𖦹 027

Depois de mudar a direção do tiro em direção a Adrian, o barulho ensurdecedor da arma ecoou pelo ambiente tenso. Um silêncio pesado se seguiu, interrompido apenas pelo som fraco do corpo de Adrian caindo no chão, gemendo de dor.

Meus olhos se arregalaram em choque diante do que eu tinha feito. Uma onda de arrependimento e horror me atingiu enquanto eu observava Eliot, paralisado pela cena diante dele.

Eliot, por sua vez, olhava para mim com uma expressão de puro choque e incredulidade, seus olhos se fixando nos meus em busca de uma explicação que eu não podia dar.

O tempo parecia congelar enquanto nós três, presos naquele momento de terror, processávamos a gravidade do que acabara de acontecer. Eu segurava a arma trêmula, sentindo o peso do meu ato se instalar sobre mim como uma âncora implacável.

Finalmente, foi Eliot quem quebrou o silêncio, sua voz rouca e carregada de emoção.

— Sarah... o que você fez? — Ele sussurrou, sua expressão uma mistura de choque e desespero.

Eu tremia, incapaz de articular uma resposta coerente. O peso da culpa e da angústia me sufocava, enquanto eu lutava para encontrar palavras que pudessem explicar o inexplicável.

— Ele não vai morrer, Eliot. Eu jamais mataria o Adrian.

Adrian, por sua vez, gemia de dor no chão, seu olhar fixo em mim com uma intensidade feroz. Seus lábios se contorciam em uma careta de dor, mas havia algo mais ali, uma promessa silenciosa ardendo em seus olhos.

— Eu te perdoo, Sarah — Adrian sussurrou.

O ambiente estava impregnado de tensão e desespero, cada segundo que passava parecia prolongar ainda mais a agonia do momento.

— Eu espero que você apodreça na cadeia, Ambrose — Eliot disse com ódio na voz — Eu vou ligar para a polícia.

Vi Eliot se afastar e eu me abaixei na altura que o corpo de Adrian estava. Eu o segurei com toda a força que eu tinha e vi as lágrimas descer em meu rosto.

— Me promete uma coisa — Adrian murmurou meio ao sangue.

Eu fiquei em silêncio.

— Me promete que não vai deixar eles me matarem. Me promete que vai fazer eles me levarem para o hospício em Vancouver...

— Eu prometo, Adrian. Eu prometo que vou fazer de tudo para garantir que você seja levado para um lugar seguro. — Minha voz estava embargada pelo choro, mas minhas palavras eram carregadas de determinação.

Adrian fechou os olhos por um momento, parecendo encontrar algum tipo de alívio na minha promessa. Sua respiração estava irregular, mas ele lutava para se manter consciente.

Enquanto isso, Eliot estava distante, provavelmente telefonando para as autoridades. Eu sabia que teria que enfrentar as consequências dos meus atos, mas por enquanto, minha única preocupação era garantir que Adrian recebesse o cuidado que ele precisava.

Com cuidado, eu o ajudei a se sentar, apoiando suas costas contra a parede mais próxima. Seus olhos encontraram os meus novamente, e havia uma intensidade ali que me fez estremecer.

— Sarah, eu sei que parece loucura, mas você precisa acreditar em mim. Eu não sou quem eles dizem que eu sou. — Sua voz era fraca, mas cheia de convicção.

— Eu sei. Você é pior do que eles dizem.

Eu podia tentar esquecer o Adrian, e eu tentaria. Mas seria falho e nós dois sabíamos. Jurei para mim mesma que o protegeria e, eu faria.

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