Capítulo 19

– Dois meses e meio depois –

Já estava acordada a um bom tempo. Ainda era cedo e eu não tinha sono algum. Minhas costas doíam um pouco e ficar ali deitada estava piorando ainda mais. Suspirei baixo e levantei da cama o mais silenciosamente possível, o que não era fácil com uma barriga de sete meses e meio.

Caminhei devagar até o banheiro e fechei a porta. Tirei a roupa e entrei no box, deixando a água morna relaxar meus músculos meio doloridos.

Quando terminei me enxuguei e vesti o roupão que mal fechava por conta da barriga gigante. Segui até o closet e vesti a lingerie, parando em frente ao espelho dali. Eu estava tão ansiosa para ver o rostinho do bebê.

Suspirei baixo indo enfim escolher um vestido. Peguei um azul claro de alças fina, era meio rodado e me deixava ainda maior do que já estava, mas nas atuais circunstâncias não estava mais ligando para isso.

Penteei os cabelos e fiz uma maquiagem simples, rímel, blush e um gloss claro. Quando voltei ao quarto Alexander ainda dormia. Sorri indo até ele e toquei levemente sua testa, tirando o cabelo que tinha caído ali. Alexander andava muito cansado, tanto quanto eu. Seu pai estava pegando pesado, pois, assim que o bebê nascesse seria realizada a cerimônia de coroação.

Sai do quarto e fechei a porta com cuidado para não fazer barulho. Desci a escada com calma, já que não conseguia ver meus pés com a barriga enorme na frente. Cheguei ao salão principal e sentei em uma das poltronas, respirando fundo algumas vezes. Olhei pela janela e vi o jardim que parecia muito convidativo.

Levantei devagar e segui até lá, andando pelo caminho de pedras em direção ao banco de madeira. Sentei e fechei os olhos, sorrindo ao sentir a brisa leve balançar meus cabelos.

— Olá. — Ouvi alguém chamar a atenção.

Abri os olhos e virei um pouco no banco. Meus olhos se arregalaram em surpresa assim que vi o homem parado a alguns metros de distância. O que ele estava fazendo aqui?

— O que faz aqui? — Questionei visivelmente curiosa.

— Não vou fazer nada de ruim. — Jason garantiu e levantou as mãos como se estivesse se rendendo — Só queria conversar com você. — Explicou.

Conversar comigo? Porque? Depois de sumir durante todo esse tempo o que ele teria para me falar?

— Tudo bem. — Concordei colocando a mão sobre minha barriga em uma forma protetora, acho que por instinto.

Jason caminhou devagar até chegar mais perto e sentou na beirada oposta do banco.

— Queria começar pedindo perdão, — Suspirou baixo — O que fiz foi horrível e sei disso. Trai a confiança de vocês e confiança é uma coisa que quando se perde demora a ter de volta... — Continuou.

— Ou nunca se têm. — Comentei sem pensar e Jason assentiu concordando.

— Sim, mas mesmo assim gostaria muito que me perdoasse. Você esteve em perigo por minha culpa, — Negou com a cabeça e abaixou os olhos, visivelmente envergonhado — Eu podia ter evitado e não fiz. Se algo acontecesse a você pessoas que eu amo sofreriam...

— Está falando de Lorenzo. — Comentei.

— Sim, — Concordou me encarando — E Samantha... — Sussurrou.

— Jason, não quero você perto de Sam. — Avisei sendo o mais direta que conseguia.

— Eu a amo! — Confessou e notei a tristeza em seus olhos — Esse tempo longe dela tem me matado.

Observei Jason melhor e percebi que sua aparência estava diferente. Seus olhos pareciam vazios e ele estava visivelmente mais magro.

Ficamos em silêncio por alguns bons minutos. Meu coração brigando com a mente. Sabia que as pessoas mereciam uma segunda chance, mas meu lado racional dizia que não era seguro arriscar.

— Olha... Eu amo Sam e sempre vou querer o melhor para ela. — Expliquei olhando-o séria — E sinceramente não sei se o melhor é você, — Continuei e o vi querer começar a falar, mas fiz um sinal para que espere — Mas também sei reconhecer onde tem amor e vejo isso quando você fala de Samantha. — Respirei fundo — Quero que Sam seja feliz, assim como sou com meu príncipe.

— Quero faze-la muito feliz. — Afirmou.

— Espero que você saiba reconhecer a chance que estou lhe dando. — Encarei seus olhos de forma séria.

— Vou ser eternamente grato. Sempre soube que era a mulher ideal para Alexander e Thompson. — Deu um pequeno sorriso — Desde o dia em que chegou aqui sabia que iria longe.

— Obrigada. — Agradeci suspirando baixo — Só peço que tenha calma. Eu concordei em você estar de volta na vida de Sam, mas isso não significa estar de volta ao palácio e muito menos na vida de todos aqui, principalmente na de Lorenzo.

— Sei que ele ainda não me perdoou, — Afirmou respirando fundo — Mas vou fazer por merecer. — Prometeu e assenti concordando.

Nós combinamos que no dia seguinte, neste mesmo horário, ele se encontraria com Sam aqui no jardim, com guardas vigiando, é claro, e eles conversariam. Depois disso nós veríamos no que ia dar tudo isso.

Me despedi de Jason e voltei ao palácio. Ouvi as vozes no salão principal e sorri ao ver meus avós sentados em um dos sofás. Andei até eles e beijei cada um, ganhando muita atenção e mimos em troca. Os dois estavam loucos para ver o bisneto.

Algum tempo depois subi ao quarto, mas dessa vez encontrei a cama vazia. Ouvi o barulho do chuveiro desligando e me sentei a beirada da cama, esperando. Poucos minutos se passaram e a porta do banheiro abriu, e Alexander passou apenas com a toalha ao redor da cintura.

— Estava indo procura-la. — Comentou assim que me viu.

— Desci para caminhar um pouco. Estava sem sono. — Expliquei dando de ombros discretamente.

— Não se sente bem? — Me olhou preocupado.

— Estou sim, só perdi o sono. — Sorri levemente — Você estava cansado e não quis acorda-lo.

— Tenho sido relapso com você, não é? — Veio até a cama e se agachou a minha frente.

— Está ocupado e entendo isso amor. — O tranquilizei tocando seu rosto carinhosamente.

— Vou colocar uma roupa e vamos tomar café. — Avisou levantando e indo até o closet.

Fiquei ali pensando em como iria contar sobre Jason. Sabia que Alexander ainda tinha receio e que não havia perdoado a traição que sofreu de seu melhor amigo.

— Vamos? — Chamou voltando ao quarto, agora vestindo um conjunto social cinza escuro.

— Nós podemos conversar antes? — Mordi o lábio.

— Podemos. — Concordou sentando ao meu lado na cama — Você está séria. — Comentou.

— Primeiro quero que você tente manter a cabeça aberta, — Comecei e o vi franzir a testa em confusão — Eu fui ao jardim hoje quando acordei e encontrei alguém lá, na verdade, ele me encontrou...

— Ele? — Questionou meio desconfiado.

— Jason. — Sussurrei.

— Como ele entrou aqui? — Levantou da cama.

— Eu não sei. — Deu de ombros — Nós conversamos pouco e basicamente foi sobre Samantha.

— Eu o quero longe daqui. — Afirmou decidido.

— Eu sei e disse isso a ele, — Expliquei encarando seus olhos — Mas Alexander... Você não acha que todos merecem uma segunda chance? — Suspirei baixo — Jason nos ajudou a salvar seu pai, mostrou que se arrependeu.

— Jason nos traiu Mabel. Nós que sempre o ajudamos. — Acusou suspirando alto e passando a mão pelos cabelos em sinal de nervosismo — Ele era meu melhor amigo e confiava nele.

— Eu falei que a confiança havia sido quebrada e ele concordou, — Expliquei vendo a tristeza e magoa nos olhos de Alexander — Mas Jason disse que está disposto a reconquista-la... E pediu uma chance com Samantha.

— Você negou, é claro! — Deu uma risada baixa e meio sarcástica.

— Não, — Neguei com a cabeça — Mas não fiz isso por ele antes que diga algo... Fiz por Sam e porque quero que ela tenha a chance de ser feliz, como eu sou.

— Amor... — Começou, mas o interrompi.

— Eu vi o jeito como ele falou dela. Enxerguei nos olhos dele... Jason a ama Alexander, eu sei disso. — Afirmei dando um pequeno sorriso — Não estou te obrigando a nada, nunca faria isso e você sabe... Mas não posso deixar minha irmã infeliz e sei que ela está. Porque por mais que Samantha tente esconder, eu a conheço, — Dei de ombros — Sei dos sentimentos dela por Jason.

Alexander ficou em silêncio por alguns minutos, olhando para a parede oposta. Seus olhos estavam fixos, mas percebia seu conflito interno.

— Samantha é sua irmã e você deve saber o melhor para ela. — Comentou por fim, suspirando alto — Só tome cuidado, ok? — Pediu e assenti concordando — Não quero Jason perto da minha família, muito menos de você e do nosso bebê, só peço isso.

— Fique tranquilo. — Sorri levemente e levantei da cama, indo até ele — Eu sabia que iria entender, afinal é um homem justo e essa é uma das coisas que amo em você. — Completei acariciando seu rosto.

— Não vou suportar se algo acontecer a você ou nosso bebê. — Confessou segurando meu rosto com as duas mãos.

— Não vai. — Assegurei.

Alexander assentiu concordando e beijou meus lábios gentilmente. Ficamos nos assim por longos minutos e eu permaneceria ali para sempre, isso se nós não precisássemos descer para o café da manhã.

Por hora esse assunto estava resolvido. Mais tarde falaria com Samantha e depois era só torcer para estar fazendo mesmo o certo.

-Um mês depois-

Eu virava sem parar na cama. Era madrugada e Alexander dormia tranquilamente, mas eu não estava bem. Minhas costas doíam muito e tinha cólicas que ficavam cada vez mais fortes. Sentei na cama e apoiei as costas na cabeceira, respirando fundo algumas vezes.

— Bel... — Ouvi Alexander chamar e abri os olhos encontrando os seus me encarando preocupados — O que aconteceu? Está mal?

— Estou com cólicas, — Expliquei fazendo uma carreta de dor — E minhas costas doem.

Alexander levantou minha blusa e colocou a mão sobre a barriga gigante, acariciando levemente. Estava com quase nove meses, faltavam duas semanas para completar. Ele se inclinou e beijou minha barriga várias vezes enquanto sussurrava para o bebê que devia colaborar com a mamãe porque estava com dor. Sorri em meio as fisgadas. Alexander era tão fofo que as vezes eu simplesmente tinha vontade de aperta-lo até que estivesse sem ar.

— Hm... — Gemi baixo ao sentir mais uma sequência de cólicas.

— Vou pegar uma bolsa de água quente... Espere um minuto. — Avisou levantando da cama e assenti concordando.

Alexander saiu do quarto rapidamente e fechei os olhos, encostando a cabeça na cabeceira. Respirei fundo algumas vezes e soltei mais um gemido com a pontada forte e repentina.

Abri os olhos ao sentir algo escorrendo por minhas pernas. Puxei a coberta e vi o líquido transparente espalhado pela cama. Arregalei os olhos entendendo o que estava acontecendo.

— Amor, acho que essa... — Alexander já entrava no quarto com a bolsa de água quente nas mãos, mas parou ao ver meu rosto.

— A bolsa estourou. — Avisei olhando para a cama molhada.

Ó! — Exclamou vindo em minha direção — O que eu faço? — Questionou meio desesperado.

— Chame minha avó e Lucia... — Pedi e ele assentiu concordando, já correndo para fora do quarto, literalmente.

Alguns minutos depois Lucia pareceu e logo vovó também. Alexander já tinha ligado para o médico que chegaria em poucos minutos.

Senti as cólicas aumentarem e se tonarem contrações bem dolorosas. Eu segurava forte a mão de Samantha, que estava ao meu lado na cama. Rainha Elisabeth também já estava ali, e apenas os homens permaneciam do lado de fora. O que agradeci mentalmente, afinal não estava conseguindo ser uma dama no momento.

A dor ia piorando aos poucos e apertei mais a mão de Sam. Ela não reclamava, apesar de fazer algumas carretas de vez em quando.

Fechei os olhos e comecei a controlar a respiração. Minha avó contava o intervalo das dores, que de quinze minutos passaram para dez e estavam diminuindo. O médico ainda não tinha chegado e isso estava me deixando ainda mais nervosa.

— Nós vamos ter que fazer isso... — Vovó Susan avisou e a olhei sem entender.

— Isso o que? — Rainha Elisabeth questionou.

Ela estava sentada perto e afagava gentilmente minhas pernas.

— Vamos fazer o parto, — Vovó explicou olhando para Sam — Coloque a banheira para encher de água morna.

Samantha imediatamente saiu em direção ao banheiro. Vi minha avó falando baixo com Lucia e em seguida voltar ao meu lado.

— Nós vamos fazer isso, ok? Você consegue querida! — Pegou minha mão e a apertou gentilmente.

— Sim. — Concordei gemendo de dor.

Assim que Samantha voltou dizendo que a banheira estava cheia, ela e vovó me ajudaram a levantar e ir até o banheiro. Tiraram minha camisola e devagar entrei na banheira, suspirando baixo com a água morna.

Eu confiava em minha avó e sabia que ela já fez alguns partos na vida, quando mais jovem. Nem sempre as pessoas que moravam afastadas do centro da província, como nós, conseguiam chegar em tempo a cidade, então era comum que chamassem alguma parteira.

— Nós vamos começar a fazer força, entendeu? — Questionou me olhando atentamente.

— Sim. — Concordei.

Com calma ela começou a empurrar minha barriga enquanto pedia para que fizesse força, como se estivesse jogando o bebê para fora. Segurei as bordas da banheira e fiz o máximo de força que conseguia. Meu maxilar estava travado e os olhos fechados. Ouvi as palavras de incentivo de vovó e respirei fundo antes de fazer mais força.

A dor já quase insignificante no momento, só queria que meu filho viesse logo e eu sentia que estava quase lá. Queria tanto vê-lo e precisava fazer mais força para que isso acontecesse.

— Está quase lá... — Minha avó empurrava mais a barriga enquanto eu fazia força novamente.

Dei um grito meio alto, com os dentes travados. Minhas mãos seguravam firme a borda da banheira e então um segundo depois ouvi o choro agudo.

Abri os olhos imediatamente e encontrei vovó segurando o minúsculo bebê. Soltei uma risada baixa cheia de cansaço e muita felicidade. Meu filho tinha nascido e estava aparentemente bem. Fechei os olhos novamente e deitei a cabeça na borda da banheira, respirando fundo algumas vezes.

Poucos minutos depois ouvi vovó Susan chamando e abri os olhos, sorrindo ao vê-la estender o bebê para que eu o segurasse. Ele era tão pequeno e frágil, que tive medo de fazer algo errado e machuca-lo.

Com cuidado o ajeitei contra meu peito, deitando-o com a cabeça apoiada ali. Ele tinha o rosto sereno e com a ponta dos dedos afaguei os cabelos ralos, dando um beijo delicado. Peguei um pouco de água morna da banheira e joguei em seu corpo, limpando um pouco do resquício de sangue ainda existente.

Depois vovó o embrulhou em uma espécie de manta e cuidadosamente entregou o bebê para rainha Elisabeth, que estava perto de nós. Me lavei rapidamente com sua ajuda e de Samantha e devagar sai da banheira.

Vesti o roupão e voltei à cama. Sentei novamente com as costas apoiadas a cabeceira e então a rainha me entregou o pequeno embrulho. Sorri agradecendo e olhei o bebê dentro dele. O meu bebê.

Passei a ponta do dedo pela sua bochecha macia e rosada. Imediatamente ele abriu os olhos e senti os meus se encherem de água ao encontrar o mesmo tom de verde esmeralda que tanto amava. Ele era tão lindo quanto o pai.

Ouvi uma batida na porta e Lucia foi atendê-la. No instante seguinte Alexander passava pelo batente, mas parou assim que nos viu. Sorri e o chamei com um sinal de cabeça. Ele sorriu de canto e devagar andou até a cama, sentando ao meu lado.

— Olha... É o papai. — Sussurrei olhando de Alexander para nosso bebê.

— Oi... — Sussurrou chegando mais perto — Esperamos muito por você, sabia?

Sorri sentindo os olhos marejados e mordi o lábio tentando conter o choro. Com certo receio e muito cuidado Alexander esticou a mão e tocou a sua testa. Depois deslizou os dedos até o pequeno e arrebitado nariz, parecido com o meu, e continuou descendo a minúscula boca, onde teve o dedo sugado como se estivesse mamando.

— Acho que alguém está com fome... — Alexander comentou sorrindo.

— Você já pode dar de mama. — Rainha Elisabeth avisou parada perto da cama, junto de vovó e Sam.

Olhei para o bebê em meus braços e em seguida para as três que sorriam confiantes. Confesso que estava com um pouco de medo, já tinha ouvido muito sobre a amamentação. Alisson mesmo disse que sua primeira experiência não foi muito agradável, mas que não era nada horrível, ou sei lá.

— Você consegue. — Alexander incentivou e assenti concordando.

Abri um pouco o roupão, deixando meu seio a mostra. Com cuidado aproximei a sua pequena boca, que assim que conseguiu captura-lo já o sugou com certa voracidade. Senti uma pequena pontada em sua primeira sucção, mas nada insuportável, e então ele começou a mamar com toda vontade e fome que tinha no momento.

Era uma sensação de plenitude e paz total. Nada que eu já tenha experimentado e pudesse comparar. Era como se isso nos ligasse ainda mais. Assisti o bebê sugando meu seio e sorri tocando sua mãozinha. Verifiquei os cinco dedos, agradecendo por ser tão perfeito e saudável.

— Acho que ele está com muita fome. — Alexander comentou enquanto tocava os cabelos ralos.

— Puxou a mãe... — Sussurrei dando uma risada baixa.

Alguns minutos depois quando o bebê já tinha parado de mamar e rei Philliph, vovô e Victor já haviam o conhecido e paparicado muito, o médico finalmente chegou. Ele se justificou dizendo que o carro enguiçou no meio do caminho e teve que pedir ajuda, por isso a demora em chegar ao palácio.

Alexander pediu que ele examinasse o bebê e eu. Depois de pronto o médico afirmou que nós estávamos muito bem, o bebê estava saudável e o parto foi bom. Agora precisava apenas ficar de repouso e me cuidar um pouco. Passou também alguns cuidados que deveríamos ter com o bebê e marcou uma consulta para examina-lo melhor.

Já era de manhã quando o quarto finalmente esvaziou e todos foram para seus respectivos aposentos. Alexander estava tomando banho e eu permanecia deitada com nosso pequeno ao lado. Ele dormia tranquilamente enquanto eu segurava sua mão, acariciando levemente.

— Essa cena merecia um quadro. — Alexander comentou saindo do banheiro.

Sorri e continuei admirando nosso filho. Alexander seguiu até o closet se trocar, voltando em seguida a cama.

— Pijama? — Questionei franzindo a testa.

— O que? Achou mesmo que eu fosse ficar longe de vocês? — Me olhou fingindo indignação.

— Não, nem imaginei isso. — Neguei sorrindo e me inclinei lhe dando um selinho demorado.

— Temos que escolher um nome. — Avisou segurando a outra mão do bebê.

— Estive pensando... — Comecei meio receosa — Eu gostaria que ele tivesse o nome do homem que deve ser a referência em sua vida.

— E no que pensou? — Perguntou visivelmente curioso.

— Alexander Junior. — Sugeri encarando seus olhos.

Queria que nosso filho tivesse o nome dele. O mesmo em que se apresentou quando nos conhecemos no centro da província.

— Acho que é perfeito. — Afirmou sorrindo e olhou para nosso bebê — Seja bem-vindo... Alexander Junior Thompson.

Sorri e assenti concordando. Ficamos ali, apenas admirando nosso menino que dormia tranquilamente. Olhei para Alexander que tinha um sorriso bobo no rosto. Ele estava feliz e eu via claramente isso.

— Eu te amo. — Sussurrei chamando sua atenção.

— Eu te amo... Ma Belle. — Sorriu e beijou meus lábios demoradamente.

A mais de um ano atrás eu tinha entrado nesse palácio sem saber se sairia logo dele, ou não. Com meu futuro incerto e muitos medos e receios. Então sem pretensão nenhuma um sentimento tão grande foi tomando conta de mim e quando notei já estava presa a esse palácio, e principalmente a Alexander.

Pode se dizer que a princípio foi paixão à primeira vista e quem sabe foi mesmo, mas nosso amor não. Esse foi construído com o tempo, em cada conversa, risada, briga, beijo, olhar, sorriso e toque. São pequenas coisas que juntas fazem uma grande diferença.

Hoje aqui com ele e nosso filho eu tinha certeza que o futuro seria lindo e cheio de felicidade. Porque ali ao meu lado, na cama, estavam as duas coisas mais importantes na minha vida. Meus grandes e eternos amores.


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