ia passar para o levar, a minha mãe decidiu deixar o restaurante nas minhas mãos.
Com a saída recente do meu pai para um dos restaurantes da nossa cadeia umas horas antes, a minha mãe vira-se obrigada a fazê-lo quando precisou de ir ao mercado em ato de desespero, por um pequeno deslize no stock de algum ingrediente indispensável.
Este restaurante, especialmente este, o fundador, era o mais familiar, aquele que os meus pais dotavam mais. Os outros eram mais objetivos, com empregados que não eram da casa, mais no centro da cidade, sem clientela habitual. Era mais estranho para mim.
Mas trabalhar ali, sozinho, via-me atormentado pelo meu futuro, que certamente seria aquele. E doía-me pensar numa coisa que eu rezava para ser tão distante.
Eu não sabia se os meus pais queriam aquilo para mim, não sabia se a envolvência da minha mãe no que se trata de questões de faculdade, se a insistência dela para que eu me formasse tinha algo a ver com o que ela desejava para mim.
Mesmo com esse pensamento numa nuvem que pairava sobre mim, eu tive que sorrir quando o loirinho entrou pela porta e me sorriu, caminhando diretamente para mim.
Eu estava feliz que estávamos fazendo aquilo. Estava feliz que ele estava ali, porque desde a noite anterior que eu não sabia o que aconteceria em seguida, com Jimin eu nunca sabia.
Ele sentou-se no lugar que Taehyung antes ocupava, ainda sorrindo.
"Eu gostaria de ter uma limonada." Ele pediu, tão confiante e brincalhão, pousando uma nota em cima do balcão. "E você, por favor." Acrescentou rápido, erguendo a sobrancelha por um segundo, para depois a baixar.
Eu gargalhei baixinho, enquanto limpava um copo de cristal, e encarei o dinheiro que ele pousava.
Com um olhar desafiador eu empurrei o dinheiro de volta para si, sorrindo igualmente.
"Isso não vai chegar, lamento."
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