Geni e o Kurupi
Gênero: Hot / Fantasia
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No coração de uma Amazônia encantada, invisível aos olhos humanos, uma Princesa Bruxa contornava o salão real irritada pela demora de seus servos. O salto agulha por vezes arranhava o piso de madeira, a pequena borracha de sua extremidade fina chocava-se contra o chão. Sempre soubera como caminhar com a sandália, porém o incômodo a desnorteava de tal forma que era capaz de esquecer como usar as próprias pernas.
O seu nome? Era Geni.
Ela levou as duas mãos aos cabelos cacheados ruivos e os juntou como se quisesse prendê-los, mas na verdade apenas queria dar liberdade à sua nuca para que ficasse exposta e recebesse um pouco do frescor que vinha das janelas abertas do salão, as quais iluminavam o ambiente pelo Sol da tarde. Raízes invadiam a beirada das janelas e pequenas folhas de um verde vivo enfeitavam o local coberto por longos galhos; seu palácio era uma grande árvore.
Um novo barulho foi ouvido no piso e a Bruxa virou seu corpo em direção à entrada, deparando-se com um de seus melhores servos, o Saci.
— Vossa Alteza! Desculpe-nos a demora! As mulas já estão prontas para a montaria! – os olhos do ser observavam atentos aos movimentos de Geni, seus braços cruzaram-se enquanto ele se equilibrava em uma perna só. Sua roupa vermelha estava empoeirada pelas viagens que deve ter feito durante a semana.
— Que seja. – a voz grave da Bruxa possuía um misto de melodia e temor, sensualidade e frieza. Fez brotar um sorriso frio nos lábios vermelhos, seus olhos cor de violeta amenizaram a raiva. Geni possuía uma beleza incrível e natural e poderia ser a mais desejada daquele Reino, se não fosse sua enorme impaciência. Todo sétimo dia ao entardecer, ela convocava seus servos para cruzar suas terras e verificar pessoalmente se seus súditos estavam bem. O atraso dessa atividade a irritava profundamente e foi o que aconteceu naquele dia.
Ao sinal positivo do Saci Pererê, chamou seus melhores guardas – soldados criados pela Mãe Natureza a partir de árvores, possuíam o corpo feito de madeira e uma armadura de tungstênio que os cobria por inteiro – para acompanhá-la até o estábulo. Lá, encontrou as mulas prontas para a cavalgada.
— Olá, Chico. – ela sussurrou ao se aproximar de seu animal principal, que possuía uma pequena chama flamejante da mesma cor arroxeada dos olhos de sua dona. Seu pelo marrom estava macio e limpo e ela o montou de lado para que não atrapalhasse seu vestido preto longo. Estar de salto alto também não era um problema para aquilo.
Assim que deu o sinal, o fogo da cabeça da mula se intensificou e outra a acompanhou, montada pelo Saci.
— Curupira não vem? – A Bruxa falou desinteressada e olhando ao redor enquanto atravessavam os portões do palácio, feitos de raízes grossas e fortes.
— Ainda está na resistência da última tribo indígena ao Sul. – Saci respondeu com sua voz fina e um pouco desajeitada, enquanto acariciava sua própria mula de fogo vermelho.
— Melhor assim, hoje iremos apenas olhar o Leste. Anote todas as reivindicações.
Saci tocou sua touca para conferir se seu bloco e pena mágicos estavam em sua cabeça, ele era como um escrivão da Bruxa. Geni sempre tentava atender a todos os pedidos do Reino.
O vento úmido das florestas balançava seu cabelo de forma agradável enquanto ela cavalgava pelas matas da Amazônia para conversar com outros povoados. Cantos de pássaros se confundiam com barulhos arrastados de pegadas pelas folhas do solo, os animais que Geni cuidava com a ajuda das últimas tribos indígenas que resistiam à invasão do homem moderno. Contudo, não eram apenas esses a quem ela devia proteção e apoio: seres encantados moravam por lá, a maioria ocultos dos humanos. E a Bruxa sabia o nome de todos eles, seus rostos, suas datas de nascimento e até de óbito. Nada passava despercebido por ela.
Ou, pelo menos, até aquele momento.
Em pouco tempo, já havia descoberto algo terrível: as plantações estavam escassas. Por algum motivo misterioso, os seres não conseguiam plantar frutas e legumes. O solo ficara infértil de repente e a Bruxa prometeu resolver isso o mais breve possível, porém internamente sentia uma enorme preocupação por não fazer ideia da origem do problema.
Em um riacho ao Leste, um ser corpulento e negro tocava a água mansa com as pontas dos dedos finos. Ergueu a cabeça e deixou a brisa invadir sua face, e inspirou profundamente para sentir o aroma da terra. Seus longos cabelos pretos balançavam ao ritmo do vento e ele expirou, abaixando os ombros fortes e passando a mão nos fios grossos.
Kurupi estava excitado. Não encontrava índios perdidos pela selva fazia um longo tempo. Dava preferência aos homens e precisava se saciar logo, o desejo o consumia. Técnicas de respiração eram tolas para o deus guarani da sexualidade, ele precisava de sexo. E enquanto não conseguisse, não poderia passar sua fertilidade ao solo da Amazônia. Podia até imaginar que os habitantes estivessem reclamando pela falta de boas colheitas, mas ele nada podia fazer enquanto não tivesse o que queria.
Quando ouviu um trote no meio da floresta, aguçou os ouvidos e fechou os olhos arredondados e negros. Seu maxilar redondo se contraiu, conseguia sentir o cheiro da sexualidade.
Há um homem aqui.
Ele se levantou da beirada do riacho e olhou à sua volta, procurando a origem do som. Seu membro, como de costume, rodeava a própria cintura por conta do tamanho de quase um metro.
A Bruxa também percebeu que uma energia estranha estava por perto. Ordenou que Chico fosse mais devagar, e Saci e sua mula acompanharam o rimo.
— Tudo bem, Alteza?
— Tem alguém por aqui. – Geni falou num sussurro. – E eu já sei quem é.
A Bruxa fez com que sua mula-sem-cabeça parasse no meio da pequena estrada de terra fofa. Em um movimento rápido, desceu do animal, porém levantou a mão aberta para o Saci indicando que ele não deveria fazer o mesmo. Em seguida, levou ela aos lábios, com o dedo indicador sinalizando silêncio.
Magicamente, o salto da Bruxa não se afundava na terra e seu vestido longo tampouco se sujava ao tocar o chão. Ela começou a adentrar à mata mais densa e se virou uma última vez para Saci, que a acompanhava com o olhar ainda na montaria.
— Volte para o palácio com o Chico. – foi a última coisa que ela disse, e se perdeu em meio ao matagal. Saci Pererê engoliu em seco e fez conforme ordenado.
A Bruxa usava da própria magia para desviar os galhos e espinhos de seu corpo, de forma que não se machucasse. Seus olhos estavam atentos, sentia que se aproximava de algo dotado de grande energia. Estava preocupada, sim; porém também animada, queria explorar tudo o que envolvesse a Amazônia.
Quando chegou até uma região descoberta pelas copas das árvores e que apenas possuía uma grama baixa e um lago, seu corpo parou assustado ao ver a figura parda e musculosa que também a encarava. Estava totalmente nu e ela o reconheceu por seu "cinto" exótico. Uma onda de raiva tomou conta de si.
— Então é você... – a Bruxa falou irada e estendeu a palma da mão para Kurupi, fazendo raízes do solo brotarem magicamente e irem velozes até ele, porém o deus as quebrou com apenas um estalar de dedos. O resto das raízes se desintegrou e o rosto da Bruxa se avermelhou de raiva.
— Você sabe o que eu quero. Aonde estão os índios desse lugar?! – a voz do deus soou grave e parecia reverberar pela terra firme, fazendo os pelos da nuca da Bruxa se enrijecerem. Era um timbre forte e estranhamente sensual.
— Está difícil viver com o homem moderno. Muitos morreram e vários estão escondidos.
— É uma pena... Alguém tem que pagar.
Kurupi deu passos lentos até à bruxa, que sentiu o coração se acelerando. À medida que o ser se aproximava, ela notava o quanto ele era alto, o que não deveria surpreendê-la por se tratar de um deus.
Quando finalmente ficaram a poucos segundos de distância, Geni sentiu uma sensação estranha no centro de seu corpo. Kurupi tinha o dobro do seu tamanho.
— Fique na sua forma humana.
— Abaixe a cabeça.
— Mas o que...
— Abaixe a cabeça!
Uma das mãos do deus foi aos cabelos ruivos da Bruxa e a segurou forte, fazendo-a gemer de dor e balançar a cabeça em protesto enquanto sua outra mão acariciava a ponta de seu pênis, que apesar de estar enrolado na cintura possuía alguns centímetros livres para que pudesse fazer Geni se engasgar. Kurupi forçou a cabeça da Bruxa até ele e ela imaginou o quão repugnante seria fazer aquilo, porém ao sentir o gosto do deus uma leve onda de excitação a percorreu. O couro de sua cabeça apertado por seus dedos grossos também causou a ela uma dor prazerosa, e não quis impedi-lo. Não imaginava que se sentiria dessa forma na presença do ser, talvez fizesse parte de seus encantamentos seduzir as vítimas, mas ela não queria pensar nisso agora.
À medida em que a língua da Bruxa rodeava sua glande, o deus sentia seu corpo se arrepiando por uma excitação que não sentia falta há um bom tempo. Com as duas mãos, ele forçou a cabeça de Geni para que o engolisse mais e ela se segurou em suas coxas, seus olhos se fecharam pela agonia por ficar impedida de respirar. Um gemido de protesto parecia querer sair de sua garganta, porém era impedida pelo membro do deus em toda a sua boca.
Após alguns segundos de angústia pela asfixia, ele a libertou, fazendo-a puxar grande quantidade de ar para que voltasse a respirar. À medida em que a Bruxa voltava ao normal, ele adquiriu uma forma humana, como um índio um pouco mais alto do que ela, cabelos lisos e, naquele momento, raspados, além de um corpo com os músculos perfeitamente delineados. Uma visão que excitou Geni. Ao olhar para baixo, notou que seu pênis foi reduzido a, talvez, uns 20 centímetros, e ela sentiu uma leve contração no interior de seu corpo ao imaginar como seria o deus dentro dela.
— Melhor agora?
— Saiba que só estou fazendo isso pelo Reino. – ela falou enquanto passava os dedos pelo cabelo, desembaraçando alguns fios que se enrolaram pelos dedos de Kurupi neles há alguns minutos.
— Não seja tola, sei que você gosta disso tanto quanto eu! – o deus pegou em Geni pelo braço e rapidamente a fez cair na grama, virando-a de costas para ele. O ser divino, em sua forma humana, passou as mãos pelas coxas da Bruxa à medida em que levantava o seu vestido e revelava seu corpo.
— Não sou um índio e muito menos homem para que se atraia por mim! – ela falou tentando mostrar alguma firmeza na voz, sua cabeça estava colada com a grama, a qual incomodava um pouco o lado esquerdo do rosto. Contudo, o que mais mexia com seu corpo eram as mãos do deus que a exploravam e provocavam um arrepio que a excitava.
— Tem razão... Você é uma mulher... Eu posso sentir a feminilidade em você. – as mãos de Kurupi foram até o quadril da Bruxa e o ergueu, forçando-a a se empinar para que ele pudesse explorar a parte da frente.
A mulher deixou escapar um gemido alto e rápido de prazer quando sentiu uma daquelas mãos em seu membro, menor do que o do deus porém com uma largura ainda significativa, que a Bruxa escondia por baixo das vestes - ou, pelo menos, conseguia fazer isso sem a presença de uma ereção.
— Você quer isso tanto quanto eu, não é? – o deus sussurrou perto de seu ouvido enquanto masturbava a Bruxa de forma tão devagar que chegava a ser torturante. - Imagine que bom será ver os súditos tão felizes com as terras férteis novamente, e você sabendo que isso foi possível graças à sua luxúria... – ele intensificou o movimento e Geni sentia o sangue pulsando em seu pênis, além da sensação desconfortável, porém ainda prazerosa de ter o corpo de Kurupi pressionando-a contra a grama. Ela sentia seu volume roçando no meio de sua entrada.
— Eu nunca fiz isso, então seja rápido. – sua voz falhou ao pronunciar a última palavra, seu coração batia forte, os seios fartos provenientes de sua própria magia estavam pressionados no chão e era uma sensação boa, apesar da dor. Poderia simplesmente modificar seu corpo para o ato, porém não era de seu agrado fazer isso naquele momento.
Afinal, não seria uma pequena parte de seu corpo que ofuscaria o fato de que Geni era uma mulher poderosa.
Kurupi colocou de forma lenta um de seus longos dedos em sua entrada, soltando um suspiro prazeroso ao ver como ela estava apertada, seria um pouco doloroso no início, mas ambos sabiam qual seria o resultado final.
A Bruxa arranhou suas unhas na terra enquanto sentia o deus penetrando-a por trás; não mais o dedo mas sim o membro ereto e com as veias tão salientes que era possível senti-las enquanto ele se afundava. Ela se controlou para não gemer muito alto, seus olhos lacrimejaram pela dor inicial e podia sentir seu interior apertado se alargar para que fosse recebida, e assim que todo o volume já estava penetrado, um tapa forte foi dado pelo deus na nádega direita. A Bruxa estremeceu, sentiu uma ardência forte na pele que parecia se estender para todo o corpo em forma de prazer, e por isso não reclamou.
Kurupi deu mais um tapa no outro lado de sua bunda e aumentou a velocidade das estocadas, sem se importar com a dor que a Bruxa ter por estar naquela posição. Ela podia sentir a ponta do pênis do deus chegando em seu âmago, era uma excitação inexplicável.
— Você vai... Se lembrar... De mim... – o deus falava com dificuldade enquanto socava forte o interior da Bruxa, que mordia o próprio lábio para não deixar escapar gemidos muito altos no meio da floresta. – Sempre que se sentar... Naquele maldito... Trono! – ela sentiu um toque na região da próstata e não se conteve, dando um gemido alto de agonia e prazer. Kurupi havia encontrado seu ponto fraco, suas pernas tremeram em resposta ao novo estímulo e ela não mais se controlava em gemer; parecia como um animal.
Seu corpo foi erguido um pouco mais e Geni estava praticamente de quatro no chão, e Kurupi abaixou o corpo para se aproximar do rosto da Bruxa. Com uma das mãos ele a segurava pelo quadril e com a outra ele foi até seus cabelos ruivos, puxando-os com força. Geni sentiu uma lágrima escorrendo de seu rosto, contudo, continuava sendo uma dor prazerosa, um quase masoquismo. Ela nunca havia se entregado tanto a alguém durante o sexo como naquele momento, e não sentia vergonha alguma de suas vestes erguidas no meio do mato; nem da sua pele suja pela terra por ter sido jogada no chão; nem de seus gritos de prazer por ser cada vez mais penetrada de forma violenta. Sua mente apenas focava no prazer dado por Kurupi, que parecia estar chegando ao ápice junto com ela, pois os gemidos graves e roucos do deus começaram a aumentar na mesma intensidade que os dela.
A Bruxa abaixou a cabeça e cerrou os punhos, deixando liberar seu prazer e sujando a terra abaixo de seu corpo prostrado pela foda, da mesma maneira que Kurupi fez, porém ainda dentro dela. Suas unhas apertaram as duas nádegas da Bruxa enquanto ele gozava, e deu uma última estocada antes de sair de uma vez só, deixando Geni cair na terra, sem forças. A sensação de vazio a preencheu e sentiu também uma dor interna, sabia que ficaria daquela forma pelo resto do dia, e quem sabe até amanhã. Também sabia que aquilo fora feito de propósito, pois Kurupi gostava de mostrar o que era capaz de fazer com os mortais.
Ainda com as pernas trêmulas, a Bruxa virou o corpo para olhar atrás dela, e se espantou ao ver que o deus não estava mais lá. Do lugar de onde estava, brotou uma flor branca de cinco pétalas, com seu miolo de um amarronzado escuro. Ao redor da pequena planta, a grama estava mais verde e parecia se estender para todo o lugar.
Em um suspiro aliviado, Geni se deitou de lado e se deixou sorrir. Sabia que, ao raiar do dia, Kurupi teria cumprido com sua promessa. A fertilidade da Amazônia se prolongaria por muito tempo.
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