Eu perdi a conta de quantas músicas nós dançamos e quantas vezes rimos de alguma coisa engraçada que ela ou eu falava. Não sabíamos mais sobre o que conversávamos ou sobre o que já havíamos conversado. 

No fim eu só sabia de uma coisa, essa noite estava muito incrível!

E quanto a Philippe, eu o ignorei. Eu evitei olhar para os lados a noite toda e tentei manter o foco em apenas curtir e dançar ao lado de Alice. 

Eu estava conseguindo, exceto por um minuto de descuido. O meu olhar se voltou para o lugar onde ele se encontrava e logo depois me arrependo. Mas como dizem... era tarde demais e não dava para desver a cena.

Philippe pareceu sentir meu olhar sobre si, pois virou o seu rosto exatamente para onde eu estava e então seus olhos se fixaram nos meus. A mesma garota que nos atrapalhou estava com Philippe ainda e se aproveitou do momento para se aproximar mais dele, se isso ainda era possível. Ela colocou uma de suas mãos em seu ombro e falava algo em seu ouvido. Ele não demonstrava nenhuma reação ou interesse aos toques dela e era como se ele fosse imune a tudo isso.

Em minha cabeça tudo passava lentamente e eu estava com raiva de mim por ter sido tão estúpida. Então, ignorando ele, volto a dançar ao som daquela música ao qual me fez apreciar a batida e enfim relaxar novamente. 

Um rapaz se aproxima de mim e pede para dançar comigo. 

Ele até era bonito, mas eu não queria nada com ele, mas mesmo assim eu me permito dançar com ele. Seus braços vão direto em minha cintura e eu apoio os meus em seus ombros.

Olho para o lado e Alice também está acompanhada por um desconhecido. Se o Firmino visse essa cena ficaria com ciúme dela.

— Relaxa, ele parece estar totalmente desinteressado nela.  — Alice diz olhando por cima do meu ombro. 

Ela nem se importa se estamos acompanhadas ou não, ela simplesmente fala livremente e certamente esses caras não ligam mesmo.

— Alice, já começou?  — a repreendo.

Continuo dançando colada ao rapaz loiro e ele apenas aproveita nossa dança. 

— Só fiz um comentário.  — ela levanta às mãos em sinal de rendição.

— Você não me engana.  

O rapaz que eu não sei o nome sobe uma mão até meu pescoço enquanto a outra continua em minha cintura. Eu olho diretamente em seus olhos e mergulho no mar azul de seu olhar. Eu sei o que ele pretende com esse gesto, seu olhar desce para minha boca confirmando sua intenção e então começa a se aproximar.

— Ai, meu Deus! — Alice diz alto bem ao meu lado, quebrando o momento.  

O rapaz se afasta e volta apenas a dançar comigo. Olho para Alice e ela está dançando olhando, mas olhando fixamente para algo atrás de mim.

— Que foi?  — pergunto meio irritada por ela ter interrompido e quando vou seguir seu olhar para entender seu espanto, ela me impede apressadamente.

— Não olha! Ele está vindo para cá.

— Ele quem?  — pergunto sem entender.

— Philippe! — Alice cumprimenta e isso responde totalmente a minha pergunta.

— Oi Alice. — ouço a voz dele ao meu lado e só agora eu olho para ele.

Paramos de dançar, mas nossos acompanhantes continuam ao nosso lado esperando Philippe.

— O Alisson me ligou, pediu para avisar que deu um probleminha no seu carro... — Phil começa explicar.

— O QUÊ?   — Alice grita. 

— O seu carro estragou com eles no caminho e vão chamar um guincho. Está um transtorno e vai demorar, mas Alisson disse que era para levar vocês embora.

— Por que seu carro está com Alisson? — questiono.

— Porque ele e os outros rapazes foram comprar mais bebidas e eu emprestei o carro. — explica e volta ao seu surto.  — Eu não acredito que isso está acontecendo! Só podia ser o Alisson mesmo! — ela diz em uma mistura de nervosismo e aflição. 

Ela era apaixonada por seu carro, na verdade ela era cuidadosa e geralmente não emprestava para ninguém.

— Alice e agora?  — pergunto preocupada. Como iríamos embora? Não queria enfrentar um ônibus a essa hora da noite ou então arriscar carona com algúem alcoolizado.   — A maioria já está bêbado e vai embora de táxi.

— Se vocês quiserem eu posso levá-las para suas casas. Eu não bebi nada hoje.  — Philippe propõe.

— Nem pensar. — respondo de imediato, não me importando em parecer grossa. O que eu menos queria dividir o mesmo espaço com ele, ainda mais em um carro onde não terei escapatória.  Até porque depois daquele acontecimento eu só queria evitá-lo.

— Emilly!  — Alice reprova minha atitude e eu dou de ombros.  — Philippe isso não vai te incomodar? Porque a gente pode pegar carona com outra pessoa ou até mesmo ir de ônibus.  

— Eu posso levar vocês! — o rapaz loiro que dançou comigo oferece e Philippe o encara como se o fosse matar.

— Nem conhecemos você. Dá o fora daqui! — ele expulsa o rapaz que olha para mim antes de virar as costas e sair.

— Por que fez isso? Grosso! — cruzo os braços irritada por ter dispensado o rapaz, quem ele pensa que é para fazer isso por mim?

— Phil, não queremos incomodar. — Alice diz.

— Não é incomodo algum, eu faço questão.  — ele diz se prontificando e eu contenho a vontade de revirar os olhos diante da sua falsa humildade. 

— Nem sei como iremos agradecer você.  — Alice diz agradecida. 

Não estava acreditando que Alice iria mesmo aceitar, aquela traíra!  Agora pouco estava surtando e agora aceitando de boa a carona. Eu sabia que ela estava aprontando.

— Vamos dizer que vocês ficam me devendo essa.  — um sorriso brinca nos lábios dele, mas eu sabia que tinha um pouco de verdade em sua brincadeira e isso me deixou intrigada.   — Vocês já querem ir?  — ele pergunta.

— Sim, não é mesmo, Emilly?  — ela diz e eu semicerro meus olhos e respondo: 

— Claro.  

— Então bora! — ele vai na frente abrindo o caminho entre as pessoas que estavam tumultuadas ali e nós os seguimos.

— Alice, você sabe que vai me pagar né?!

— Não era o que você queria?

— Não mais!

— Pois agora aguente. — ela diz com um sorrisinho cínico e continua a caminhar me deixando para trás de boca aberta. 

Hey angels

Tudo bom com vocês?

Gostaram do capítulo? Estou curiosa, comente aqui o que vocês acharam.

Não se esqueça de dar aquela estrelinha no capítulo também!

All the love,

V. Collins