15 ▪ i made it ▪
Notava se que Jimin só usava aquele local para praticar e estudar e não realmente um local para viver. No entanto, estava tudo bem arrumado, no seu devido lugar, como se esperasse uma visita a qualquer momento.
"Desculpe a desarrumação." Ele disse, atrapalhado, se movendo para retirar os livros de cima da mesa.
Eu queria-me rir, pois se esse garoto visse o meu quarto provavelmente ele choraria.
"Eu não quero abusar, mas você me esperaria por dez minutos?" Ele questionou, retirando a alça do saco do seu ombro e o pousando no chão, junto da porta. "Eu saí à pressa e nem troquei de roupa direito." Ele acabou coçando os cabelos, envergonhado.
Eu acenei, pois a meu ver não havia problema algum.
"Claro." Eu concordei.
"Fique à vontade." Ele disse, antes de desaparecer pela única porta ali para além da da saída.
Eu acabei por me sentar no sofá, observando o lugar à minha volta.
Eu não era desse tipo que se intrometia na vida das pessoas, mas eu estava sedento por saber mais da vida de Park Jimin.
O que ele estudava? O seu sonho era ser bailarino profissional? Ou algo mais?
Park Jimin foi demasiado rápido a sair daquele banheiro pelo qual eu ouvia a água escorrer. É capaz de ele ter demorado mais para se vestir, o que calculei através e a partir do momento em que a água nao era mais ouvida.
Dez minutos, tal como ele prometera, e ele estava a girar a maçaneta da porta, vestido agora em uns jeans escuros e um moletom com capuz igualmente preto. Tudo isso contrastava com os belos cabelos loiros.
Ele sorriu, fechando a porta e balançando nos seus pés, as mãos cruzadas na frente do corpo.
"Eu posso te oferecer algo?" Ele questionou, indeciso sobre o que diria em seguida. Eu neguei com um aceno, educado. "Eu tenho a certeza de que eu tenho uns chocolates aqui algures."
Ele moveu-se, para a espécie de cozinha que o lugar tinha.
Provavelmente ele sentava-se neste mesmo sofá, atento aos estudos e perdido em chocolates.
O corpo dele caiu ao meu lado antes de eu poder levar essa imagem até uma memória duradoura, e ele trazia um monte de chocolates nas suas mãos.
"Tem muitos sabores." Ele disse, mexendo em todos eles e procurando um específico. "Aqui." Ele tentou retirar o chocolate do plástico, com os dedos pequeninos.
"Aqui." Eu imitei-o, tirando-lhe aquilo das mãos e abrindo.
Ele riu, a cabeça tombando para trás, e o seu corpo encostando se ao meu. Antes que ele pudesse sequer retaliar, os meus dedos estavam contra os seus lábios, deixando o doce na sua língua.
Eu acabei por pegar outro, tomando-o para mim e rindo da cara de gozo de Jimin, saboreando ainda o pequeno quadradinho que tinha deixado na sua língua.
"Você gostou mesmo?" Ele perguntou-me, enquanto mastigava, mas com os dedos na frente dos lábios.
Eu sorri, porque já era reflexo do meu corpo quando eu pensava em Jimin a dançar.
"Gostei."
Aquela resposta suava-me muito mais sincera do que qualquer outro elogio que eu pudesse inventar. Isto porque com Jimin eu precisava inventar elogios, pois os deste mundo não eram capazes de o descrever tão bem quanto eu gostaria.
No entanto, eu ainda sentia necessidade de lhe mostrar o quanto eu tinha gostado.
"Eu nunca na vida assisti a algo tão belo."
"Oh." Ele soltou, um outro chocolate em suas mãos. Abriu-o rápido, o enfiando contra os meus lábios e logo pegando outro contra ele mesmo.
Os plásticos dos doces acumulavam-se nos seus quadris deitados, com o seu corpo recostado sobre o meu.
"Esse é muito bom!" Eu exclamei, antes que o constrangimento tomasse conta do ar. "É de quê?"
"Eu não sei." Ele se virou, apertando o meu queixo entre a sua mão pequena, encarando os meus lábios.
Eu coloquei a ponta da língua de fora, percebendo que ele queria ver o chocolate e talvez perceber, através do seu recheio, o sabor.
"É o meu preferido!" Ele exclamou, soltando-me e buscando no meio dos chocolates por um igual.
O desapontamento no seu rosto ao não encontrar o que queria foi notável.
"Eu nem reparei..." Ele lamentou, mas logo sorrindo ao encontrar um novo sabor preferido. "Este!"
Ao invés de o guardar para si, Jimin voltou a expreme-lo contra a minha boca.
"Qual foi a sua parte preferida?" Questionou-me.
Sem pensar muito, respondi-lhe.
"O drama."
"Eu que criei!"
A paixão na sua voz era a melhor parte em ouvi-lo falar.
De alguma maneira, a minha resposta rápida, e que eu sabia ser correta, era uma mentira nata.
A minha parte preferida seria ver o seu corpo curvado espalhar-se pelo palco ou a dedicação que ele tinha? Nem eu sabia pelo que estava mais apaixonado, mas que eu estava era um facto.
"Você arrasou." Eu comentei, distraído.
"Namjoon disse o mesmo."
E quem é Namjoon? Eu deveria saber?
"Bom!" Ele estalou, de repente. "Obrigado por ter ido, mesmo." Agradeceu. "Eu posso te pagar o jantar?"
Não passava das cinco da tarde, mas nunca na vida eu iria recusar.
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