𖦹 016

O período se internação tinha acabado. Eu e Eliot estávamos em serviço. Em uma cena do crime sendo mais exata.

Um homem se suicidou em uma árvore do cemitério municipal, entretanto, é meio difícil acretidar na ideia do suicídio quando a vítima não tem olhos e nem coração. Apolo deduziu que era uma vítima do Carniceiro.

Eu tinha certeza que era.

— Isso é pior que antes — Eliot disse vindo por trás de mim e colocando a mão em meu ombro — O que acha que Adrian faz com os órgãos?

Suspirei meio tensa.

— Acho que eles os aprecia. O que acontece com uma pessoa depois que ela mata alguém é individual.

— Você já matou, o que acontece com você? — Sua curiosidade era genuína.

— Eu enlouqueço. Me sinto observada por quem eu matei — Assumi. A sensação de ter um espírito que você mesmo libertou é agonizante.

Eliot ficou em silêncio por um momento, processando minhas palavras.

— Eu não posso nem imaginar como é isso para você. Deve ser um peso enorme.

— É, definitivamente não é fácil — concordei, sentindo o peso da memória se acumular em meus ombros.

— Desculpe se fui muito invasivo. Eu só... não entendo muito bem essa parte do seu mundo.

— Não se preocupe, Eliot. É complicado para todos nós, até mesmo para mim. Mas eu faço terapia desde os dezessete.

Ele olhou para o chão parecia ansioso.

— Pergunta logo.

— Eu sempre tentei lembrar de onde te conhecia. Você é a menina que matou um cara com dezessete facadas, não é?

— Sim, sou eu — admiti, sentindo um nó se formar na minha garganta. A lembrança era pesada, mas eu já estava acostumada a lidar com as consequências desse ato.

Eliot olhou para mim com uma mistura de surpresa e compaixão.

— Desculpe por trazer isso à tona. Eu não sabia que era você mesmo— Ele parecia ter pena de mim — Como você lida com isso? Quero dizer, com o fato de ter matado alguém tão jovem.

Respirei fundo antes de responder.

— No começo, foi difícil. Muito difícil. Mas ao longo do tempo, aprendi a aceitar o que fiz e a me perdoar. Matar é parte da humanidade, eu só contribui.

Eliot assentiu, absorvendo minhas palavras.

— Eu não sei se conseguiria lidar com algo assim.

— Espero sinceramente que nunca precise lidar com algo do tipo, Eliot.

Elena estacionou uma viatura na entrada no cemitério. Ela veio até nos juntamente de Celine que estava meio desconfiada.

— Acharam alguma coisa? Fio de cabelo? — Celine perguntou — Porque só de olhar eu sei que isso não é suicídio. Ele tem marcas no pescoço, foi estrangulamento.

Estrangulamento. O mesmo método que Adrian usou em mim.

— Desculpe, pessoal, mas ainda não encontramos nenhuma pista sólida sobre a identidade do Carniceiro — disse Eliot, olhando para Leblanc com uma expressão séria e convincente.

Eu o acompanhei, mantendo minha postura tranquila enquanto acrescentava — Estamos explorando várias linhas de investigação, mas até agora nada que nos leve diretamente a ele.

Celine e Elena pareciam um pouco decepcionadas, mas compreenderam a situação.

— Não se preocupem, continuem fazendo o que for necessário. Precisamos pegar esse cara o mais rápido possível — afirmou Elena, incentivando a equipe.

Celine assentiu, acrescentando.

— Vou fazer uma análise do corpo assim que ele for para delegacia.

Eliot e eu agradecemos, escondendo nossa tensão interna. Sabíamos que, mais cedo ou mais tarde, teríamos que confrontar Adrian Ambrose e lidar com as consequências desse confronto. Mas por enquanto, era crucial manter o disfarce e não levantar suspeitas sobre o que realmente sabíamos.

O tempo passou, e a investigação sobre o Carniceiro parecia mais desafiadora a cada dia. Celine e Elena estavam cada vez mais determinadas a encontrar pistas que levassem à captura do assassino em série. Enquanto isso, Eliot e eu continuávamos a esconder nossos conhecimentos sobre Adrian Ambrose, o homem por trás desses crimes hediondos.

— Esse é Francisco Montez, dezenove anos, um italiano que estava fazendo medicina. Sem antecedentes, sem passagens em grupos de apoio...

Adrian disse que só matava pessoas ruins. O que esse homem tinha feito?

— Isso é estranho. Não parece se encaixar no perfil do Carniceiro — comentei, franzindo o cenho ao ouvir sobre Francisco Montez.

Eliot assentiu, também perplexo com a situação.

— Eu e a Sarah podemos conversar a sós?

Elena e Celine se entreolharam, concordaram, saíram e fecharam a porta nos deixando com o morto ao nosso lado.

— O Carniceiro sempre escolhe suas vítimas com base em algum critério específico. O que esse rapaz poderia ter feito para chamar a atenção de Adrian? — Afirmei — Adrian disse que faz isso por justiça.

— Talvez tenha sido igual a Connor. Disse que ela era sua amiga, o que acha que fez ela chamar atenção dele?

— Ela não era uma boa pessoa. Ele disse que a era malcriada... Talvez, Francisco fosse apenas um menino rico e esnobe.

— Não encontramos nenhuma ligação óbvia entre ele e o padrão das outras vítimas. É como se fosse uma exceção fora do padrão estabelecido pelo Carniceiro — explicou Eliot , examinando cuidadosamente as evidências.

Droga! Me irritava como Eliot Ross podia ser um engraçadinho, mas ao mesmo tempo era super interessante e inteligente.

— É uma situação realmente intrigante. Acho até que pode ser divertida — Eliot acrescentou.

Nesse momento, uma ideia começou a se formar em minha mente. Adrian não costumava cometer erros ou matar pessoas inocentes. Havia algo mais nesse caso, algo que ainda não tínhamos descoberto.

— E se contássemos para Apolo? — sugeri, levantando a possibilidade de uma outra força por trás da minha ideia.

Eliot me olhou, surpresos com a sugestão. Era uma ideia arriscada, mas poderia explicar por que esse assassinato parecia fora do padrão. Meu instinto dizia que era a melhor hipótese.

— Precisamos ir mais a fundo. Talvez tenhamos um novo jogador nesse tabuleiro — concluí, determinada a desvendar esse novo mistério que se apresentava diante de nós.

— Quer contar para Apolo por que acha que Adrian não mataria você — Eliot resmungou. Ele tinha razão.

— Talvez, mas não é tão simples.

— Eu não vou quebrar nossa regra. Vou confiar no seu instinto — Falávamos baixo com medo das mulheres escutarem.

Ross foi até a porta e abriu a maçaneta, para que as mulheres entrassem na sala novamente.

Enquanto continuávamos nossa investigação, a sombra de Adrian Ambrose pairava sobre nós, lembrando-nos da verdadeira ameaça que enfrentávamos. O jogo havia se tornado ainda mais perigoso, e sabíamos que o tempo estava se esgotando antes que o Carniceiro atacasse novamente.

Enquanto analisávamos novas evidências na delegacia, Celine trouxe resultados intrigantes da análise do corpo encontrado no cemitério.

— Voltando onde paramos, eu encontrei vestígios de uma substância peculiar nos ferimentos da vítima. Parece ser uma combinação de alguma droga desconhecida. Isso não se encaixa no perfil de um simples estrangulamento.

Eliot e eu trocamos um olhar rápido, sabendo que esses detalhes poderiam ser ligados a Adrian de alguma forma. No entanto, mantivemos nossas expressões neutras enquanto ouvíamos atentamente.

Elena se aproximou, analisando os resultados junto com Celine.

— Esses novos detalhes nos dão uma nova perspectiva. Precisamos ampliar nossa busca e considerar diferentes cenários.

Concordamos em uníssono, ainda mantendo o segredo sobre nossas relação com Adrian.

Enquanto analisávamos os novos vestígios encontrados no corpo, Eliot e eu trocamos olhares, cientes de que esses detalhes poderiam ser cruciais para entender a verdade por trás dos assassinatos do Carniceiro.

— Essa combinação é muito específica. O Carniceiro costuma usar métodos tão complexos em suas vítimas? — Indaguei.

— Na maioria das vezes, mas são sempre métodos cirúrgicos — Celine respondeu.

Nesse momento, Apolo adentrou no departamento de análise forense e notei uma faísca de tensão entre ele e sua ex mulher.

— O que vocês acharam? Alguns novos detalhes? — ele perguntou, examinando os relatórios.

Elena explicou as análises feitas, destacando a complexidade dos métodos usados no crime.

— Uma droga. Ele nunca tinha usado drogas nas vítimas antes.

Enquanto discutíamos estratégias para explorar essa nova linha de investigação, a tensão na sala era palpável. Sabíamos que estávamos lidando com um adversário astuto e perigoso, e cada passo dado na investigação poderia nos aproximar ou afastar da resolução do caso.

Celine, que estava analisando mais detalhes dos vestígios encontrados, interrompeu a discussão com uma expressão de surpresa.

— Encontrei algo interessante. Essa substância peculiar nos ferimentos da vítima tem uma assinatura química única. É algo que nunca vi antes, mas posso tentar rastreá-la para descobrir de onde vem.

Todos na sala se viraram para ela, esperando ansiosamente por mais informações.

— Isso pode ser crucial para identificar o assassino ou a organização por trás disso tudo. Continue com essa linha de investigação, Celine. Pode ser a chave para resolvermos esse mistério — instruiu Apolo, confiante na capacidade da equipe.

Eliot e eu trocamos olhares determinados, sabendo que estávamos diante de uma oportunidade importante para avançar na investigação. A sombra de Adrian Ambrose ainda pairava sobre nós, mas agora tínhamos um vislumbre de esperança em desvendar toda a verdade por trás dos crimes do Carniceiro.

— Detetive Aleric, eu e a detetive Bloom gostaríamos de conversar com você no seu escritório — Eliot disse.

— Claro, vamos. Acho que elas duas dão conta.

No escritório de Apolo, Eliot e eu nos sentamos, enquanto ele aguardava com uma expressão séria, claramente intrigado com nossa solicitação.

— O que gostariam de me dizer? — Apolo perguntou, observando-nos atentamente.

Eliot tomou a frente, escolhendo cuidadosamente suas palavras.

— Descobrimos algumas informações adicionais sobre os crimes do Carniceiro e, especificamente, sobre a pessoa por trás desses assassinatos — começou ele, mantendo o tom calmo e profissional.

— Quem vocês acham que é o Carniceiro? — Apolo perguntou, com um brilho de expectativa em seus olhos.

— Nós acreditamos que o Carniceiro seja Adrian Ambrose — afirmei, encarando Apolo com seriedade.

Apolo pareceu surpreso com a revelação, mas sua expressão logo se transformou em pensativa.

— Adrian? Mas isso não faz sentido. Ele é um cirurgião respeitado nesta cidade. Além disso, ele fez o parto da minha filha, e eu não confiaria em um homem com perfil de serial killer.

Eliot e eu compartilhamos um olhar significativo antes de explicarmos nossa linha de raciocínio.

— As vítimas do Carniceiro têm características específicas em comum, e algumas delas têm conexões indiretas com Adrian — expliquei, delineando os detalhes que coletamos ao longo da investigação — Geralmente, são ex pacientes dele. A Senhora Peterson, Rita Connor...

Eliot complementou: — Além disso, encontramos vestígios que sugerem a possibilidade de alguém estar imitando os métodos do Carniceiro ou tentando desviar a atenção para Adrian.

Apolo absorveu as informações, processando tudo em silêncio por um momento.

— Mas vocês têm alguma prova concreta? Algo que possa ligar Adrian diretamente aos crimes? — ele questionou, ainda cauteloso com a ideia.

— Mas acreditamos que essa nova pista que Celine encontrou, a assinatura química única, pode ser a chave para conectar Adrian aos crimes — respondi, mantendo a esperança de que essa evidência seria suficiente para convencê-lo.

Apolo se levantou de sua cadeira, claramente perturbado, mas também determinado a buscar a verdade.

— Foi com ele que teve o delírio, Sarah?

— Foi. Ele perseguiu o nosso carro, eu te disse!

Ele negou com a cabeça.

— Não... Você disse que foi o Carniceiro — Apolo concluiu — Você não costuma ter delírios aleatórios, ele machucou você?

Eu não queria ter que falar isso aqui. Não na frente do Eliot.

— Ele me beijou. Adrian é apaixonado por mim.

Apolo processava as informações com uma expressão de choque e preocupação estampada em seu rosto.

Eliot permanecia em silêncio, mas sua expressão séria mostrava que ele estava acompanhando tudo atentamente.

Apolo respirou fundo, claramente lutando para assimilar essa revelação sobre alguém que ele considerava um colega respeitado.

— Isso é muito sério, Sarah. Ele não deveria ter feito isso. Você está bem? Ele te machucou de alguma forma? — Apolo perguntou, sua preocupação evidente em cada palavra.

— Não, não me machucou fisicamente. Mas Adrian tem uma obsessão estranha por mim. Ele foi no hospital quando estive internada e me estrangulou uma vez... — expliquei, tentando transmitir a gravidade da situação.

Apolo assentiu, sua expressão agora uma mistura de choque e determinação.

— Precisamos levar isso a sério. Se Adrian é o Carniceiro e está agindo dessa maneira, precisamos ser cuidadosos e estratégicos.

Eliot, finalmente, interveio, trazendo uma nova perspectiva para a conversa.

— Talvez seja isso que ele quer. Ele quer que você seja sua informante ou aliada de alguma forma.

Apolo considerou essa possibilidade, seus olhos refletindo a seriedade do momento.

— Se ele acredita que você está do lado dele, isso pode nos dar uma vantagem estratégica.

— Mas é arriscado. Não podemos colocar ela em perigo! — Eliot resmungou querendo garantir minha proteção.

— Eu entendo. Mas se isso nos aproximar de Adrian e do Carniceiro, acho que vale a pena temporariamente fingir estar do lado dele — Apolo disse — O que você acha, Bloom?

Eliot, com um olhar preocupado e um tanto ciumento, se manifestou, expressando suas preocupações.

— Eu não gosto dessa ideia. Sarah já enfrentou situações perigosas demais por conta desse caso, e não acho seguro fingir estar do lado de alguém tão instável como Adrian. E se ele descobrir que ela está apenas fingindo? Acho perigoso uma investigação assim sozinha. Pode colocá-la em perigo real.

A observação de Eliot era plausível, levando em consideração o meu bem-estar. Mas eu não queria coisas do tipo, e sim, adrenalina.

A última vez que eu estive em êxtase profundo foi quando matei alguém.

— Eliot, nós dois sabemos que ele não quer me machucar — Suspirei e olhei para Apolo — No dia do acidente, ele me levou até um prédio abandonado enquanto Eliot continuava dentro do carro quase morrendo, o primeiro instinto de Adrian foi me tirar de lá.

Apolo ponderou por um momento, levando em conta as informações e os argumentos apresentados por Eliot e eu.

— Entendo suas preocupações, Eliot. A segurança de Sarah é uma prioridade absoluta. Mas se Adrian acredita que ela está do lado dele, isso pode nos dar acesso a informações cruciais para avançarmos na investigação e capturarmos o Carniceiro.

Eliot parecia tenso e contrariado com a decisão, mas também reconhecia a lógica por trás da estratégia proposta por Apolo.

— Eu entendo, mas não significa que eu precise gostar disso. Sarah, por favor, seja cuidadosa e não se exponha desnecessariamente.

— Eu prometo, Eliot. Vou tomar todas as precauções possíveis — assegurei a ele, compreendendo suas preocupações.

Apolo finalizou a conversa, determinando os próximos passos.

— Sarah, eu quero que você mantenha contato constante conosco. Não hesite em nos informar sobre qualquer movimento suspeito de Adrian. Estamos todos juntos nessa para proteger você e resolver esse caso.

Assenti, pronta para assumir o papel de informante temporária, sabendo que isso poderia ser crucial para desvendar o mistério do Carniceiro e garantir a segurança de todos os envolvidos.

— Vamos manter a discrição em relação a essa informação por enquanto. Não queremos levantar suspeitas antes de termos uma estratégia sólida em vigor — Apolo instruiu, destacando a importância da cautela.

Aquele dia era o dia em que Adrian voltava para Vancouver, então, uma ideia veio na minha cabeça.

— Adrian volta hoje para Vancouver, ele me disse que voltaria, mas também me convidou para um jantar na casa dele
— Sorri — E se eu mandasse uma mensagem perguntando se o jantar está de pé?

— Claro, enviar uma mensagem para Adrian sobre o jantar é uma boa forma de iniciar essa abordagem mais estratégica. Isso pode nos dar uma ideia de como ele está se sentindo e se ele está disposto a se encontrar pessoalmente.

Apolo assentiu, concordando com a abordagem.

— É uma boa ideia. Vamos ver como ele reage e se mostra aberto a conversar. Mas lembre-se, mantenha a discrição e não revele nada que possa comprometer nossa posição.

Com a determinação renovada, enviei a mensagem para Adrian, aguardando ansiosamente por sua resposta e pelo próximo passo na nossa estratégia para desvendar a verdade por trás dos crimes do Carniceiro e confrontar Adrian Ambrose.

Eu: Boa tarde, Adrian. Você já chegou de viagem?

Adrian: Estou em casa, espero sua companhia para o jantar às 21:00. Caso queira, pode chamar seu amigo Eliot Ross. Adoraria ter a oportunidade de conhecê-lo de verdade. Espero que ele não guarde remorso do nosso último encontro oportuno.

Eu: Achei que me quisesse longe do Eliot.

Adrian:  Eu quero. O jantar será um avaliação prévia dele.

Encerramos a conversa por mensagem, e eu compartilhei os detalhes com Apolo e Eliot.

— Ele respondeu positivamente ao convite e até sugeriu que você viesse também, Eliot. Parece que ele está disposto a nos receber e conversar — comentei, mantendo uma postura neutra, mas internamente preparada para lidar com qualquer eventualidade.

Eliot assentiu, aceitando a situação com uma expressão séria.

— Quem disse que eu quero ir?

— Você disse que era perigoso eu ir sozinha, agora você vai comigo — Disse em um tom sarcástico — Qualquer coisa a gente corre.

— Mas vamos ter que ter cuidado para não cair dentro da panela!

Apolo concordou, destacando a importância da prudência e do planejamento cuidadoso.

— Vamos manter a discrição e manter o foco em nossos objetivos. Sarah, Eliot, estarei em contato constante durante o jantar para garantir que tudo corra bem e que possamos aproveitar essa chance para avançar na investigação.

Com o plano em mente, nos preparamos para o jantar na casa de Adrian Ambrose, cientes dos riscos e das possibilidades que se apresentavam diante de nós. Era um passo importante na nossa estratégia para desvendar o mistério do Carniceiro e garantir a segurança de todos os envolvidos.

Com isso decidido, saímos do escritório de Apolo com um plano em mente, cientes dos desafios e riscos que enfrentaríamos adiante, mas também determinados a avançar na investigação e deter o Carniceiro antes que ele causasse mais danos.

Assim que saimos da delegacia, Eliot segurou meu braço com preocupação. Seu olhar transmitia uma mistura de sentimentos, desde a preocupação até uma certa vulnerabilidade que raramente ele demonstrava.

— Sarah, eu sei que é perigoso, mas eu não posso te deixar ir sozinha. Não quero correr o risco de te perder outra pessoa importante — ele disse, sua voz um pouco mais suave do que o normal.

Eu sorri gentilmente para ele, tocando seu rosto com carinho. Ele era bem alto.

Gostava do fato dele me achar importante.

— Eliot, você não precisa se preocupar tanto. Vamos tomar todas as precauções necessárias, e eu sei me cuidar. Além disso, você é forte e inteligente — Reassumi, transmitindo confiança em nossas habilidades combinadas.

Ele olhou para mim por um momento, como se estivesse processando minhas palavras, e então soltou um suspiro leve.

— Posso se te perguntar uma coisa? — Fiz um aceno de cabeça e ele prosseguiu — Você se acha parecida com o Ambrose?

— Ele me disse que mata quem merece, mas acho que ele se acha digno dos assassinatos. Ele tem a mesma coisa que eu, a síndrome da vida monótona. Eu já matei duas pessoas e eu sei que é o sentimento — Mordi o lábio — É puro prazer.

Eliot parecia surpreso com minha resposta, talvez não esperasse que eu compartilhasse algo tão pessoal com ele. No entanto, sua expressão permanecia atenta, mostrando interesse genuíno em entender melhor minha perspectiva.

— Entendo o que você quer dizer. Mas você mata pessoas ruins, assassinos! Ele mata inocentes. — ele refletiu, tentando compreender o ponto de vista que eu havia apresentado.

— Exatamente. Eu não acho que seja certo ou justificável — Andei em direção ao meu carro e vi Eliot se afastando e indo ao dele, um corolla preto modelo XEI — Entretanto, às vezes consigo entender o que motiva esses indivíduos a cometerem atos tão extremos. É como se fosse uma forma de quebrar a monotonia e sentir uma sensação de poder e controle — expliquei, tentando articular meus pensamentos da melhor forma.

Nosso diálogo foi interrompido pelo som de meu celular recebendo uma nova mensagem. Era de Apolo, confirmando os detalhes finais para o jantar na casa de Adrian Ambrose.

— Parece que é hora de nos prepararmos para o próximo passo da investigação — comentei, guardando o celular de volta no bolso.

Eliot concordou, sua expressão determinada.

— Vamos manter a atenção e agir com cautela. Estamos juntos nisso, Sarah.

Assenti, agradecida pela presença de Eliot ao meu lado durante esse momento.

— Que horas é nosso encontro com nosso novo-velho amigo? — Ele sorriu sarcástico.

— Às 21:00.

— Passo na sua casa às 20:20.

Com isso, nos dirigimos para nos preparar para o jantar na casa de Adrian Ambrose, conscientes dos desafios e das incertezas que nos aguardavam, mas determinados a seguir adiante na investigação e desvendar a verdade por trás dos crimes do Carniceiro.

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