O REI E O SERVO

Um conto de gordinleitor MathewsJose JVLeite BrunoJovovich TomAdamsz Drica_G  MatheusKairos

Naquela sociedade, que havia sido criada para dar continuidade à raça humana, alguns homens receberam por meio de intervenção científica, o poder de engravidar.

Desde a grande hecatombe nuclear que havia dizimado mais da metade da população mundial, aqueles homens levavam em seus ventres a esperança de que a raça humana viesse a conseguir repovoar a Terra como espécie dominante.

Os homens eram divididos em duas espécies, os Reis, que eram a classe dominante, aqueles que tinham o poder de escolher seus parceiros e o dever de protegê-los, mas não detinham o poder de gerar uma vida; e os Servos, aqueles que eram escolhidos, considerados "vulneráveis", mas que eram adorados e venerados. Essas duas castas viviam separadas, mas anualmente, na Festa da Junção de Corpos, todos os Reis eram obrigados a se unir a um Servo, que seria seu parceiro para o resto da vida, sob pena de ser exilado ao Recanto dos Eunucos caso descumprisse essa regra.

Átila era um desses servos, e ele sabia que esse dia iria chegar. Pedia aos deuses que não chegasse nunca, mas o tempo sempre é cruel. Em alguns dias completaria a maioridade e, junto a ela, viria aquela data onde os servos eram escolhidos por reis que viviam distante dali. Átila sabia que seria escolhido, todos eram, e todos eles aguardavam por esta data, mas não ele. Mesmo sendo preparado desde o seu nascimento, ele não tinha como ir de encontro ao destino que lhes eram imposto, não havia como fugir.

Na festa centenária de Junção de Corpos, um garboso jovem rei, de nome Philips, escolheria seu servo para toda vida. Sua beleza era a atração para todos os servos, todos estes queriam fazer parte da família Tenebrarh, uma das mais poderosas de todos os sete reinos. Porém a seleção dos parceiros, segundo a tradição, era feita pelos sumos sacerdotes, através de sorteios, para que os reis não fossem priorizados e ambas as partes seriam beneficiadas.

Átila estava em seu canto, retraído em seus pensamentos, vendo os sumos sacerdotes chamarem um servo e um rei. E em determinado momento seu nome foi dito:

- Rei Philips Tenebrarh e o servo Átila Wellin.

O coração de Átila palpitou mais forte, seu destino estava selado, e uma lágrima teimou em escorrer pelo seu rosto enquanto andava de cabeça baixa até os sumos sacerdotes. Os demais servos estavam com uma ponta de inveja, pois aquele humilde servo havia ganhado o mais cobiçado rei de todos os impérios, não somente pela beleza, mas pela sua riqueza.

O rei envergonhado por ser chamado tão depressa, dirigiu-se à frente, sem olhar para o lado. Após alguns minutos, ambos feitos estátua, se olharam e logo à primeira vista o Rei Philips sorriu. Não por ter um belo jovem em sua frente, mas pelas rosadas bochechas do servo que olhava em sua direção. Com o coração a mil e uma lágrima que teimava em descer, Átila se curvou, mas antes de completar a reverência foi impedido pelo rei.

- Não precisa fazer isso, Átila. - disse com um sorriso encantador o jovem rei Philips

- O senhor é meu rei agora e devo mostrar-me respeitoso. - disse com a cabeça baixa.

O rei observou a lágrima que descia, pegou no queixo do servo e levantou, a secando com a outra mão. Ambos os olhares transmitiam humildade e respeito, e com um sorriso, o jovem rei abraçou seu servo dizendo em seu ouvido:

- Eu o protegerei com minha vida.

O rei Philips fez aquela promessa por acreditar que aquele servo seria capaz de dar continuidade à sua linhagem. Jazia sobre os seus ombros a responsabilidade de levar à frente o sangue e o nome de sua família, e acreditando na possibilidade de um casamento feliz, ele segurou o rosto de seu servo entre as mãos e olhou fundo em seus olhos.

- Você não vai precisar se ajoelhar perante a mim, Átila. Nunca. De agora em diante seremos companheiros.

Átila, por outro lado, só conseguia pensar no que havia deixado em sua terra, aquele que ele acreditava ser o amor de sua vida. “Carlo, meu amor”... Mais uma lágrima desceu sobre o seu rosado rosto. Enquanto andava ao lado do seu novo rei e parceiro, sentia pesar o coração. Não fora feito para aquela vida, não saberia se portar ao lado daquele homem. Mas o maior segredo que carregava não era em seu coração e sim em seu ventre.

Do lado oposto do salão outro servo olhava para o casal com tristeza, o seu coração doía ao ver a maneira carinhosa do tal rei com o seu amor, sim, o seu amor. O único homem que tinha o seu coração e corpo, todavia, agora Átila já era de outro e infelizmente não podia fazer nada a respeito.

Carlo balançou a cabeça e fechou os olhos, não poderia chorar na frente dessas pessoas, teria que se manter forte, ou tentar. Porém seus olhos não se desviaram de Átila com o rei, ele os observou até que os dois saíram do salão e sua felicidade se foi com eles.

- Carlo? Você está bem? - perguntou uma voz doce, que o fez tirar o servo dos seus pensamentos. Ele olhou um pouco desorientado e fitou uma jovem moça, aquela que o ensinava a se comportar e a servir. Carlo sorriu, um disfarce para não demonstrar que estava completamente perdido.

- Estou bem, não se preocupe. Só não vejo a hora ser chamado, isso me dá nos nervos. – respondeu um pouco irritado.

A moça olhou desconfiada, mas aceitou seus argumentos.

- Certo. Desejo boa sorte a ti, Carlo. Bem, eu sei que não devia falar isso, é que eu soube que muitos dos servos não irão ser chamados.

Carlo a fitou surpreso.

- Como assim?

- Digamos que está tendo uma escassez de reis, a maioria dos servos que se reproduziram, conceberam mais procriadores que reis. A maioria dessa sala irá voltar para o mosteiro sozinho, e você pode ser um deles.

O servo se sentiu perdido, não que ele iria querer um rei, mas sim porque Átila e ele acreditavam que tinham uma chance para ficarem juntos, porém agora estava sozinho. Sem rei e sem Átila.

No castelo do Rei

- Entre...– Disse o rei ao abrir a porta do seu castelo, orgulhoso por poder oferecer ao seu servo tudo do bom e do melhor, mas triste por não ver em seu olhar nem um pingo de entusiasmo, afinal, ele havia esperado por esse momento durante anos, mas parecia que a recíproca não era verdadeira.

Átila entrou, e mesmo abismado com a grandeza do local e com as novas possibilidades à sua frente, não conseguia parar de pensar em seu grande amor.

- Por que está tão triste? Não está feliz em morar aqui? Se você quiser pode fazer a mudança que achar necessária. Esse lar agora é seu lar também. - Disse Philips, tentando animar o menor à sua frente.

- Os outros servos... quero dizer...os outros casais, irão morar perto de nós? - Átila se encolheu ao falar, sentia-se intimidado pelo rei, sua beleza e sua riqueza.

- Sim, mas infelizmente nem todos os servos terão seu rei. Mas não se preocupe, o importante é que agora, eu tenho você e você tem a mim... - Philips pegou a mão de Átila. - Venha, vou te mostrar o resto do castelo.

Átila quis perguntar sobre os outros servos, mas se deteve e aceitou ser guiado por aquele que lhe dispensava tanta atenção e carinho. Philips era um homem admirável e dono de uma beleza sem igual.

Chegando ao quarto, Philips fez questão de deixar bem claro que os dois dormiriam juntos, e que Átila deveria se preparar para a “grande noite”, onde seus corpos finalmente seriam unidos e eles seriam um só dali em diante. Átila estremeceu, pois além de tudo, seu rei parecia se um homem muito bem dotado, percebera isso pelo volume nas vestes. Contudo, aquela noite não aconteceu como planejado. O rei precisou se reunir com outros reis para uma caçada antes do jantar e, por conta da exaustão, sequer tocou no companheiro e também por que não tinha pressa, pois ele seria seu para toda a vida, e o rei queria que sua primeira noite com seu eterno companheiro fosse uma noite memorável.

- Ah, meu amado Carlo, onde estarás nesse momento? Será que já dormiu com seu novo rei? — perguntou abraçado aos joelhos, encarando as estrelas no alto do céu azul-negro. Um ressonar chamou sua atenção, ele se virou para trás e viu seu rei virar de lado na cama. — Escapei hoje, mas será que vou escapar amanhã? — lamentou consigo mesmo.

Pela manhã, todos se reuniram à mesa. O rei Philips ocupava a cabeceira e Átila estava a sua direita. Todos os empregados de prontidão, com as mãos para trás, aguardando suas ordens.

- De hoje em diante, Átila, meu esposo, é o senhor desta morada. Sendo assim, o que ele disser é lei. — a voz poderosa ecoou pelo cômodo. Os funcionários assentiram com a cabeça. — Desejas algo? — voltou-se a Átila, abrindo um sorriso terno e tocando sua mão. — Vejo tristeza em seus olhos.

- Átila se encolheu, sentiu o estômago revirar e deu um longo suspiro. O que ele poderia dizer? Que ama outro? Que queria estar com outro? Que preferia um servo ao rei? Sem testar a paciência e aparente generosidade do seu amo, negou com a cabeça.

Após a refeição, Philips se levantou, estendendo uma das mãos, levou seu companheiro para uma caminhada pelas áreas externas do castelo. Apesar de Átila se sentir confortável diante daquele homem, não conseguia parar de pensar em seu grande amor.

Logo mais à tarde, o rei, vendo que seu servo estava pouco a vontade diante de si, resolveu lhe presentear.

- Venha. Ontem nem todos tiveram a mesma sorte que você e agora buscam por emprego. Quer que eu lhe contrate um servo?

Nem todos? A esperança surgiu com força no coração do servo. Talvez Carlo não tivesse sido pego por nenhum rei. Talvez eles ainda pudessem ficar perto um do outro. Talvez...

- Seria do meu agrado se me deixasse escolher o servo. — pediu com voz fraca, abaixando a cabeça.

- Se é do seu agrado, você o fará.

Depois de decididos os pormenores, eles seguiram para o salão principal. O rei sentou-se em seu trono e Átila ao seu lado. Um a um os servos não sorteados foram se apresentando, mas Carlo não estava entre eles. O coração de Átila se apertava, seus olhos nublavam e sua cabeça rodava.

Onde estará seu amado? Será possível que alguém o tenha levado? Ele é muito bonito, mas dentre os que foram selecionados ontem, eles eram bem mais bonitos.

Ao ver o rosto conhecido, alegrou-se, mas se conteve. Não seria prudente deixar a felicidade transparecer em sua face. Lá estava Carlo, o último da fila. Eles trocaram um olhar silencioso e longo.

- Esse? — Rei Philips tocou a mãos do servo e Átila acenou positivamente. — Contratado. — levantou-se e por descuido ou alegria, Carlo sorriu, fazendo com que Philips se aproximasse dele, encarando-o nos olhos. — Vê aquele que está a minha direita? — Carlo acenou positivamente. — Você foi contratado para servi-lo, mas... — fez uma pausa sombria e aproximou os lábios da orelha do rapaz. — Se eu sonhar que você está olhando para o meu companheiro, arrancarei seus dois olhos e depois, os dedos, as mãos, até que não sobre nada. Ele é lindo, mas tome muito cuidado onde toca. Sou um homem generoso, mas quando preciso, a minha crueldade se torna imensurável.

Carlo engoliu em seco, arregalando os olhos e em silêncio, acenou com a cabeça. Mal fora contratado e já havia recebido um aviso bem claro. Seria esse o preço por estar perto do homem que ama? Correr o risco de morrer por amor?

Naquele exato momento Átila não sabia como lidar com os sentimentos dúbios que tinha. Ele estava feliz por ter seu amado por perto, porém se sentia temeroso, afinal, qualquer passo dado de forma errada, Carlo seria morto sem piedade.

Mas agora não poderia voltar atrás, apenas aceitar o destino de ambos, mais tarde dariam um jeito de fugir e de viver uma vida como quisessem longe das vistas de todos ali. Só tinha que encontrar um jeito de conversar com seu amado, longe dos olhos de seu rei e senhor. Sabia que seria deveras difícil, visto que hoje o Rei parecia bastante disposto a consumar sua união com o servo.

Porém o rei Philips era um homem muito astuto, e percebeu claramente que entre seu querido companheiro e aquele servo havia algo de especial, pois desde o momento que o tinha visto pela primeira vez, seus olhos não brilharam como quando Átila cruzou seu olhar com aquele servo, então, arrependido de não tê-lo possuído na noite anterior, decidiu que aquele memento seria o momento ideal.  Caminhou até seu companheiro e o abraçou por trás.
- Agora vá se banhar, precisamos consumar nossa união, e eu não vejo a hora de te fazer meu.
Átila sentiu seu estômago revirar, seus olhos cresceram e um medo percorreu seu corpo. Seria esse o pior momento de todos, pois além de não estar preparado psicologicamente e nem fisicamente para a consumação, seu grande amor estava no castelo, e com certeza logo saberia das boas novas. Mas ele não poderia contestar, jamais, apesar de amar outro homem, ele foi treinado, a vida inteira, para servir seu rei.
- Mandarei o servo para lhe ajudar. –O rei beijou a cabeça do menor. — Agora vá!
Átila saiu mais que depressa daquele recinto, não queria deixar transparecer a esperança que tomou conta do seu coração. Se o servo iria lhe ajudar, então este seria o momento certo para fugirem. Mas sua esperança logo se esvaiu como fumaça ao vento, não seria Carlo a lhe servir, e sim outro servo, o servo que era os olhos do rei.
- Onde está meu servo? - Perguntou Átila, sem esconder sua decepção.
- Meu jovem, seu empregado ainda será treinado. Ser servo e ser empregado são duas funções diferentes, agora venha que tenho uma missão a cumprir.
O empregado adentrou o grande lavatório, encheu de água a banheira dourada e ajudou a contragosto Átila a tirar sua roupa. O menor, abraçado às pernas, não conseguia parar de pensar em outra coisa que não fosse um jeito de adiar a consumação. Enquanto isso, o empregado lavava suas costas, braços e pernas com uma espuma macia.  Mas qual foi a surpresa de Átila quando o empregado abriu suas pernas e alcançou seu membro com agilidade.
- Uow... - Átila deu um pulo para trás. — Aqui eu lavo sozinho.
- De jeito nenhum, senhor Átila, tenho ordens de lhe lavar por inteiro... - Foi insistindo o empregado.
- Mas eu sei me lavar...
- Ordens são ordens...
E os dois começaram uma luta de mãos, um tentando alcançar o membro do rapaz, o ouro impedindo a todo custo. Neste momento, entra o rei, curioso para saber do que se tratava aquele bate boca.
- O que está acontecendo aqui?
Levantou-se rapidamente o empregado, enfezado pela teimosia do servo.
- O senhor Átila não me permite lavá-lo por inteiro.
- Pode deixar que eu mesmo o lavo. –Ordenou o rei.
- Nam... –Tentou protestar o menor, mas o empregado já havia sumido do lavatório. Ele então não soube onde se enterrar, abraçou as pernas e fitou a água, desejando que seu rei percebesse seu constrangimento e desse o fora dali.
Mas o rei jamais desistiria de cuidar daquele que um dia jurou proteger para sempre. Philips tirou sua camisa de seda branca, deixando à mostra seu peitoral cabeludo e cheio de músculos, tirou suas botas e a calça preta super justa que deixava sempre evidente o grande volume que carregava entre as pernas, ficando apenas com sua veste íntima, uma cueca branca.
O rei sentou-se do lado de fora da banheira e logo começou a esfregar as costas do rapaz.
- Ele já lavou aqui? - Perguntou o rei.
- Sim... - Respondeu Átila, emburrado e constrangido.
- Nas pernas e nos braços?
- Também...
- Hum... na barriga?
- Hurrum...
- Entendo... –E o rei começou a entender o motivo da briga que acabara de presenciar. — Onde ele não lavou?
Átila não respondeu, apenas abraçou suas pernas ainda mais e olhou para ao lado contrário. Seu coração batia freneticamente no peito, e ele quase estava chorando de tanta vergonha.
- É dever de um servo responder ao seu rei. - Falou calmamente o rei.
Átila tinha plena consciência disso, então apenas soltou suas pernas e se reclinou um pouco para trás. Mas ainda assim, não conseguia olhar para seu rei.
O rei, por sua vez, com intuito de proporcionar ao servo o melhor dos mundos, alcançou seu membro que bailava murcho e pequeno dentro da água, e delicadamente começou a lavá-lo. Primeiro puxou o prepúcio, depois acariciou a em volta da glande, e maliciosamente fez leves movimentos de sobe e desce. Átila suspirou, e mesmo que ele não quisesse, começou a sentir prazer com aquele toque. As mãos do rei eram grandes, mas sabiam tocá-lo com carinho, massageando suas bolas com suavidade, que logo se contraiu nas mãos do rei, e seu membro inchou, arrancando do rei um sorriso de satisfação.
- Você é minhonsinho, mas tem grande potência... -Comentou o rei, arrancando de Átila um sorrisinho de orgulho.
Mas para a surpresa do menor, o rei desceu a mão pelas suas bolas e períneo e fez uma leve pressão em seu anel com o dedo. Átila deu um pulo para trás, e mesmo sem querer, um gemido escapou da sua boca.
- Calma querido. - Disse o rei. - Só estou te banhando, não vamos fazer nada aqui... - E o rei mais uma vez alcançou o anel do menor, rodeando de leve, fazendo uma leve pressão, fingindo lavá-lo enquanto seu membro já pulsava de prazer dentro da cueca branca.
Mas o banho logo acabou, Philips pegou uma toalha, enrolou o seu servo e ordenou que o esperasse deitado na cama. Átila apenas assentiu, constrangido demais para falar qualquer coisa, desejoso demais para conseguir inventar uma desculpa e escapar dali, no fundo as carícias de seu rei reviraram sua cabeça. Ele se enxugou e resolveu deitar de bumbum para cima, pois seu membro ainda estava ereto e pulsante e Átila não teria como disfarçar sua vontade. Por outro lado, estar de costas só facilitaria as coisas. Se fosse para ser, que fosse de uma vez. Porém o pequeno Átila não conhecia o rei que tinha, e nem de longe Philips pretendia fazer do seu servo apenas um procriador, ele queria mais, ele queria conquistar o coração daquele belo menino de bochechas rosadas.
Ao adentrar em seus aposentos, Rei Philips, enrolado em uma toalha, ficou maravilhado com o que viu. Seu servo estava deitado de bruços, com suas grandes nádegas para cima. Por instinto, seu sexo criou vida, o rei subiu na cama beijando as costas de Átila. Naquele momento o jovem servo sabia o que viria, que não poderia fugir, ele finalmente seria do rei Philips.

O jovem rei retirou sua toalha deixando seu membro livre, tão rígido como uma pedra. Philips beijou o pescoço do seu amado, que se encolheu e virou o rosto para o lado, o rei insistiu, e beijou o outro lado do rosto do menor, que novamente virou o pescoço. Mesmo que em seu consciente o desejo falasse mais alto, seu coração pertencia a outro.

Com um suspiro, o rei sentou na cama, puxou o lençol de seda e cobriu seu servo.

- Irei respeitar-lhe acima de tudo, Átila. Sei que não está confortável em ser obrigado a ser de alguém, mesmo que tenha sido treinado para isso. Mas saiba que não quero nada à força, nada a seu contragosto. Somos parceiros para toda a vida, e farei o que for necessário para você ser feliz. Te respeitarei e protegerei com minha vida se for preciso. - disse o rei depositando um beijo na cabeça do seu amado e levantando-se.

Átila sentiu o seu coração acelerar, a sua respiração ficou errante. As palavras do seu rei o deixaram surpreso, escutar aquelas palavras de compreensão junto com o carinho por si mexeu com o menor.

- Como você pode ser assim comigo? – O rei o olhou confuso com a fala do seu servo. - O senhor... Meu Rei, ser tão compreensivo comigo? Por quê?

Vendo a curiosidade junto com uma breve confusão nos lindos olhos do seu servo, o Rei sorriu e levou sua mão para o rosto dele, o acariciou delicadamente, esquecendo que ambos se encontravam nus na cama.

- Porque, meu Átila, quero que você entenda que não sou igual aos outros reis, que só quer o seu servo para procriar. Quero te fazer meu, de corpo e alma, fazer você ver que sou digno de ter o seu amor.

O servo sentiu os seus olhos queimarem.

- Mas eu não sou....- O rei o impediu de continuar a falar encostando os seus dedos grossos em sua boca, e por breve momento, Átila quis que esses dedos estivessem em seu corpo e quase se estapeou por tal pensamento traidor.

- Oh, meu Átila, você não sabe como eu te vejo. Um homem doce, gentil e amoroso. Sei que está com medo desses sentimentos, da nossa noite de amor, porém sou também conhecido por ter muita paciência e é por isso que hoje não iremos consumar. Todavia, meu Átila, irei fazer com que você veja que ambos merecemos uma chance para sermos felizes.

O servo não sabia o que dizer, estava confuso e as palavras do seu rei o estavam deixando desorientado. Vendo o silêncio do seu servo, o rei sorriu, pegou as cobertas e se juntou para ficar lado a lado com Átila, que o olhou como um cervo numa caçada.

- Shiii... Não irei fazer nada, como dito, mas irei te abraçar enquanto dormir, é só o que eu te peço.

Sorrindo para o seu servo, o rei os ajeitou na enorme cama de dossel e quando já estavam debaixo dos cobertores, o rei Philips o puxou para deitar em seu peito, sentiu Átila tremer em seus braços, porém ele começou a cantarolar uma canção que seu pai cantava para ele quando criança, e vendo que o seu servo estava relaxando, sorriu contente e continuou a cantar e a alisar as costas nuas do seu Átila,  e não muito tempo depois, ambos dormiam nos braços um do outro.

O rei já não estava na cama quando Átila acordou na manhã seguinte, e um sentimento novo e confuso começou a brotar em seu peito, pois não ficou feliz em acordar sem os braços daquele que lhe pôs para dormir sob uma linda melodia de ninar. Átila amava Carlo, disso ele tinha plena certeza, mas seu rei era totalmente diferente daquilo que esperava. Era um homem bom, generoso, cuidadoso e que lhe dispensava uma atenção que jamais imaginou ter de um rei, pois, ao contrário do que Carlo falava, seu rei lhe tratava com carinho e respeito.

Ao sair do quarto, satisfeito por ter feito seu asseio sozinho, seguiu para a sala das refeições. Seu coração falhou uma batida quando deu de cara com Carlo sendo instruído a lhe servir. Seus olhares se cruzaram, e nesse momento ele percebeu o quanto seu amado estava chateado, para não dizer com raiva.

- Senhor Átila, queira se sentar que o empregado irá lhe servir. - Instruiu um dos empregados.

O constrangimento entre eles era visível, Carlo o servia de tudo, pães, bolos, café, leite, ovos mexidos, mas Átila não conseguia sentir fome diante daquela situação, e por um momento se arrependeu de ter escolhido Carlo para ser seu empregado. Por um lado sentia-se feliz em estar ao lado do seu amado, mas mal poderia lhe dirigir a palavra, por outro lado, não queria desrespeitar seu rei, e esse sentimento estava lhe roubando a paz.

- Como foi sua noite? - Perguntou Carlo, apertando com força o braço de Átila, assim que ambos ficaram sozinhos na sala de refeições.

- Ai... Você tá me machucando, me solta. –Sussurrou Átila, surpreso com a atitude bruta de seu grande amor.

- Fale de uma vez! - Bradou Carlo. - Seu rei está ao meu alcance? Você gostou? Gritou com ele como grita comigo?

Átila se sentiu extremamente ofendido por aquelas palavras, mas além disso, ficou muito magoado, pois jamais esperaria aquela atitude de seu amado, que sempre lhe tratou com muito respeito.

- Isso não é da sua conta. - Disse Átila, se livrando do apertão de Carlo, correndo dali com os olhos rasos d’água.

Mas para sua surpresa, se esbarrou com o rei em pleno corredor que dava para o jardim interno do castelo.

- Opa! Aonde vai com tanta pressa? –Perguntou o rei, feliz por ver seu amado, mas logo essa felicidade se desfez ao ver suas lágrimas escorrendo pelo rosto. – O que houve, meu menino? Por que choras?

Átila não soube o que dizer, apenas abraçou aquele que um dia jurou lhe proteger, e deixou a mágoa e a decepção escorrerem pelos seus olhos. O Rei não mais perguntou o motivo do choro, apenas o acalentou e esperou que seu servo se acalmasse.

Isso não queria dizer que ele não buscaria saber o motivo deste pranto. Se um raio solar tivesse machucado sua pele, ele seria capaz de cobrir o sol para que isso não voltasse a acontecer.

- Passou, não chore mais. - O rei Phillips balançou de um lado para o outro o servo nos braços, como faz para acalmar uma criança, o que deu certo.

- Me desculpe, meu rei. Perdoe minha falta de modos. - Átila abaixou a cabeça mostrando respeito.

- Não precisa agir assim quando estivermos sozinhos. Gosto do seu modo de ser, sinto mais vontade de te proteger. - Phillips levantou a cabeça do seu servo com um toque delicado no queixo e depositou um pequeno selo em seus lábios, tão chamativos. Não havia como resistir.

Átila sentiu suas pernas fraquejarem, mas foi segurado por um rei com o rosto risonho, ele sabia que havia causado isso em Átila e ficou feliz.

- Queria te mostrar meus jardins. É um lugar especial para mim e quero que se torne especial para você também. - pegando na mão do menor, ele o guiou pelo imenso castelo.

- E depois me contará o motivo das suas lágrimas.

"Droga, ele não esqueceu disso. O que eu direi?" - Pensou Átila aflito.

O jovem rei, com um sorriso em seu rosto, segurando na mão de seu servo, os guiava em direção aos jardins, os empregados que passavam por eles faziam uma reverência para ambas majestades. Andando por um lado e com raiva nos olhos, Carlo os viu de mãos dadas, o amor que um dia existia em seu coração foi tomado pelo ódio.

Rei Philips e seu amado passaram por ele, quando Átila o viu, abaixou a cabeça.

- Não abaixe sua cabeça diante um empregado, meu querido. - disse Philips levantando seu belo rosto. - E você... - disse para Carlo – Curve-se diante de mim e meu marido, jamais esqueça que eu sou o rei e meu marido é vossa majestade.

Diante de tal acontecimento, Átila não resistiu e sorriu. Diante de tal sorriso, Carlo sentiu mais ódio no peito, se curvou pedindo perdão e saiu.

Quando chegaram ao jardim, diante de tal beleza, os olhos de Átila brilharam e por um movimento involuntário abraçou seu rei. Quando percebeu o ocorrido, envergonhado afastou-se e seu rosto corou.

Surpreso e feliz pela atitude de seu servo, com um sorriso que ia de uma orelha a outra, Rei Philips passou a mão na cintura de seu amado e juntou seus lábios. Por início a ousadia do rei causou espanto no jovem servo, mas aos poucos ele se entregou ao beijo. Feliz por estar sendo correspondido, o rei cessou o beijo com um sorriso e grudou suas testas de olhos fechados.

Permaneceram por minutos assim, e logo sentaram no banco próximo a eles. Com um último selinho o rei disse:

- Por que estava chorando?

- Você não vai desistir, não é? - com um suspiro e vendo o rei negar com a cabeça, o jovem servo se viu no momento de abrir o jogo. - Vou contar minha história, e quero que você seja compreensivo e justo.

Com uma sobrancelha erguida o rei acenou positivamente e pegou na mão de seu amado incentivando a prosseguir.

- Desde pequeno cresci com Carlo, éramos unha e carne, brincávamos, estudávamos as leis juntos e como ser um servo juntos. Banhávamos e fazíamos tudo ao seu lado. - Átila abaixou a cabeça e um sorriso com uma lágrima caiu - Então, há algum tempo atrás, não era apenas amizade, mas amor. Eu amava Carlo, assim como ele me amava. Dias antes da cerimônia, vendo que poderíamos nos separar para sempre, entregamos-nos ao amor, viramos um só naquela noite, foi mágico e especial. Quando vi que havia uma possibilidade de ficarmos junto novamente, não pensei duas vezes em pedi para ele ser meu empregado, não irei negar que tive pensando em fugir com ele. Mas os acontecimentos de hoje de manhã mudaram meu ponto de vista, o amor que sentia por ele foi tomado por mágoas com suas ações e palavras.

- O que ele fez com você, Átila? - a voz do rei começou a falhar.

- Ele me ofendeu com palavras e... - com um suspiro ele retirou a camisa dos ombros mostrando a mancha vermelha que ali estava.

- Ele morrerá HOJE! Ninguém encosta em meu marido, meus pais me deram educação de nunca machucar um servo, que é o bem mais precioso que possuímos, e não será um empregado que fará isso. - disse levantando com os olhos carregados de raiva.

- Não Philips, por favor. - Átila o segurou pelo braço - Suas ações e modos me fizeram ver quem realmente ele é. Por favor, não o machuque, mesmo que ele tenha me ferido na alma, ainda sinto algo por ele.

Vendo os olhos de súplica de seu amado, respirando fundo ele sentou ao seu lado.

- Você ainda o ama, mas está divido entre mim e ele. - o rei ajoelhou diante do seu servo e disse - Diferente dele, eu jurei que nunca lhe farei um mal, ou agredirei, farei todos seus dias especiais e irei conquistar seu coração.

- Como você pode me amar em tão pouco tempo e depois de tudo que lhe disse? - perguntou com os olhos marejados - Eu não sou merecedor de tal amor, Philips.

- Nunca fale isso Átila, - repreendeu o rei - o que passou fica no passado, o que importa é o presente e o futuro que iremos construir juntos.

Por instinto, Átila se ajoelhou e beijou seu rei.

- Algo mais que queira me falar? - perguntou o rei.

Já com lágrimas escorrendo, e um misto de medo, Átila disse:

- Eu estou grávido de Carlo.

O rei ao escutar aquelas palavras provindas da boca do seu servo, na mesma hora se afastou abruptamente, chocado e sem chão. — Como? — disse ele olhando abismado para Átila.

-

CONTINUA...

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