Capítulo 2*
**Edit: Mais um revisadinho ❤️.**
*Sei que já disse isso antes mas muito obrigada por terem votado nesta pequena história que eu tanto amo ter escrito 😍, até a próxima.*
Eco, o fino corredor está vazio e a única luz presente é a do bebedouro que fica a muitos passos de onde estou, essa luz pisca mais vezes do que minha respiração entrecortada pode acompanhar e o som de um possível curto é a única coisa que interfere no eco dos meus passos que ressoam como um suave tambor de batalha. Uma professora passa correndo por mim com seus cabelos loiros ondulantes atrás de si e seus passos apressados logo somem, deixando apenas um zunido como lembrança.
Paro em frente à porta do quarto do Magno mordendo o lábio inferior com mais força do que realmente posso sentir, todas elas são iguais, de uma madeira marrom escura com grandes lírios esculpidos no centro, mas basta conferir que está tem o número quatorze pregado em ferro na altura dos meus olhos para com segurança dar quatro leves batidas e após uma pausa de cinco segundos mais quatro, usando nosso código.
— Luna!— Exclama Sofia me puxando rapidamente para dentro antes de bater a porta com força, depois, claro, de olhar nervosamente o corredor pelo qual acabei de passar. — Ótimo agora só faltam o Magno e a Zoe.
Sem demora lhe dou um abraço finalmente sorrindo ao sentir seu calor e olho ao redor, Dante está sentado na cama com Siena ao seu lado, a cabeça no ombro dele, os dois me dão um sorriso excitante o qual retribuo mesmo sem saber porque.
— Estávamos aqui pensando... Talvez se não conseguirmos sair por baixo podemos tentar por cima. — Começa Dante cruzando as pernas enquanto passa as mãos pelos seus cabelos loiros olhando nervosamente para Sofia em busca de apoio, sua pele pálida apenas o deixando mais parecido com ela.
— Não temos cordas, mas temos muitos lençóis. — Completa Sofia com um sorrisinho animado dividindo o foco de seus olhos com seu irmão e eu.
— Luna, eu tentei avisa-los que essa é uma ideia ruim. — Corta Siena com a voz rija, olhando para baixo.
Os outros olham de mim para ela confusos, não espero que Siena continue, resolvo lembra-los logo:
— Zoe não poderia pular um muro, ainda mais um tão alto.
— Droga! O lance da cadeira e tal, eu tinha esquecido, desculpe. — lembra Dante envergonhado.
— Tudo bem, só não mencionem mais isso, seria uma ideia boa se, você sabe... — Paro com medo de considerar.
Siena me olha com compreensão, abrimos mão de três meios de escapar por Zoe, mas nunca pensamos em mudar de ideia ou em reconsiderar, isso é... Impensável, nossa amiga tem dezenove anos de pura força e alegria, além de já ter nos defendido mais vezes do que podemos contar. Me sento em uma cadeira bamba de madeira próxima a janela e observo um grupo de estudantes jogar queimada, poucos se esforçando de verdade e o restante nem sequer conversa nas arquibancadas como veríamos se não estivéssemos na época em que estamos. Passados alguns minutos, acabamos caindo em um silêncio profundo, todos vez ou outra olhando apreensivos para a porta, esperando boas novas.
Siena está agora com a cabeça deitada no colo de Dante, sorrio disfarçadamente ao observar os namorados, os longos cabelos negros dela quase encostando no chão, ela é a nossa "Rapunzel praiana" pois ama ficar no sol o que deixa sua pele de um dourado caramelo. Foi muito difícil nos aproximarmos, somos de certa forma muito diferentes, contudo, sem essas diferenças talvez não teria tanta graça. Magno e eu somos órfãos, e o restante do grupo foi abandonado para morrer, acontece que com um dragão atrás de crianças muitos não querem arriscar em ter uma em casa, embora nunca tenha sido noticiado um caso registrado de ataque as cidades.
Com o silêncio instalado no aposento todos nós levantamos ao mesmo tempo ao ouvir quatro batidas na porta, Sofia põe a mão na maçaneta e depois de mais quatro batidas a abre, nos deparamos então com uma Zoe sorridente com a cadeira de rodas sendo empurrada pelo Magno.
— Já acabaram com os salgadinhos? Me atrasar para festas não é do meu feitio, mas não estava ansiosa para olhar a cara feia de vocês. — Brinca Zoe enquanto me abaixo para lhe dar um abraço.
— Salgadinhos não temos, mas talvez você encontre doces na gavet...— Começo mas o moreno me interrompe:
— Água! Provavelmente eles só deixaram água. — Me manda calar a boca com a mão, e eu revido com um; me deve uma barra, somos bons em linguagem de sinais sem sinais.
— Não se preocupe rainha Zoe, da próxima vez teremos comida decente. — Provoca Siena o que rende um revirar de olhos da outra.
— Próxima vez? Terá próxima vez?— Interrompe, tensa, Sofia que estava esperando uma deixa.
— O que nos leva ao assunto dessa reunião. — Digo compreendendo e como os demais me virando para o Magno. — Então? — Pergunto mordendo o interior da minha bochecha com força, sem saber se posso ter esperança.
— Não me olhem assim... Não posso nem sequer prever o tempo quem dirá controla-lo. — Responde coçando a cabeça.
— Desculpe bro, mas estávamos bara estamos em uma tensão enorme aqui. — Fala Dante se sentando com um suspiro tendo as costas massageadas por Siena. — Uma notícia boa seria... Tudo o que estamos precisando.
— Se ele está enrolando para responder acho que a notícia não é boa. — A voz desanimada da Sophia soa.
— Eu não tô enrolando! Só não quero dar falsas esperanças. — Responde Magno já sentado e pedindo para os outros fazerem o mesmo. — Tem previsão de chuva sim para amanhã.
Todos suspiramos com murmúrios de indignação, Sofia esconde seu rosto em suas mãos e imediatamente passo meu braço ao redor de seus ombros a puxando para mais perto.
— Mas... — Insinua minha voz quase suplicante.
— Mas é para a noite. — Completa.
— E como isso é uma notícia boa? — Pergunta Siena que não tinha se manifestado até agora.
— Não é. — Concluí Zoe. — Mas estávamos conversando... Se ao invés de esperar até tão tarde formos mais cedo...
— Talvez de tempo. — Termina Magno
Me pareceu ter muita suposição nesta ideia, mas é uma chance, e chances são alguma coisa.
— Fechado então? — Interroga Dante animado. — Cara você poderia ter dito isso mais cedo.
Com essa observação percebo o que Magno fez, nos assustando dessa maneira... Ele estava nos preparando para o pior. Olhando para seu rosto percebo que apesar de ter um sorriso brincalhão nos lábios seus olhos estão marejados.
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Estão todos bem apressados por aqui, e não me refiro ao grupo de fugitivos estamos "tranquilos" pois não há nada mais o que fazer, nossas roupas estão prontas e mochilas também. Porém, assim que sai do quarto do Magno quase tive um infarto achando que avia sido pega, um professor esbarrou em mim só que sem ao menos se importar com a minha presença continuou correndo.
Já do lado de fora com um céu sem estrelas sobre mim vejo outros professores no mesmo estado, minha professora de biologia passa correndo por mim deixando uma folha cair, ela nem sequer pensa em pegar. Somente um professor continua caminhando lentamente.
— Professor Antônio! — Grito e ele se vira, está carregando vários livros e imediatamente me ofereço para ajudar um pouco ofegante pela corridinha. Sorrindo em resposta me passa metade deles e continua sua rota me deixando acompanhá-lo.
Aparentemente estou com sorte, esse é nada mais nada menos que um dos cinco professores responsáveis pelo abrigo secreto da nossa escola, o único pelo o que sabemos. A chance que Magno nos deu é boa, mas não vou cometer o mesmo erro duas vezes, precisamos de um plano C e ele está caminhando ao meu lado.
— Hoje está uma loucura, uma loucura. — Ele comenta.
— O senhor sabe o motivo? — Resolvo perguntar, curiosa.
Ele olha ao redor e com um sorriso no canto dos lábios diz:
— Obviamente, você quer saber? — Ele sempre faz isso quando o assunto está ligado ao dragão, e como sempre, faço que sim com a cabeça de forma anciosa. — Ainda agora foi a votação para saber quais professores ficarão com as crianças.
Meu senho está provavelmente franzido, e ele entendendo explica:
— A escola tem vinte dois professores, se só metade da escola vai poder se abrigar, não é justo que todos os professores fiquem protegidos.
— Entendo. — Digo porém na verdade não entendo nada.
— As pessoas aqui fora, também vão precisar de ajuda. — Comenta com um olhar distante. Ele tinha provavelmente quarenta anos, em forma mas com os cabelos completamente brancos o que sempre nos fez duvidar da sua idade e quando sua mente viaja todos podem jurar que ele tem mais de cem.
Quando chegamos a sua sala aproveito o aroma de livros que a sala carrega, livros e madeira pura, já com as mãos livres coçando meu pescoço tomo coragem para perguntar, talvez, talvez tenhamos outra chance.
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Obrigado por ler até aqui! Gostou do capítulo? Da um votinho aí.
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