Capítulo 18

– Três meses depois –

Estava sentada na cama a algum tempo. Já era de tarde e Alexander foi arrastado por seu pai para uma reunião com dois senhores da província. Sim, eu disse arrastado, porque desde que nós descobrimos que estamos grávidos ele ficou ainda mais atencioso, carinhoso, fofo, preocupado e tudo mais que uma mulher podia desejar.

Esses três meses que se passaram foram com certeza maravilhosos. Depois que nós descobrimos sobre a gravidez e o médico nos deixou sozinhos no quarto, Alexander me puxou para seu peito e sua mão ficou acariciando a barriga ainda plana até que eu pegasse no sono.

No outro dia de manhã quando acordei Alexander estava deitado ao meu lado, me observando. Ele sorriu assim que percebeu que estava acordada e afastou o cabelo do meu rosto enquanto se aproximava. Sua boca buscou a minha em um beijo lento e carinhosos, declarando aos sussurros seu amor por nós.

Mais tarde na hora do café nos arrumamos e descemos ao salão das refeições. Nossa família já estava a mesa e percebi o olhar preocupado deles em minha direção. Também lembro da expressão de felicidade de todos ao saberem sobre a gravidez.

*Começo da lembrança*

Caminhamos até nossos lugares, mas não nos sentamos e sim permanecemos de pé olhando para todos.

— Se sente melhor querida? — A rainha questionou me olhando meio preocupada.

Sim. Obrigada. — Agradeci sorrindo.

Nós temos algo para falar, — Alexander avisou me olhando de canto — Na verdade, anunciar.

Fale filho, — Sua mãe incentivou visivelmente ansiosa — Aconteceu algo?

Na verdade, sim, — Sorriu mais abertamente — Aconteceu algo maravilhoso!

Amor... — O repreendi revirando os olhos — Fale logo. — Dei uma risada baixa.

Ok. — Concordou beijando minha testa — Família... Nossa família vai aumentar. — Explicou do jeito mais confuso que poderia.

Dei risada e segurei sua mão, apertando levemente. Em seguida virei para todos e sorri calorosamente.

Estou grávida! Anunciei sendo direta.

Ó! Samantha exclamou tampando a boca, que tinha se aberto em um grande "O".

Ah meus amores... Rainha Elisabeth sorria emocionada.

Alexander me puxou pela cintura para mais perto e beijou meus cabelos carinhosamente, e então no instante seguinte todos estavam ao nosso redor, nos parabenizando.

Vovô me abraçou apertado desejando muitas coisas boas a mim e ao bebê. Depois foi a vez de vovó, que revelou já desconfiar disso á alguns dias, por causa de meus mal-estares. Samantha estava realmente eufórica e me abraçou tão apertado que quase não consegui respirar.

Victor como sempre soltou uma piada sobre Alexander ser rápido e ganhou um mini soco no braço junto com um olhar de repreensão. Já o casal real foi mais contido, porém notei o olhar emocionado do rei e o sorriso de felicidade da rainha.

*Final da lembrança*

Fui tirada de minhas lembranças com o toque suave em meu rosto. Pisquei os olhos algumas vezes e encontrei Alexander parado ao lado na cama.

— Oi. — Sussurrei sorrindo.

— Estava distraída. — Comentou sentando ao meu lado.

— Me lembrando... — Dei de ombros.

— De... — Incentivou.

— De tudo que já vivemos até aqui. — Segurei suas mãos.

— Faço isso o tempo todo. — Confessou se inclinando e beijando minha testa — Como vocês estão? — Tocou minha barriga com a mão vaga.

Alexander fazia isso o tempo todo. Sempre que podia sua mão ia a minha barriga e a acariciava. Às vezes nós estávamos deitados na cama e Alexander se ajoelhava ao meu lado com o rosto a centímetro dela, e então começava a conversar com nosso bebê. Meu coração se enchia de amor em todas essas vezes.

— Estamos bem. — Afirmei.

Ele se inclinou e beijou minha barriga por cima do vestido, me fazendo dar uma risada baixa. Coloquei a outra mão em seus cabelos, acariciando-os enquanto Alexander conversava com nosso bebê.

Sorri mais abertamente quando ele começou a subir os beijos até chegar aos meus lábios. Com cuidado Alexander deitou meu corpo na cama enquanto subia o vestido que usava, tirando-o. Aproveitei para me desfazer de suas roupas.

Já havia lido uma vez que os hormônios na gravidez podiam ficar mais acelerados e acho que isso era verdade. Meu desejo por Alexander sempre foi grande, mas agora parecia estar piorando, ou melhorando, não sei dizer muito bem. Só sei que quanto mais eu tinha dele, mais queria.

Depois que descobrimos sobre o bebê Alexander ficou mais cuidadoso comigo e isso incluía quando nós estávamos na cama. Suas mãos eram sempre gentis e vez ou outra ele tocava minha barriga disfarçadamente para conferir se estava tudo bem mesmo, o que eu fingia não notar.

Fechei os olhos e me entreguei completamente a Alexander como sempre fazia, afinal meu corpo, alma e coração eram dele. Somente dele.

***

Terminei de colocar o vestido e calcei as sapatilhas. Sem condições de usar saltos hoje, meus pés estavam inchados e nem entrariam neles. Sai do closet e encontrei com Alexander sentado na beirada da cama lendo algum papel, provavelmente algo sobre a província. Ele tinha deixado seu pai sozinho hoje, pois, iriamos ao médico saber o sexo do nosso bebê. Nas outras vezes em que tentamos nós não conseguimos, mas hoje estava com um bom pressentimento.

— Vamos? — Chamei sua atenção.

— Vamos! — Concordou deixando o papel sobre a cama e vindo em minha direção.

Suas mãos seguraram minha cintura e Alexander se inclinou beijando minha testa. Em seguida segurou minha mão e saímos juntos do quarto, descendo a escada. Chegamos ao salão principal e encontramos minha avó e a rainha tomando chá. Avisamos que estávamos indo ao centro da província e então seguimos para a frente do palácio, onde um carro nos esperava.

Em pouco tempo nós estávamos parando em frente ao consultório do médico. Assim que entramos a moça atrás do balcão nos reconheceu e em menos de cinco minutos já éramos atendidos.

Vesti a camisola horrível e nada sexy, mas era por um bom motivo, afinal veríamos nosso bebê. Ainda lembrava da primeira vez em que o vimos.

*Começo da lembrança*

Estava deitada e o médico passava um gel transparente sobre minha barriga. Alexander segurava minha mão e a acariciava levemente. Olhei para ele e recebi um lindo sorriso. Senti então o médico colocar um aparelho sobre minha barriga e olhei ansiosa para o visor que ficava perto da cama.

O médico ligou o aparelho e depois de alguns segundos a imagem surgiu na tela. Mordi o lábio emocionada ao ver nosso pequeno bebê ali. O médico começou a mexer o aparelho e o deslizou sobre minha barriga.

O bebê está ótimo. — Afirmou olhando para a tela — Vocês querem ouvir o coração? — Perguntou.

Sim. — Concordamos juntos e sorri olhando para Alexander.

Então alguns poucos minutos depois um "tum, tum, tum" começou a soar pela sala. Imediatamente meus olhos se encheram de lágrimas e foi impossível conter o choro. Era nosso filho, ou filha, ali dentro de mim. Era uma vida. Um pedacinho do meu amor e do de Alexander que estava vindo ao mundo.

Senti Alexander apertar mais minha mão e desviei os olhos da tela e encarei seus belos olhos verdes, encontrando-os marejados. Sabia o quanto esse momento estava sendo especial para ele também.

O médico começou a nos explicar tudo, mostrando todas as partes do corpo minúsculo, as mãos, pés, pernas, braços, absolutamente tudo. O bebê era perfeito, mesmo não conseguindo ver muito bem por ainda ser pequeno demais.

Bom, o bebê está ótimo e você também alteza, mas gostaria de passar algumas recomendações, ok? — O médico avisou e assenti concordando.

Depois de me vestir novamente, eu e Alexander nos sentamos em frente à mesa do médico, que passou todas as recomendações necessárias. Minha alimentação, atividades diárias e tudo mais, que Alexander tratou de repassar a Lucia e outra criada que ele havia colocado para ajudá-la assim que chegamos ao palácio.

*Final da lembrança*

Quando já tinha vestindo a camisola, me deitei ansiosa para que o médico começasse logo. Alexander estava como sempre ao meu lado e segurava minha mão, acariciando gentilmente.

Depois de passar o gel sobre minha barriga, o médico ligou o monitor e imediatamente meu coração deu uma acelerada com a expectativa de saber finalmente o sexo do bebê.

— Como tem se sentido? — Perguntou enquanto começava a passar o aparelho em minha barriga.

— Ainda tenho enjoos matinais e sono. — Comentei.

Olhei para o monitor e sorri ao encontrar nosso pequeno ou nossa pequena ali. Ouvi o coração batendo acelerado e mordi o lábio. Sempre me emocionaria quando o visse e ouvisse. Era como se isso tudo fosse um sonho e apenas olhando para ele eu tivesse a certeza de que era real. Mal conseguia conter a ansiedade em tê-lo em meus braços.

— Os enjoos podem continuar até os quatro ou cinco meses, não tem uma regra. — Explicou me olhando e sorrindo — Quanto ao sono é normal mesmo que você sinta mais, afinal está fabricando a importantíssima placenta, o sistema que sustentará o seu filho. Esse processo só será concluído no final do primeiro trimestre. — Continuou sua explicação, me tranquilizando — Seus níveis hormonais e metabolismo estão mudando rápido, e ao mesmo tempo as taxas de açúcar no sangue e a pressão tendem a cair, tudo isso contribui para a sensação de cansaço. — Finalizou sorrindo gentilmente.

— Agora está explicado. — Alexander brincou, me revirar os olhos em desdém.

Ele já costumava me chamar de "Bela adormecida" por conta do sono em excesso. Mostrei a língua em uma atitude extremamente infantil e Alexander deu risada, negando com a cabeça.

— Bom, vocês querem sabe o sexo do bebê? — O médico questionou e imediatamente olhei para Alexander.

— Quero muito. — Confessou me encarando.

— Nós queremos. — Afirmei ao médico que assentiu concordando e mexeu mais no aparelho.

Grudei os olhos no monitor e tentei enxergar alguma coisa, mas simplesmente não conseguia formar nada concreto. Eu podia ver algumas partes do seu corpo, mas não conseguia identificar detalhes pequenos com nitidez. Vi o médico sorrir e então se virar para nós.

— Parabéns... Thompson terá um lindo futuro príncipe. — Anunciou sorrindo abertamente.

Ó! — Murmurei.

Meus olhos estavam cheios de lágrimas, que em poucos segundos já rolavam pelo rosto. Nós teríamos um menino.

Meu coração estava acelerado e não conseguia desgrudar os olhos do monitor. Acho que era impossível amar nosso bebê mais do que já amava.

Depois de Alexander fazer mil e uma perguntas para o pobre médico, nós finalmente fomos embora. No carro ele segurou minha mão e a levou aos lábios, beijando o dorso. Sorri e toquei seu rosto, fazendo com que Alexander encarasse meus olhos.

— Eu te amo. — Sussurrei sorrindo.

— Amo vocês. — Declarou.

Segurei sua nuca e puxei seu rosto de encontro ao meu. Nossos lábios se encontraram em um beijo lento e já conseguia sentir sua mão alisando minha coxa. Notei quando Alexander apertou o botão para subir a tela preta que impedia a visão do motorista ao banco dos passageiros e dei uma risada baixa.

— Você ouviu o que o médico disse sobre hormônios, não é? — Lembrei enquanto sentava em seu colo.

— E você vai usar isso contra mim agora? — Fingiu indignação.

— Óbvio que sim. — Confirmei fazendo ele dar uma risada baixa.

Não sei se Alexander ia dizer mais alguma coisa, mas sei que no instante seguinte sua boca estava novamente na minha e nada mais foi dito. Eu só torcia para que além de não ver, o motorista não escutasse nada, afinal ainda graças aos hormônios eu não estava sendo muito silenciosa ultimamente.

-Dois meses depois-

Minha barriga de cinco meses estava consideravelmente grande. Depois de sabermos o sexo do bebê e de contarmos a nossa família, foi anunciado a província toda por meio de uma nota gigante, diga-se de passagem, no jornal da cidade. Alexander e eu havíamos posado para uma foto oficial e está era a capa do jornal, que na matéria contava sobre a gravidez e os planos reais.

Alisson tinha ligado hoje e nós ficamos um bom tempo no telefone. Eu não sabia que o palácio tinha um. Nós da província não tínhamos, afinal era muito caro e não haviam muitos motivos para isso já que não tínhamos relações longe daqui.

Visitei Alisson a umas duas semanas, junto com Alexander. Ela estava no último mês de gestação e mais eufórica do que o normal. Lembro que quando contei sobre a gravidez Ali ficou tão feliz que deu um grito alto no telefone. Então depois de se acalmar nós conversamos e ela compartilhou comigo suas experiências nessa fase nova, e meio complicada. Era bom ter uma amiga a quem recorrer. Minha avó e a rainha ajudavam, é claro, mas vindo de alguém que estava passando pelas mesmas coisas recentemente era mais reconfortante.

Depois disso nós nos falávamos pelo menos duas ou três vezes por semana. Tinha prometido a Alisson que estaria presente quando seu bebê nascesse, mas agora não sabia se isso seria possível. Minha barriga estava crescendo e fazer uma viagem longa era mais cansativo do que o normal.

Suspirei baixo e me ajeitei melhor no sofá onde estava sentada com vovó e a rainha. Minha avó estava tricotando um lindo casaquinho para o bisneto e seu orgulho era evidente toda vez que olhava para minha barriga. Já Samantha não parava de desenhar roupas. Ela dizia que ele seria o bebê mais bem vestido de todas as províncias.

— Precisamos fazer a lista de convidados. — A rainha comentou chamando a atenção.

— Quando a senhora quiser. — Concordei sorrindo.

Íamos fazer uma espécie de chá de bebê. Tinha ouvido falar nisso, era uma coisa muito comum antes e ao que parece algo meio que obrigatório na realeza. À rainha já havia falado sobre isso várias vezes nesta semana e eu sempre esquecia depois. Quem sabe pedisse a Verônica, afinal ela conhecia todas as pessoas influentes que nós teríamos que chamar.

Depois de mais duas xícaras de chá pedi licença e subi ao quarto. Tirei os sapatos e os deixei ao lado da cama. Deitei de lado e abracei o travesseiro de Alexander. Minhas costas doíam um pouco e os pés também. Fechei os olhos e suspirei baixo deixando meu corpo ir relaxando aos poucos, até acabar pegando no sono.

...

Acordei um bom tempo depois com Lucia chamando gentilmente para o jantar. Então depois de lavar o rosto e pentear os cabelos, desci ao salão das refeições. Eu não tinha visto Alexander desde de manhã, quando ele beijou minha testa e depois a barriga, antes de sair com seu pai. Os dois iriam visitar um senhor na província que aparentemente estava com alguns problemas.

Entrei no salão e encontrei quase todos já a mesa. Sentei ajeitando minha barriga com cuidado, estava ficando cada vez mais difícil fazer as coisas mais fáceis como, por exemplo, sentar. Vi Alexander entrar acompanhado de seu pai e um sorriso surgiu em seu rosto assim que nossos olhos se encontraram. Ele sentou ao meu lado e segurou minhas mãos.

— Como vocês estão? — Questionou segurando minha mão e beijando o dorso.

— Estamos bem. — Afirmei sorrindo.

— Senti sua falta. — Se inclinou e beijou meus lábios rapidamente.

— Eu também. — Sussurrei.

O jantar foi finalmente servido e nós comemos enquanto conversávamos. Tinha descoberto que rei Philliph era mais descontraído do que pensei, ou do que demonstrava. Ele não conseguiu esconder a emoção sempre que falávamos sobre o bebê.

Depois de satisfeita pedi licença dizendo que me recolheria mais cedo pois, minhas pernas estavam doendo consideravelmente hoje. Dei um beijo em Alexander, que avisou que subiria em alguns minutos e subi para nosso quarto.

Coloquei a banheira encher e despejei alguns sais. Tirei a roupa e quando já tinha água suficiente entrei nela, relaxando. Fechei os olhos e encostei a cabeça na borda, respirando fundo.

Fiquei ali por algum tempo, não sei quanto ao certo, até que senti a água mexendo. Abri os olhos e vi que Alexander entrava na banheira junto comigo. Ele sentou à frente e colocou minhas pernas sobre as suas. Agradeci mentalmente por nossa banheira ser grande, bem grande, e caber nós dois confortavelmente. Alexander pegou um dos meus pés e começou a massageá-lo, me fazendo soltar um gemido baixo de contentamento.

— Exatamente o que precisava. — Sussurrei fechando os olhos novamente.

— Então aproveite. — Incentivou ainda o massageando.

— Sabe... Você vai me acostumar mal. — Comentei preguiçosamente.

— Você merece. — Justificou pegando meu outro pé e começando a massageá-lo também.

Sorri olhando para Alexander. Não tinha como amar ainda mais esse homem, mas parecia que isso acontecia a cada dia. Todos os dias que acordava, olhava para o lado e o encontrava ali, meu coração parecia se encher ainda mais de amor. Cada atitude, carinho e até mesmo olhar eram especiais. Alexander mostrava todos os dias que me amava de um jeito diferente.

— A água já está ficando fria. — Avisou e suspirei baixo.

— Me ajuda? — Perguntei e ele rapidamente ficou de pé.

Alexander estendeu sua mão que prontamente aceitei. Peguei a toalha e me enrolei. Voltei ao quarto e segui ao closet. Escolhi um pijama azul marinho e o coloquei. Estava sendo complicado escolher roupas ultimamente. Samantha tinha desenhado novos vestidos várias vezes e cada vez eu precisava de mais, já que minha barriga continuava crescendo sem parar.

Ajeitei os travesseiros da cama e apoiei minhas costas neles. Peguei o óleo que estava sobre o criado mudo ao lado e coloquei um pouco em minha mão, espalhando-o sobre a barriga. Eu fazia isso todas as noites, passava óleo e a massageava sentindo o bebê chutar vez ou outra.

Sorri lembrando da primeira vez em que senti ele mexer. Foi emocionante. Como estava sendo tudo, afinal.

*Começo da lembrança*

Alexander tinha ido tomar banho, mas sorriu assim que voltou ao quarto e me encontrou sentada na cama, passando o óleo em minha barriga enquanto a acariciava. Então depois de ir ao closet e vestir a calça do pijama, Alexander veio deitar ao meu lado. Pegou o óleo e despejou em sua mão, para com cuidado começar a passar pela minha barriga, espalhando e ao mesmo tempo massageando.

Sorri fechando os olhos e aproveitei aquele momento, pelo menos por um tempo, até de repente sentir algo cutucar minha barriga. A princípio achei que fosse coisa da minha cabeça. Sabia que a qualquer momento o bebê poderia começar a chutar. Desde o ultrassom em que nós descobrimos o sexo eu vinha pensando e desejando isso, mas o médico explicou que cada bebê tem seu tempo, então o jeito era esperar.

Senti novamente algo cutucar minha barriga, mas desta vez mais forte e abri os olhos imediatamente. Encarei minha barriga, onde a mão de Alexander estava parada. Ele tinha seus olhos fixos ali e coloquei a minha ao lado da sua, e então senti pela terceira vez algo cutucando.

Ele... Alexander começou, mas parou de falar e apenas me olhou.

Mexeu. Completei sentindo a garganta já fechando.

Vi um sorriso começar a surgir no rosto dele, até ficar gigante e quase não caber mais ali.

Ei, Sussurrou passando a mão pela minha barriga como fazia antes – É o papai! Avisou.

Para nossa surpresa o bebê voltou a mexer. Dei uma risada baixa, sentindo uma lágrima deslizar pela minha bochecha. A limpei rapidamente e olhei para Alexander, que ainda tinha aquele sorriso enorme no rosto enquanto conversava com minha barriga, na clara esperança de que o bebê voltasse a mexer. Mas aparentemente ele tinha cansado e voltado a dormir, pelo menos naquela noite, já que na manhã seguinte resolveu jogar bola enquanto eu tomava banho.

Depois disso sentir o bebê mexer era a atividade preferida de Alexander. Ele sentava ao meu lado na cama todas as noites e a acariciava enquanto conversava com minha barriga, sorrindo como bobo toda vez que o bebê mexia, por mínimo que fosse. Além de nossa família, é claro, já que Alexander na mesma noite em que o sentiu mexer pela primeira vez correu até o quarto dos pais dele para contar a notícia.

Então em cinco minutos o quarto estava cheio, com seus pais, meus avós, Sam e até Victor estavam ali para senti-lo mexer, e como eu já havia dito, isso não aconteceu. O que os deixou meio tristes, mas que em compensação no café da manhã do dia seguinte todas as mãos estavam em minha barriga assim que senti o primeiro chute, enquanto comia um pedaço de bolo.

*Final da lembrança*

Terminei de espalhar o óleo e me ajeitei, deitando melhor. Às vezes era difícil achar uma posição confortável para dormir.

Senti a cama afundar ao meu lado e em seguida os braços de Alexander a minha volta. Ele estava deitado as minhas costas, com a mão pousada sobre minha barriga, era sempre assim, Alexander só dormia com a mão ali.

— Boa noite meus amores. — Sussurrou perto do meu ouvido fazendo a pele se arrepiar.

— Boa noite. — Bocejei.

Alexander começou a acariciar minha barriga levemente enquanto cantarolava baixo alguma cantiga. Sua respiração em meus cabelos junto à melodia fez com que eu logo pegasse no sono.   

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