Herdeiro
Parte Final
Herdeiro
Depois de vários meses, com os dois andando para cima e para baixo daquela mansão, Thomas estava irritado, porque não conseguia pensar em nada para separar aqueles dois que cada dia estavam mais próximos, mas o que ele não sabia, que a linda amizade dos dois tinha se transformado em algo a mais.
Longe dos olhos dos criados e da família, os dois ficavam de mãos dadas, trocando caricias e claro, aproveitando o máximo dos lábios um do outro. Era a coisa, mais maravilhosa do mundo.
Gustavo então convidou Dennis para a sua casa, já que o menino não saia daquela mansão, se não fosse para o colégio e aulas particulares. Os dois deram um jeito de despistar o segurança no jardim e passando, escondidos pela vegetação ao lado da casa, os dois conseguiram sair. Enquanto o segurança, tentava encontra-los no enorme jardim.
Gustavo abriu a porta e pediu para que ele entrasse. Dennis nunca havia ido em uma casa, digamos que, comum. Ele olhava em cada canto, observando toda a decoração.
-Confesso que é diferente do que eu imaginava. -Disse ele olhando os quadros na parede.
-O que, só porque minha mãe é empregada da sua família, você pensou que a minha casa fosse de papelão?
-Não, não é isso. -Ele olhou para Gustavo que estava rindo da cara dele. -Você é muito idiota.
-Vem, que eu quero te mostrar uma coisa. -Disse Gustavo, pegando em suas mãos e o puxando para a escada, indo para o próximo andar.
Dennis adorava sentir o toque da pele de Gustavo em contato com a sua, ele se sentia tão feliz, tão amado, tão cheio de carinho.
Chegando no centro do corredor, puxou um cordão que ficava no teto e ai puxou, fazendo uma escada aparecer e eles irem para o sótão.
Gustavo foi o primeiro a subir, acendeu as luzes e por incrível que parecesse, assim que Dennis entrou, percebeu o local limpo e organizado, apenas com várias caixas e algumas mobílias guardadas ali em cima.
-Era isso que você queria me mostra? -Perguntou ele. -Um monte de caixas e moveis velhos?
-Claro que não. -Gustavo riu e o puxou para perto dele, levando até a janela.
De frente para ela, estava um telescópio, um dos mais simples, parado em frente à janela, mirando para o alto. Gustavo parecia ansioso e animado ao mesmo tempo, pediu para que Dennis olhasse pelo objeto.
-O que você consegue ver? -Perguntou ele.
-Hummm, to vendo algumas estrelas, mas nada demais.
-Continua vendo. -Respondeu ele, quase que saltitando do lado de Dennis.
-Eu não sei o que você quer que eu veja, mas isso aqui... -Ele ficou em silencio, observando pela lente do objeto, várias estrelas cadentes. -Isso... São estrelas cadentes?
Gustavo ficou sorridente, confiante. Pegou nas mãos de Dennis e todo animado, ele o olhou nos olhos, respirando fundo e quase começando a tremer, ele começou a soltar palavras que saiam da sua boca.
-Eu sinto algo tão grandioso quando eu estou ao seu lado, que quando não estou sinto falta, você me faz tão bem, tão feliz, me faz sentir amado, como nunca senti antes. E é por isso Dennis Graddy, que hoje, sob essas estrelas, meu pedido é em ser o seu namorado. -Ele estava tão nervoso que o que ele havia pensado durante a semana toda, havia sumido e agora, eram apenas palavras sinceras.
Dennis ficou calado, observando bem fundo dos olhos de Gustavo, ele via o quanto ele falava com sinceridade, mas ele não deixou de pensar nas consequências que começavam a invadir a sua mente e sem querer ele soltou as mãos de Gustavo, deixando a entender que ele estava recusando o seu amor.
Mas em questão de segundos, ele segurou firmemente as mãos de Gustavo, tocando o seu peito, mostrando o quanto o seu coração palpitava e com um enorme sorriso, ele disse "sim, eu aceito ser o seu namorado", segurou em sua cintura, trazendo Gustavo mais perto de si e selando o pedido com um lindo beijo entre os dois.
E sob as estrelas passando do lado de fora e a claridade que cobriam os seus corpos, permaneciam ali, abraçados, com enormes sorrisos em seus rostos. Claro que Dennis estava preocupado com sua família e as outras pessoas, mas ele só queria que esse momento, entre eles durasse o máximo possível.
E foi assim que eles fizeram, a cada dia que passava os dois estavam mais próximos, de uma forma que não dava para não notar. Os tipos de brincadeiras e a maneira como olhavam um para o outro, era nítido que estava acontecendo alguma coisa ali, tanto que Thomas, decidiu convidar um de seus amigos, para selar a sociedade entre eles e dar a sua jogada.
-Thomas. -Disse Benedito entrando no escritório e tocando a mão dele.
-É um prazer tê-lo aqui meu grande amigo. -Disse ele cumprimentando-o e dando um enorme sorriso.
Os dois se sentaram para discutirem os assuntos que eram mais importantes, como a parceria entre eles e o quanto iriam investir na empresa e depois de algumas horas falando sobre aquele assunto, com um forte aperto de mãos eles selaram o acordo, algo que não traria tanto benefício para Dennis, que nem se quer sabe o que está por vir.
No aniversário de vinte e cinco anos de Dennis, Thomas decidiu fazer uma festa de aniversário e depois de tanto tempo vê-lo com Gustavo, até parecia que havia aceitado em como o garoto, que agora era de um tremendo rapaz.
As coisas eram planejadas pela promotora de eventos da família, então estava uma enorme correria, com arranjos de flores, tecidos sendo carregados, tapetes sendo selecionados, limpeza dos ambientes de cima em baixo, porque tudo tinha que ser perfeito, segundo Thomas, que estava bem mais animado do que o próprio filho.
Dennis não sabia o do porquê dá festa ser tão grandiosa assim, mas era a oportunidade perfeita dele contar aos pais da pessoa que ele amava, mesmo sendo bem obvio, para qualquer um que visse os dois juntos, ele ainda queria dizer com todas as palavras de quão orgulhosos ele era de ter encontrado alguém para amar.
Mas duas noites antes do aniversário, enquanto estava deitado, com um braço por trás do pescoço e pensando em como iria falar para todos, como se estivesse ensaiando a maneira em como iria falar, ele percebeu uma certa movimentação na casa, como se estivessem fazendo algo escondido.
Ele abriu a porta do seu quarto, olhou para o corredor escuro, isso era aproximadamente duas e meia da manhã. Uma das janelas estava aberta, fazendo o tecido da cortina creme levitar com a força do vento. Ele caminhou até ela, olhou para o lado de fora, que estava totalmente calmo e a fechou.
Depois ouviu umas risadas vindo de longe, continuou caminhando até chegar próximo ao escritório do seu pai, mas estava todo escuro e não parecia que estava vindo dali.
Continuou caminhando, até descer as escadas e chegar em uma das salas que o pai dele recebia os amigos, com portas francesas toda de vidro e madeira, coberta pelo lado de dentro, por um tecido semitransparente.
Ele se aproximou, viu a luz acesa e olhou para dentro, percebendo três pessoas, mas por causa do tecido, mal conseguia saber quem eram, apenas um deles, que era seu pai.
Eles continuavam rindo, com um copo na mão, próximos a um balcão, repleto de bebidas que o pai tinha ali, e começou a ouvir as conversas nada agradáveis sobre empresa e não sei o que mais.
Quando ele decidiu desistir de ouvir a conversa, ouviu alguém citando o seu nome. Ele voltou o ouvido para próximo a porta e ficou escutando.
-É Thomas, o grande dia está chegando. O dia em que seu filho irá se tornar um homem de verdade. -Disse Benedito, o mais gordo da sala, enquanto levantava o copo para o alto, pedindo para brindar.
Thomas sorriu alegremente, levantou o seu copo e tocou com o dele e o amigo e todos brindaram.
-E vai ser um ótimo dia para nós da família Graddy e a família Simp.
-A minha filha está doida para conhecer o futuro marido. -Respondeu Benedito com um gole da bebida em seu copo.
Thomas apenas soltou um sorriso forçado e bebeu um gole da sua bebida, em seguida, encheu o copo novamente e tomou de novo.
Estava nítido que ele estava nervoso, porque Dennis não fazia ideia da noiva que ele havia arrumado para ele, mas se era a única forma de acabar com o relacionamento dele com Gustavo, ele estava disposto a fazer isso. Já que ameaçar Gustavo diversas vezes não havia funcionado, ele teve que fazer a sua pior jogada.
Dennis ficou completamente confuso do lado de fora, o sentimento de raiva, começou a brotar dentro de si, era uma sensação que há muito tempo ele não sentia, era como se estivesse adormecido.
Ele cerrou os punhos, ferozmente e abriu a porta bruscamente, olhando para a cara de todos eles, deixando-os surpresos.
-Como é que é? Vocês estavam arranjando um casamento pra mim? -Perguntou ele bufando ferozmente.
Thomas colocou o copo em cima do balcão e respirou fundo.
-O que você está fazendo aqui? -Disse ele como se estivesse totalmente calmo, mas por dentro ele estava arrasado por ele ter descoberto.
Benedito e o amigo, colocaram os copos no balcão e tentando parecer íntimo de Dennis, ele abriu os braços e sorriu, andando em direção ao rapaz.
Mas Dennis o encarou com frieza e raiva, o que fez o homem recuar.
-Essa não foi a educação que te ensinei. -Disse Thomas se virando, olhando para Benedito e sacudindo a cabeça.
Os dois saíram da sala em disparada, depois que pegaram os seus casacos. Thomas se virou para o balcão, pegou o copo e bebeu mais um gole.
-No sábado, vamos anunciar o seu noivado com a senhorita Nicole e isso é o que você precisa saber.
-Mas quem disse que eu quero me casar com essa mulher? Eu nem a conheço. -Disse ele com muita raiva.
Suas mãos ainda cerradas, apertavam cada vez mais e sua respiração fortemente pesada, mostrava o quão zangado ele estava.
-Eu não quero saber dessa mulher, porque eu já tenho alguém que me faz bem.
Thomas o encarou rapidamente, esperando que ele não dissesse que era Gustavo.
-Para com essas baboseiras, você não tem mais dezesseis anos de idade.
-Exatamente, vou completar vinte e cinco e isso quer dizer que o senhor não tem direito de decidir com quem eu vou me casar. -Respondeu ele se aproximando do pai.
-Olha só pra você, um rapaz bonito e de família nobre, qualquer uma cai nos seus pés e isso vai beneficiar ainda mais a nossa empresa.
-Então isso tudo é por causa de negócios? É desse jeito que você cuida da sua família? Vendendo ela para conseguir mais sucesso?
-Escuta aqui, eu não admito que você fale assim comigo.
-Não, eu não deveria falar assim, eu deveria ser mais rígido, trata-lo como um monstro, porque é isso que você é. -Disse ele dando um leve empurrão em Thomas, fazendo-o escorar no balcão. -E isso tudo é por causa do meu aniversário, você pretende estragar o meu dia para anunciar uma coisa ridícula dessas.
Thomas permanecia olhando para ele, vendo em seu olhar o quão zangado ele estava e pela primeira vez, ele viu o filho trata-lo de maneira completamente vazia, com descaso.
-Essa palhaçada toda vai acabar, porque eu não vou me casar com quem seja ela, porque eu não sei se você sabe, mas...
-Eu não quero saber. -Ele empurrou Dennis e caminhou até a janela.
-Não quer saber o que? Que sou gay?
-Eu não admito que você fale isso. -Ele se virou rapidamente para Dennis, apontando o dedo indicador para ele. -Isso eu não aturo. Você pode ser delinquente, sem educação, encrenqueiro, mas isso eu não admito que você seja.
-Não depende de você, não mais. -Disse Dennis dando as costas para o pai.
Thomas passou as mãos no cabelo, tentando pensar em alguma coisa.
-Sábado você vai comparecer a essa festa. -Ordenou ele suando frio.
-Eu não sou mais obrigado a te obedecer, porque eu posso ser livre a hora que eu quiser e se você não aceita como eu sou, então não tenho mais nada para fazer aqui.
-Eu imagino que o seu "amiguinho" não pensa dessa maneira.
Dennis o olhou com desprezo. -Não. Ele não é só meu amigo, mas é alguém além disso, ele é meu namorado.
-Namorado. -Ele ironizou com um sorriso. -Veja se isso tem cabimento, duas pessoas do mesmo sexo sendo namorados, me faça o favor de não acreditar nessas baboseiras.
-Acredite no que você quiser, porque é ele quem eu amo e não vou abrir mão disso pra você querer mais fama.
Thomas estava completamente nervoso, então olhou para a mesa do lado e a derrubou ferozmente no chão.
-Eu não paguei as melhores escolas e os melhores professores para você ser esse tipo de gente.
-Eu não ligo para o que você acha. -Respondeu ele dando as costas para Thomas e seguindo para o seu quarto.
Thomas estava completamente nervoso, andando de um lado para o outro da sala, limpando o suor em seu rosto e tentando pensar em algo que pudesse fazer para separar os dois.
Então ele retirou o celular do bolso, fez uma ligação e completamente nervoso. Ele tinha que dar um fim nisso o quanto antes.
Dois dias depois, ainda preocupado. Ele ouviu baterem na porta, Joseph anuncia de que um senhor havia lhe entregado um envelope, ele estava lacrado e sem nenhuma identificação.
Thomas pegou aquilo como se fosse algo precioso, pediu que Joseph o deixasse sozinho e rasgou a embalagem de papel. Dentro do conteúdo, haviam várias fotos e um pen drive.
Ele correu até a sua mesa, puxou a cadeira e plugou o objeto no computador e abriu o arquivo. Ele estava com um sorriso tão grande em seu rosto, que parecia que ele tinha ganhado na loteria, acho que isso não seria tão animador com o conteúdo que ele possuía em mãos.
Segurou o envelope e derrubou todo o conteúdo de dentro, vendo várias fotos de Gustavo, seminu, em um quarto de motel barato. E na tela do seu computador, um vídeo que comprovava que Gustavo havia saído com outro homem.
Rapidamente ele chamou Dennis que demorou para aparecer e com a ansiedade nas alturas, ele mesmo foi atrás do rapaz, que estava tirando um cochilo em seu quarto.
Sem saber o que estava acontecendo, ele foi recebido por várias fotos sendo jogadas em seu peito. Ele coçou os olhos, apertou eles e depois olhou para as fotos e aos poucos sentia a mesma raiva da outra noite preencher o seu corpo.
-É esse tipo de pessoa que você quer pra você? Você tem certeza disso? -Ele dizia tentando esconder a enorme felicidade em seu rosto.
-Isso não quer dizer nada. -Disse Dennis, tentando ficar calmo.
-E que tal isso então? -Disse ele jogando o pen drive em seu colo.
Dennis sem entender nada, pegou seu notebook que ficava na cômoda ao lado da sua cama. Se ajeitou na cama, ligou o aparelho e plugou o pen drive e abriu o único arquivo que tinha ali.
E assim que o vídeo começou a reproduzir, ele ficou apenas observando, prestando atenção em tudo que estava acontecendo. Gustavo, entrando no quarto com outro rapaz e um tempo depois, ele saindo sem roupas, apressadamente.
Dennis jogou o notebook para o canto e sua expressão zangada já dizia tudo, era isso que Thomas queria, vê-lo dessa maneira, para que o que ele tivesse com aquele menino acabasse.
-É esse tipo de pessoa que você quer na sua vida? Que sai na noite para se encontrar com outro e ainda sair sem roupas? -Aumentou Thomas querendo que ele ficasse ainda mais irritado.
-Sai daqui. -Disse Dennis com os dentes cerrados.
-Eu só queria te mostrar quem realmente esse garoto é.
-EU JÁ DISSE PARA VOCÊ SAIR DAQUI. -Gritou ele socando a cabeceira da sua cama, dando um pequeno estalo.
Thomas respirou fundo e se virou e não pode conter o enorme sorriso em seu rosto enquanto saia do quarto, calmamente. Do lado de fora do quarto, ele pegou o celular, ligou para o seu contato novamente e o agradeceu.
Gustavo estava em sua casa, todo confuso, tentando entender o que havia acontecido na noite passada e andando de um lado para o outro do seu pequeno quarto, ele refazia os passos em sua mente.
Mas de alguma maneira, não conseguia se lembrar do que exatamente havia acontecido. Sua mente estava toda confusa e embaralhada, seu rosto queimava de vergonha e um sentimento de medo, tomava conta de seu corpo, com medo de que pudessem ter feito algo com ele.
"Como eu fui parar naquele quarto sozinho? ", se perguntava o tempo todo. E andando de um lado para o outro, ele acaba esbarrando em sua escrivaninha, deixando uma mancha em sua coxa e o fazendo reclamar de dor.
Caminhou até a cama e se sentou, passando a mão onde havia batido e vendo a mancha vermelha se formar.
Durante a tarde, ele decidiu ir à procura de Dennis para falar o que havia acontecido com ele e ver se ele poderia ajudá-lo. Mas assim que chegou na mansão, Marta, com uma cara preocupada, disse que Dennis não queria vê-lo.
O que era estranho, mas a cara de preocupação dela, era nítido que ele estava passando por alguma coisa e com toda certeza ele queria poder ajudar, tanto que ele passou por ela, subiu as escadas correndo e chegando na porta do quarto, ouviu coisas se quebrando.
Gustavo abriu a porta e se não fosse pelo o seu reflexo rápido, ele desviou de um frasco de perfume que se espatifou na parede ao deu lado.
Dennis estava extremamente bravo, ele respirava pesadamente, o cabelo estava todo bagunçado e seu rosto soado. Seu quarto parecia final de um furacão, de tanto que estava bagunçado.
Ele olhou para Gustavo, com o olhar frio e se virou. Dentro da sua mente, estava com muita raiva para encarar o rapaz que foi se aproximando lentamente, mas Dennis levantou o braço, fazendo um gesto para que ele parasse.
-Eu não quero falar com você. -Disse ele respirando rapidamente.
-Mas porquê? O que está acontecendo aqui? -Insistiu Gustavo, tentando se aproximar dele novamente. Tocando a sua mão no ombro dele, sentiu ela sendo deslizada, como se ele não quisesse que o tocasse.
Dennis caminhou até a janela do eu quarto e olhou para o lado de fora.
-Eu não quero falar com você hoje. -Ele escorou um dos braços no beiral da janela.
-Dennis.... Porque você está dessa maneira?
Ele olhou com frieza novamente, olhando de cima a baixo e depois voltou a olhar para o lado de fora.
-O que foi que eu fiz pra você me olhar dessa maneira? -Insistiu Gustavo, se aproximando dele novamente.
-Eu já disse para você não se aproximar de mim. -Ele se afastou.
-E porquê?
- Você me pergunta porquê? -Ele encarou Gustavo. -Me fala da sua noitada, que você havia dito que iria estudar....
Gustavo ficou corado de vergonha, abaixando a sua cabeça, tentando esconder a vergonha.
-Como que você sabe o que eu fiz?
-Ah, então quer dizer que é verdade. -Ele soltou um riso sarcasticamente. -Eu deveria imaginar.
-Olha, eu não sei o que aconteceu exatamente na noite passada, eu não me lembro...
-Não venha com essas desculpinhas Gustavo. -Ele se virou enquanto revirava os olhos e cruzava os braços.
-Não é nenhum tipo de desculpas, porque é a verdade, eu realmente não sei o que aconteceu comigo ontem, o que eu lembro era que eu estava vindo para casa e ai tudo ficou escuro e....
Dennis ficou observando de canto de olho.
-E eu acordei sem roupas em um lugar que eu não sabia onde era. -Ele estava se despedaçando de vergonha dizendo, mas foi interrompido por Dennis que o insistiu que ele fosse embora. Nem deu tempo para que ele dissesse que as suas roupas estavam na recepção do lugar, com uma das funcionárias, que esperava por ele.
Assim que Gustavo saiu, no corredor ele encontrou Thomas, com um enorme sorriso em seu rosto, como se ele tivesse ganhado.
-Eu disse para você se afastar. -Disse ele com as mãos atrás das costas.
-Eu aposto que foi você quem fez esse tipo de coisa. -Gustavo o encarou ferozmente. -Mas espere que isso não vai ficar assim, porque se é guerra que você quer, então é isso que você vai ter....
-Não adianta você vir com ameaças chulas para cima de mim. -Ele deu um leve sorriso e se virou um pouco, olhando Gustavo de lado. -Você não tem mais nada para fazer aqui.
-Se você ainda não sabe, mas o seu filho ainda não terminou comigo, então enquanto eu não ouvir isso da boca dele, vou continuar vindo aqui e indo atrás dele, queira você ou não.
Thomas teve uma leve preocupação, tirou o pigarro de sua garganta, tentando parecer calmo e não abalado.
Dennis estava completamente furioso, então esperou que ele saísse da casa, e acompanhando de seu quarto, ele passando pelo portão, as fotos e o vídeo não saiam da sua mente e depois da confirmação de Gustavo, ele estava completamente confuso. E depois de muito tempo ele havia tomado uma decisão.
Na noite do aniversário de Dennis, Thomas decidiu aprontar novamente com Gustavo. Mandando o segurança entregar uma "carta" marcando um encontro com Dennis. E depois do que os dias haviam conversado, pelo que estava na carta, Dennis queria se entregar para ele completamente.
Isso dava um certo tipo de nervosismo em Gustavo, mas ao mesmo tempo, ele estava animado, porque finalmente os dois iriam se tornar um, pelo menos naquele momento.
Ele escolheu uma bela roupa, tomou o seu banho e secou o seu cabelo antes de sair do banheiro. Eles eram jogados de um lado para o outro, com o vento quente do aparelho. Os fios escorriam por uma parte do seu rosto.
Saindo do banheiro, com apenas a toalha enrolada na sua cintura, ela deslizou suavemente pelo o corpo dele, caindo no chão e ele não deixou de perceber o quanto estava "animado".
Pegou a sua calça jeans clara, com dois rasgos pequenos nos joelhos, uma camisa preta com uma touca mais clara e uma jaqueta jeans, combinando com a calça, e um tênis branco.
Ele olhou no relógio e estava quase na hora que estava no papel. Ele pegou as chaves e foi em direção a mansão, seguindo as instruções da carta.
Dennis estava terminando de vestir o seu blazer preto, arrumando a sua camisa social branca, deixando o primeiro botão desabotoado.
Ele desceu as escadas, se encaminhando para o salão de festas. Com as mãos nos bolsos, ele passou pela entrada e viu muitas pessoas com vestes chiques, conversando umas com as outras.
Mais da metade desse povo ele não conhecia, eram todos conhecidos de seu pai, que era certeza que ele havia feito isso por causa dos negócios. Dennis estava muito tranquilo, viu a garota com quem o seu pai havia lhe prometido em casamento, sem o seu consentimento. Ela sorriu para ele, que a ignorou por completa.
Dennis, na noite anterior, foi atrás de toda informação que ele podia a respeito do lugar que Gustavo havia ido e sabia que ele e o rapaz tinham passado a noite juntos, mas em nenhum momento o rapaz havia saído do quarto. O que era muito estranho.
Enquanto Dennis pensava nas coisas da noite anterior, ele caminhou até a janela, olhando para o lado de fora, pensando no que ele iria fazer agora, foi então que viu seu amado entrando cuidadosamente na mansão. Gustavo passava pela lateral da mansão, ouvindo a música clássica tocando do lado de dentro. Ele tentou não chamar a atenção e seguiu para os fundos.
Dennis acompanhou ele com os olhos e viu ele indo para o fundo, se afastando da janela, ele decidiu segui-lo para saber o que ele iria fazer.
Gustavo foi até a casa dos fundos, que estava em reforma por dentro. Ele abriu a porta e viu tudo escuro, a única iluminação vinha de um dos cômodos, como se fossem velas.
Adentrando mais, ele viu a fonte da iluminação e um lençol. Ao lado, uma garrafa de champanhe, duas taças e um bilhete, dizendo para que ele se preparasse para a melhor noite.
O lugar parecia completamente vazio e isolado do resto da outra casa, plásticos estavam para todos os lados, tentando proteger os moveis, junto dos lençóis espalhados por toda a mobília.
Então ele ouviu o barulho da porta, que ecoou na casa. Ele soltou um leve sorriso, pensando no que poderia acontecer ali.
-Não imaginei que você faria algo assim pra mim. -Disse ele animado, olhando a silhueta nas sombras.
A pessoa por trás das sombras apontou para o bilhete, que dizia para que ele colocasse a venda. E imaginando algo completamente sexy, ele a colocou. Sentiu a pessoa se aproximar e tocar a mecha do seu cabelo, tirando de cima da venda.
Dennis havia perdido Gustavo de vista, olhou para todos os lugares e tinha certeza de que no jardim ele não tinha ido. Então começou a procura-lo.
Olhando por todo o canto, ele viu a casa em reforma e decidiu passar por ela, mesmo sabendo que ele não iria estar lá. Ao se aproximar, ele sentiu o vento forte bater em seu rosto e percebeu uma certa claridade na casa.
Gustavo estava nervoso, sentia seu coração palpitar e a excitação começar a tomar conta do seu corpo e então, sentiu a mão de Dennis descer pelo o seu corpo, ainda por cima da roupa e desabotoar a sua calça.
-Espera, a gente não tá indo rápido demais? -Perguntou ele, mas foi calado com o toque do dedo em seus lábios.
Despindo a sua calça, foi a vez de sua jaqueta e depois a camisa. Agora ele estava completamente de cueca.
O toque da mão do rapaz em seu corpo, fazia com que ele se excitasse mais e assim que ele tocou em seu pau, quase que explodiu de tanto tesão.
Sua cueca foi sendo retirada lentamente e o logo em seguida o calor de sua boca, encaixando em seu pau, era completamente gostoso, fazendo com que soltasse um leve e gostoso gemido.
Ele esperava por isso a muito tempo e agora estava sentindo a boca de seu amado, bem onde ele queria.
Dennis entrou na casa, sem fazer qualquer tipo de barulho e assim que chegou no cômodo, não pode acreditar no que estava acontecendo.
-MAS QUE PORRA É ESSA AQUI? -Gritou ele, fazendo o rapaz se assustar e tentar se esquivar da luz.
Gustavo tirou a venda rapidamente sem saber o que estava acontecendo, ainda confuso ele olhou para Dennis e depois para o rapaz ao seu lado, sentado no chão.
-Mas o que.... -Disse ele confuso e envergonhado. -Levantou a cueca rapidamente e ficou sem o que falar.
-Então era tudo verdade. -Dennis franziu a testa furiosamente.
-Não... Eu.... Não sei quem ele é....
-E ainda por sinal sai com qualquer um...
-Não é isso.... Eu pensei que fosse você. -Disse escondendo o volume da sua cueca.
-Gustavo, como que você me confundiu com esse cara? Como você pode?
-Não.... Eu estava com a venda e..... Você me disse pra usar....
-Como eu poderia fazer isso, se nem ao menos eu estava aqui? Se você quer inventar desculpas, que sejam convincentes pelo menos. -Ele cerrou os punhos e começou a respirar pesadamente.
-Mas estava tudo no bilhete.... Eu vir aqui, a gente fazer isso.... -Gustavo sentia uma angustia dentro dele, uma vergonha que ele não sabia como esconder aquilo.
-Basta. -Ordenou Dennis. -Eu não quero mais saber de você.
-O que? -Era o que Gustavo perguntava nesse momento, todo confuso. -Você vai desistir assim?
-Eu estou farto disso, não quero passar a minha vida com alguém que age dessa maneira, que sai com qualquer um por ai apenas por sexo...
-Mas eu já disse que eu não sabia que era você...
-E é por isso que eu estou desistindo da gente, desisto de você.
-Mas...
-E eu não quero que você me procure mais, nunca mais. -Disse ele dando as costas para os dois no quarto.
O rapaz quem havia planejado tudo aquilo, ficou apenas calado, nas sombras, ouvindo e observando os dois.
Gustavo o seguiu, segurando o braço de Dennis, mas ele bruscamente o soltou, mas ele foi insistente e o segurou novamente, dessa vez fortemente.
Dennis gritou com ele, para que o soltasse e o empurrou bruscamente, até ele bater na parede coberta por um plástico. Gustavo desequilibrou e caiu no chão.
Os dois se olharam e a ferocidade no olhar de Dennis era totalmente diferente do que das outras vezes.
-Eu não te amo cara, então pare de vir atrás de mim.
Gustavo se levantou rapidamente, olhou para ele e o agarrou pela gola de sua camisa.
-Não me ama? Você tem certeza disso? -Ele franziu a sua testa e bem próximo da boca de Dennis. -E quanto os nossos planos e as coisas que iriamos enfrentar juntos?
Dennis tentava se soltar sem machucar Gustavo.
-Eu não me importo mais. -Disse ele friamente.
-E aquela vez no jardim? E quando a gente se divertiu naquela viagem? E quando você se machucou e a única pessoa que estava ao seu lado foi eu? Vai me dizer que essas coisas não significaram nada para você? -Ele puxava-o pela gola e o empurrava na parede.
-Não. -Uma resposta curta e fria.
Gustavo já sentia uma lagrima saindo e escorrendo pelo o seu rosto. Ele olhou para Dennis surpreso, apertou a gola da camisa dele, sentindo não só tristeza, mas raiva também. E sem esperar, Dennis recebeu um soco no rosto e jogado no chão da casa imunda.
Ele se levantou, tirou a poeira do seu Smoking, olhou para Gustavo uma última vez e saiu da casa sem olhar para trás.
Assim que ele bateu a porta, de costas para ele, ele olhou para o céu todo iluminado, colocou as mãos no bolso e chorou em silencio.
Gustavo olhou para a sala e não viu o cara que havia tramado toda aquela cena, parecia agora que ele estava completamente sozinho. Ele procurou as suas roupas, que haviam sumido dali. Olhando em todo o canto, a única peça era um lençol que estava dobrado debaixo do plástico do sofá.
Sentiu uma leve brisa tocar o seu corpo e não pesou duas vezes em pega-lo e enrolar em seu corpo, afinal, para sair dali. Ele precisaria usar alguma coisa para esconder as suas partes intimas. Gustavo subiu as escadas, indo para um dos quartos, nesse momento ele precisava ficar sozinho, sem que sua mãe ficasse no seu pé, por isso optou por ficar por ali, era o único lugar que ele sabia que ela não iria procura-lo.
Ele se aproximou da janela, olhou para fora, vendo a lua brilhar no céu e longe, Dennis caminhava de volta para a enorme casa, completamente iluminada e festiva.
Na festa, Thomas não deixou de notar a ausência do filho e enquanto conversava, seus olhos corriam pela sala toda a procura do rapaz e quando o viu entrar com um olhar completamente diferente, apareceu um enorme sorriso em seu rosto, como se tivesse ganhado na loteria.
Gustavo sentia as lagrimas escorrendo pelo o seu rosto e a fraqueza tomando conta do seu corpo. Seu corpo estava pesado, fazendo-o cair ajoelhado no chão, enrolado no lençol. Ele se encolheu no canto da janela, ficando apoiado a cabeça na quina da parede.
Pela janela, entrava uma pequena claridade da enorme lua do lado de fora e uma pequena brisa da noite, que agora era calma e serena.
O vento corria pela madeira, tentando passar pelas frestas e ecoando um leve assobio, enquanto a luz da lua, cobria um pedaço do seu corpo seminu, que era coberto por um lençol.
Dennis estava com o olhar distante, sem prestar a atenção nas conversas alheias. Ele pegou uma taça de champanhe que um dos empregados estava servindo e a bebeu de uma só vez.
-Quanta sede. -Disse seu irmão se aproximando, com uma taça nas mãos.
Dennis o fitou e ignorou.
Fernando soltou um sorriso, colocou sua mão direita no ombro esquerdo do irmão, dando dois leves tapas e apertando.
-Você deveria estar feliz pela festa.
-Você chama isso de festa? Eu chamo mais para um evento de arrecadação. -Respondeu bruscamente.
-Quanto ódio nas suas palavras irmão. -Disse ele deslizando as mãos pelo ombro de Dennis e levando-a até o bolso da sua calça.
-Você sabe o que o papai quer fazer né? -Dennis colocou a taça na bandeja de outro empregado e pegou outra cheia.
-Do casamento?
Dennis o olhou surpreso.
-É, eu sei! Papai me falou sobre. -Respondeu ele bebendo um suave gole do champanhe em sua taça. -Mas eu fui contra.
O irmão o olhou sem entender o motivo, já que sempre concordava com tudo que o pai deles sugeria. Era uma resposta que ele não esperava.
-Mas porquê? -Dennis se virou de frente para ele, completamente perdido.
Novamente Fernando colocou a mão no ombro do irmão e o fez caminhar consigo, indo para a área externa.
-Porque eu não acho que você seria feliz com ela e fazer um casamento arranjado por causa de negócios, eu não sou esse tipo de pessoa. -Respondeu ele. -E além do mais, você não a ama, como ama aquele garoto. -Ele apontou para a casa de Gustavo.
-O que!? Como...
Fernando piscou para o irmão, deixando um ar de mistério entre eles.
Dennis soltou um suspiro longo e profundo e Fernando não deixou de notar o olhar triste do irmão.
-Eu não acho que ele me ame também. -Desabafou.
-Eu discordo disso, porque quando se trata de você, aquele garoto faria qualquer coisa pra te ver bem, até mesmo brigar com o seu irmão pra te defender.
Dennis o olhou surpreso e em seguida abaixou sua cabeça, relembrando das coisas que aconteceram recentemente.
-Ele estava se encontrando com outra pessoa. -Disse ele com o olhar distante.
-Acho isso difícil. -Disse Fernando discordando.
-Eu vi vídeo dele indo para um motel com outro cara.
-E qual o problema disso, poderia ser um amigo que estivesse cuidando dele...
-Ele não conhecia a pessoa. -Completou Dennis se inclinando para frente e apoiando os braços na baixa mureta na sua frente. -Se não fosse o papai me mostrar, eu não teria...
-Eu sei no que você deve ter pensado, mas tem pessoas boas que cuidam das outras e não necessariamente ele poderia tá tendo um caso ou qualquer coisa com esse cara. -Fernando continuava defendendo Gustavo.
-Não foi só isso. -Ele suspirou. -Eu peguei os dois fazendo.... -Ele se calou e virou o rosto.
Fernando franziu a testa, deu uns tapinhas de leve nas costas do irmão e suspirou.
-Ele ainda disse que tinha sido eu quem tinha mandado ele fazer aquilo. -Ele cerrou os punhos.
-Irmão, irmão. -Disse Fernando, suspirando novamente. -Você ficou muito ingênuo.
-Porque? -Ele virou o rosto para o irmão. -O que você quer dizer com isso?
-Você tem que pensar, repassar todos os fatos que aconteceram e você vai ter a sua resposta. -Fernando ficou de costas para a mureta e encostou, apoiando os cotovelos enquanto observava dentro da sala as pessoas conversando simpaticamente uns com os outros.
-Eu ainda não entendi.
Fernando deu uma leve risada.
-Eu vou deixar você pensar a respeito, porque eu não vou te dar a resposta, você mesmo tem que descobrir. -Disse ele sorrindo e se ajeitando. -Mas posso te dar uma direção e se você for inteligente o suficiente, vai chegar na resposta. -Disse ele terminando com o seu champanhe. -Bom, pensa bem em quando essas coisas começaram a acontecer e quem foi que te "abriu os olhos". -Ele soltou uma risada de leve novamente. -Acho que eu até disse muito. -E em seguida, depois de dois tapinhas leve nas costas do irmão ele voltou para a festa.
Dennis ficou parado, se virando para o irmão e vendo-o voltar para o salão e pensando no que ele havia dito. Após ele ter repassado todas as coisas em sua cabeça, compreendeu o que o irmão estava tentando falar.
Agora tudo fazia sentido, tudo não passava de uma armação do próprio pai, para que os dois se separassem e ele pudesse ficar com aquela mulher que ele nem conhecia.
Thomas se aproximou de Fernando, apresentando ele para um casal que pareciam ser seus avós pela idade e logo em seguida começaram a especular a vida do rapaz. Enquanto isso, ele não desgrudava os olhos de Dennis que atravessava o salão, indo em direção ao bar.
Era gratificante para ele ver o filho dessa maneira, porque tudo estava de acordo com o plano dele. Seu celular tocou e ele se distanciou para atender.
-E então? -Perguntou ele ansiosamente. -É bom saber que as coisas saíram até melhor do que prevíamos e sim, seu dinheiro vai estar na sua conta amanhã na parte da manhã. -Em seguida desligou o celular e voltou para a sala.
Gustavo ainda permanecia na casa, encolhido no mesmo canto, chorando. Seus olhos estavam cansados, avermelhados e completos de lagrimas, que escorriam pelas suas bochechas até o seu queixo, que pingavam no lençol, deixando-o molhado. Suas mãos apertavam fortemente o tecido todas as vezes que relembrava das terríveis palavras em que Dennis havia lhe dito.
Como que o amor da sua vida, poderia ter lhe machucado dessa maneira? O seu peito doía, ele soluçava de tanto chorar e não podia acreditar que depois de tudo que eles tinham, iria acabar dessa maneira.
Dennis estava parado com uma taça em uma de suas mãos, parado em frente a lareira, ele pensava no que tinha feito, no que tinha se tornado e sabia que nunca iria receber o perdão da pessoa de quem ele mais amou em toda sua vida.
Ele encarava as chamas consumindo lentamente a lenha e tentando encontrar uma maneira de concertar toda essa confusão, mas nada se passava pela sua mente, apenas como ele foi estupido o bastante acreditando em seu pai, enquanto apertava fortemente a taça de vinho em sua mão.
Dennis olhou para seu pai, acenando de longe e com um enorme sorriso em seu rosto, como se estivesse orgulhoso da decisão que havia tomado. Isso enfurecia o seu coração e ver todas as pessoas rindo por qualquer assunto idiota o deixava mais irritado.
Ele se aproximou mais da lareira, colocou a mão em seu bolso e com a outra sacudiu o liquido dentro da taça e o lançou no fogo, aumentando a sua chama, por causa do álcool e continuou observando-a correndo pelas lascas de madeira, era isso que ele sentia toda vez que pensava em Gustavo, era como se o seu coração possuísse uma chama que o consumia por amor, mas agora, ela se encontrava quase que apagando, depois se virou, caminhou até a área externa novamente e observou a lua.
Ele sentia o vento passar por cada fio do seu cabelo, a brisa serena e fria tocava sua pele, fazendo ele senti-la ficando gelada.
Do lado de fora parecia tudo tão mais calmo, tão mais simples e inclinando a cabeça para trás e com os olhos fechados ele tentava encontrar a paz, soltou um longo suspiro e tomou uma decisão.
Chegando perto do anuncio que seu pai havia programado, Dennis havia sumido, deixando Thomas preocupado. Ele foi discretamente até um de seus criados e pediu para que o encontrasse.
Fernando não deixou de notar a preocupação de seu pai e a ausência do irmão. Soltou um forte sorriso e andou até o seu pai, perguntando o que havia acontecido.
Por conhecer o pai, ele sabia que tinha algo de errado e já sabendo a resposta, fingiu que não sabia de nada.
Dennis caminhou até o jardim, entrando rapidamente na casa gritando por Gustavo.
Ele olhou todos os cômodos de baixo até ir para os de cima e vê-lo enrolado no lençol, adormecido no canto. Dennis ficou parado na porta observando aquele menino lindo e frágil e ao mesmo tempo se sentia culpado por toda dor que ele havia causado.
Se aproximou lentamente, sem fazer qualquer barulho e agachou em sua frente. Levou a mão até o rosto dele, limpando a última gota que ainda estava em sua bochecha. Em seguida, ele acariciou o seu rosto, segurou-o e colou a sua testa com a dele.
Gustavo acordou, sentindo algo tocando seu rosto e sua testa e quando abriu seus olhos, estava deparando com Dennis chorando em silencio.
-Eu sinto muito. -Sussurrou ele. -Eu sinto muito mesmo. Me desculpe por ser um idiota e não ter acreditado em você. Mas é que eu te amo tanto e acabei deixando que aproveitassem disso para me iludirem.
Gustavo levantou a sua mão e tocou a dele que ainda estava segurando o seu rosto. Dennis abriu os olhos e olhou bem dentro dos olhos de Gustavo.
Gu, podia ver que finalmente ele havia acordado e mesmo ele ter chorado muito, no fundo sabia que aquelas palavras que ele havia dito antes, eram vazias e sem significado e por esse motivo que ele trouxe o rosto de Dennis mais próximo e o beijou.
Beijando-o suavemente, sentia finalmente o calor voltando a percorrer o seu corpo e a excitação tomando conta do seu corpo.
Dennis sentia mais desejo por Gustavo a cada beijo ardente que um dava no outro e sentindo a pele macia de Gustavo nas pontas de seus dedos, o excitava.
Gustavo segurou a gravata de Dennis, alargando-a e abrindo os primeiros botões de sua camisa. Seu pênis estava completamente ereto e seu cu piscava sedento por Dennis.
Aos poucos, Dennis retirou o seu smoking e depois a camisa, e com ajuda de Gustavo, retirou a cinta e a jogou longe para que pudesse retirar sua calça. Ficando apenas de cueca, o enorme volume deixava Gustavo ainda mais com vontade e logo ele abaixou a cueca e foi com tudo, colocando aquele belo pau em sua boca.
Dennis não hesitou de soltar um gemido ao sentir aquela boca quente e molhada, tocando a cabeça de seu pau e em seguida indo mais fundo, chupando-o.
Ele levantou Gustavo e foi a vez dele tentar, já que era a sua primeira vez. Ele segurou a base do pau de Gustavo e aos poucos ele colocava em sua boca, deixando o jovem rapaz delirar de tesão.
Segurando a cabeça de Dennis, ele socava em sua boca e gemia suavemente. Em seguida, levantou Dennis e o beijou intensamente. Enquanto isso, Dennis, deslizava suas mãos por todo o corpo de Gustavo, tocando em seu pau e o masturbando até em sua bunda lisa e arredondada, dando leves tapas.
Ele estirou o lençol no chão, deitou-se com Gustavo e a excitação e o calor naquele momento, o fizeram a fazer um belo e delicioso meia nove. Chupando o pau um do outro, era gemido de satisfação para todo lado.
Os dois fizeram uma pequena pausa para que pudessem respirar, mas não pararam de tocar o corpo um do outro. Gustavo mordeu os lábios inferior de Dennis, o excitando ainda mais e se deitando de lado, ele colou o corpo de seu amado com o seu, fazendo o pau dele tocar a polpa de sua bunda e com ajuda, encaixar com o seu cu.
E aos poucos, ele sentia-o entrando dentro de si. A início ele sentiu um leve ardor que passou quando ele estava completamente dentro. Uma onda de tesão tomou conta e a vontade era gritar, mas ele se controlou e deu um belo gemido. E cautelosamente, Dennis empurrava o seu pau para dentro de Gustavo.
Dennis fazia leves movimentos de vai e vem, enquanto beijava Gustavo. A cada metida que ele dava, era uma onda diferente de tesão acompanhado de belos gemidos entre os dois.
Os dois tinham uma química forte, seus toques eram intensos e o tesão exalava de suas partes e o prazer tomava conta dos dois, até que, sem tocar em seu pau, Gustavo começou a gozar, espirrando o liquido quente pelo lençol e acertando a parede do lado deles e em seguida, foi Dennis, que preferiu retirar de dentro dele antes de gozar e terminar deixando espirrar o liquido em sua bunda.
Ele segurou o pau, passou pelo liquido e levou até o cu de Gustavo e voltou a meter, como se estivesse tentando levar o liquido para dentro. Gustavo parecia estar gostando e a vontade permanecia, mas dessa vez, ele queria outra coisa.
Então ele deitou Dennis e costas para o chão, abriu as suas pernas e começou a penetração. Não dava para não notar o desconforto de Dennis enquanto ele entrava, mas assim que estava dentro, ele entendeu a vontade de Gustavo gritar.
Enquanto os dois estavam tendo o seu momento "romântico", Thomas ficava cada vez mais apreensivo, tentando encontrar o filho de qualquer forma.
Ele andou até o escritório e lá ele andava de um lado para o outro, tentando tirar os péssimos pensamentos de sua mente.
Fernando então entra no cômodo, perguntando o que o pai tinha e no momento ele não conseguia pensar em nada para explicar para o filho.
-Seu irmão sumiu e isso está me preocupando. -Respondeu ele.
-Ele vai ficar bem, além do mais é do Dennis que estamos falando. -Disse Fernando se sentando na poltrona.
-É mas eu tinha uma surpresa para ele hoje. -Disse o pai impaciente.
-Relaxa que logo ele aparece por ai.
-Como você pode ficar calmo com uma situação dessas?
-Porque eu não vejo motivo pra tanta preocupação ou tem algo que o senhor pretende que precise dele?
Thomas deu uma engasgada e tentou mudar o rumo da conversa, mas Fernando era insistente e quando o pai pretendia dizer algo, seu celular tocou.
-Dennis irmãozinho. -Disse ele. -Papai está quase subindo as paredes de tanta preocupação....
-Deixe-me falar com ele. -Disse Thomas tentando pegar o celular das mãos do filho, mas Fernando não deixou.
-Sei... Aham... Tá bom, vou falar pra ele que você ta voltando pra casa... Sei... Sei.... Pode contar comigo. -Respondeu ele desligando.
-O que ele disse?
-Ah, nada de mais, só que tá vindo para casa, para esperar pela sua surpresa e olha, ele não parecia nada bem.
Thomas soltou um enorme sorriso e tentou esconder isso, depois desceram as escadas e voltaram para a festa.
Assim que Thomas viu o querido filho entrando "ferozmente" na sala, ele se alegrou e foi então cumprimenta-lo e aprontar a sua surpresa.
-Bom, eu queria dizer que depois de todo esse tempo, eu fico feliz que o meu filho esteja se tornando um homem e um bom homem não pode ficar sozinho. -Disse ele completamente animado. -E é por isso, que hoje, eu apresento a todos vocês, a sua futura esposa. -Ele acenou para a entrada.
Descendo as escadas, todos puderam ver alguém descendo as escadas em um lindo vestido branco e véu sobre a cabeça.
As pessoas aplaudiram brevemente e aos poucos notavam a misteriosa mulher entrar na sala.
-Pai, porque o senhor fez isso? Agora não é um bom momento. -Disse Dennis tentando se manter na pose.
-Esse é o seu presente e eu sei que você passou por coisas difíceis, mas agora é uma boa oportunidade para você ficar com ela. -Respondeu ele.
Dennis largou o copo que estava em suas mãos e caminhou em direção a moça, fazendo o pai ficar com um sorriso bobo no rosto. Ele estendeu a mão para a moça que aceitou, segurando na dele e os dois, se puseram a dançar uma leve canção do piano que estava tocando naquele lindo momento.
A sincronia dos dois era tão perfeita que os seus passos eram sincronicamente satisfeitos para quem assistia. Dennis envolvia os braços pela cintura da moça, levando ela ao ar por alguns segundos e depois segurando em sua mão, rodopiando e voltando ela colada com o seu corpo.
Thomas parecia uma criança em um parquinho, todo sorridente, adorando o que estava vendo e Fernando sorrindo, com o que estava vendo.
Na parte final da dança, era onde Dennis a colocava nos braços e a inclinava para trás e em seguida retiraria o seu véu e a beijaria. E foi o que ele fez. Inclinou ela para trás e lentamente começou a retirar o seu véu.
Fernando estava se regozijando na grande surpresa que seu pai iria receber. Dennis entrou na frente da visão de seu pai, retirou o véu e depois saiu.
Era Gustavo. Ele completamente corado de vergonha. Thomas quase caiu quando viu que era o menino, olhando para o lado viu Fernando rindo escondido, o que mostrava que ele estava por trás disso.
-Que palhaçada é essa aqui? -Perguntou ele indo em direção a Dennis e tentando tapar o rosto de Gustavo.
-Não é nenhuma palhaçada, mas depois de tudo que aconteceu, eu decidi que é com ele que eu quero me casar. -Respondeu Dennis quase que gritando de alegria para que todos ouvissem.
-Eu não vou admitir que isso aconteça.
-Eu não preciso da sua aceitação, porque eu não sou mais nenhuma criança e faço da minha vida o que eu quiser. -Respondeu ele convicto da decisão. -Então. -Ele se ajoelhou, retirou uma caixa de dentro de seu bolso e a abriu. -Gustavo Jung-Su, você aceitaria ser meu marido?
Os convidados não estavam entendendo o que estava acontecendo, mas no final uma onda de fofura tomou conta deles, deixando-os admirados.
-Eu não vou permitir que isso aconteça. -Disse Thomas exaltado.
-Sim. -Disse Gustavo completamente corado.
-Passa esse anel para cá, eu não vou deixar isso acontecer. -Disse Thomas tentando tirar o anel de Gustavo.
Dennis o fitou e o afastou.
-Eu. Dennis Graddy, me deserto de toda e qualquer fortuna que esse homem queira me deixar. A partir de hoje eu vou ser uma nova pessoa que nunca irá usar o sobrenome para conseguir algo. -Ele segurou a mão de Gustavo e o levou para fora, colocando-o dentro do carro e partindo com ele.
-Você é completamente doido. -Disse Gustavo dentro do carro.
-Eu cansei de ter que viver a vida que ele quer, agora vai ser eu e você, vai ser a nossa vida. -Respondeu ele alegremente.
Thomas esguelava pela entrada da casa enquanto os convidados aplaudiam a atitude do menino.
-E no final, você quem ganhou, irmãozinho. -Finalizou Fernando enquanto bebia o ultimo gole de sua bebida e colocava o copo vazio em cima do balcão e sumia pela multidão.
Um conto de TarcVieira
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