21 ▪do u think about me? ▪
Nunca me ocorreu que conhecer Yugyeom viesse a ser um dos momentos que eu quereria guardar para sempre.
Nunca me ocorreu que eu não fosse querer que eles nunca acabassem.
Nunca me ocorreu que eu o conheceria.
Nunca me ocorreu que eu me sentiria tão bem ao pé dele.
Então eu tinha medo do final, claro que tinha. E quando ele fosse embora? Quanta falta eu sentiria?
"Não pense nisso." Ele mandou.
Eu não tinha dito nada. Nem tinha mencionado o assunto.
Talvez soubesse por eu o estar a encarar à algum tempo.
Estávamos de frente um para o outro, na mesa de um café, esperando os nossos pedidos, nos encarando. Não dizíamos nada, pois já tínhamos dito tanto na noite anterior.
"Em quê?"
"Você sabe." Ele sacudiu os ombros, como se tal não lhe interessar-se dizer-me. "Estou tentando não pensar também."
"Yug." Eu mexi-me rápido, pousando os braços na mesa e inclinando o meu corpo. Um grande suspiro deixou os meus pulmões. "Eu não sei o que está acontecendo comigo."
Não sabia de onde a confissão vinha, nem a permissão para que tal deixasse a minha boca. Mas estava lá, tinha saído.
Ele imitou a minha posição, acariciando o meu rosto. O seu toque quente.
"Porque está tão preocupado, Guk?"
Porquê que ele era sempre tão carinhoso?
Não. Pare. Pare. Pare.
Eu olhava nos seus olhos, procurando qualquer traço que denunciasse sarilhos, mas eu não via algum.
E eu não podia fazer aquilo, não podia.
Não depois de ignorar a mensagem de Jimin.
Graças foram dadas ao céu, por mim, quando a empregada voltou com as duas chávenas de café e, por educação, fomos obrigados a separar-nos. No entanto, não fora com boas consequências.
Eu tinha demônios que perseguiam o meu pensamento todos os dias desde aquele, mas aquilo era demais.
Mas ver Jimin me vendo, tentando disfarçar que nem me vira, doía. E eu não podia fugir mais. Não por mim, mas por ele.
"Me dê um segundo." Eu pedi, me levantando.
"Onde vai?" Kim me perguntou, segurando-me o pulso.
"Tem alguém que eu conheço." Eu deslarguei, caminhando até ao balcão onde o garoto se encontrava. "Jimin." Eu murmurei, espreitando por cima do ombro antes de ele me encarar.
Ele olhou-me de lado, pegando o troco de cima do balcão, o café para levar, e passando por mim.
Sem saber o que fazer, segurei-lhe no pulso e ele olhou-me tão chateado.
"Vai dizer que eu errei um número?" Ele atirou.
Entendi então que estava magoado por não ter respondido às suas mensagens, e eu entendia. Mas se ele soubesse...
"Não foi isso."
"Eu sei que não." Ele revirou os olhos.
"Vamos conversar." Eu disse, baixinho, envergonhado. E eu não tinha nada para dizer. "Por favor."
Ele olhou em volta, para disfarçar.
"Você está ocupado."
Não o suficiente.
"Pare com isso."
"Decidiu parar de ser idiota agora, Jungkook?"
Ele tinha tanta coisa para dizer, eu não tinha nada, ali, de mãos nos bolsos do casaco, mal sabendo como respirar. Tudo de uma vez. Tudo outra vez.
Quando me viu sem resposta, encarando o chão, ele virou-me costas, saindo enquanto bebericava o café. Um parte de mim queria ir, chegou a andar em frente, mas outra parou-me.
Eu não tinha nada para dizer.
Quando eu voltei para me sentar com o Kim, aborrecido com toda aquela situação, ele sorriu-me, empurrando a minha chávena na minha direção.
"Vai ficar frio."
"Obrigado." Eu murmurei.
"Aconteceu algo?" Ele questionou.
Eu pus um sorriso na cara, ele era sempre tão preocupado.
"Nada."
Eu tentei respirar normalmente, mas não dava.
Eu tentava sempre, com tudo. E fosse como fosse, eu acabava sempre magoado.
▪》》▪
Uma semana com Yugyeom era um sonho tornado realidade, e o melhor era que ainda não tinha terminado. Ela não me dizia quanto tempo ficaria, para que nenhum de nós andasse pensando na despedida ou no tempo que tínhamos juntos um do outro.
No entanto, uma semana sem Jimin doía. Sem qualquer tipo de contacto. Ele nem mesmo tinha vindo na costumeira sexta feira à tarde, nem à noite.
Eu não sabia o que ele pensava, eu não sabia o que pensar.
Aproveitava-me das boas energias que Yugyeom me passava, que me fazia sentir e porpocionava.
E eu nem tinha pelo que desconfiar.
Mandar uma mensagem para o Park, lá no meio da semana, não tinha sido uma boa ideia, pois nem resposta eu obtivera. Tentar de novo parecia-me ridículo, mas não descartado. Mas o que eu queria mesmo era ligar-lhe, ouvir a voz dele. Ouvi-lo dizer que também não sabe o que está acontecendo, que estamos no mesmo pé de igualdade.
Ele pensava em mim?
Eu nunca fora muito corajoso, mas era um desespero.
Sentado nas escadas da minha casa, quais o único propósito era levar à saída, a algumas horas da madrugada já, enquanto Yug dormia, eu disquei o número dele.
A desilusão não foi muita quando ele não atendeu, pois eu não esperava outra coisa.
O objeto fino rodava entre os meus dedos, enquanto escondia a minha própria cabeça nos joelhos e tentava organizar tudo o que ia dentro de mim.
O vibrar nas minhas mãos.
Um sorriso estampou-se no meu rosto.
Jimin. Park Jimin.
"Hey." Ele murmurou, como se fosse casual ligar àquela hora.
Eu respirei fundo.
Tome coragem por uma vez, Jungkook!
"O que é?" Ele questionou, impaciente. "Jungkook?"
Respire.
Jimin.
"Você pensa em mim?"
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