Uma Noite Mágica e Especial de Natal - Ficção Histórica

Steventon, Inglaterra, 23 de Dezembro de 1950


— Menina...Menina... O Sr. Grannus vem a caminho...

Helena Bentley estava concentrada na sua escrita, que lhe trazia alento e conforto, quando a voz esganiçada da Sra. Maria, lhe arranca exatamente no momento em que Helena descrevia a cena em que o seu personagem Haines viajava até Metcalf, para encontrar a sua mulher infiel, Miriam.

— Menina... Menina...

— Por Deus Maria! Estou a tentar escrever!

A sua governanta que tinha curvas bastante generosas, vinha ofegante, de tanto correr para dar a boa nova à sua menina adorada. Com a cara vermelha, consegue dizer a grande custo.

— Menina peço desculpa, mas é importante. O Sr. Grannus está a caminho, avistei-o pela janela da cozinha. Como ontem, vem vê-la.

— Será que ele não tem mais nada para fazer! Não digas nada nem à mamã nem ao papa, que ele veio à nossa casa. Volto já.

— O que vai fazer menina! Ai meu Deus, não me meta em trabalhos.

Helena desceu as escadas em caracol a uma velocidade impressionante. Queria voltar à sua escrita o quanto antes. Não poderia perder tempo com conversas fiadas, muito menos com Philipe Grannus.

Num impulso de momento, pega num balde de água fria, que estava na cozinha, abre a porta de rompante, mesmo antes da campainha se fazer ouvir, e atira a água gelada, diretamente na cara surpresa do Sr. Grannus.

— Ups! — Diz tapando a boca com a mão horrorizada, fingindo surpresa ao ver alguém à sua porta. Sem dar hipótese do pobre Sr. Grannus de abrir a boca, apressasse a dizer — não estou interessada. — E volta a fechar a porta, como se nada fosse.

Helena era conhecida por ser imprudente, ter ideias muito próprias, para quem vinha de uma família conservadora, alias como era a maioria das pessoas que viviam em Steventon. Philip Grannus, nunca pensou em levar com um balde de água fria na cara. Um gesto que poderia ser encarado como desrespeitoso, ele deu por si a sorrir e a fazer o caminho de volta. Ele haveria de domar a fera, disse para si mesmo.

— Menina como pode fazer tal coisa, e logo a um rapaz tão bom. Se o Sr. seu pai fica a saber, nem quero pensar...

Helena também não queria pensar em tal cenário. O pai poderia ser bastante autoritário quando queria e não hesitava em disciplinar qualquer um dos seus filhos, que se opusesse a ele.

Apesar do pai ter uma predileção por ela, por ser a única menina dos seus quatro filhos, sabia que excedera a má educação ao jogar água no melhor partido da cidade, segundo sua mãe.

Desde pequena que Helena era educada para ser dona de casa para cuidar do marido e dos filhos, para além saber tocar piano e bordar, também era uma excelente cozinheira. As aulas de etiqueta eram obrigatórias, desde que aprendera a andar. A sua única alegria, era quando escrevia, desde que aprenderá a escrever, percebeu que era a sua grande paixão. Talvez tivesse herdado o talento da sua tia-tetravó Jane. Pelo menos assim que gostava de pensar.

Ela tinha planos para o futuro. Não queria ser esposa nem mãe em tão terna idade, queria ser escritora. Queria conhecer mundo, que estava a evoluir de uma forma surpreendente. Queria poder ter liberdade para usar as roupas que queria, poderia até experimentar as famosas calças da moda, feitas exclusivamente para mulheres que trabalhavam. Não queria continuar escondida numa Vila rural perdida no mapa.

Assim que as festas natalícias terminassem, iria viver para Londres, continuar os estudos em literatura moderna, ficaria alojada na casa de uma prima de sua mãe e iria ganhar algum dinheiro dando aulas de piano. Esse era o plano. Pensará nele com todo o cuidado. Como tinha atingido a maioridade à poucos dias, já não precisava da autorização do pai. Mesmo assim, não poderia deixar, ninguém suspeitar.

Não poderia correr o risco, do seu pai ficar a saber que o Sr. Grannua a visitará. Possivelmente ficaria com a ideia errada. E ela não precisava daquele tipo de mal-entendido. Sabe-se lá o que o homem queria com ela, mas uma coisa era sabida, que um homem solteiro, quando visitava a casa de uma jovem dama também solteira, poderia significar que pretendia corteja-la. Tudo o que Helena não queria. Pois corria o boato pela Vila, que a família dele estava a forçar o casamento dele.

A voz da Sra. Maria arranca-a novamente dos seus pensamentos.

— Menina, sua mãe está a chegar das compras. É melhor ir bordar qualquer coisa.

Helena suspira e dirige-se para a sala de costura. Tentaria de terminar de bordar um pano que pretendia oferecer à mãe no Natal. Já que mãe não via com bons olhos o gosto de Helena pela escrita, ela via-se obrigada a esconder.

— Helena, onde estás? — Grita Sra. Bentley da cozinha.

— Sim mãe.

— Filha, tens que ir à modista buscar os nossos vestidos, para o baile. Já estão terminados. Tenho que preparar com a Sra. Maria uns bolinhos de coco, para o jantar de amanhã. Encontrei a Sra. Grannus no mercado, que comprava verduras, e prometi levar a nossa receita especial de bolinhos de coco. Também disse que serias tu a fazê-los. Mas como tens que ir à modista, vou adiantar o molho.

— Mãe não diga nada desnecessário.


Helena tinha pela frente uma caminhada de três km da sua casa até ao centro da Vila, apesar da família Bentley viver confortavelmente, não tinham meio de transporte próprio. Mas o tempo estava agradável e a caminhada era bem vinda. Helena aproveitaria para pensar sobre que aventuras que daria aos seus personagens.

O som dos cascos do cavalo batendo da terra despertou a atenção de Helena, o cavaleiro vinha na sua direção com um ar imponente.

Assim que se aproximaram, ela pode ver que se tratava do Sr. Grannus.

Perante o olhar perplexo de Helena, ele desmontou do seu magnifico cavalo preto e dirigiu-se a ela.

— Menina Bentley, muito gosto em vê-la. E fico contente por não ter nenhuma água perto de si.

Ela sentiu-se corar.

— Peço desculpa Sr. Grannus, mas não sabia que era o Senhor que estava à porta de minha casa, esta manhã. Agora se me dá licença preciso de ir ao centro.

Ela faz intenção de se virar, mas ele agarra-a pelo braço.

— Fui a sua casa apenas para lhe fazer um convite.

— Um convite? — Perguntou admirada.

— Soube que era uma excelente pianista. E gostaria de convida-la para tocar amanhã no nosso baile de Natal.

— No baile... — Helena, ficou surpreendida com o convite ao mesmo tempo que sentia uma profunda vergonha, por ter sido arrogante ao pensar que ele tinha outras intenções.

Ele fez um gesto afirmativo com a cabeça e esboçou um pequeno sorriso.

— Seria uma honra. — Ela sabia que não tinha como recusar o convite, e possivelmente a sua mãe já deveria de saber do convite, por isso a conversa dos bolinhos.

— Posso acompanha-la até ao centro?

— Claro, mas não faço intenção de subir nesse animal gigantesco.

Ele riu-se, uma gargalhada profunda que pareceu erguer-se diretamente do peito e encher de calor o espaço entre eles, deixando Helena sobressaltada.

Para surpresa de Helena o Sr. Grannus era despido de falsos moralismos. Que era característica daquela Vila. Nunca pensara que ele fosse realmente bastante bom a conversar.

— Sr. Grannus mesmo depois de ter estudado em Londres, quis voltar a viver aqui?

— Era o meu dever. Tenho que assumir os negócios da família, como o filho mais velho, bem que o meu irmão mais novo, como viveu sempre aqui, é mais do que capaz...

Helena sorrio. Mas o sorriso não lhe chegou aos olhos. Ela não percebia como alguém com a instrução que ele tivera, não poderia querer mais.

— Como foi viver em Londres?

— É uma cidade cheia de vida, tanto noturna como diurna. Mas o que tenho mesmo saudades é do cinema.

— Do cinema? Nunca fui...

Ele ficou espantado.

— Este ano estreou o filme Cinderella, é uma comédia musical. Acho que a menina Bentley iria gostar.

— Terei oportunidade, certamente. — Helena pensou que assim que estivesse alojada em Londres iria experimentar esse tal de "cinema".

— Talvez pudesse leva-la um dia.

Ela ficou admirada com o estranho convite. Mas nada disse e limitou-se a sorrir.

Quando estavam perto do centro da Vila, Helena despediu-se da companhia do Sr. Grannus.

— Sr. Grannus, agradeço a companha, mas partir aqui vou sozinha. Vou à modista.

— Claro menina Bentley, não é minha intenção causar-lhe qualquer desconforto. Vou pedir para um carro de aluguer, levá-la de volta para casa.

— Muito simpático da sua parte, mas não é preciso. Gosto de caminhar.

— Insisto. Não quero que vá sozinha.

Helena, sentiu o sangue a ferver, quem era ele, para dizer "não quero". Esse era o problema dos homens, querem mandar nas mulheres, pensam que são seus donos. Mas ela não quer dono, ela quer ser livre.

— Eu é que insisto. Vou a caminhar. E o Sr. não tem que querer nada. Muito obrigada pela gentileza.

Ele suspirou, dando-se por vencido.

— Estou a ver que é orgulhosa, para além de impulsiva.

Helena riu-se vitoriosa. Queria rapidamente terminar com aquela conversa desnecessária.

— O Sr. Grannus é que é impertinente.

Ele ergueu a sobrancelha, mas quase ao mesmo tempo fez um sorriso enviesado. E fixou os olhos verdes nela.

— Amanhã espero que guarde uma dança para mim.

— Sr. Grannus vou estar a tocar piano, conforme me convidou, não vou ter tempo para danças. — Disse exasperada com as tentativas dele.

— Não vai estar sempre a tocar.

— É melhor convidar outra jovem. Eu não poderei corresponder.

— É sempre assim tão obstinada.

Ela fez um sorriso malicioso.

— Quase sempre. Agora se me dá licença.

— O que poderei fazer para ter a hora de uma simples dança.

Farta da conversa, deu por si a responder por impulso.

— Sr. Grannus se me oferecer umas calças, poderá dançar comigo a noite toda. — Sabia que era uma ideia tola, mas só queria algo impossível, para ele deixá-la em paz.

— Umas calças !?

— Sim. Sabe o que é? É tipo as que tem, mas para Senhoras.

— Eu sei o que são calças. Mas aqui em Steventon, ninguém usa tal roupa, seria uma afronta, se a menina usa-se algo assim. O seu pai...

Helena não deixou Grannus terminar a frase.

— Sr. Grannus, perguntou o que poderia fazer e eu respondi. O mundo está a evoluir, em França os grandes estilistas desenham calças de mulher.

Philip Grannus, sabia perfeitamente que as coisas estavam a mudar. Afinal foi estudar para Londres durante cinco anos. Mas Steventon era uma Vila rural conservadora, não esperava encontrar uma jovem dama com pensamentos tão diferentes. E ainda por cima, pedir algo inapropriado. Mas iria encarar o desafio, como homem honrado que era.

— As mulheres começaram a usar calças durante a guerra para irem trabalhar nas minas. Sabe que por aqui essas coisas não são bem vistas.

— Quer dizer que é contra ao desenvolvimento, como um velho de 70 anos?

Ele sentiu como se ela tocasse numa ferida antiga. Mesmo ele quando regressou à sua terra natal, sentiu-se um estranho, ao deparar-se com pensamentos ainda tão conservadores.

— Não. Claro que não. Mas porque estamos a discutir, este assunto. Tente ser razoável.

— Sr. Grannus, tenha uma boa tarde.

Helena virou-lhe as costas e seguiu o caminho até a loja da modista. Não sabia porque estava tão aborrecida. Ela sabia perfeitamente que naquela Vila, ninguém pensava como ela, as jovens da sua idade, eram educadas para ser domésticas, não para pensar. Ela mesma estava a receber esse tipo de educação. Mas o pensamento dela sempre foi liberal e ela sabia disso.

Ela pretendia, assim que regressa-se a casa, continuar a escrever o seu conto. Mas a sua mãe tinha outros planos, como ela suspeitava, já sabia do convite para tocar piano no grande baile de Natal. Então, foi obrigada a passar o resto do dia a preparar as músicas para a apresentação.


Steventon, Inglaterra, 24 de Dezembro de 1950



Chegou a grande noite. Todos os anos na véspera de Natal, a família Grannus oferece um baile de Natal, aos habitantes de Steventon. Talvez fosse uma forma de mostrarem ostentação e poder. Mas era de facto uma bela entretenha. Eram convidados os melhores músicos da capital e as iguarias mais deliciosas eram apresentadas aos seus convidados.

Helena olhava para o seu vestido, escolhido pela sua mãe e lamentava. Era um vestido grande e vermelho, vistoso de mais para o seu gosto. Mas não iria discutir com a mãe. Possivelmente este ano era o seu último Natal.

Uma batida forte na porta do quarto de vestir, sobressaltou Helena.

— Menina chegou uma encomenda para si. — Diz a Sra. Maria com grande entusiasmo, carregando uma grande caixa branca.

— Uma encomenda? — Perguntou admirada — de quem é?

Helena pegou na caixa e franziu o sobrolho quando leu um nome francês escrito na tampa. Ao abri-la constatou que continha um vestido branco com fios dourados, pelo menos era isso que parecia à primeira vista.

Mas assim que retirou a peça da caixa, viu que tratava-se de uma blusa justa e de umas calças plissadas largas que poderia passar por uma saia. Helena não cabia de contente, não conseguia acreditar como ele tinha conseguido, tal feito. E como foi o Sr. Grannus a oferecer o pai não poderia opor-se. Magnifico.

Ela vestiu-se e sentiu-se leve e ágil. Nunca tinha experimentado uma peça tão suave. Desde que tinha visto na revista da rapariga, os modelos que eram lançados em França, e principalmente as calças, sempre quis experimentar umas. Era de facto muito mais pratico que as saias.

— Filha que roupa é essa? — Perguntou a Sra. Bentley, chocada quando viu a filha a descer as escadas.

— Foi uma oferta do Sr. Grannus. São as roupas que se usam na capital.

— Se foi uma oferta não podemos recusar. Mas espero que não fiques com ideias estranhas.

— Minha mãe, qual é problema de querer coisas diferentes. De escrever. De querer ver o mundo.

— Filha podes fazer isso tudo, com o teu futuro marido. Não deveria contar-te, mas o pai está a tentar fazer um acordo com família Grannus.

— Um acordo? Eu por acaso sou gado? Não pretendo casar-me.

— Helena Bentley que maneiras são essas de falar. Temos que manter as tradições.

— Mãe...

— Helena! — A voz grave do Sr. Bentley, interrompe a discussão entre mãe e filha, que se estava a formar.— Não se fala mais neste assunto. Já estás a passar da idade de casar.

Helena ficou ainda mais determinada, a ir embora assim que o novo ano começasse.


O salão de festa da casa da família Grannus era magnifico. No centro estava uma linda árvore Natal com luzes cintilantes e bolas douradas a compor a decoração. Havia enfeites de Natal no centro das mesas e velas a iluminar o ambiente.

Uma orquestra tocava uma linda música de Natal, num pequeno palco improvisado. E um piano de cauda, estava preparado no centro do salão.

Segundo o que a Sra. Grannus, lhes tinham dito, iria ser servido uma refeição quente e outra fria, logo de seguida, ela tocaria 3 peças à sua escolha. E de seguida o baile seria iniciado.

Helena resolveu começar a tocar uma peça de Beethoven, seguidas de outras duas natalícias. Quando terminou foi aplaudida de pé pelos convidados. Tocava piano desde os seis anos de idade, sabia que tocava sem erros. Apesar de saber que poderia faltar-lhe um pouco de emoção, devido a ter sido um instrumento que tocou mais por obrigação do que por gosto.

O baile foi iniciado sem mais demoras. O piano e as mesas foram afastadas, para dar inicio a musicas mais animadas.

Na primeira oportunidade o Sr. Grannus, aproximou-se de Helena com um grande sorriso nos lábios.

— Toca lindamente. Já muito bonita esta noite.

Helena fez igualmente um grande sorriso. — Obrigada. Não sei como conseguiu, mas adorei.

— Tenho os meus conhecimentos menina Bentley. Agora está na altura de cumprir a sua parte do acordo. Como é que disse... Ah! É verdade, dançava comigo a noite toda. — disse com um sorriso malicioso.

Ela corou.

— É certo. Mas assim deixará as restantes jovens aqui presentes bastante solitárias. Se o melhor partido, dançar a noite toda com a mesma pessoa.

— Com que então sou o melhor partido.

— Apenas repito o dizem por ai. — Disse com ar brincalhão.

Ele dançava de uma forma leve e elegante pelo salão. Ao fim da terceira dança. Helena pediu uma pausa. Foram até ao jardim apanhar ar.

Apesar da noite fria de Dezembro, era refrescante sentir a aragem da noite.

— Menina Bentley, não sei se sabe, mas os nossos pais estão a falar num acordo, para juntar as duas famílias — ele fez uma pequena pausa, quando sentiu o olhar fulminante de Helena. — Para ser honesto, gosto de si. Talvez por ver que é diferente das restantes jovens. Por isso quero lhe dizer que não é obrigada a nada. Se me disser agora que nada quer com este arranjo. Direi ao meu pai para desfazer tudo, e ninguém lhe dirá nada.

Helena sentiu-se agradecida e perplexa, perante tamanha honestidade. Ela não poderia responder de outra forma.

— Obrigada. Sabe desde pequena que quero sair daqui. É como se estivesse pressa numa gaiola. Neste momento quero ir para Londres e continuar a estudar, sabe na verdade adoro escrever, quero tentar publicar um livro.

— Já me tinha perguntado de onde vinham as manchas de tinta que tem nos dedos.

Helena olha para as mão. Ela tentava sempre esconder as manchas de tinta, mas ao olhar apurado dele nada escapava. — Nada lhe escapa.

— Então nada de casamento?

Ela desvia o olhar. — Lamento. Tenho planos para ir para Londres, no inicio do ano.

— Será que posso levá-la a passear, quando estiver em Londres?

— Como assim?

— Tenho uma casa em Londres. Poderemos ir ao cinema e posso ajudá-la, tenho contactos em Londres. E quem sabe, também não deveria ficar confinado ao negocio de família.

— Parece-me bem. Obrigada.

Ele sorriu.

— Bem então, vou agora dançar com algumas jovens, que não pararam que olhar para nós a noite toda.

— Possivelmente é por causa da roupa.

Ele riu-se.

Helena olhou para as estrelas, como tantas outras noites fazia, mas desta vez sentiu-se de alguma forma que não estava sozinha. Nem iria ficar perdida. De uma forma estranha e impensável o Sr. Grannus, lhe deu uma nova esperança. De facto aquela noite de Natal estava a ser mágica e especial. Amanhã um novo dia iria começar, e o futuro parecia iluminado.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top