Epílogo
Ângelo Lima Miller
Dez meses depois...
Pego o pote com as frutas amassadas e volto para à sala, abrindo um sorriso ao ver meus dois amores brincando com nosso amado Loki. Bem, não sei se brincando é bem a palavra, já que os dois judiam muito do pobre cachorro.
Me sento no tapete fofo da sala e assim que me notam, Giovani e Otávio engatinham até mim com sorrisos banguelas em seus rostos. Deixo o pote que está em minha mão no chão e abraço minhas preciosidades.
- Oi, meus anjinhos sapecas! - Falo rindo e deixo um beijo na bochecha de cada um, ouvindo as risadas deles.
Olho para meus filhos e nem parece que já se passou tanto tempo desde que eles nasceram. Parece que foi ontem que peguei eles em meus braços pela primeira vez, e hoje já vejo eles quase começarem a dar os primeiros passinhos. O tempo é uma coisa inexplicável em nossas vidas... Ele pode ser muito bom para algumas coisas, mas infelizmente para outras ele é cruel.
- Pa! Aaaaaaaa! - Minhas pequenas cópias dizem ao mesmo tempo e sinto meu rosto ser puxado por suas pequenas mãos, assim como meus cabelos também não passam despercebido para os dois.
- Aí! Assim vocês machucam o papa. - Falo rindo e tiro a mãozinha de Giovani que está em meu cabelo e deixo um beijo na mesma.
- E você também não pode me arrancar o rosto, Tavinho. - Falo olhando o meu filho, mas ele apenas ri porque não entende nada do que eu estou falando.
- Ok! Agora vamos papar um pouquinho. - Falo e alcanço o controle da televisão, ligando a mesma em seguida, colocando no desenho preferido dos dois, vendo eles rapidamente ficarem entretidos no programa que passa.
Aproveito a distração deles e começo a os alimentar com as frutas que havia preparado.
Já estou tão acostumado a ficar com os dois em casa, que nem quero pensar quando eu tiver que deixar eles para retomar minha faculdade. Depois que eles nasceram, conversei bastante com Enzo e decidi cuidar dos nossos filhos até eles completarem um ano de vida, por isso tranquei minha faculdade. Mas não é algo que eu vou desistir, pois meu sonho é ser médico e vou conseguir. Apenas adiei esse sonho para poder viver outro, que são os meus filhos. Sei que poderia muito bem pagar babás para cuidar dos dois, mas nada substitui a presença dos pais, ainda mais no comecinho da sua vida.
Termino de dar as frutas para os dois e me levanto rapidamente para deixar o pote vazio na cozinha.
- Nossa! Esse cheiro está muito bom, Suzi. - Falo para a senhora que trabalha aqui com a gente desde que os bebês nascerem.
- Estou fazendo bobó de camarão. - Ela sorri.
- Não vejo à hora de comer. - Sorrio para ela e volto para à sala, voltando a me sentar junto com meus pequenos anjos.
Uma coisa que eu acho lindo em meus filhos, é ver que cada um puxou uma característica minha e de Enzo, e até de nossos familiares. Otávio tem a pele negra igual a minha e os olhos idênticos aos da minha mãe, assim como os cabelos castanhos escuros. Já Giovani tem a pele branca igual a de Enzo e os olhos são azuis, assim como o meu e de seu outro pai. Mas tirando isso, eles também possui feições bem parecidas, quase idênticas.
Escuto o barulho de carro estacionando e isso traz um sorriso ao meu rosto, assim como também desperta meus filhotes.
- Paaa! - Os dois gritam ao mesmo tempo e batem palminhas.
- O papai chegou, meus amores? - Pergunto rindo e Giovani pega na mão de Enzo rapidamente e depois os dois começam a engatinhar em direção à porta eufóricos.
Solto uma risada, pois toda vez é assim desde que eles começaram a engatinhar... Vão "correndo" quando o pai chega.
Não demora muito e Enzo abre a porta da sala, logo abrindo um sorriso ao ver duas miniaturas de gente à sua espera. Não demora muito e os dois já estão em seu colo, recebendo o amor e carinho do pai que eles tanto amam. E vendo essa cena nesse momento, sinto meu peito se encher de amor e felicidade, como em todos os dias em que vejo minha pequena família reunida demonstrando amor.
- Acho que vou começar a sentir ciúmes, só você tem essa recepção calorosa. - Falo fingindo uma cara brava, mas não consigo a manter por muito tempo e abro um sorriso.
- Sabe como é, né amor?! Sou irresistível. - Ele provoca e logo solta uma gargalhada. - Ei, seus pestinhas, não pode morder. - Ele fala ainda rindo, tentando fugir das mordidas que Gio e Tavinho tentam dar neles.
- Sabe como é, né amor?! Você é irresistível. - Respondo e vou até ele, deixando um rápido beijo em sua boca e pego sua maleta que ficou esquecida no chão, fechando à porta em seguida.
Enzo ri, balançando a cabeça em negação e se senta no chão com nossos filhos, passando a conversar com eles. Deixo os três juntos e vou até à cozinha ver se Suzi já terminou o almoço. Vejo que já está quase pronto e começo a arrumar à mesa. E assim que ajudo a Suzi servir o almoço, vou até à sala chamar Enzo.
Pego Otávio em meus braços e Enzo vem com Giovani. Os colocamos em suas cadeiras de alimentação e começamos a dar o almoço para eles, que não comeram muito, já que havia dado papinha de frutas para eles há pouco tempo. E Enzo e eu almoçamos com mais calma enquanto Suzi olhava os dois para a gente comer.
- O que acha de um passeio mais tarde? Vou tirar a tarde de folga. - Enzo sugere com um sorriso e logo me animo com sua ideia.
- Perfeito! E depois podemos ir visitar nossas mulheres. - Falo rindo e ele me acompanha.
- É engraçado toda vez que você fala isso. - Ele diz e bebe um pouco do seu suco.
- O que eu posso fazer? São todas mulheres. A única parte da nossa família masculina somos nós, nossos filhos, Lucio e Apolo. - Falo e seu sorriso vacila um pouco.
- Não vejo à hora de Apolo acordar, já se passou mais de um ano, Angie e até agora nada. - Ele diz e solta um suspiro. - Me deixa irritado também ver como Lucio está cada vez pior.
- Eu sei, também estou muito triste com tudo... Achei que ele estava melhorando, mas a cada dia que se passa e Apolo não volta, ele somente piora. E eu nem faço ideia da ligação que os dois tem. - Falo e me recosto na cadeira.
- Para ser sincero, eu também não sei muito bem. O que eu tenho certeza é que eles já tiveram algum relacionamento, pois lembro vagamente de anos atrás o ver juntos. E sei que os dois eram amigos, acho que Lucio foi o único de quem Apolo se aproximou quando Vicente o levou para nossa casa. - Ele fala pensativo e eu fico ainda mais intrigado com a história dos dois.
- Mas acho que não adianta ficar especulando. O melhor que podemos fazer é pedir a Deus que Apolo volte logo, afinal toda a família está sofrendo com isso. - Falo sincero e Enzo concorda com um aceno.
Logo mudamos de assunto e terminamos nosso almoço. Não demorou muito e Giovani e Otávio já estavam dormindo. Então aproveitamos esse tempinho para assistir um filme juntinhos, como sempre fazemos quando temos um tempo a sós.
Suzi vai embora depois do almoço, então ficamos apenas nós dois no sofá da sala, abraçados, aproveitando um balde pipoca doce com chocolate.
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Enzo Miller Lima
Ajudo Angie a dar banho nas crianças e posso jurar que nunca me senti tão feliz de poder realizar um ato tão simples quanto esse.
Ainda é surreal olhar para tudo o que eu tenho hoje e não pensar ser um sonho. Eu já havia desistido de tudo isso há anos, mas foi só um garoto tagarela aparecer em minha vida para tudo mudar. Eu pude acreditar em alguém novamente, pude sentir amor, companheirismo, amizade... Pude amar novamente... Pude ter uma família. Por isso sou grato a Deus por ter me enviado uma pessoa como Ângelo, apesar de todas as tristes circunstâncias que culminaram em nosso encontro.
Sinto algo molhado em minha camisa e isso me faz voltar à realidade. Escuto uma risada alta e quando olho para baixo, percebo que Otávio fez xixi em mim. Ângelo está chorando de rir ao meu lado e os dois pequenos também riem com alegria.
- Ah, é engraçado fazer xixi no papai? - Pergunto rindo e coloco uma fralda de pano em cima dele, caso ele queira me molhar mais.
- Ele quis chamar sua atenção. - Angie fala e termina de por a fralda em Giovani. - Termina de trocar o Gio e vai tomar banho. - Ele diz ainda rindo e trocamos de lugar.
- Bela maneira filhote. - Falo e ele me olha sapeca.
Sorrio com isso e termino de por a roupa em Gio, que é uma pequena bermuda jeans, camiseta branca e os pequenos tênis. Deixo um beijo na testa dele e penteio seus cabelos, passando seu perfume infantil em seguida.
Espero Angie terminar de arrumar Otávio e vou tomar meu banho. Quando termino, fico cuidando dos meninos e Angie vai se arrumar também. E com todos já prontos, minutos depois, saímos de casa com nossos filhos.
Resolvemos ir andando mesmo, já que há um parque bem legal aqui perto de casa. Os meninos estão em seu carrinho de bebê e acho lindo ver os dois com as mãozinhas dadas. A ligação entre Otávio e Giovani cresce a cada dia que se passa e já posso ver os dois no futuro sendo bem mais que irmãos... Eles serão melhores amigos, companheiros um do outro e isso me deixa extremamente feliz.
Minha mão livre também está entrelaçada a de Ângelo, enquanto nós dois seguimos empurrando o carrinho. Deixo um beijo na lateral da cabeça de Angie e ele me olha rapidamente com um sorriso no rosto. E eu não poderia estar mais feliz de poder ter minha pequena família junto de mim... Ao meu alcance.
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Espero que tenham gostado do capítulo, fiz ele bem amor... Porque não há nada além de amor nessa família linda. ❤❤
Bjus da Juh 😘😘
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