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Eu e o meu sofá.

Somos como unha e carne. Adoro o meu sofá.

Ao contrário daquilo que as pessoas dizem, eu acredito que não teremos tempo nenhum para o descanso nem para coisa nenhuma, quando chegar a hora. Por isso aproveito o meu sofá para ter uma cumplicidade única. Descanso fisica, mentalmente, choro, falo, como, bebo, enfim faço quase tudo no meu sofá. Criticam-me por isso. Dizem que devia passear, sair, estar com pessoas... Isso é o que faço normalmente e... do qual descanso junto do meu sofá.

Ali, posso ser simplesmente eu. Partilhar o bom e o mau, sem críticas, acusações... posso viajar sem sair do sítio, ou porque vejo um filme, ou porque ouço uma canção ou porque simplesmente sonho... acordada ou a dormir.

Ah! O meu sofá.

Posso sempre trocar de sofá, que não há despedidas dramáticas, nem saudades estúpidas, nem arrependimentos. Não há choro, apenas o que tem que ser quando tem que ser.

Levo para o sofá o que quero. Um livro, o verniz, o telemóvel, o computador e entrego-me a essas tarefas sem culpa, sem stress, simplesmente....

Eu e o meu sofá!...

Sim, eu e o meu sofá somos como aquelas frações em que há sempre um denominador comum: eu, e o numerador que vai mudando: o sofá. Há melhor relação? Uma em que podemos ser nós próprios, sem dor ou talvez não... com ou sem emoção, sentimentos para enublar a  vontade... sem repressões de preconceitos instituídos... Livre, livre!

Ah! Eu e o meu sofá.

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