Love Again

Glamping in Michigan, EUA — Agora
Jace

O sol começava a surgir no horizonte, tingindo o céu com seus tons alaranjados e rosados, mas eu mal conseguia prestar atenção nele. Minha cabeça estava a mil por hora. Eu olhava para Ivy, que sorria animada enquanto ajustava o cabelo na frente do espelho lateral do carro. Ela estava tão bonita, e eu não sabia como ela ainda não tinha notado nada de estranho. Ela não fazia ideia do que estava por vir.

Fiz uma última olhada no banco de trás, onde Claire e Dylan estavam, em silêncio, mas eu sabia que eles estavam tão ansiosos quanto eu. Claire tinha sido minha aliada desde o começo, e Dylan, sempre mais calmo, estava ali para garantir que tudo fosse tranquilo. Ivy não sabia de nada. Ela acreditava que estávamos apenas indo para um lugar novo que eu queria mostrar a ela, mas, na verdade, eu estava prestes a fazer algo que mudaria tudo entre nós.

— Eu ainda não acredito que você me convenceu a sair tão cedo de casa, Jace. — Ivy riu, quebrando o silêncio que tinha se formado entre nós. — Eu já estou acostumada com esses seus planos malucos, mas acordar de madrugada é um novo nível.

— Eu prometo que vai valer a pena. — sorri, tentando parecer o mais relaxado possível. No fundo, minha cabeça estava girando. Estava a ponto de pedir a Ivy em namoro, e tudo o que eu sentia era uma mistura de empolgação e nervosismo. — Eu só queria te mostrar algo. Algo que você vai gostar.

Ela levantou uma sobrancelha, visivelmente curiosa, mas não fez mais perguntas. Sabia que quando Ivy estava assim, era melhor não insistir, ela gostava de ser surpreendida.

— Bem, eu espero que seja bom, porque você está me fazendo perder meu sono! — ela fez um rosto de desgosto, e eu ri, tentando aliviar a tensão.

Claire e Dylan estavam quietos no banco de trás, trocando olhares discretos. Eu podia sentir a ansiedade no ar. Claire, como sempre, estava com um sorriso malicioso, sabendo exatamente o que eu estava prestes a fazer. Dylan, por outro lado, estava sério, mas havia um brilho nos olhos dele, como se ele acreditasse que eu estava fazendo a coisa certa.

— Você tem certeza de que ela vai gostar disso, Jace? — Claire perguntou, quebrando o silêncio. Ela estava em um humor brincalhão, mas também era sincera. Eu sabia que ela se importava.

Olhei para o retrovisor, encontrando os olhos de Claire, e fiz um gesto afirmativo com a cabeça.

— Tenho certeza. Eu só... não sabia que ficaria tão nervoso, é estranho. — falei com um meio sorriso. — Eu pensei que seria mais fácil, mas parece que a cada quilômetro, minha ansiedade só aumenta.

— Isso é normal, Jace. — Dylan falou, a voz calma como sempre. — Você se importa com ela. Isso vai ser algo incrível, você vai ver.

Eu apenas assenti, sentindo a pressão aumentar, mas também a sensação de que estava no caminho certo. Era isso o que eu queria, não é? E Ivy merecia isso, ela merecia o melhor. Ela merecia saber o quanto eu a amava.

A conversa continuou por mais alguns minutos, mas minha mente estava presa ao momento que se aproximava. Eu sabia que, quando a estrada acabasse, a verdadeira jornada começaria. Ivy ainda estava distraída com o celular, trocando mensagens com Claire, provavelmente, sem saber que estávamos prestes a chegar ao lugar que eu tinha preparado.

Enquanto dirigia, percebi que estávamos perto. O parque estava à frente, escondido entre algumas colinas. Era um lugar tranquilo, um refúgio, e eu sabia que Ivy adoraria. Ela nunca tinha ido até ali antes, mas sempre falou que amava lugares assim. Nada de grandes multidões, apenas a natureza e o silêncio. Era o cenário perfeito.

— Estamos quase chegando. — disse, tentando manter a calma. A última coisa que eu queria era parecer ainda mais nervoso para ela.

Ela olhou pela janela e, em seguida, para mim, sorrindo.

— Eu ainda não estou entendendo muito bem, mas confio em você, Jace. Espero que tenha sido uma boa surpresa. — ela disse, sorrindo de volta.

Claire olhou para mim pelo retrovisor e fez um sinal positivo com a cabeça. Dylan estava mais sério, mas seus olhos estavam fixos na estrada à frente. Estávamos quase lá.

A estrada ficou mais estreita conforme passávamos por pequenas casas e o clima de calmaria tomou conta de todos nós. O cheiro da grama fresca e o som distante de pássaros criavam uma atmosfera tranquila, que só aumentava o contraste com o turbilhão que eu estava sentindo dentro de mim.

Finalmente, chegamos ao local. Estacionamos perto de um pequeno lago, onde algumas árvores formavam uma sombra acolhedora, e eu pude ver o sorriso de surpresa de Ivy ao olhar ao redor. Ela estava visivelmente encantada.

— Uau, isso é... lindo. Onde estamos? — ela perguntou, olhando para o cenário.

Eu olhei para ela com um sorriso nervoso, meu coração batendo mais rápido.

— Eu pensei que você ia gostar. — disse, pegando sua mão suavemente. — Vamos lá?

Ela assentiu, e começamos a caminhar em direção à pequena mesa que Claire e Dylan haviam ajudado a montar. As flores estavam dispostas de maneira delicada, e as velas acesas ao redor criavam uma luz suave. Era o cenário perfeito para o que eu estava prestes a fazer.

Quando chegamos à mesa, Ivy ficou sem palavras, olhando tudo com os olhos arregalados. Ela parecia não acreditar no que estava vendo.

— Jace, o que é tudo isso? — ela perguntou, sua voz baixa, mas cheia de surpresa.

Eu sorri para ela, o nervosismo se transformando em uma calma reconfortante. Era a hora certa.

— Ivy... — comecei, virando-me para ela. — Eu queria que esse momento fosse algo que você nunca esquecesse, porque você é a coisa mais importante para mim. E eu não sei mais como viver sem você ao meu lado.

Ela me olhou, os olhos brilhando com algo que eu não conseguia identificar, mas sentia que ela sabia que algo grande estava prestes a acontecer.

Eu segurei sua mão com mais firmeza, sentindo a suavidade de sua pele e o calor da nossa proximidade. Olhei nos olhos dela, tentando colocar tudo o que sentia em palavras, mas era difícil, porque parecia que nada que eu dissesse seria suficiente para expressar o que estava em meu coração.

— Quando a gente se afastou, Ivy... — comecei, a voz um pouco mais baixa, quase como se as palavras não quisessem sair. — Eu ficava pensando em você o tempo todo. Sempre que me pegava perdido em algum pensamento, era você. Era sobre quando ia poder te ver de novo, sobre quando ia poder te ver patinando no rink de novo... Me lembro de te ver deslizando, com aquele sorriso no rosto, e eu sentia um buraco no peito, porque a única coisa que eu queria era estar ao seu lado, te olhando fazer aquilo que você ama.

Ela estava em silêncio, mas a expressão dela mostrava que estava absorvendo tudo que eu dizia. Eu tinha medo que ela não soubesse o quanto ela significava para mim. Como, mesmo nos piores dias, ela era a única coisa que me fazia querer lutar por algo.

— Sabe, eu... Eu costumava usar a pulseira, aquela que a gente trocou quando éramos mais novos. — continuei, lembrando-me do gesto simples, mas tão significativo. Eu olhava para o pulso, onde a minha pulseira ainda estava ali, igualzinha à dela, mas com a lembrança de que aquele símbolo era a prova de que nós dois, apesar de tudo, ainda éramos parte um do outro. — Eu usei por muito tempo, até que a cor começou a desbotar, mas eu não queria tirar. Era como se ela fosse uma extensão de você, como se, de algum jeito, me conectasse a tudo que a gente foi e tudo que a gente ainda poderia ser. Eu... Eu sentia você ali, mesmo que você estivesse longe.

Ela me olhou, seus olhos agora marejados, e eu sabia que ela estava sentindo cada palavra. O coração dela estava batendo tão forte quanto o meu, porque o que estávamos vivendo não era só sobre amor, mas sobre tudo que havia passado e tudo que ainda estava por vir.

— Eu sentia sua falta todos os dias. — continuei, meu olhar fixo no dela. — Cada minuto, cada segundo. E quando a gente se reencontrou, a primeira coisa que pensei foi que, finalmente, eu teria uma chance de te mostrar o quanto você significa para mim.

Parei por um momento, minha garganta apertada com a emoção que eu sentia, mas isso não impediu que as palavras saíssem.

— O primeiro beijo que a gente deu... Foi como uma promessa, né? — sorri, lembrando daquele momento único e cheio de tensão, como se o mundo tivesse parado só para aquele instante. — Eu nunca vou esquecer como você ficou um pouco tímida, como se não soubesse o que fazer, e eu só queria segurar você ali, porque naquele beijo, Ivy, naquele beijo, eu soube que era você. Que seria sempre você. E nunca mais eu iria me afastar de você, não importa o que acontecesse.

Ela respirou fundo, e eu vi o sorriso começar a aparecer em seus lábios. Era o sorriso que eu tanto amava, aquele que me dava forças até nos momentos mais difíceis. Ela tocou levemente na pulseira que eu usava, como se também estivesse lembrando daquele tempo.

— Jace... Eu... — Ela hesitou por um momento, mas logo continuou. — Eu também senti falta de tudo isso. De você. De nós. E quando você apareceu de novo, foi como se eu estivesse esperando esse momento desde o primeiro dia que te vi.

Eu me aproximei um pouco mais, meus olhos fixos nos dela, enquanto sentia meu coração batendo acelerado, quase como se ele fosse escapar do peito.

— Eu sei que o tempo passou e as coisas mudaram, Ivy. Mas, mesmo quando a gente estava distante, a única coisa que eu sempre soube é que você era a pessoa com quem eu queria estar. — pausei, respirando fundo. — E não tem mais ninguém nesse mundo que eu queria ao meu lado. Só você.

Ela me olhou por um instante, quase como se estivesse tentando entender todas as emoções que estavam fluindo entre nós, mas eu sabia que ela sentia o mesmo. Ela não precisava dizer nada. Era como se as palavras já estivessem ditas nas trocas de olhares e nos gestos simples.

Eu dei um passo mais perto, senti meu corpo pulsar com a vontade de agir, de mostrar para ela o que eu sentia, e quando ela finalmente sorriu, eu soube que estava pronto. Era o momento certo. Eu estava nervoso, mas isso não importava mais.

— Ivy... — a chamei suavemente, segurando sua mão com mais força. — Eu... Eu quero que você seja minha, se você também quiser. Quero que, daqui para frente, a gente siga juntos, de verdade, sem mais separações, sem mais incertezas.

Ela respirou fundo, a emoção invadindo seus olhos, e quando ela me olhou mais uma vez, eu vi tudo o que eu precisava ver. Ela estava pronta.

— Jace... — ela disse, quase sem palavras, e eu a vi sorrir, como se finalmente entendesse o que estava acontecendo. — Sim.

E, com aquele simples "sim", meu mundo finalmente se acalmou.

Eu não pude mais esperar. Quando ela disse "sim", meu coração explodiu em uma alegria tão pura que eu não sabia o que fazer com ela, então a única coisa que pude fazer foi beijá-la.

Me aproximei devagar, com a mão que ainda segurava a dela se movendo para acariciar o rosto dela, e quando nossos olhos se encontraram, tudo ao nosso redor desapareceu. O som do vento que batia no carro, as palavras que dizíamos — tudo isso se desfez, porque naquele momento, nada mais importava a não ser ela e eu.

E então, finalmente, eu a beijei. O beijo foi suave no começo, mas logo ganhou força, uma força que vinha de tudo o que vivemos, do que passamos separados e do que finalmente estávamos construindo juntos. O calor entre nós parecia que ia nos envolver completamente, e, por um instante, eu me perdi nela, completamente imerso no sentimento de ter finalmente encontrado o meu lugar ao lado dela.

Mas, à medida que o beijo se intensificava, algo chamou minha atenção — não era só o som do nosso beijo, mas algo mais suave, quase inaudível. Eu dei um pequeno sorriso, sem tirar os olhos de Ivy, e quando olhei para o banco da frente, vi Claire e Dylan, ambos com os olhos marejados, segurando as lágrimas.

Claire, sempre a mais emocionada de nós quatro, estava com a mão no rosto, como se tentasse disfarçar as lágrimas, mas não conseguiu. Dylan, ao seu lado, olhava para nós dois, com um sorriso suave, mas os olhos dele também estavam brilhando. Ele sempre foi o tipo de pessoa mais reservada, mas naquele momento, ele parecia estar sentindo a mesma emoção que Claire — e isso só tornava o momento ainda mais especial.

Eu não disse nada, apenas continuei beijando Ivy, mas a emoção que eu sentia foi multiplicada por ver meus melhores amigos ao lado, torcendo por nós. Claire e Dylan estavam ali, testemunhando algo que, embora fosse íntimo, também se sentia como uma celebração para todos nós. A gente estava crescendo, mudando, mas o que permanecia era a amizade, o vínculo que sempre tivemos e que agora se expandia para algo mais profundo.

Quando finalmente nos afastamos, Ivy estava com os olhos fechados, um sorriso em seus lábios, e eu vi que ela estava tão emocionada quanto eu.

Eu olhei para Claire e Dylan, que ainda estavam no banco da frente, tentando disfarçar as lágrimas. Claire sorriu para mim, e Dylan apenas deu um leve aceno de cabeça, como se estivesse dando sua benção silenciosa para o que acabara de acontecer. Não precisávamos de palavras — sabíamos o que o momento significava para todos nós.

— Eu acho que nunca vi a Claire tão emocionada assim... — Dylan comentou, seu tom leve, mas com um sorriso no rosto.

Claire não disse nada, apenas limpou os olhos rapidamente e olhou para nós com um sorriso enorme.

— Ah, cala a boca, Dylan... — ela disse entre risos e lágrimas. — Vocês dois são insuportáveis.

Mas seu sorriso era o suficiente para mostrar que ela estava feliz, feliz por nós, e feliz por ver que a nossa história finalmente estava tomando o rumo certo. Ela e Dylan tinham estado ao nosso lado desde o início, então era como se todos nós estivéssemos vivendo essa história juntos.

Eu olhei para Ivy novamente, os olhos dela ainda brilhando de emoção, e não consegui evitar sorrir.

— Você é minha, Ivy. Para sempre. — falei baixinho, mais para mim do que para ela, mas ela ouviu. E, quando ela me olhou, eu soube que ela sentia o mesmo.

E assim, naquele momento, o mundo parecia ter se encaixado. Eu tinha Ivy, meus melhores amigos ao meu lado, e a certeza de que, a partir dali, nada poderia nos separar.

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