18 ▪i cant let you go ▪
A boca dele era boa demais para mim. Eu não sabia a quê que sabia, mas era algo doce, intenso. Todo Jimin era intenso, e doce.
Ele continuava no meu colo, parecendo confortável e mexendo as pernas algumas vezes. Eu compreendia. Nós estávamos ali à algum tempo e vamos convenhar que estar ali, naquela posição, sem muito movimento, não devia ser agradável. De qualquer das maneiras ele continuou, como se estivesse sedento.
Eu sabia que eu estava, só não tinha noção que eu queria aquilo com tamanha intensidade, que necessitava daquilo.
Seria aquilo uma necessidade para ele também?
Os puxões leves que ele dava no meu cabelo quando os dois estávamos para perder o ar faziam-me quase arfar, mas continha-me.
Eu tinha uma obra de arte nas mãos e eu sentia que qualquer coisa que eu fosse fazer o fosse tirar dali, dos meus braços.
Ele já tinha alcançando o meu pescoço algumas vezes, durante aquelas pausas que eram impossível de romper porque ambos precisávamos tanto de ar.
Mas então, num desses momentos, ele decidiu encarar-me. O seu olhar perfurava o meu e a sua mão quente envolveu toda a minha bochecha, como se segurasse a face de um bebê precioso em suas mãos.
Parecia que ele ia fazer a confissão do ano, mas então...
"Você não vai acreditar!" Ele sussurrou, tão baixinho, como se tivesse acabado de entrar alguém sem eu saber.
"O quê?" Eu cheguei a espreitar por cima do meu ombro, porque era para onde ele olhava. Quando eu virei o rosto de novo, ele selou os nossos lábios uma única vez, rindo depois.
"Passa das três da manhã."
O meu olhar arregalou-se, como devida reação.
Eu não sabia ao certo as horas em que ele tinha aparecido, mas podia afirmar com toda a certeza que nem da meia noite passava.
"Você tem algum lugar para estar?"
Ele sorriu de lado, negando com a cabeça e gargalhando.
"A essa hora?"
Como um brilhinho na minha cabeça, àquela hora, eu lembrei-me de que eu tinha um lugar para estar.
Nas últimas semanas, pelo menos desde que Jimin tinha entrado na minha vida, para valer e não apenas como o garoto do restaurante, as minhas conversas com o menino do outro lado do mundo tinham diminuído.
E tanto era culpa minha como dele.
Aquela hora era a que mais nos costumávamos falar, ainda para mais a uma sexta feira. Isto acontecia porque o fuso horário era demasiado e no final de semana eu não tinha problema alguma em só dormir de manhã.
Antes de Jimin ele era tudo o que eu tinha.
Jimin.
Jimin pendia a cabeça para o lado, com o olhar semicerrado.
"Você tem algum lugar para estar?" Ele perguntou-me.
Mentir não era o meu forte, nunca fora. Cocei os cabelos, negando com a cabeça.
"Qual lugar a essa hora que você tem que estar, porra?"
Eu neguei, frenético, mas só me lembrava do episódio da limonada jogada na minha cara.
"Não tem nenhum." Eu assegurei.
Era até irônico. Eu não tinha mesmo.
"Não fique estressado." Eu pedi.
Nós estávamos a ter um momento tão bom e, como sempre, eu tinha razão em não querer abrir a boca.
As minhas palavras pareceram afeta-lo, mas eu não entendia se o tinha sensibilizado ou irritado.
Ele espriguiçou o corpo para trás, a sua coluna batendo na mesa. E ele era tão flexível que quase se deitou, com as coxas se erguendo levemente.
A sua camisola era comprida, mas esticou tanto os braços que me permitiu ver o seu abdômen.
Ele deu outra gargalhada.
"Me desculpe." Ele disse, voltando com rapidez e fazendo pressão sobre as minhas pernas. A sua mão alcançou o meu rosto e ele sorriu, só para me olhar e depois voltar para a posição anterior, quase como se estivesse a alongar.
As minhas mãos seguiram a cintura dele, porque não havia como não o fazer, mas, atrevidas, aproveitaram o pequeno freixo de separação entre a sua pele e o tecido da sua roupa, tocando-lhe a pele.
"O que está fazendo?" Eu perguntei.
Ele parecia tão exposto daquela maneira, como se nem soubesse que eu estava constantemente a observa-lo, a ele e a cada detalhe.
"Eu não sei mais." Ele murmurou, usando as mãos para puxar a sua camisola para baixo, deixando as minhas mãos debaixo dela.
Ao que se referia ele?
"E... O que quer fazer?" Eu atrevi-me.
E ele voltou a rir. Ver a sua barriga mexer-se com a gargalhada era gracioso, principalmente quando ele segurava a mesma.
Ele esticou os braços, como se me pedisse que o ajudasse a voltar para cima, como se realmente precisasse. Eu puxei-o, o deixando o mais perto que eu pude.
"Nesse momento?" Ele perguntou, levando a ponta do dedo aos lábios. Eu acenei. "Me deixe te mostrar."
O seu braço rodeou o meu pescoço por trás enquanto ele juntava as nossas bocas mais uma vez em uma só.
Eu já nem me lembrava mais como é que toda aquela situação tinha começado e eu também não me queria esforçar para tal, com medo que fosse um simples nada.
Havia qualquer coisa no beijo dele, nele, que me fazia nunca querer terminar aquele momento. Mas então ele parou, sem se afastar. Os seus lábios ainda estavam lá, em contacto com os meus. Ele mexia levemente o nariz contra o meu, com os olhos nas nossas bocas, que eu tentava a todo o custo encarar também.
Eu já não sentia a noite gelada, já não sentia nada.
A única coisa que interessava éramos nós, às três da madrugada, no restaurante escuro, só para nós. Unicamente nós, nos beijado.
"Jungkook..."
O meu nome saiu como um suspiro, o ar sentido contra o meu queixo.
"Eu não consigo te largar."
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