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Angústia... para todas as refeições.
Não sei quem pode partilhar desta minha angústia...
Mas cheguei a um patamar em que me vejo obrigada a repensar o eu-eu, o eu-outro e o eu-outros. Percebo que não é muito "normal" a meio do percurso VIDA mantermo-nos rebeldes, atípicos e inconformados. Porquê? Depois de galgados quilómetros, milhas, etc., de apanharmos lambada, coça, deceções, estaremos suficientemente domesticados, domados para finalmente baixarmos os braços e sucumbirmos ao sistema.
Depois temos o "Grilo Falante" que nos grita "Vais desistir? Vais deixar de ser quem és? Quem sempre foste?" E pensamos que se por um lado ele tem razão por outro, este caminho que temos vindo a percorrer deve-nos ter ensinado qualquer coisa que nós temos obrigação de ter assimilado, aprendido e apreendido. Mas será que a mudança tem que ser para nos tornarmos iguais aos outros, sucumbirmos ao sistema?
Ao ouvir e ver alguns videoclips da minha juventude e de ver esses que tão diferentes eram e que hoje estão total e completamente absorvidos pelo global, penso: que aconteceu? Onde estão esses que me inspiraram a ser como sou hoje? Que lhes aconteceu? Porque se existem pessoas capazes de fazer a diferença valer a pena são aqueles que são visíveis..., mas isto é o que vejo do lado de fora.
E assim percebo! Percebo que chegado a este patamar a maior parte já não tem forças para continuar e ninguém já tem paciência para nos aceitar com o nosso inconformismo, o nosso idealismo que caracterizam de ingénuo e imaturo. Assim é muito mais fácil sucumbir, desistir engolfarmo-nos na aceitação social. Porque o outro lado da moeda é a solidão, as críticas, a incompreensão, a exclusão. E tudo isso vem com o peso acrescido da idade e dos fantasmas que fomos acumulando, também, nesta longa-curta caminhada.
Continuo a chafurdar na angústia de perguntas sem respostas e respostas que me deixam angustiada...
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