𖦹 014
Ao entrar no hospital, senti todos os olhares se voltarem para mim, minha roupa suja de sangue causando uma mistura de choque e preocupação nas pessoas ao meu redor. Os médicos e Apolo se aproximaram imediatamente, repreendendo-me pela minha aparência e perguntando onde eu tinha estado.
Apolo, com uma expressão de preocupação e reprovação, questionou-me sobre o que havia acontecido e por que não havia dado notícias antes.
— Sarah, onde você estava? Por que não nos informou sobre o seu paradeiro? — Apolo perguntou, sua voz carregada de preocupação.
Tentei explicar rapidamente a situação, mencionando o acidente e como acabei sendo levada para longe do hospital sem poder dar notícias.
— Eu... Eu estava envolvida em um acidente. As coisas ficaram confusas, e eu acabei sendo levada para longe daqui. Sinto muito por não ter dado notícias antes — expliquei, sentindo a urgência de compartilhar tudo o que havia descoberto desde então.
Os médicos, preocupados com minha condição física além das manchas de sangue em minha roupa, começaram a me examinar enquanto eu tentava organizar meus pensamentos para explicar toda a situação para Apolo.
Enquanto os médicos trabalhavam, Apolo permaneceu ao meu lado, sua expressão suavizando-se à medida que ele percebia que eu estava fisicamente bem, apesar da aparência preocupante.
— Sarah, precisamos conversar sobre o que aconteceu. Você está bem? — Apolo perguntou, sua voz agora mais gentil e preocupada.
Concordei, respirando fundo antes de começar a compartilhar os eventos desde o acidente até o momento em que encontrei Adrian.
— Depois do acidente, eu fui levada pelo homem que estava nos perseguindo. Ele era... ele era o Carniceiro, Apolo. E eu acabei descobrindo coisas que mudaram tudo o que eu pensava sobre ele — comecei, sentindo a urgência de compartilhar tudo o que havia descoberto.
Apolo e os médicos escutaram atentamente enquanto eu relatava cada detalhe, desde minha captura até o momento em que retornei ao hospital.
Entretanto, nunca citava o nome de Adrian Ambrose.
Ao final de meu relato, um silêncio tenso preencheu o ambiente. Os médicos pareciam chocados com as revelações, enquanto Apolo processava as informações com uma expressão séria.
— Então, você está dizendo que quem prrseguiu o carro de vocês foi o Carniceiro? Isso é inacreditável, Sarah. E perigoso. Muito perigoso — Apolo disse, sua voz carregada de preocupação genuína — Ele ainda fez você conversar com ele.
Concordei com Apolo, ciente da gravidade da situação e da necessidade de agir rapidamente.
Eu não contaria sobre Adrian a Apolo, mas Eliot contaria.
— Eu sei que é difícil de acreditar, mas é a verdade. E eu não posso ignorar o que descobri. Precisamos agir com cautela, Apolo. O jogo que ele está jogando é perigoso demais para ser subestimado — enfatizei, minha determinação clara em minhas palavras.
Apolo concordou, compreendendo a gravidade da situação e planejando informar as autoridades e garantir minha segurança.
Enquanto os médicos finalizavam seus exames e providenciavam os cuidados necessários para mim, Apolo começou a tomar as medidas necessárias para garantir minha proteção e informar as autoridades sobre as revelações chocantes.
— Cadê o Eliot? — Perguntei com urgência.
Rapidamente responderam à minha pergunta.
— Ele estava na sala de cirurgia, recebendo os cuidados necessários devido ao acidente. Você deveria saber, você que ligou para ambulância... — Um médico de cabelo branco resmungou — Agora, ele está descansando.
A preocupação imediata tomou conta de mim, e eu sabia que precisava garantir que Eliot estivesse seguro e protegido.
— Ele vai ficar bem? — perguntei com urgência, minha voz carregada de preocupação.
— Eliot Ross estava estável e recebendo os cuidados necessários na sala de cirurgia.
Assenti, sentindo um peso sendo tirado de meus ombros ao saber que ele estava em boas mãos.
Apolo se aproximou, sua expressão refletindo a mesma preocupação que a minha.
— Vamos garantir que o detetive Ross receba o melhor tratamento possível. Precisamos nos concentrar em garantir sua segurança e sua recuperação — Apolo disse, sua voz firme, mas também repleta de preocupação.
Concordei com Apolo, focando minha energia em garantir que Eliot recebesse toda a assistência médica necessária.
Enquanto isso, os médicos continuavam a cuidar de mim, certificando-se de que eu estava estável e recebendo os cuidados adequados após o acidente.
Apolo e eu nos mantivemos em constante comunicação, discutindo os próximos passos e como lidar com as revelações chocantes sobre Adrian.
— Precisamos informar as autoridades imediatamente sobre o que descobrimos. Ele representa um perigo real, não apenas para você, mas para todos nós — Apolo enfatizou, sua determinação clara em suas palavras.
Concordei com Apolo, reconhecendo a necessidade urgente de tomar medidas contra Adrian e suas atividades sinistras como o Carniceiro.
Enquanto isso, mantive meus pensamentos voltados para Eliot, esperando ansiosamente por notícias sobre sua condição e torcendo para que ele se recuperasse completamente do acidente.
Julie se aproximou de mim espantada.
— Querida, onde você estava?! Precisamos trocar sua roupa, agora! — Ela era minha enfermeira favorita.
— Sofri o mesmo acidente que Eliot, mas acho que não tinham intenção de me machucar.
Julie rapidamente preparou roupas limpas para mim enquanto eu continuava conversando com Apolo sobre os próximos passos e a segurança de Eliot.
— Sarah, você precisa descansar um pouco e se recuperar. Vou garantir que tudo seja feito para manter você e Eliot seguros. Não se preocupe, estamos todos aqui por você — Apolo disse, colocando uma mão reconfortante em meu ombro.
Agradeci a ele pelo apoio e pela rápida ação em relação a Adrian e suas ameaças.
Fui até o banheiro com Julie, e ela me ajudou a trocar de roupa, e eu me senti um pouco mais confortável e limpa depois do acidente. Precisei de ajuda por conta dos cacos de vidro na minha barriga. Doía, mas também podia ser por conta da dor de saber que Adrian era o Carniceiro.
— Como está Eliot agora? Posso vê-lo? — perguntei, ansiosa por notícias dele.
Julie sorriu gentilmente.
— Ele está se recuperando bem. Vou verificar se você pode visitá-lo por um momento — ela respondeu, mostrando preocupação genuína por nós dois.
Enquanto esperava, pensei nas revelações chocantes sobre Adrian e como isso afetaria nosso futuro. Eu sabia que precisávamos agir com rapidez e cautela para proteger a nós mesmos e à cidade de sua ameaça.
Finalmente, Julie voltou com boas notícias.
— Você pode visitar Eliot agora. Ele está acordado e pediu para vê-la — ela disse, conduzindo-me até a sala onde Eliot estava se recuperando.
Ao entrar na sala, vi Eliot deitado na cama do hospital, seu rosto exibindo sinais de cansaço e preocupação, mas também um alívio evidente ao me ver. Ele sorriu fracamente e estendeu a mão para mim.
— O que ele fez com você? — Eliot perguntou, sua voz suave refletindo sua preocupação — Você foi com ele, Sarah...
— Eliot, eu não tive escolha. Ele me levou e... conversamos. Eu descobri coisas, coisas que mudaram tudo o que eu pensava sobre ele e sobre o que está acontecendo em nossa cidade — respondi, sentando-me ao lado da cama dele, segurando sua mão com firmeza.
Eliot olhou para mim, seus olhos expressando uma mistura de choque e preocupação.
— Você está bem? Ele te machucou de alguma forma? — Eliot perguntou, examinando-me atentamente.
— Fisicamente estou bem. Mas emocionalmente... é difícil processar tudo o que descobri — confessei, sentindo o peso das revelações e das experiências recentes.
— Vai contar para o Apolo que o Adrian é o Carniceiro?
— Não sabemos em quem podemos confiar completamente neste momento — Suspirei — Vamos manter entre nós por enquanto, tudo bem?
Eliot assentiu, compreendendo a necessidade de ser estratégico ao lidar com informações tão sensíveis.
— Temos que ter certeza de que estamos um passo à frente dele. O Adrian é manipulador e perigoso. Não podemos subestimá-lo — Eliot afirmou, sua expressão séria refletindo a seriedade da situação.
Concordei com ele, reconhecendo a importância de não subestimar o perigo que Adrian representava.
— Vamos focar em garantir sua recuperação e a segurança de todos nós. Depois, encontraremos o momento certo para revelar a verdade — sugeri, mantendo-me firme em nosso compromisso de lidar com a situação da melhor forma possível — Acho que eles vão me internar novamente.
Levantei a blusa mostrando para ele os cortes do acidente.
— Você se machuca muito, sabia? — Ele riu meio descontraído — Desculpa por ter te arrastado para essa merda toda.
— Foi bom sair um pouco da rotina...
— E dar umas voltinhas com um serial killer!
— Foi uma experiência nada convencional, com certeza — respondi com um sorriso leve, tentando trazer um pouco de humor à situação tensa.
Eliot riu fracamente, mas logo sua expressão voltou a se tornar séria.
— Precisamos ficar atentos e nos preparar para o que vem pela frente. Vamos trabalhar juntos para resolver isso da melhor forma possível — ele disse, sua determinação evidente em suas palavras.
Concordei, apreciando a determinação e a colaboração mútua entre nós.
— Você tem razão. Vamos enfrentar isso juntos, Eliot. E quando estiver tudo resolvido, vamos tomar um café decente, sem nenhum serial killer por perto — brinquei, tentando trazer um pouco mais de leveza ao momento.
Eliot sorriu, apreciando o humor mesmo diante das circunstâncias difíceis.
— Combinado. Um café decente está prometido assim que resolvermos esse caso — ele respondeu, sua voz refletindo um senso de esperança e determinação.
Enquanto conversávamos, senti um misto de alívio por estar ao lado de Eliot e preocupação com o que estava por vir. Sabia que tínhamos um longo caminho pela frente, mas também confiava na nossa capacidade de enfrentar os desafios juntos.
— Preciso ir, mas volto para te ver mais tarde, tudo bem? — disse, me preparando para deixar a sala temporariamente — Tenho que ver se vou voltar para minha internação.
Eliot assentiu, compreendendo a necessidade de descansar e se recuperar também.
— Claro, estarei aqui. Cuide-se, Sarah — ele disse, sua voz suave refletindo sua preocupação genuína.
Agradeci a ele pelo apoio e pelos momentos de conversa reconfortantes.
Ao sair da sala de Eliot, encontrei Apolo esperando por mim, sua expressão séria, mas também reconfortante.
— Como ele está? — Apolo perguntou, mostrando sua preocupação com Eliot.
— Está se recuperando. Conversamos sobre a situação, e concordamos em manter algumas informações entre nós por enquanto. É melhor agirmos com cautela, considerando quem está envolvido — expliquei, compartilhando o entendimento que havíamos alcançado.
Apolo assentiu, compreendendo a necessidade de ser estratégico ao lidar com Adrian.
— Vamos nos concentrar em sua recuperação e em manter todos seguros. Se precisar de qualquer coisa, estarei aqui — Apolo disse, sua determinação evidente em suas palavras.
Agradeci a ele pelo apoio constante e pela liderança firme diante da situação desafiadora.
— Eles querem fazer exames em você — Julie disse com seu sorriso.
— Claro...
Após os exames, os médicos decidiram que seria melhor para minha saúde e recuperação ser internada por algumas horas para monitoramento e cuidados adicionais. Embora inicialmente relutasse devido à sensação de estar sendo limitada em minha liberdade, reconheci a importância de seguir as orientações médicas para garantir minha total recuperação.
Apolo, que estava presente durante essa conversa com os médicos, concordou com a decisão e tranquilizou-me dizendo que estaria por perto para garantir que tudo corresse bem durante minha internação temporária.
Julie foi muito gentil e prestativa ao me acompanhar até o quarto onde ficaria internada. Ela explicou o procedimento, garantiu que estaria disponível para qualquer necessidade e fez o possível para tornar meu ambiente o mais confortável possível.
Enquanto estava internada, aproveitei o tempo para descansar, refletir sobre os recentes acontecimentos e organizar meus pensamentos. Recebi visitas de Eliot, Apolo e alguns colegas da equipe, o que trouxe um senso de apoio e familiaridade durante esse período.
Os médicos monitoraram de perto minha condição, realizaram exames adicionais e ajustaram meu tratamento conforme necessário. A internação foi essencial para garantir que eu estivesse completamente recuperada e pronta para enfrentar os desafios que estavam por vir.
Após um período de internação, quando me sentia mais estável e recuperada, um dia, enquanto estava sozinha no quarto do hospital, a porta se abriu lentamente. Minha mente ainda estava turbulenta com tudo o que havia acontecido recentemente, e eu não tinha certeza se estava acordada ou sonhando.
Para minha surpresa, Adrian Ambrose entrou no quarto, com um sorriso sinistro no rosto. Minha respiração ficou presa na garganta enquanto eu o encarava, sem acreditar no que meus olhos viam. Ele se aproximou da cama, sua figura parecendo mais sombria e ameaçadora do que nunca.
— Sarah, você realmente achou que poderia escapar de mim tão facilmente? — Sua voz era um sussurro gelado, ecoando no quarto.
Adrian se aproximou ainda mais, e eu podia sentir sua presença como uma sombra sufocante.
— Você sabe muito bem que não pode se livrar de mim tão facilmente. Eu estou sempre aqui, Sarah. Sempre.
Eu queria gritar, pedir ajuda, mas algo dentro de mim dizia que isso não era real. Era um delírio, uma manifestação dos meus medos mais profundos e das incertezas que rondavam minha mente desde que descobri quem ele realmente era.
Eu tentei falar, mas as palavras não saíam. Meus olhos se arregalaram de medo e confusão. Será que ele tinha realmente entrado ali? Eu estava enlouquecendo novamente.
Nesse momento de confusão e medo, eu forcei minha mente a se acalmar. Sabia que aquele encontro com Adrian era um delírio, uma projeção dos meus temores e traumas recentes. Respirei fundo, tentando encontrar alguma forma de dissipar aquela visão aterrorizante.
— Você não está aqui. Você não é real. — Eu repetia para mim mesma, fechando os olhos por alguns segundos e tentando afastar a imagem de Adrian da minha mente.
Quando abri os olhos novamente, o quarto estava vazio. O sorriso sinistro de Adrian tinha desaparecido, deixando apenas o silêncio reconfortante do hospital ao meu redor.
Fiquei ali, tentando recuperar a compostura e separar a realidade da ilusão. Era um lembrete de como minha mente estava frágil e suscetível após tudo o que havia passado.
Logo em seguida, a porta se abriu novamente, revelando Apolo, que entrou com uma expressão de preocupação.
— Sarah, você está bem? Eu ouvi você falando sozinha. — Apolo perguntou, sua voz cheia de cuidado e preocupação genuína.
Respirei fundo, tentando acalmar meu coração acelerado.
— Foi só um delírio, Apolo. Igual no ano passado — Expliquei, sentindo um alívio ao compartilhar com ele o que tinha acontecido.
Apolo se aproximou, colocando uma mão reconfortante no meu ombro.
— Você passou por muita coisa, Sarah. Não é surpreendente que sua mente esteja sobrecarregada. Estamos aqui para ajudar você a passar por isso, tudo bem? — Ele disse, sua voz transmitindo tranquilidade e apoio.
Assenti, agradecendo por ter alguém como Apolo ao meu lado durante esses momentos difíceis.
— Vou pedir para os médicos darem uma olhada em você, só para garantir que está tudo bem. Não se preocupe, estamos aqui para cuidar de você — Apolo disse, saindo do quarto para buscar assistência médica.
Enquanto esperava pelos médicos, refleti sobre a experiência do delírio. Era um lembrete vívido de como nossa mente pode ser afetada por traumas e estresse emocional. Eu sabia que precisava continuar a trabalhar na minha recuperação não apenas fisicamente, mas também emocionalmente.
Eu podia mentir para Eliot, para Celine e para Elena, mas o Apolo, ele sabia das minhas fases mais sinistras. Entretanto, assim que acordasse desse pesadelo iria contar tudo a Eliot.
Aliás Mason não foi a primeira pessoa que eu matei, e nem seria a última.
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