Capítulo 2
✧ Créditos:Escrito por: lisalotusCo-Autor: PurpleGalaxy_ProjectBetagem por: MegNovisDesign por: Chiminnie_J
O sinal tocou e todos começaram a guardar seus pertences e sairem com pressa. Ao levantar, Jungkook sentiu uma mão pesada sobre seu ombro. Um arrepio cobriu-lhe a espinha.
— O que você quer? — perguntou o Jeon.
Estava com a cabeça aérea, com seus sentidos atentos, tentando ignorar o palpitar de seu coração ao virar e deparar-se com o garoto de olhos negros, cabelos levemente ondulados e tatuagens extravagantes. Nenhum aluno tinha as mesmas características. Ele era único.
— Você é bem arrogante, sabia? — A mão pesou um pouco mais, somente pela diversão, e logo depois soltou o ombro alheio.
Foi tempo suficiente para todos os outros alunos saírem da sala, sobrando apenas três.
— Jimin-ssi, pode sair — solicitou Taehyung.
— Certeza? — O garoto loiro sorriu de soslaio. Ele continha uma malícia no olhar que podia ser classificada como sua característica mais marcante.
— Relaxe. — Taehyung piscou.
Jungkook levantou abruptamente, arrumando suas roupas de cima e caminhou, inconscientemente, para trás.
— Escuta, por que você-
— Apenas me escute — Taehyung mandou, aproveitando os passos de incerteza do outro. — Por sua causa eu recebi uma advertência e terei que cumprir trabalho voluntário. — O espaço entre os corpos foi diminuindo aos poucos. — Você entende o que isso significa, não é?
— Tae-Taehyung, se isso foi por conta do outro dia — mencionou o dia em que Taehyung cabulou aulas escondido. — Eu não tive escolha. As câmeras nos pegaram e o diretor me perguntou, eu não poderia mentir sobre o que vi, e... Merda. Desculpe-me, okay?
O Kim riu soprado com a pontinha de nervosismo do outro.
Quando o corpo de Jungkook já estava contra a parede, Taehyung apenas escorou suas mãos, uma em cada lado do rosto alheio.
— Ninguém me prejudica e sai ileso, garoto.
— Taehyung...
— Espero que se prepare, pois irei garantir que sua vida seja um inferno a partir de hoje.
Em um ímpeto de agilidade, deixou a sala, encontrando Jimin vigiando a porta para ninguém entrasse até que Taehyung saísse de lá.
Jungkook tentava absorver o contexto caótico e até sem sentido do que havia acontecido ali. Entretanto, de uma coisa ele sabia: ele havia conseguido chamar a atenção de Taehyung, e não foi de um jeito bom.
(...)
Estava deitado em sua cama, no quarto do campus, quando seu telefone tocou.
— Agora não, Ji-Eun-ah... — Suspirou.
Trouxe o antebraço para tapar seus olhos. Sua cabeça estava uma bagunça, um turbilhão de pensamentos o incomodavam, alguns até intrusivos demais na sua opinião.
Achava que estava mais do que na hora de libertar Ji Eun daquele relacionamento onde ela não merecia estar. Ela merecia algo muito melhor, mas os pais dela e os seus colocavam os próprios interesses acima do bem-estar e saúde mental dos filhos.
Para a própria surpresa, impedindo seu descanso, ouviu alguém bater na porta do quarto. Era o diretor da universidade.
— Jeon Jungkook, você tem visita — alertou.
Por um momento, assustou-se e se levantou, correu até a porta, e, abrindo-a, deu de cara com o diretor e ela.
— Normalmente não aceitamos visitas — disse o diretor —, mas como conheço os pais de Ji Eun, achei que não teria problema, já que ela insistiu muito que precisava te ver.
— Entendi... Obrigado, diretor Kim — agradeceu Jungkook, confuso.
— Sem entrar no quarto do campus! — alertou. — Vão para o refeitório ou para o jardim, fui claro?
— Sim, senhor — disse a garota, fazendo uma pequena reverência.
O clima entre eles era frio como uma geleira enquanto caminhavam até o jardim.
— Então... por que veio aqui? — perguntou Jungkook, totalmente desconcertado, porém obstinado a romper com aquele silêncio dilacerante.
— Eu queria saber como você está... sabe, você veio para o campus no domingo e não voltou em dia algum.
O garoto suspirou.
— Não se preocupe. — Ela adiantou-se. — Desde o início sabíamos que nosso relacionamento era somente uma fachada criada por nossos pais. Me apaixonar por você não estava nos meus planos, foi um erro meu ter contado isso a você e feito você carregar esse fardo.
— Não diga isso, Ji Eun, você sabe que eu gosto de você!
— Jungkook-ssi... você se acostumou comigo. Você nem gosta de mulheres! Um dos motivos do seu pai insistir com o meu sobre este relacionamento foi porque, internamente, ele queria que o filho se casasse com uma mulher.
— Ji Eun, quando eu disse que me apaixonei por você naquela véspera de verão, eu não menti. — Sentia-se confuso, mas por dentro havia um ponto de alívio. — Afinal, por que está dizendo isso agora? Estou me arrependendo de ter contado meus segredos pra você. — Revirou os olhos, arrancando uma mini risada da garota.
— Escute, eu vim até aqui porque queria te ver e... terminar.
— O quê?!
Embasbacado seria uma palavra ótima para descrever o sentimento de Jungkook. Ele sabia dos sentimentos da garota por si. Sabia que ambos não estavam felizes, mas jamais imaginou que ela tomaria essa iniciativa.
— Ji Eun, nossos pais...
— Talvez seja um escândalo para eles, por isso quero que façamos tudo com calma. Eu te amo e quero ser sua amiga, mas também preciso me amar e ser amada como eu mereço.
Ela tinha razão. E ele sabia.
— Você... Me desculpe. — Seu semblante caiu. — Eu fui péssimo com você.
— Você precisa ser feliz também. Você deve ser amado e amar, mas deve amar a pessoa que você realmente escolheu, não alguém que escolheram por você.
Ambos se sentaram sob a árvore que trazia a sombra fresca para aquele dia tão sufocante.
Mas não tão sufocante quanto os olhos obscuros que os acompanhavam.
— Você tem outra pessoa, não é? — perguntou a garota, depois de um breve silêncio.
— O quê?! Não! Está maluca?
— Hum... nada, só para saber. — Riu de forma divertida. — Mas existe alguém mexendo com seu coração. Sei que tem. Talvez você não tenha nada com essa pessoa... mas no seu coraçãozinho, eu sei que tem.
— Por que diz isso?
— Meus instintos dizem isso... e também porque eu aprendi a conhecer você. — Deu de ombros.
— Bem... tem um cara... Agh, ele é estranhamente...
— Atraente?
Jungkook corou.
— É.
— Quem é? Me conta!
— Qual é, Ji Eun-ah!
— Vai! — insistiu.
— O nome dele é Taehyung.
Os olhos da garota se arregalaram.
— Taehyung? Kim Taehyung, o filho do diretor da universidade?!
— Grite mais — disse com sarcasmo.
— Desculpe... Mas que diabos! Ele é o pior dos maus caminhos, e não estou falando no bom sentido.
— É, eu sei...
(...)
Na aula ao ar livre, todos os garotos daquela turma se uniram no campo de futebol para divisão de times.
Taehyung e Hoseok eram os capitães, os quais escolhiam seus jogadores.
— Você ganhou, você começa — disse Hoseok.
Taehyung passou os olhos por todos os colegas, observando-os por diversão.
— O Jeon é meu.
— Ya! Como assim ele primeiro? — Jimin exclamou, gerando risos.
— Ciúmes? — perguntou o Kim, soltando uma piscadela.
— Jiminnie, está a fim de dar uma surra no seu amigo? — questionou Hoseok.
— É claro!
— Você está mesmo querendo morrer, não é, Hobi?
O garoto mais velho e de cabelos negros apenas repetiu o gesto anterior do Kim, piscando o olho.
— Se vai fazer da minha vida um inferno, não seria mais prático jogar contra mim e tentar me derrubar "acidentalmente"? — Jungkook sussurrou ao chegar próximo de Taehyung.
— Você tem um corpo e um rosto lindo demais para sofrer acidentes. — Piscou. — Eu prefiro fazer um inferno na sua mente.
E dali saiu, indo em direção aos outros colegas, deixando para trás um Jungkook com um arrepio na nuca.
Jungkook era certinho demais. Mesmo com Taehyung tentando, de todas as formas, acabar com sua reputação de bom moço, as tentativas acabaram se tornando falhas. Jungkook não dava brechas.
Em contrapartida, Jungkook estava com Taehyung cada vez mais presente em seus pensamentos, corroendo-o.
No bar perto da universidade, Jungkook andava com alguns amigos. Estava se permitindo dar boas risadas e esquecer o calor e turbulência da semana.
— Achou que eu deixaria você se divertir? — Ouviu a voz inconfundível atrás de si e virou-se em um ímpeto.
— O que está fazendo aqui?
— Eu sempre estou aqui, você que é a novidade. — Deu de ombros.
Jungkook olhou para seus amigos do outro lado do bar, perguntando-se de que forma sairia daquela situação embaraçosa.
— Eu quero te ver hoje, depois que seus amigos forem embora.
— Eu não vou fazer nada ilegal, eu já disse.
— Relaxa, gatinho. — Tocou a cintura alheia discretamente. — Só quero conversar.
— Você bebeu? — questionou Jungkook, com o semblante curioso.
Taehyung riu soprado.
— E quando não? — Largou a cintura do rapaz, dando-lhe as costas. — Encontre-me no estacionamento.
O pobre rapaz já estava delirando. Queria manter-se firme, e de fato sua pose o mantinha, mas por dentro Taehyung mexia com sua cabeça de forma estrondosa.
Fez questão de finalizar seu happy hour com seus amigos para ir direto ao ponto. Ele queria saber o que Taehyung tinha com ele, e porquê justo com ele.
Viu, ao chegar no estacionamento, Taehyung encostado sobre sua moto, segurando um capacete.
— Coloca isso — ordenou.
— Não.
— Eu não vou matar você, imbecil. Vai logo.
A contragosto, colocou o capacete e subiu na moto, dando partida e parando na estrada perto da beirada do rio Han.
Jungkook tirou o capacete e desceu da moto, indo em direção ao gramado que havia na beira do rio. Imaginou que Taehyung viria logo atrás de si.
— Por que me trouxe aqui? Por que eu?
— Porque gosto de você — disse simples, colocando um cigarro na boca.
— O quê?! — exclamou Jungkook. — Por quê?
— Gosto de caras certinhos. Dá um belo contraste, não acha?
— Você é louco.
— Sou? — Ele tragou a fumaça do cigarro.
— Sim, você é.
— Então você não sente o mesmo por mim? — Arqueou uma sobrancelha.
— Eu...
Taehyung se aproximou.
— Você é tão irritante... — Observou-o dos pés à cabeça, largando o cigarro. — Mas o que as pessoas pensariam afinal, hum? Já que eu sou dado como um delinquente.
— Ninguém tem nada a ver com nós, seu idiota.
— Nós, não é? — Taehyung sorriu. — Você é péssimo em disfarçar. Também deve ser péssimo em mentir.
— O que? Eu não sou péssimo em mentir.
— Você gosta de mim?
— Não! Quer dizer... Eu... — Avermelhou.
— Você é sim um péssimo mentiroso.
Sem dar tempo para uma resposta, Taehyung puxou-o para si, fazendo seus lábios se colarem. Jungkook sentiu seu corpo amolecer, e Taehyung não perdeu a oportunidade de pegá-lo ainda mais firmemente.
— Se eu entendi errado, me diga agora — disse Taehyung em um sussurro.
— Eu te odeio, Kim Taehyung! — respondeu Jungkook, abraçando o pescoço alheio e o envolvendo em um novo beijo, expulsando qualquer dúvida que poderia existir.
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