Capítulo Bônus

Ângelo Miller

Cinco anos depois...

Me deito na espreguiçadeira de frente ao lago que há no sítio e abro um sorriso ao sentir os raios solares da manhã em meu rosto. Escuto gritos animados e infantis, o que me faz virar o rosto e contemplar meus pequenos de longe. Giovani e Otávio se divertem, fazendo o pobre cachorro Loki de cobaia. E é maravilhoso poder contemplar o sorriso no rosto dos meus filhos.

Fecho meus olhos por um momento e um pequeno filme se passa em minha cabeça nesse momento. Parece que foi ontem que eu pisei os pés na casa da família Miller e tive o prazer de conhecer o homem da minha vida. E nossa história pode ter sido um pouco trágica e cheia de obstáculos, mas nunca faltou amor. Na verdade, foi isso que nos salvou... O amor.

Eu ainda sinto falta das pessoas que perdi, como meu pai e meu filho Davi, até da minha mãe eu sinto um pouco de saudades. Mas é aquela saudade de saber que poderíamos ter vívido muitas coisas boas, mas que por escolhas dela tudo foi interrompido. Só que eu aprendi a conviver com o vazio que essas pessoas me causam, aprendi a suportar a dor. E o melhor remédio para isso é apenas continuar vivendo, aproveitando tudo de bom que a vida pode nos dar.

- Papai! - O coro de vozes me desperta e quando abro meus olhos, um sorriso ainda maior se destaca em meu rosto.

Vejo Enzo cavalgando em seu cavalo e isso me causa uma sensação tão boa. Há alguns anos atrás meu marido voltou a montar em cavalos, coisa que ele não fazia há anos pelo trauma que Vicente deixou nele. Eu fiquei um pouco chocado em descobrir que Enzo fazia equitação quando mais novo, mas tudo acabou quando seu "pai" matou seu cavalo apenas por prazer de ver o filho mal. Eu ainda não consigo entender o que levou Vicente a fazer tantas maldades, não só a Enzo, mas com muitas pessoas. E apesar de toda a dor e sofrimento, nós tentamos deixar esse fantasma a cada dia mais enterrado em nosso passado.

Solto um suspiro baixo e balanço minha cabeça, afastando qualquer pensamento ruim e que remeta a coisas que não precisam ser lembradas.

Volto a focar em meu marido e contemplo a cena dele descendo do cavalo e pegando nossos pequenos no colo em seguida. Gio e Otávio deixam um beijo em cada bochecha do pai e isso é o suficiente para que meu marido abra o melhor sorriso do mundo. E bem, eu estaria mentindo se dissesse que essas cenas deles não me afetam.

Eu amo ver o quanto os três são apegados, amo ver a forma como se tratam e que tem amor um pelo outro. Me sinto completamente realizado nesses momentos, pois eu sei que consegui aquilo que sempre sonhei ter... Uma família.

- Ei, eu também quero essa atenção toda! - Chamo a atenção deles, fingindo estar bravo, mas o sorriso em meu rosto me traí completamente.

- Papa 'tá com ciúme. - Giovani fala rindo e corre até mim, assim que Enzo os coloca no chão.

Abro meus braços para receber meu pimpolho de cabelos loiros e olhos extremamente azuis, e não demora nem um segundo para que meu pequeno chocolate se junte a nós. Eu sou suspeito em falar, mas amo ver como cada um dos meus filhos tem uma característica própria que faz lembrar tanto a mim, como Enzo.

- Cabe mais um? - A voz rouca de Enzo chega até mim e apenas sorrio para ele, que se junta ao nosso abraço logo em seguida.

Ficamos assim por alguns minutos e sinto meu peito se aquecer de tanto amor. Até que Enzo se senta ao meu lado na espreguiçadeira e pega Giovani em seu colo, enquanto Otávio se senta no meu.

- O aniversário de vocês está chegando, já pensaram se vão querer festa ou viajar? - Pergunto e vejo Gio e Otávio trocarem um olhar, o que me faz rir.

Mesmo só tendo cinco anos, prestes a completarem seis, os dois sempre tiverem uma conexão incrível e são muito amigos. Um não faz algo sem que o outro saiba, ou esteja por perto e sempre tomam as decisões juntos. O que me faz morrer ainda mais de amor por meus bebês.

- Nós conversamos e o Tavinho me fez um pedido. Então nós vamos querer o presente dele. - Gio responde e isso me faz ficar confuso. "Lá vem"

- E que presente é esse, príncipe? - Enzo pergunta atencioso e eu já até me preparo para o que seja, pois conhecendo meus filhos, sei que não é algo "normal".

- Eu quero o Evan de presente! - Otávio diz entusiasmado e chega a pular em meu colo, enquanto bate palminhas.

Prendo meus lábios para não soltar uma gargalhada e ouço meu marido tossindo furiosamente após se engasgar com o ar.

- Filho, o seu primo não é um objeto para que nós possamos te dar ele de presente e acho que seus tios não iam gostar dessa ideia. - Começo explicando e vejo os olhos castanhos dele se encherem de lágrimas, assim como um bico enorme se forma em seus lábios.

- Mas... Eu quero ele. - Ele diz emburrado e eu acabo rindo.

- Já não basta ele ser seu melhor amigo do mundo todo? - Questiono, usando o termo que Tavinho sempre usa para se referir ao meu afilhado ruivo.

- Sim, mas ele tem que ser só meu, porque senão vão roubar ele de eu. - Ele fala sério e quase o aperto de tão fofo.

- De mim, filho. - O corrijo e ele nega com a cabeça.

- Não papa, ele é meu, não seu. - Ele responde prontamente e não consigo mais segurar a risada.

- Ok, vamos parar com isso. O Evan não vai ser dado a ninguém e você não tem posse sobre ele, mocinho. Agora vamos entrar para almoçar, pois esse assunto já deu. - Enzo diz por fim e se levanta em seguida, ainda com Giovani em seu colo.

- Desculpa mano, eu tentei! - Gio fala com um biquinho em direção ao irmão, que assente, ainda com uma expressão triste no rosto.

Também me levanto com Otávio em meus braços e ele passa as pernas pequenas ao meu redor e deita a cabeça em meu ombro, dando pequenas fungadas.

- Ei, nós podemos convidar o Evan para passar as férias todinha lá em casa, você quer? - Pergunto em um sussurro, para que Enzo não me escute e logo vejo um sorriso cheio de dentes em minha direção.

- Jura, papa? - Sua fala sai animada e tenho que fazer um gesto de silêncio para ele.

- Juro, mas não conte ao papai. - Sorrio para ele e estico meu mindinho em sua direção, como em uma promessa a qual ele prontamente sela.

E bem, eu posso ser um pai um pouco babão e que não aguenta ver os filhos tristes, mas vou fazer o quê? É a vida.

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Enzo Miller

Deixo um beijo em cada um dos meus filhos, vendo os dois adormecidos, abraçados na cama com Loki desmaiado no meio. Um verdadeiro sanduíche, o que me leva a rir com o pensamento.

Apago as luzes do quarto e deixo a porta entreaberta, seguindo para o quarto da frente. Fecho a porta atrás de mim e abro um sorriso ao ver meu marido sentado na beirada da cama, enquanto passa um creme hidratante por seu corpo, estando apenas com uma boxer branca.

É incrível perceber o quanto o tempo passa e meu amor só aumenta por esse homem, que tenho orgulho de chamar de marido. E eu nunca vou me cansar de dizer que ele foi minha salvação, a pessoa que me tirou do abismo e me fez perceber que o amor existia de verdade, mesmo em meio a todo caos.

- Vai ficar me admirando até quando? Prefiro que venha aqui e me beije. - Sua voz me desperta dos meus pensamentos e solto uma risada com sua fala.

- Sempre tão exigente, anjo. - Finjo uma reclamação e caminho até ele, deixando minha bengala ao lado da cama, antes de me inclinar sobre ele e tomar seus lábios nos meus.

Ponho minhas mãos em sua cintura e deito seu corpo sobre a cama, enquanto sinto o delicioso sabor dos seus lábios nos meus.

- Está com roupas demais, senhor Miller, vamos tirar isso. - Ele sussurra rente aos meus lábios e suas mãos se enfiam por baixo de minha camiseta, a subindo por meu corpo.

Me afasto um pouco dele, deixando espaço para que ele tire a peça de roupa e logo em seguida ela está no chão. Deixo mais uma beijo em sua boca e mordo seu lábio antes de me afastar e tirar o restante das peças de roupa, assim como meus sapatos. Me deito sobre seu corpo na cama e admiro por alguns segundos a obra de arte que é o homem deitado abaixo de mim.

Guio minhas mãos até a cueca que Angie está vestindo e que é a única peça de roupa em seu corpo, a deslizando por suas pernas. Inclino meu quadril em sua direção e soltamos um gemido juntos, assim que nossas ereções se tocam. Pego seu membro em minha mão e faço um movimento lento com minha palma, arrancando ainda mais gemidos dele, que aperta meus braços com força.

Me deito por cima dele, sentindo seu corpo perfeitamente abaixo de mim e volto a o beijar com luxúria. Nossas bocas se movimentam em um ritmo próprio e cheio de vontade. Mordo seus lábios algumas vezes e quando separo minha boca da sua, é para percorrer outros lugares. Minha boca passeia por seu pescoço, deixando alguns chupões em sua pele imaculada e vou descendo até ficar de frente aos seus mamilos eriçados, pedindo por minha boca neles.

Ainda acariciando seu membro, deixo que minha boca vá até seu mamilo esquerdo e deixe uma mordida no mesmo, causando um pequeno grito nele. Com minha mão livre, passo a beliscar seu outro biquinho, fazendo com que ele leve as mãos até meus cabelos e os puxe sem qualquer dó.

- Amor... Por favor! - Seu gemido é como música aos meus ouvidos e só me incentiva a continuar.

Continuo chupando seu biquinho sensível, percebendo ele ficar vermelho pelo contato. E me dando por satisfeito, passo a fazer o mesmo com o outro, enquanto ainda tenho seu pau em minha mão, sendo masturbado. O aperto de Angie se torna ainda mais agressivo em meus cabelos e se possível eu fico ainda mais excitado.

Seus ofegos e gemidos aumentam ainda mais e sorrio com isso, abandonando em seguida seu biquinho. Ouço ele resmungar, pedindo por mais, mas não dou ouvidos e desço ainda mais por seu corpo, deixando alguns beijos em seu abdômen e virilha. As mãos de Angie soltam meus cabelos, para se firmar em um aperto sobre os lençóis. Fico de frente para seu membro, vazando pré-gozo e dou uma aumentada nos movimentos de minha mão, deixando um beijo em sua glande, sentindo o gosto agridoce do líquido que sai por sua fenda.

Mas seu membro não é o que eu quero, e fico satisfeito ao estar com meu rosto a centímetros de sua entrada, vendo o músculo se contrair algumas vezes. Passo a língua por minha boca e levo meu dedo médio até ela, o chupando. Quando me dou por satisfeito, guio ele até sua entrada apertada e deixo apenas a pontinha entrar, vendo ele se contrair ainda mais e aos poucos engolir meu dedo pela metade. Solto um ofego ao contemplar essa cena e sinto meu pau doer por querer estar ali e sentir seu aperto.

Tiro meu dedo de sua entrada e levo minha boca até lá, deixando que minha língua o penetre devagar. Deixo minha saliva escorrer, deixando seu botãozinho ainda mais molhado para mim e tiro minha língua, a substituindo por meus dedos. Aumento os movimentos da minha mão em seu membro e percebo o corpo de Angie começar a ficar trêmulo aos poucos. Observo sua imagem toda descabelada no colchão, enquanto meus dedos estão estocando nele e minha mão está em seu pau.

E não demora muito para que ele esteja gozando em minha mão, enquanto vejo algumas lágrimas se derramar de seus olhos fechados. Tiro minha mão melecada de gozo do seu pau e tiro meus dedos de sua entrada, ainda sentindo os espamos que ele dá. Passo minha mão cheia de gozo em sua entrada, o deixando ainda mais molhado e me posiciono ali, passando suas pernas ao meu redor.

Espero Angie abrir seus olhos novamente e só então deslizo para dentro dele, o penetrando lentamente. Sinto sua entrada engolir cada centímetro do meu pau e me seguro ao sentir meu membro sendo esmagado dentro dele.

Começo a me mover com calma após alguns minutos e mantenho meu olhar no dele, sentindo meu pau ir cada vez mais fundo nele. Vejo que Angie volta a ficar duro novamente e isso me faz sorrir. Entrelaço nossas mãos e as deixo em cima de sua cabeça, contemplando sua face corada. Ele abre sua boca para soltar um gemido e aproveito esse momento para unir a minha boca a sua em um beijo meio desajeitado.

Meus movimentos se tornam mais rápidos e passo a estocar mais forte nele, e algum momento acabo encontrando seu ponto de prazer, o que me faz ganhar uma mordida forte no lábio como recompensa. Afasto minha boca da sua e escondo meu rosto em seu pescoço, enquanto sou engolido por sua entrada e sinto suas paredes se apertar ainda mais ao meu redor.

Solto as mãos de Angie e levo a minha até seu membro, o masturbando novamente para que ele chegue ao orgasmo pela segunda vez junto comigo. Sinto suas mãos em minhas costas, rasgando a pele com suas unhas curtas, mas isso nem me importa enquanto sinto meu orgasmo se aproximar cada vez mais.

O suor escorre por meu corpo e sinto minha perna reclamar pelo esforço, mas continuo estocando forte nele, enquanto sinto todo meu corpo entrar em erupção. Angie solta um gemido alto ao se desfazer pela segunda vez em minha mão e eu aperto forte sua cintura quando acabo gozando dentro dele.

Mordo seu ombro por um momento,  sentindo minha respiração ainda descompassada, enquanto todo meu corpo ainda permanece trêmulo e sem muita força.

Tiro minha boca de sua pele e respiro fundo algumas vezes, antes de sair de dentro dele e me jogar ao seu lado.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas normalizando nossas respirações, até que Angie fala:

- Eu estou grávido. - Ele diz e olho para ele, soltando uma risada baixa.

- Anjo, eu sei acabamos de transar e não usamos proteção, mas essas coisas demoram um pouquinho a acontecer. - Falo ainda rindo e ele revira os olhos em minha direção, logo se deitando sobre mim, olhando em meus olhos.

- Estou falando sério, bobão. Eu fiz o exame há três dias atrás. Eu já estava notando os sintomas há alguns dias e resolvi tirar a prova. - Sua fala sai baixa e percebo o brilho em seus olhos ao falar, o que me faz perder o ar por alguns segundos.

Caralho! Eu vou ser pai novamente.

Abro um sorriso muito idiota no rosto e aperto o corpo de Angie contra o meu, nos virando na cama. Abaixo minha cabeça até estar de frente a sua barriga ainda lisa e deixo alguns beijos no local.

- Está de quantos meses? - Pergunto, ainda extasiado com a notícia.

- Dois e meio e já sei o sexo. - Ele diz e olho para ele sem acreditar.

- O quê? Como é possível? - Ele solta uma risada e me puxa em sua direção, deixando um selinho em minha boca.

- Fiz um exame de sangue e descobri, a medicina está avançada, amor. - Ele ri e eu também.

- E o que é? - Pergunto e sinto meu coração bater mais forte em ansiedade.

Angie me olha por um tempo em silêncio, como se para criar um clima maior de mistério.

- Vamos ter a nossa menina, amor. - Ele sorri e sinto meus olhos arderem pelas lágrimas.

Sorrio ainda mais e deixo mais um beijo em sua barriga, já sentindo todo o amor do mundo por esse serzinho ali dentro.

- Ei, papai te ama pequena Cecília. - Sussurro e sinto os dedos do meu marido acariciar meus cabelos.

Ainda sorrindo, me deito ao seu lado e o abraço apertado.

- Obrigado... Só obrigado mesmo! - Agradeço a ele, não só por isso, mas por tudo o que ele me deu até hoje.

Angie não me deu apenas uma família e amor, ele me deu uma vida.

- Eu te amo! - Sua resposta faz meu peito se aquecer e ter a certeza que fiz a escolha certa ao aceitar amar um garoto sem travas na língua.

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Cara, como eu estava com saudades dessa família linda. 💜💜💜😍😍

E , jujubas?? Gostaram da surpresa? Faz tempo que queria ter postado esse bônus, mas não surgia tempo. 🤗🤭

Ps: Acham que Otaevan merecem um livro, porque eu acho que sim 😉

Bjus da Juh 😘😘

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