Capítulo 16

Ainda estava deitada e não tinha planos de levantar. Alexander estava ao meu lado e passava a mão lentamente pelas minhas costas.

Já devia ser meia manhã, mas estava com o corpo mole. Alexander tinha me acordado de uma forma extremamente especial esta manhã e depois de nos amarmos sem pressa eu estava aqui, sem pretensão nenhuma sair da cama.

— Ei preguiçosa... — Sussurrou beijando o meio das minhas costas.

Dei uma risada baixa e girei, me espreguiçando. Se aproveitando disso Alexander arrastou seu corpo e deitou sobre o meu.

— Eu já disse que você é a mulher mais linda do mundo? — Perguntou encarando meus olhos.

— Já estamos casados... Não precisa mais ficar me bajulando. — Brinquei sorrindo.

— Vou ignorar essa ofensa. — Sussurrou com os olhos fechados em fenda.

Dei risada novamente e enlacei seu pescoço, puxando-o para mais perto. Seus lábios colando-se nos meus em um beijo lento.

— Banho? — Sugeriu.

— Acho ótimo. — Concordei sorrindo.

Alexander levantou e me pegou no colo. Enlacei seu pescoço e deixei que me levasse ao banheiro, onde nós tomamos banho sem pressa, entre beijos e caricias.

Depois de prontos voltamos ao quarto, seguindo direto para o closet. Escolhi um vestido de mangas três/quartos vermelho, justo até a cintura e rodado dali para baixo, indo até um pouco acima dos meus joelhos.

Já Alexander usava um conjunto social preto, tradicional, que ficava lindo nele, assim como qualquer outra coisa. Eu era totalmente suspeita para falar.

Descemos de mãos dadas até o salão principal, onde minha avó e a rainha conversavam baixo, enquanto tomavam chá.

— Olá. — Cumprimentei chamando a atenção.

— Meus queridos, — Rainha Elisabeth sorriu ao nos ver — Nós íamos espera-los para o café, mas vocês estavam demorando.

— Tivemos imprevistos. — Alexander comentou, me fazendo corar.

As duas senhoras deram uma risada baixa e olhei para ele em um aviso claro de que se falasse mais alguma coisa teria consequências depois.

— Onde meu pai está? — Alexander perguntou a rainha.

— No escritório querido. — Ela respondeu ainda sorrindo.

— Vou até lá então. — Avisou beijando minha testa e se despedindo de nós temporariamente.

Sentei com as duas senhoras no sofá e logo uma criada apareceu servindo uma xícara de chá.

Passamos o resto da manhã conversando e quando era hora do almoço fomos ao salão das refeições. Encontramos com Alisson e Ian, que já estavam sentados à mesa. Alisson estava em uma fase que só não comia pedras porque não iria digerir bem. Beijei a bochecha dela que sorriu abertamente.

Sentei em meu lugar e logo Alexander entrava acompanhado do rei e Victor. Ele beijou meus cabelos e se acomodou também.

O almoço foi finalmente servido e nós comemos com calma. Meus avós estavam sentados à nossa frente. Vovô sorriu e piscou discretamente. Já Samantha estava ao lado de Victor e como já de costume os dois estavam se implicando.

No começo achei que estivessem de rolo, mas depois entendi que era carinho de irmãos mesmo. Eles se alfinetavam e brigavam, mas no fundo se gostavam e isso era bom. Assim Sam teria um irmão mais velho e eu também, já que no final das contas sempre o considerei um amigo, um bom amigo apesar de tudo. Desejava que Victor fosse muito feliz, com Amanda ou quem quer que seja.

A tarde eu e Alisson subimos ao quarto em que ela e Ian estavam. Estava tão feliz em tê-la ali, mesmo que por pouco tempo. Nós ficamos fofocando, no bom sentido, sobre nossa vida e futuro. Obviamente ela me fez contar sobre a primeira noite com Alexander, em detalhes, me deixando bem constrangida.

— Nós sabíamos desde o começo que você seria a escolhida. — Desdenhou revirando os olhos.

— Pare sua boba! Não tinha nada definido. — Neguei dando de ombros — Alexander deixava vazar isso vez ou outra, mas certeza não podia ter até a cerimônia final... Até ele dizer meu nome.

— Porque você é burra! — Afirmou me fazendo olha-la surpresa.

— Sua sorte é que está grávida. — Ameacei e Alisson apenas deu risada, nenhum pouco abalada.

Ouvimos uma batida na porta e em seguida a criada já entrava com uma enorme bandeja nos braços, repleta de comidas. Ela pediu licença e a deixou sobre a mesa do quarto, dizendo que a rainha tinha mandado tudo aquilo para nós, já que Alisson precisava se alimentar bem.

— Até este bebê nascer vou estar enorme. — Reclamou enquanto levantava.

Dei risada e me juntei a ela na mesa, desfrutando de seu mini banquete, afinal comida nunca se recusava.

***

Terminei de me despedir de Alisson e Ian. Eles estavam voltando para a província dele, depois de passarem três dias conosco. Sabia que tinham seus compromissos lá e precisavam voltar, mas já sentia saudades antes mesmo de terem ido.

— Promete que me visita assim que der? — Alisson segurava minhas mãos.

— Óbvio. — Concordei sorrindo.

Nos abraçamos apertado uma última vez e então eles se foram. Logo senti braços ao meu redor enquanto olhava o carro preto sair pelos portões do palácio. Em seguida os lábios de Alexander estavam nos meus cabelos em um beijo carinhoso. Suspirei baixo limpando uma lágrima fugitiva que rolou pelo meu rosto e virei para poder olha-lo.

— Não fique assim. — Sussurrou tocando meu rosto carinhosamente.

— Está tudo bem, — Sorri levemente — Nós nos veremos logo. — Afirmei e ele assentiu concordando.

Seus braços me apertaram mais e a boca buscou a minha. Eu sempre iria me perder completamente quando sentisse seus lábios. Subi as mãos aos seus cabelos e enrosquei meus dedos ali, bagunçando-os ainda mais.

— Que tal subirmos um pouco? — Sussurrou com um pequeno sorriso.

— Você tem uma reunião com seu pai, ou acha que não sei. — Sussurrei lhe dando um selinho demorado.

Droga! — Praguejou baixo — Te vejo no jantar... Ma Belle! — Se despediu e beijou minha testa.

Depois de ser nomeada a princesa de Thompson minhas tardes se resumiam a tomar chá, ora apenas com a rainha e minha avó, e outras vezes com algumas senhoras de outras províncias, que vinham nos visitar e desejar parabéns pelo casamento. Também haviam algumas reuniões com Verônica e assessoras que descobri a existência só recentemente. Nós discutíamos sobre eventos anuais, relações com outras províncias e rainhas, entre tantas coisas.

Rei Philliph também ocupava grande parte do tempo de Alexander. Ele estava preparando-o para assumir completamente o comando da província. O que seria logo já que agora o príncipe estava casado e tinha idade para isso.

Victor seria braço direito de Alexander em tudo isso. Antes este cargo era ocupado por Jason, mas diante das circunstâncias e dos fatos acontecidos, isso mudou.

Nós não havíamos tido mais notícias dele depois que voltou a morar na antiga casa dos seus pais. Eu evitava falar nele, na verdade, não tinha nunca mais tocado em seu nome, tanto por Alexander, quanto por Samantha. Ela parecia tê-lo esquecido, ainda mais agora que estava focada em suas criações.

Samantha tinha conhecido Lisa e Sisi, e como era de se esperar elas tinham se dado muito bem. Samantha mostrou alguns de seus desenhos e as duas amaram, então agora Sam desenhava os próprios vestidos e as costureiras os faziam.

— Olá princesa. — Samantha surgir de repente e beijou minha bochecha.

Eu estava sentada em um dos sofás do salão principal. Tinha acabado de ser liberada por Verônica, depois de mais uma reunião sobre a visita a um abrigo para crianças órfãs, que havia mais no interior da nossa província.

Samy. — A repreendi.

Samantha apenas deu uma risada baixa e sentou ao meu lado. Nós engatamos em uma conversa boba. Ela sempre foi uma garota animada e apesar de irmãs, éramos também boas amigas.

Quando já era hora do jantar nós caminhamos de braços dados até o salão das refeições enquanto eu dava risada de mais uma de suas piadas.

Ao chegarmos vi que todos já estavam ali e sorri indo até o lugar vago ao lado de Alexander. Ele prontamente levantou e como um cavalheiro puxou minha cadeira. Agradeci sorrindo e assim que nos acomodamos o jantar foi servido.

Depois de satisfeitos nós fomos ao salão principal para tomar uma dose de licor com toda a família. Era meio estanho ainda pensar assim e falar isso, família, mas era o que nós realmente éramos agora... Uma família.

Meus avós tinham vindo morar no palácio como Alexander prometeu. Foi um pouco complicado convencê-los, já que eram acostumados com a vida simples em nossa pequena casa, mas agora estavam aqui no palácio comigo. O que me deixava imensamente feliz.

Vovó inda fazia suas tortas vez ou outra e Alexander tinha simplesmente amado. Lembro do dia que ele provou pela primeira vez e acabou comendo uma inteira, sozinho. Alexander comeu uma e Alisson outra, o que resultou em uma dor de barriga daquelas para ambos.

Já meu avô passava boa parte do tempo pelos jardins, conversando com os jardineiros reais e até ajudando-os algumas vezes, mesmo que eu dissesse que agora não precisava mais disso. Vovô tinha explicado que não era obrigação e sim prazer, que gostava disso, então eu o respeitei e parei de insistir.

— Sabe de uma coisa? — Alexander questionou enquanto acariciava meus cabelos.

Nós estávamos deitados em nossa cama. Eu com a cabeça sobre seu peito, sentindo a caricia lenta que quase me fazia dormir.

— O que? — Questionei apoiando o queixo para poder olha-lo.

— Eu estou muito feliz! — Confessou dando de ombros.

— Mesmo? — Sorri.

— Sim, — Concordou tocando meu nariz com seu indicador — E graças a você.

— Eu? Por quê? — Franzi a testa.

— Porque se você não fosse tão maluca e desastrada eu não teria lhe conhecido aquele dia na província. — Explicou sorrindo mais abertamente.

Dei uma risada baixa e neguei com a cabeça. Aquele dia tinha sido uma tragédia de certa forma. Nosso começo não foi nada convencional, mas deu certo. Deu muito certo.

— Afinal o que você estava fazendo lá? — Questionei curiosa.

— Eu tinha meio que fugido do palácio, digamos assim. — Confessou dando um sorriso de canto — Tinha ficado sabendo sobre vocês e a convocação, e então resolvi sair para espairecer. — Explicou dando de ombros.

— Você estava com medo? — Sussurrei surpresa.

— Não sei, — Mordeu o lábio pensativo — Pode ser... Acho que estava com medo do futuro. — Confessou.

— Então somos dois, — Assumi suspirando baixo — Quando recebi minha carta de convocação também tive medo do futuro. — Expliquei sorrindo levemente.

— E agora... Você ainda tem? — Me olhou atentamente.

— Não, — Neguei rapidamente — E você?

— Não, — Deu um pequeno sorriso — Você sempre foi minha certeza. — Tocou meu nariz com o seu em um beijo de esquimó.

— Assim me apaixono. — Brinquei dando uma risada baixa.

— Ainda não está? — Fingiu indignação.

Dei risada e me inclinei, lhe dando um selinho demorado.

— Não, — Sussurrei com nossos lábios ainda unidos — Porque eu te amo. — Confessei.

— Também te amo, Ma Belle. — Sorriu de canto.

Sorri enquanto subia sobre seu corpo, já buscando sua boca e deixando que nosso amor extravasasse da forma mais bonita que nós conseguíamos, nos amando e mostrando o desejo profundo.

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