Capítulo 15 | Não estamos sozinhos
Por enquanto em Morretes/PR ..., 21/03/2020, 11:42 - Corte Sul
Rosalie Armstrong
- Qual era o nome dela? – Malakai perguntou, ainda agachado a sua frente. – Rosalie?!
- Rosie. – o corrigiu – Mirian...Miriam Ivanov.
O alfa se levantou, coçando o queixo. Era difícil entender o que se passava na cabeça dele com toda aquela montoeira de pensamentos que os ligava. Cada vez que se aprofundava, ficava mais confusa sobre o que era ele e o que era ela.
De toda forma, Malakai não parecia nem um pouco feliz por Rosie ter escolhido aquele momento pra revelar a informação.
- Há quanto tempo você sabe, Rosie?
- Desde que você nos interligou.
A conexão permitira que suas memórias fossem compartilhadas. E ela tinha certeza que uma das primeiras fora o assassinato de Mirian.
A recordação da morte da vampira representava um dos poucos trabalho de que se envergonhava.
Miriam ainda não havia passado pela transformação vampírica, e tinha uma vida inteira pela frente, que da perspectiva de Rosie, seria brilhante e boa de ser vivida. Algo que desejaria pra si: ser membro da realeza, ser respeitada, querida, e ter um futuro de múltiplas possibilidades a esperando.
Não morte, vergonha e menosprezo.
A mulher tentou lutar quando Rosie a encurralou no próprio quarto, depois de ter invadido a ala norte do castelo da corte sul com o único intuito de matá-la.
Miriam ficara aterrorizada, tentara barganhar, e quando viu que nada seria maior que a fortuna que Julian tinha prometido por sua cabeça, tentara correr. Foi aí que Rosie a segurou pelas costas do vestido de alta costura. A força fez com que o tecido se rasgasse, revelando a mesma tatuagem que Kai levava nas costas.
Não obstante, a vampira não desistira, tentando se soltar do próprio vestido para viver. E quando finalmente o tecido amarelo ouro deixou a pele morena, os ombros nus expuseram a outra tatuagem que o alfa levava no ombro.
Rosie a apunhalou pelas costas, incapaz de encará-la nos olhos e ver a vida que tanto almejava se esvair feito água. Depois decepou-lhe a cabeça, depositando-a no saco de pano.
Sua atenção voltou para Malakai.
Era um chute dizer que eram irmãos. Porém, Miriam parecia uma versão feminina do alfa, e isso assomado aquelas tatuagens, indicavam um parentesco muito próximo.
- Não está com raiva?
Ele meneou a cabeça, as mãos na cintura.
- Eu deveria? - Kai perguntou. Em resposta, deu de ombros. - Já tinha imaginando que Miriam seria alguma parente, mas o fato de possivelmente ser a minha irmã complica as coisas.
- Como isso pode ser possível? Miriam era uma vampira!
- Ela já tinha se transformado?
- Não. Mas você realmente acredita que uma loba estaria vivendo pacificamente entre os gêmeos do mal?!
Malakai franziu o nariz.
- Gêmeos do mal? Enfim... – ele gesticulou, desistindo de entender. – Se ela ainda não tinha se transformado, talvez não soubessem. O que me leva a crer que...
A possibilidade explodiu na mente dela enquanto se levantava.
- Você também é irmão dos gêmeos do mal?!
Kai pressionou os lábios, desgostoso pela ideia.
- Bem, eu não ia dizer isso. Na minha opinião, devem ter mandado você matá-la porque a transformação dela estava perto, e quando se tornasse uma loba...
Rosie começou a ir de um lado a outro, imersa em pensamentos. Na verdade, no caso do alfa, o que mais existiam eram possibilidades. E ela não descartava uma:
- E se você tiver genes vampíricos?
Kai soltou uma risada fria.
- Eu pareço um vampiro pra você?
- Claro que não. - fez uma careta. - Mas talvez explicasse isso. – apontou para o espaço entre eles, onde uma corrente densa e quase palpável parecia residir.
O cio das fêmeas vampiras era uma oportunidade única em um ano para conceber um bebê. Algo raríssimo. E levando em conta que as reproduções era possíveis apenas entre membros das mesmas espécies... Se o alfa fosse metade vampiro, muito coisa seria explicada.
Se é que existisse algum ser metade vampiro, metade lobisomem. Ela nunca tinha conhecido nenhum, lógico. Mas, até poucos dias diria ser impossível uma ligação mental de uma meia vampira com um lobisomem, então... Rosalie definitivamente não duvidava mais de nada.
Kai revirou os olhos, abrindo a boca para responder. Contudo, de repente franziu o nariz, farejando o ar. Rosie arquejou.
- Já sei, não estamos sozinhos.
Ele parou o reconhecimento, observando-a surpreso. Ela logo explicou:
– O olfato é um sentido, Kai. Ou seja, é também uma percepção mental... - esfregou o nariz. - E esse sentido parece ser predominante em você.
Ele resmungou, estarrecido:
- Estão perto... 8 ou 10 lobisomens.
Rosie ficou animada, o coração dando um sobressalto no peito. Adorava uma adrenalina pré batalha.
- Onde ficam as armas?
A expressão dele se nublou.
- Armas?!
- É! Ou você acha que eu aniquilo os alvos com o charme dos meus olhos? - tentou fazer a pergunta soar como uma piada, mas Malakai continuou sem entender. – Não brinca comigo... Vocês realmente matam apenas com mordidas?
- Não conseguimos segurar muita coisa quando nossas mãos viram patas.
Rosie massageou as têmporas.
- Faz sentido... - admitiu a contragosto, imaginando aquelas garras gigantes. - Mas eu sou uma meia vampira, e se quer que eu o ajude, preciso de armas – Ela exclamou, as sobrancelhas unidas. – O que vou fazer agora?! Jogar tijolos nas criaturas?
- Eu posso dar conta de hoje, Rosie. Quando todos estiverem aqui é que será difícil. Mas se quer tanto ajudar, talvez possa achar algo no quarto que fica no andar de baixo.
"Eu posso dar conta de hoje, Rosie" Ela o remendou mentalmente enquanto descia as escadas de cimento da laje.
Aquele lugar ali era...Ela ainda não tinha palavras.
Parecia que alguém estava construindo a casa, e quando viu o desastre que ia ser morar naquele cafundéu de judas, deu no pé.
Pelo menos, é o que ela faria.
Estavam em uma construção de três andares, com direito a sacos de cimentos, tijolos e telhas jogados pra tudo quanto é lado. Nem as paredes eram embolsadas!
Ela suspirou, olhando o corredor longo e inacabado. Como saberia qual era o quarto? Nenhum tinha cama.
Rosie se utilizou da rapidez sobrenatural para percorrer os cômodos novamente. Na quarta tentativa, encontrou uma mochila surrada jogada em um canto.
Ela a abriu, se deparando com uma pistola. Velha, para variar. Meneando a cabeça, retirou o carregador, que para seu alívio estava cheio. Ela enfiou a arma no cós da calça.
Além do revólver, haviam mantimentos enlatados, uma faca, uma arma de choque, e um livro. Ela pegou este último, espalmando a mão para retirar a poeira fina que o encobria.
El conto de la Bestia.
O desenho de um lobo cinzento estampava a capa que se assemelhava a couro.
- Parece importante. - sussurrou para si.
Rosie deu de ombros e devolveu o livro para a mochila, fechando-a e perpassando as alças pelas costas.
- O quê? - Malakai perguntou, surgindo atrás dela.
- Nada.
- Ótimo. Temos que ir.
Ela virou na direção dele e pendeu a cabeça, analisando a expressão atordoada.
- Como assim?! Achei que o plano era ficar e lutar.
- O plano mudou.
- Me conte o que está acontecendo. - Rosie cruzou os braços. - Do contrário, não vou sair daqui correndo e...
Um segundo estava ali, no outro, era lançada da janela do segundo andar da construção, caindo rápido como se não houvesse quaisquer vestígio de gravidade. A mochila que levava nas costas escorregou, sumindo de sua vista. O baque era iminente, e provavelmente lhe quebraria algumas costelas.
Porém, no último momento sua cintura foi enlaçada, sendo puxada pro peitoral de alguém. Rosie levantou o olhar indignado pro alfa, que facilmente a ignorou, puxando-a na direção contrária do cheiro dos lobisomens.
Os transeuntes que passeavam pela rua pararam, chocados. Provavelmente avaliando se a aterrissagem perfeita de Kai não fora um show de mágica.
Ela abriu a boca, pronta pra vociferar poucas e boas pro lobo. Contudo, Malakai a interpelou, depositando um dos indicadores nos lábios dela.
- Anastásia está com eles.
- Sua irmã? – reconheceu o nome. Ele assentiu, agora a empurrando para trás de si. - Tudo bem, entendi que não quer matá-la. Eu só vou pegar a...
Os olhos dela vasculharam a rua de pedregulhos, procurando. Ahá, ali estava a mochila, na frente de uma garagem. Rosie se desvencilhou dele para ir buscá-la.
– Rosie, volte! Ela é uma arqueira! Pode estar em qualquer lugar...
zummm.
O som do lançamento veio primeiro, avisando-os da iminente flechada. Rosie estava correndo quando Kai se jogou contra ela, os derrubando no chão. A flecha entrou na carne dele, dilacerando os músculos.
Fechou os olhos com força, reprimindo a vontade de gritar com o alfa, que caiu como um peso morto sobre ela.
Rosie pegou a mochila e os levantou, calculando rápido o sentido da trajetória que a arma fizera no vento. Ao mesmo tempo, puxava Kai para uma ruela de casas antigas. Ele resfolegava com o corpo trêmulo.
- Isso não foi inteligente da sua parte. - sussurrou.
- Preciso que você olhe o ferimento e me diga como está. - o alfa balbuciou com dificuldade.
A mestiça parou e o apoiou no colo, analisando a flecha enterrada no ombro direito.
- Tem uma coloração roxa.
- Esses são os piores... Ponta de prata revestida em acônito. Se acertasse você...
- Eu sei. - o interrompeu. Rosie mordeu os lábios, preocupada.
Se não fosse ele, provavelmente morreria.
- Você vai ter que tirar.
- Tudo bem. No 3 eu tiro - respondeu - 1, 2...
Puxou antes do acordado. Kai gritou, xingando-a em um idioma estranho. Logo depois, se recompôs com uma rapidez impressionante.
- Rosie, escuta bem. - segurou o rosto dela. - Isso vai me envenenar em poucos segundos...
Como que acionado pelo comentário anterior, o equilíbrio vacilou.
Kai pareceu ondular entre a inconsciência e a consciência. Rosie perpassou um dos braços dele por cima do ombro, sustentando-o.
- Malakai! – chamou. A cabeça dele pendeu, deitando na curva de sua nuca.
- Encon-tre um carro...
- Ok. Vamos dar o fora daqui.
- Rá-pido... Minha in- inconsciência vai atin-gir você.
- Então aguenta um pouco mais. – pediu desesperada, enquanto virava uma esquina para longe da trajetória do arco da loba.
Um carro estava estacionado na próxima esquina, que dava para uma praça aberta e florida. Rosie inspirou fundo, continuando a levá-lo.
Porém, dado o cheiro de cachorro molhado que ficava cada vez mais forte, não ia conseguir. Ela suspirou, parando na porta de uma casa.
- Rosie...
- Cala boca, Kai. Eu e você sabemos que não vou conseguir chegar lá sem lutar. Então, por enquanto, vamos nos focar em aliviar seu sofrimento.
Erguendo o pé, arrombou a porta de madeira lascada.
Um grito humano precedeu a entrada triunfal deles. Ela adentrou levando-os para uma sala, onde um casal de velhinhos os olhavam com as mãos para cima.
- Sou policial! – avisou, tirando com dificuldade o distintivo falso de dentro da jaqueta. Aquilo era sempre útil. – Estou confiscando a casa de vocês. Peço que se retirem.
Os idosos continuaram boquiabertos, com os corpos trêmulos. Um deles, urinou nas calças, levantando um forte odor de urina e medo.
- AGORA!
O grito acionou algo neles. O casal se imprensou na lateral do sofá, tentando passar o mais longe possível deles. E depois, quase se trombaram para explodir porta afora.
De costas, ela chutou a porta, fechando-a com um baque. Logo após, mancou com Kai até o sofá, deitando-o.
- Me diz o que preciso fazer para salvar você.
O alfa imprensou os lábios pálidos, os olhos fechando gradativamente.
- Kai! - deu batidinhas no rosto dele. - Acorde!
Nada.
- Droga, isso não é bom... - uma onda de tontura ricocheteou por seu corpo, a fazendo ver estrelas.
O que iria fazer?
Ela engoliu em seco, tentando se manter agachada ao lado dele enquanto retirava a mochila das costas. Seus dedos tatearam ao fundo, procurando a arma de choque.
Não hesitou. O dedo apertou forte o gatilho, enviando uma corrente elétrica pro alfa. O corpo dele se debateu em cima do sofá.
Rosie cerrou a mandíbula, contendo a vontade de gritar quando a eletricidade tentou fazê-la soltar a arma.
Não ia soltar, não até que ele acordasse.
Kai despertou em um sobressalto. Os olhos arregalados.
- Graças a Deus... - suspirou.
- M-me dê. – Ele acenou a cabeça para a arma elétrica. – Vou me manter acordado. Encontre um carro.
Rosie assentiu e se levantou com dificuldade. A eletricidade ainda ricocheteando em seu corpo através de espasmos.
Porém, antes que pudesse usar da velocidade sobrenatural para sair dali, a porta arrombada foi escancarada. Um homem negro e musculoso abriu os braços, mostrando as garras.
- Não o mate. – Kai murmurou para Rosie.
- Não prometo nada...
- Afaste-se do alfa e se entregue. - o homem mandou. Rosie revirou os olhos.
- Não.
Ele rugiu em resposta. Uma transformação rápida o tornou um lobisomem cabeludo e fedorento, com uma baba escorrendo em volta dos lábios.
A mestiça sacou a arma do cós da calça, mirando no peito da besta. No entanto, o gatilho acionado nada disparou.
- Essa porcaria... - praguejou, batendo o revólver de encontro a mão e o jogando pro lado. - Vem me pegar, cachorrão.
O lobisomem saltou ao seu encontro, parando a sua frente com um pulo acrobata. Rosie empurrou o jarro de Camélia frescas na cara dele. O vidro se estilhaçou na pele peluda, o fazendo soltar um uivo esganiçado.
Sacando a faca do coturno, pulou em cima dele, desferindo golpes sucessivas na curva do pescoço. O corpo da fera caiu no chão, se transformando em humano novamente.
Não ficou para ver a reação de Kai. Saiu correndo porta a fora, se deparando com mais dois entre ela e o carro.
- Droga.
Com um salto, pulou no muro que ladeava uma casa. Equilibrando-se com ajuda da velocidade, perpassou em cima do telhado em uma corrida atabalhoada, enquanto a garra dos dois lobisomens tentavam alcançá-la.
Uma corrente elétrica a atingiu, desequilibrando-a. Provavelmente, um choque que o alfa se auto incutia para continuar desperto.
Ela caiu para dentro de um jardim. Por um segundo, sua visão bambeou. O rosnado próximo de um cachorro raivoso a puxou de volta a realidade.
Antes que a mandíbula canina se fechasse em seu tornozelo, Rosie o chutou. O lobisomem ganiu, tombando para a direita.
De pé novamente, saltou para o muro de onde estava. Os lobisomens ainda estavam ali, como se cientes do caminho que ela precisava percorrer.
A população da cidade olhava alarmada através janelas e sacadas, incapazes de acreditar que viam lobisomens.
A mestiça continuou o trajeto do muro, aterrissando atrás das criaturas como uma gata. Eles correram trás dela.
A velocidade sobrenatural a conduziu com leveza até a entrada da grande praça, onde uma rasteira lhe foi dada.
Um lobisomem lhe escalou, usando as garras para desferir sucessivos golpes. As unhas a lanharam, arrancando-lhe gritos e cortes.
Rosie se debateu, acertando com um belo soco. Outro a puxou pelo braço, a força descomunal quase a desmembrando.
A mestiça gritou, puxando-se de volta. O corpanzil do lobisomem veio junto, chocando-se contra ela.
Rosie rolou por cima dele, descendo a mão ao centro do peito da criatura para encontrar o coração. O órgão pulsante foi rodeado por seus dedos um segundo antes de ser retirado e jogado para trás.
Estava claro que por algum motivo não queriam matá-la. Deu de ombros.
Ótimo. Tiraria proveito para matá-los, então.
Um deles a colocou de pé, imobilizando-a com os braços para trás. Ela o atingiu com uma cotovelada, se libertando. E quando finalmente ia girar o corpo para arrancar-lhe o coração, um assobio alto irrompeu por seus tímpanos.
Prontamente, os dois lobisomens restantes a soltaram, correndo rua abaixo em direção a mata.
- Espécie estranha... - meneou a cabeça, endireitando com um puxão o ombro deslocado.
Quando finalmente o músculo retornou para o lugar, ela voltou a correr, chegando no carro.
Rosie quebrou o vidro com uma cotovelada, entrando pelo espaço da janela. Já sentada no banco, puxou os fios da ignição do automóvel, tentando fazer uma ligação direta.
- Anda logo!
Uma nova corrente elétrica perpassou por ela, a chacoalhando. Exatamente o ânimo que o carro precisava.
- Valeu, Kai. - soltou uma risadinha.
Rosie engatou a marcha, pronta para sair. Porém, assim que foi pisar no acelerador, uma mulher surgiu a sua frente.
Ela tinha os cabelos longos negros, e a pele branca como lua. Nas costas, carregava uma aljava munida de arco e flecha.
Era a irmã do alfa, Anastásia.
A loba a observou, e com uma mínima mesura, assentiu.
- Mantenha-o vivo. - disse ela, um segundo antes de saltar para cima de um telhado a direita e sumir na vegetação.
A mestiça franziu o cenho, mas assentiu de volta, partindo com o carro rua acima.
Rosalie mal tinha estacionado e se mandava para fora do automóvel. A velocidade sobrenatural a fez aparecer ajoelhada ao lado de Kai, que segurava a arma de choque com uma força tão grande que os nós dos dedos estavam brancos.
Ele abriu os olhos, analisando a aparência dela.
-Ro-sie, você... foi ata-cada por cã-es?
Ela suspirou, sentindo a temperatura dele com o verso da mão. O alfa suava frio.
Rosalie fechou os olhos, atravessando a ponte mental que os ligava. A mente de Kai estava mais confusa do que era, com pensamentos doidos e irreais flutuando.
- É uma pena que seu senso de humor seja fabricado pela alucinação...
A mestiça o segurou, ajudando-o a se levantar. Kai parecia bêbado, e se não o segurasse, provavelmente se estatelaria no chão.
Ela não tinha a mínima ideia do que fazer. Mas, supondo que fosse um ferimento parecido como as balas de madeiras... o virou de supetão. As costas nuas do alfa apareceram na frente de seus olhos.
A ferida fumegava, queimando-o.
Apertou os olhos, observando os contornos roxos que se avermelhavam. No fundo da carne, algo prata cintilou.
- Vai doer, Kai.
Enfiou o indicador, entrando entre os músculos lupinos. Malakai grunhiu entre dentes, segurando o tranco. A ponta de seu dedo encostou em algo sólido. Rosie enfiou outro, dessa vez tirando um grito dele.
A ponte entre eles balançou. Seus dedos tremeram dentro da ferida.
Não podia pensar. Não podia pensar. Não podia...
Mordeu a própria bochecha, contendo o grito que tentou irromper de si quando a dor de Kai foi enviada pela conexão.
Rosie puxou a cápsula de prata. No mesmo instante, Kai vacilou. Seus braços os seguraram antes que caísse ao chão, desmaiado. Uma sensação de dormência a cercou.
De repente, cair ao lado dele para uma soneca se tornara uma ideia bem atrativa. Ela esfregou o rosto, forçando-se a voltar para realidade.
- Eu posso dar conta de hoje, Rosie... - o remendou, grunhindo em irritação. - Se eu tivesse com uma arma decente tudo isso seria mais fácil.
Assim que colocou as mãos no volante e observou Kai desacordado ao lado, ficou óbvio que a promessa de sangue seria mais difícil de ser cumprida se estivessem interligados.
Mais um cap, minha gente! Demorou, mas saiu!
O que acharam dessa ação?! heheh
Até o próximo <3
Não está revisado :(
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