Capítulo Cinquenta e Seis
Ângelo Lima
Vejo o caixão descer a poucos metros de mim e não consigo segurar uma lágrima que desce por meu rosto. Não que eu esteja sofrendo tanto pela morte de Estela como sofri pelo meu pai, é uma coisa que nem dá para comparar. Mas eu queria que ela tivesse tido um fim diferente, queria que ela tivesse acordado antes e não ter levado um fim tão feio igual a esse. Fiz questão de fazer um velório a ela, mesmo só estando Enzo, o padre e eu. Ela era um ser humano apesar de tudo e foi a mulher que me deu a vida, mesmo nunca sendo minha mãe de verdade.
Seco meu rosto e sinto os braços de Enzo aumentar o apertado ao meu redor.
- Está tudo bem? - Ele pergunta.
- Está sim. - Sorrio pequeno para ele, e me aproximo do caixão. - Adeus Estela! - Falo e jogo uma rosa branca em cima do caixão de madeira.
Fico olhando para o mesmo por alguns segundos, até que volto para onde meu marido está e seguimos até à saída do cemitério.
* * *
Cinco semanas depois...
Aquela noite causada por Vicente deixou muitas marcas para trás e apesar dos dias estarem se passando de forma rápida, está difícil superar. Apolo entrar em coma abalou toda a família, principalmente Maísa, que "perdeu" o filho mais uma vez. Lucio também é uma das pessoas que ficaram arrasadas com tudo, eu ainda não sei o que aconteceu entre os dois, mas sei que existe um sentimento bem forte entre eles e fico triste por meu amigo estar nessa situação. Eu ainda não conhecia Apolo muito bem, mas nunca o achei uma pessoa realmente ruim, ainda mais quando ele estava nos ajudando com provas contra Vicente. O que eu vejo na verdade é um homem solitário, que aprendeu a se virar totalmente sozinho.
Outra coisa que aconteceu depois daquele noite, foi que Camilo sumiu, ele simplesmente desapareceu por alguns dias, até que descobrimos que ele também morreu. Na verdade ele se suicidou, o que nos deixou completamente em choque. Não sei por qual motivo ele teve uma morte tão trágica, mas eu, de verdade, nunca desejei isso a ele. Acho que no fundo, de uma forma bem louca, Camilo era apaixonado por Vicente e depois da morte dele não aguentou... Bem, essa é a única coisa que passa por minha cabeça. E para ser sincero, eu me sinto de certa forma aliviado com isso, Vicente e nem Camilo faziam bem as pessoas, principalmente a minha família e não ter eles mais aqui me deixa mais em paz.
Solto um suspiro e volto a prestar atenção na aula. Apesar de ter que manter bastante repouso depois do susto que levei há mais de um mês atrás, eu não abri mão de frequentar as aulas. Até porque as férias de fim de ano já estão chegando e só faltam dois meses. Estou me cuidando bem mais depois de tudo e graças a Deus estamos bem, e espero continuar assim até o fim da gestação.
- Ei! Tudo bem? - Maju cochicha em meu ouvido e me viro rapidamente para ela.
- Sim, só estou pensando. - Sorrio para ela e volto a minha posição.
As aulas se passam até que rápido e quando percebo, já está na hora da saída. Maju e eu vamos juntos até o carro e acabamos encontrando Lucio no caminho.
- Já vai para à empresa? - Pergunto sorrindo para ele, mas me preocupa ver as olheiras evidentes em seu rosto.
- Ah não, vou em casa primeiro. - Ele sorri sem graça.
- Lu, não faça isso com você. - Paro de andar e ele faz o mesmo.
- Não estou fazendo nada, Angie. - Ele diz e desvia o olhar.
- Ah, não? Olha, eu não sei o que houve no passado de vocês, mas vejo que está sofrendo por ver Apolo naquele estado... Todos nós estamos. Mas não podemos parar nossas vidas por isso, ele vai voltar pra você e garanto que não irá gostar de ver que sua vida parou. Você é mais forte que isso Lu, não deixe uma dificuldade abater você. - Falo olhando para ele e vejo uma lágrima escorrer por seu rosto.
- Tenho medo de perder ele, mesmo sabendo que nunca o tive e nem nunca terei. - Ele diz e sinto a dor em suas palavras.
- Não diga bobagens, nunca é tempo demais e você não irá o perder. Apolo não é um homem fraco, ele vai sair dessa. E eu quero que você também saia dessa, quero que lute e seja o homem forte que eu conheço. - Falo e puxo ele para um abraço, tomando um pouco de cuidado com minha barriga avantajada.
- Eu vou tentar. - Ele diz baixo.
- Eu sei que vai. - Falo e deixo um beijo em sua bochecha.
Pego em sua mão e nós entramos no carro. Fico na empresa, já que combinei de almoçar com Enzo e Lucio e Maju seguem para casa.
Entro na grande construção das indústrias Miller e subo para o andar da presidência, tendo Eduardo junto comigo. Vejo alguns olhares sobre mim, mas faço questão de ignorar todos. Já ouvi comentários bem maldosos contra mim, muitos preconceituosos, mas só dou o desprezo a essas pessoas.
Chego ao andar da sala de Enzo e cumprimento sua secretária com um sorriso, logo entrando em sua sala. Abro à porta e um sorriso se forma em meu rosto ao ver a forma concentrada que ele olha para alguns papéis. Ele usa óculos de grau e essa visão o deixa tão sexy.
Fecho a porta atrás de mim e passo a chave, a trancando em seguida.
- Oi marido! - Falo rindo, chamando sua atenção e ele levanta seu olhar para mim, me olhando por cima dos óculos.
- Oi, senhor Miller! - Ele sorri e deixa a caneta em cima da mesa, se encostando na cadeira em seguida.
- Você está uma delícia assim, sabia? - Pergunto e deixo minha bolsa em cima do sofá, me aproximando dele em seguida.
- Você acha, amor? - Ele pergunta com a voz rouca e afasta sua cadeira da mesa.
Paro em sua frente e me inclino em sua direção, atacando sua boca com a minha. Nossas bocas se entrelaçam em um beijo cheio de desejos e malícia.
Sinto todo meu corpo pegar fogo e meu pau endurece dentro da cueca.
- Eu preciso de você, amor. - Falo manhoso e puxo ele por sua gravata, passando minha língua por seu pescoço.
- Mas aqui? - Ele pergunta desnorteado.
- Sim aqui, nessa sua mesa. - Falo e passo minha mão por sua mesa, conseguindo um espaço pequeno e me sento em seguida. - Não se pode negar o desejo de um grávido. - Digo olhando em seus olhos.
- Não faz isso comigo. - Ele fala com a voz rouca e eu ajeito o óculos em seu rosto.
Tiro meus sapatos com os pés mesmo e sorrio para Enzo, passando um dos meus pés por seu pau, sentindo o grande volume no meio das suas pernas.
- Vamos amor, prometo que vou gemer baixinho... Só no seu ouvido. - Pisco um olho para ele e sei que consegui o que eu queria.
Ele não diz mais nada e avança sobre mim, tomando minha boca na sua. Minhas mãos vão pra sua camisa e abro botão por botão, até arrancar ela do seu corpo. Enzo tira minha camiseta e logo ela está junto com a sua no chão. Suas mãos passam em uma carícia por meu corpo e sinto sua boca em meu pescoço. Ele chega a minha calça e começa a tirar do meu corpo, junto com minha cueca. Assim que fico nu, ele se afasta um pouco e me olha por alguns momentos.
- Abre as pernas. - Ele pede me olhando e quase gozo só com esse olhar dele.
- Assim? - Pergunto com falsa inocência e afasto minhas pernas, me expondo para ele.
- Você é um pequeno demônio, anjo. - Ele sussurra e em seguida sinto sua boca em minha entrada, me levando à loucura.
Prendo minha boca com os dentes, para não assustar todos com meus gemidos, mas isso não dura muito quando sinto Enzo agarrar meu pau, me masturbando com destreza. Sua língua e seus dedos me invadem, me preparando para ele. Minhas mãos se prendem aos seus cabelos e meu tesão aumenta a cada segundo.
Enzo abandona minha entrada após alguns minutos, mas logo sua língua e seus dedos é substituído por algo melhor. Sinto ele entrar em mim lentamente e arranho suas costas, encostando minha cabeça em seu ombro. Ele começa a estocar em mim e meus gemidos aumentam, e faço questão de gemer bem baixinho em seu ouvido. Suas mãos apertam meu quadril com cuidado, para não machucar e seus movimentos vão se tornando mais rápidos.
O suor escorre por nossos corpos e nossos gemidos se misturam, assim como o toque de nossas mãos. E não demora muito para que eu esteja gozando entre nós dois, com Enzo vindo logo em seguida dentro de mim.
- Vamos repetir mais vezes. - Falo ofegante e Enzo deita a cabeça em meu ombro.
- Com certeza! - Ele responde e deixa um beijo em meu ombro.
* * *
Saímos para almoçar depois de nos limpar, e acabamos optando por ir ao shopping... Insistência minha, claro.
Almoçamos em um restaurante, já que Enzo não me deixou comer nada que fosse "besteiras". E quando terminamos de comer, acabamos indo até a mesma loja que fui com Lucio há algum tempo. Com tudo o que aconteceu, acabamos não comprando nada para nossos filhos.
Assim que entramos, uma vendedora diferente vem nos atender, e diferente do outro dia, somos bem atendidos.
- Temos que pensar no quartinho deles. - Falo para Enzo, enquanto vejo alguns macacões.
- Então... Tenho uma coisa pra te falar. - Ele diz e eu paro o que estou fazendo, para olhar para ele.
- O que? - Pergunto curioso.
- Acho que vamos nos mudar. - Ele diz e olho para ele super confuso.
- Por quê? Me explica isso direito, Enzo. - Largo as roupinhas e olho sério para ele.
- É que eu consegui uma casa muito boa para nós e mesmo amando morar com a minha vó, mãe e irmã, quero algo só nosso. - Ele fala e me sinto um pouco irritado.
- Podia ter me consultado, não? E se eu não quiser? - Pergunto e cruzo meus braços em cima da minha barriga de cinco meses.
- Então não vamos, mas acho que quando ver a casa vai me dar razão. - Ele diz misterioso e volta a escolher o enxoval dos bebês.
Solto um suspiro e volto ao que fazia antes também. Compramos bastante coisas para os meninos, e saímos cheios de sacolas as quais são levadas por Enzo e nossos seguranças, já que não posso pegar peso.
Como viemos no carro de Enzo, voltamos nele enquanto os seguranças vem atrás.
- Quer ver a casa agora? Tenho um tempo ainda. - Ele diz enquanto saímos do estacionamento.
- É... Pode ser. - Falo sem muita vontade.
Ele ri de mim e logo pegamos o trânsito. Fecho meus olhos e fico ouvindo a música baixa que toca no carro enquanto acaricio minha barriga, sentindo leves movimentos dentro de mim.
- Chegamos! - Escuto Enzo dizer e só então percebo que paramos.
Abro meus olhos e quase sinto meu coração parar quando vejo a casa à minha frente.
- Bem vindo a nossa casa! - Ele diz ao meu lado e eu não consigo controlar as lágrimas.
- Está falando sério? - Pergunto e olho para ele.
- Sim, comprei ela ontem depois de uma decisão judicial. Ela é sua novamente. - Ele sorri e eu não sei como posso me apaixonar por esse homem todos os dias.
Tiro meu cinto de segurança e me abraço a ele.
- Eu te amo! Obrigado por sempre pensar em mim. - Agradeço chorando.
- Sempre irei pensar, meu anjo, porque eu também amo você! - Ele diz e beija meu pescoço.
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Fofo, não??? O que acharam, jujubas??
Faltam 4 capítulos agora💔💔
Bjus da Juh 😘😘
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