Entre Cestas & Capas Vermelhas│Taekook
Afirmam que a mais encantadora história inicia-se com "era uma vez", bem, se isso fosse verdade, o nosso conto assim começaria. Numa cidade pacata da Inglaterra, morava um garoto de capuz vermelho, olhos sanguinários e personalidade colérica, ele não era um assassino, somente um vingador, orgulhoso e calculista, matava criaturas homicidas, sejam elas humanas ou inimigas. Ele era pago, ele era bem-visto, ele era da alta classe, ele foi concebido como Royal Tale Evening, o Facínora Justiceiro.
Seu nome de batismo era desconhecido, dada a sua fama como uma lenda urbana, há quem escreva registros flagrando detalhes sobre a sua existência, contudo, serviços secretos para o rei prestava no Condado de High Mystic, supervisionando o corrupto Conde Leonard. O único ser o qual sequer sabia seu nome era a sua avó, a matriarca e peculiar sobrevivente do extermínio da família dele. O nome do seu pequenino neto era Jeon Jungkook, a quem ela ensinou-lhe todas as habilidades assassinas.
Acredita-se que o Conde aqui citado desconfie dos dados pessoais do assassino e, por esta razão, tenha matado até o último parente da família, com exceção da vovó e, é claro, o próprio Royal Tale. Não sabe-se por quais motivos a mais velha não tenha falecido.
Jeon não pôde esboçar emoções quanto aos familiares mortos, a descoberta da sua identidade seria intrínseca caso os relevasse, suplicou até para sua grandmother fugir do Condado enquanto desse tempo. Diferente ela não fez, uma fugaz e esperta senhora disfarçada com um sorriso simpático, seria bem aceita em algumas vilas do norte.
O rei compartilhou uma importantíssima informação para o nosso assassino, transmitindo a ele que o grandíssimo Conde Leonard, principal suspeito de romper a linhagem Jeon, nas noites mais brilhantes de lua cheia na floresta de Fairway, era nada mais e nada menos que um lobo.
Antes de Jeon Jungkook partir para acabar com o governador, uma carta de sua amada foi-lhe enviada das vilas do norte nas quais ela habitava. Não necessitava de correio algum se o seu gavião paladino cumpria a obrigação.
31 de outubro de 1618
Caro neto, por um desesperado obséquio pedi-lo-ei algo provindo de uma avó doente e astuta; afirmo-lhe que peste alguma carrego em meu corpo além dum simplório resfriado: minha garganta está seca, meu andar está fraquejado e, os poucos escrúpulos, são atingidos pela meia-idade.
Dos grandes ensinamentos herdados a vossa mercê, não me sobra mais nenhuma lição a ser repassada, porquanto, uma avó de cabeça oca e vazia aguarda-o com o coração fresco e carinhoso, pronta para ser empreitada por um abraço bem-receptivo do filho do seu filho.
Sei que almeja assassinar de vez o responsável pela nossa emancipação familiar, sobretudo, reserve-o para mim, talvez do Conde algum membro corporal ainda preste para a venda.
Minha moradia está ao norte extremo, vinte e nove milhas seguindo a trilha mais íngreme da floresta Fairway, e, após ultrapassar uma estátua inglesa patriota, verás uma miúda residência, esta é a minha. Vejo-te em breve.
Ass. Jung Huang
Royal Tale Evening como era conotado, ficou deveras preocupado com tamanho alarde relatado pela parente, preparou suas armas antes que Apolo descesse e bolou uma estratégia de viagem.
Sua jornada começava nas horas mais escuras, quando o céu tempestuoso derramava lágrimas com a neblina camuflando suas ações. A capa vermelha escondia seu cabelo castanho, que bagunçado e ondulado era escondido pelo enorme capuz. Passadas oito horas do recebimento da missiva, jazia aqui o nobre guerreiro ao topo de uma árvore, agora, com fins de o Conde assassinar. Fosse somente por motivos impessoais, Jungkook apoplético não estaria.
O Conde Leonard assassinou a sua família; o Conde Leonard desviava dinheiro dos pobres; o Conde Leonard era abastecido de corrupção. Bastasse-a então que um herói sob a capa vermelha, cujo nome distante era de Robin Hood, tivesse a determinação gritante de perfurar a garganta daquele rapaz.
A mobilidade do assassino não estagnou-se, após a chegada repentina do Conde, às vinte e duas horas o relógio badalou, e a carruagem prosseguiu. Ele não permaneceria em cima de carvalhos e faias, teria de se virar sozinho, então, correu por entre arbustos para se esconder, cumprindo fielmente seu esquema sem ser notado.
Jeon Jungkook via o exterminador da sua família fugindo das punições, e a sua carruagem cada vez mais distante ao passar dos segundos. Não, ele não deixaria a criatura escapar.
Apressou seus passos e tomou um rumo diferente, enfrentou um caminho mais íngreme, impreciso sobre talvez encurtar a trilha. Sua velocidade era imbatível e, abençoado pelo bom senso de direção, alcançou a cavalaria e acertou os subordinados de Leonard em minutos, entregando jus ao nome lendário.
O Conde, ao suspeitar da inatividade do veículo, desconfiou na hora sobre uma possível emboscada e, perdido nos pensamentos, não refletiu em outra chance senão a de se transformar.
Um lobo pronto para atacar, um lobo pronto para se defender, orelhas medianas e afiadas, dentes traiçoeiros, pontiagudos como facas, seu cabelo cresceu, escondia sua nuca e testa, olhos amarelados, disfarçavam seu temor e vulnerabilidade até que o ser se revelasse. A lua não precisava refletir no Conde para ser datada a transformação.
Ele permaneceu na carruagem, consumindo carboidratos para escutar com precisão: o covarde caminhava pela esquerda, planejando esfaqueá-lo sem mostrar a face.
Saiu do veículo silenciosamente, rumo ao assassino e, ligeiramente, foi capaz de controlá-lo ao impedir seus movimentos.
— Vil e sagaz é o homem que me enforca — murmurou o facínora justiceiro, vulgo Royal Tale.
— Tonto e leviano é vossa mercê, assassino covarde, que não demonstra motivos para tomar minha vida.
— A morte de meus pais e a sua corrupção fazem jus ao contrário.
— De quem diz ao refutar?
— Não me alardeia quem eles foram, seus atos continuam impunes perante a lei.
— E tu, rapaz medíocre, és um praticante da lei? — Leonard ironizou. — Sabes nem o meu nome de batismo, garoto, precisará de mais esforços caso seguir as normas deste país.
— Não sabes a que classe eu pertenço ou quem sou.
— Sei quem meus inimigos são: o grandíssimo rei ordenou a cilada. Nunca acreditei na tua existência, caro facínora, por mais real que me pareça agora.
— De pouco me importa, quero aqui detoná-lo e, por este obséquio, doaria minha vida.
— Não gastará sua existência pelo rei, não é ato qual um assassino faria.
— Determinações pessoais garantem sua ida ao inferno.
— Passarei bem então, nunca cobicei sangue para apaziguar minha solidão — Leonard pressionou suas garras contra o pescoço do garoto —, Kim Taehyung, este é cujo nome meu no qual muitos sonhariam saber.
— Me favorece este seu fornecimento.
— Informações de bom grado, meninos interessantes têm esse direito.
Taehyung desarmou-o com facilidade, prosseguindo seu caminho até um local desconhecido. Jungkook pensava em como agir e, por ser um menino intrigante, iria usurpar tudo do conde para vingar sua família.
Seguiu o homem o qual dizia chamar Kim, com passos mansos tentou acompanhá-lo na medida do possível, não parecendo tão suspeito quando afrouxou sua postura e retirou o seu capuz. Para grandes e arriscadas estratégias eram necessários sacrifícios.
Fairway sempre foi esquisita aos olhos de Jeon, contudo, por algum motivo, parte dela não era tão assustadora quando andara acompanhando.
— Seu rosto... ele não me parece feio para escondê-lo.
Uma resposta curta e grosseira acabaria com a curiosidade.
— Não escondo a minha beleza, todavia, fico deveras agradecido.
— Ficará ainda mais quando eu achar o meu esconderijo — riu levemente.
Quando na porta do chalé estavam os garotos trocaram olhares, absortos ao que aconteceria.
— Sabe por qual motivo uso o pseudônimo Leonard?
Royal Tale negou.
— Se soubessem meu nome, mais assassinos como vossa mercê iam me perseguir.
Taehyung abriu a fechadura da porta habilmente com uma técnica aprendida.
— Seu rei me execra, desvirginei a filha dele e, lamento pela morte dela, pouco tempo tive para assumi-la como esposa. Tu fora mais enganado que eu, matou-a sem exatidão.
— Aqui me trouxe para vingar a sua esposa?
— Crianças como tu são tão... inocentes — o sorriso leviano nos lábios do Conde assustou Jungkook.
Ao guiar-se para dentro da moradia, Jeon levantou sua desconfiança, vislumbrou atentamente a estética local e foi pego de surpresa. O Conde com as orelhas de lobo prensou o assassino de capa vermelha e, contra as paredes, Jungkook sentiu suas costas.
— Não vejo lâmina alguma em suas mãos. Gostaria de duelar desarmado? — A língua solta do assassino começou a tagarelar.
— Duela-mo-ei então.
— Como preferir — Royal Tale sacou sua faca.
Antes de mais nada, Taehyung pressionou a definida cintura do rapaz com a mão esquerda, percorrendo a direita até a gola da sua capa, proximidade eficaz para a vulnerabilidade íntima do assassino e, ao fixar suas íris nele, Kim reparou na palidez do jovem.
— És virgem?
Jungkook piscou três vezes, negando com a cabeça.
— É casado?
Royal Tale novamente negou, agora, postergando a vergonha, roçou as faces, degustando o hálito quente na sua bochecha e, depois de suspirar, puxou-o para um beijo.
As línguas travaram inúmeras disputas em ritmos desenfreados, se enroscavam mutuamente, incansáveis do desejo insaciável de permanecer naquele momento. Jungkook dispersava seus objetivos para tê-lo em mãos.
Kim foi exótico, envolveu os instrumentos mortais para práticas sadomasoquistas, roubou a lâmina de Jeon e guiou-a no pescoço do garoto. Poderia decapitá-lo, acabar com o seu assassino e esconder as provas do crime, não obstante, queria saciar os prazeres sensoriais.
O Conde puxou a longa e vermelha capa do seu companheiro, ocasionando a queda dela ao chão frio e arejado. As bochechas do dono ruborizaram, estar sem aquela vestimenta feita pela vovó era sinônimo de vulnerabilidade, rebaixamento, submissão.
Num ato de devolução, os instintos animais de Jungkook debateram-se, a atrevida atitude do Conde resultou na impulsividade do garoto, que, ao interpretá-lo como superior, rasgou a camisa do aristocrata e provou quem seria o dominante. A tortura acabaria na manhã seguinte.
Taehyung admirou o comportamento de Jungkook, trazendo sua palma ao pescoço dele e juntando os narizes.
— És muito passivo para estar ao meu lado, questiono até sua tentativa de assassinato.
A ira de Royal Tale se despertou por completo, preenchendo as lacunas faltantes não atingidas antes pelas grosseiras atitudes do Conde; Jeon empurrou o rapaz, contudo, ficou estupefato pela lâmina ao prosseguir, e impedido de avançar, foi obrigado a recuar.
O homem o qual se escondia como Leonard ficou com a posse do beijo seguinte, deixando com que ambos os peitos juntassem e a sintonia soasse uníssona. Eles eram uma música erudita e rústica, complicada e atrevida, continha reviravoltas, era espontânea, conquanto, era boa, plausível para a relação deles.
Selos dados dos tentadores lábios de Taehyung desciam pela face de Jungkook, tinham outra direção, trilhavam uma rota diferente, abaixavam-se mais e mais e deslizavam pelo sarado corpo do rapaz, que, a cada botão desabotoado, exibia mais da beleza do jovem assassino. Talvez agora com a garganta e continuidade a mostra, Kim encontraria outro divertimento. Lá deslizou a língua, avaliando o comportamento de Jeon, o qual fechou os cílios para aguçar os sentidos.
Apreciar as capacidades da sua antiga vítima não lhe parecia ruim, ela era bem talentosa, e sucumbir aquilo ao cumprir sua ambição lhe cheirava a um bom trato. Para não ficar imóvel perante a euforia do Conde, Jungkook guiou sua palma até a ereção do burguês, massageando-a com a objeção de excitá-la.
Por determinado instante, Royal Tale se vislumbrou num paradigma sexual, uma ereção repentina sibilou perto de suas pernas ao provocar Kim. Ela não poderia aumentar, sequer podia existir, surgiram no exato momento de Taehyung exterminar. A razão era contrariada pelas emoções do sexo, seus deveres eram descumpridos para cumprir sua vontade datada em empirismo.
Um descontrole deu impulso em Jeon, causando na sua veloz e fugaz escolha: ele se ajoelhou no chão, tão bruscamente que a semelhança fora alta comparada a um desmaiado, trilhando ambas as mãos na genitália de Taehyung. Elas estavam cobertas por vestimentas de cetim, não faria mal, era de fácil mobilidade, Royal Tale retirou-as de uma só vez, contemplando àquela obra de extremo tamanho.
Sem pensar duas vezes, direcionou-o até a sua boca, molhando a glande de Kim com a sua saliva, logo, afundando-a para que atingisse o que antes não era alcançado pela garganta. A profundidade de fato fez Jungkook recear, todavia, felizmente o tamanho do pênis era preenchido.
O Conde se enxergou sem saída e, com isso, forçou a nuca de Jeon contra o seu membro, acelerando os movimentos para se tornarem frenéticos e exorbitantes. Prevendo que poderia abusar, o assassino aproveitou-se da nudez e abocanhou a virilha levemente, mordendo as regiões para marcá-lo.
Quando se viu perto do ápice, Taehyung empurrou o corpo de Jungkook na parede, recusando-se a gozar senão no ato de penetração. E, para recuperar a respiração, foi obrigado a suspirar inúmeras vezes, após um boquete daqueles, qualquer um se derreteria e cederia ao gozo.
Jungkook retirou as suas roupas por vontade própria, e eficaz do jeito que era, desfez delas de uma só vez, ou ao menos, a restante que Kim não havia tirado. Ao ficar nu na frente do Conde, um clímax foi notório para ambas as excitações.
Kim prensou os dedos na cintura de Jungkook, o rodopiando para trás, consequentemente, deixando-o de costas para ele: os tijolos estavam contra o peito do assassino, e a respiração ofegante e desarmonizada foi perceptível para Taehyung. O Conde lambeu-o de pé a cabeça, apertando cada membro do corpo de Jeon como um fantoche. Era excelente.
Pouco tempo depois o aristocrata adentrou com o pênis na entrada de Jungkook e, nenhum som foi proferido das cordas vocais do garoto; não era falta de prazer, pelo contrário, ele mordeu os lábios para não proferir os efeitos.
Kim afundava-se lentamente para Jung se acostumar, e pela espessura da intimidade, era visível a dificuldade. Para não largá-lo só, Tae levou sua palma ao pau de Royal Tale, masturbando-o enquanto o fodia.
Nenhum mundo de fantasia era semelhante àquela utopia, lobos ou não, assassinos ou aristocratas, nada importava durante o processo da deliciosa foda. As genitais pareciam úmidas e bem encaixadas, um quebra-cabeça perfeito que não seria desmontado. Taehyung aumentava o seu ritmo desenfreado, e Jungkook fungava, suspirando e tremendo para não esboçar rebaixamento.
A mão de Leonard estava encharcada com o esperma de Jungkook obtido pela punheta e, graças a este resultado, teve como consequência uma feroz onda de gozo provinda da cobiça sexual.
Os joelhos tremiam, contudo, para aperfeiçoar a sensação, era preciso continuar, ir mais fundo e prosseguir a sequência. Aquilo prolongou a palpitação quente no pênis e ocasionou o pensamento da repetição do ato.
Taehyung direcionou o jovem assassino até a cama após retirar o membro, levando-o cuidadosamente feito uma boneca de porcelana. Jungkook suspeitou, nunca fora tratado de tal maneira, mas de qualquer modo, não dava importância àquilo, o Conde somente era um pouquinho diferente, sobretudo, não impune de julgamentos.
Refletir demais no que realizou hoje entristeceu Jeon, queria não ter postergado as ordens, traído o pedido do seu senhor. Ele não era um jovem corrompido pelo momento, contudo, não era comprometido e era livre para tomar suas decisões. Arcar com o que viesse depois traria punições equivalentes a um crime.
Fechou os olhos e dormiu nos braços da sua presa, da pessoa na qual assassinaria caso contrariasse o seu desejo, seguindo em frente sem pensar em ninguém, com exceção da sua parente. Veria sua avó mais tarde, e não iria esquecer de levar agradinhos para ela: algo de maçã provavelmente.
Na manhã seguinte as reflexões tomaram outro rumo, o ato de carinho foi inválido, qualquer um seria capaz de retribuí-lo, Jungkook após vestido sacou a sua espada e mirou no pescoço do garoto, lembrando da excelente noite anterior. Ele era um criminoso, matou sua família.
Aquele mero sussurro fez com que Jeon agisse, degolando o próprio companheiro como um ato de lealdade ao rei, uma ação de justiça aos pobres, poderia até feri-lo pessoalmente em seu estado emocional, mas cumpriria um dever que o irritava há muito tempo. Reservou o cadáver da forma a qual sua avó pediu, respeitando os protocolos necessários para a venda, escondendo o corpo ali mesmo no chalé.
Royal Tale listava mentalmente todos os crimes cometidos pelo Conde, tentando afastar sua tristeza e alavancar sua imparcialidade. Era difícil, seu coração de pedra era complicado.
Durante o trajeto até a casa da sua avó, o implacável assassino questionou os comentários do rei, perguntando-se como ele soube muitos anos depois que Taehyung era um lobo com frequentes transformações. Como um bom andarilho, facilmente alcançou a soleira da casa da sua avó antes do anoitecer.
Bateu na porta dela e foi bem recebido, e como agrado, deu-lhe tortas de maçã, compradas com muito carinho utilizando identidades falsas.
— E o meu netinho tendeu a dormir tanto durante o inverno? Cresceu em soberba meu querido!
A simpática senhorinha permitiu a entrada, tratando de fechar a porta e encará-lo enquanto andava lentamente com a ajuda dele.
— Não cresço há tempos, vovó.
— Deveria crescer! Um moço jovem e belo necessita disso.
Jeon suspirou, afrouxando um sorriso nos lábios, entregando a cesta com a torta para a vovó.
— Não contém arsênico na receita? — A vovó brincou, oferecendo a cadeira para que ele se sentasse. Assim foi feito.
— Talvez, fazem treze anos que eu não lhe vejo, número do azar segundo as lendas. Gostaria de se arriscar?
— Não lhe vejo desde o acidente meu pequeno garoto, deve ter filhos de sobra em sua moradia.
— Filhos não tenho, avó, exige tempo para ser um bom pai — Jungkook justificou.
Royal Tale observou sua avó caminhar até uma conserva de vidro, lacrada como qualquer doce ficaria na casa de uma senhora simpática.
— Gostaria de uma calda de maçã por cima da torta? Sei do quanto gostava de agridoces...
— Por favor — Jeon pediu, e assim serviu sua avó o prato, com a torta e o caldo.
Ela sentou-se à mesa, vislumbrando seu neto degustar da comida enquanto conversavam.
— Sua lista de pretendentes é gigante até nos menores distritos. Desconhecem sua pessoa e ainda permanece tão popular.
— Pouco faço questão, nem o melhor dote faria com que eu casasse.
— Teu pai dizia as mesmas palavras desde criança, e veja, aqui está meu neto... e... bem vivo, não é? Se machucou com a recente missão dada?
— Pouco me feri, contudo, fora complicado domar a fera, me submeti ao verdadeiro... caos para dominá-la.
— Ao menos foi prático após os meus treinamentos?
— Ontem foi... muito bom.
— E o corpo da vítima? — A avó interrogou.
— Bem reservado, como o pedido... está num chalé, o único... pertencente à província — tossiu.
Ela transitava agitações perturbadoras, alguma turbulência estava afetando-a, mas oras, quem somos nós para entendê-la? Seus segredos mais obscuros foram selados por anos, talvez naquela calda, na falta de amor durante a composição da receita. Vindo de uma aposentada facínora, a sentença era autoexplicativa.
Royal Tale era sensível, sentia a diferença, degustava o alimento e notava a textura arenosa.
— Estais bem, meu neto? Tua respiração me parece ofegante...
— A va-validade da conserva... confira até qua-qual ano ela... se estende... — Abandonou a torta com a calda, perdendo o ar entre os gaguejos.
— Pouco sei meu querido neto, preparei há treze anos atrás, com muito amor, a espera da sua volta, quando sentisse saudades.
A validade era importantíssima, contudo, aqueles efeitos eram incomuns, algo estava estragado. Portanto, qual seria a razão disso?
— Os ingredientes estão... — foi interrompido.
— Estragados? Não muito, alguns comprei na feira, no momento, para não levantar suspeitas. Talvez o arsênico citado tenha causado a situação.
— Arsênico?
Jungkook estagnou o seu físico, reflexivo, aquilo não era arsênico, era uma substância pior, tão mortal quanto. Cuspiu a torta no chão, tentando em vão, pois o veneno já corroía seus órgãos.
— Mataste o meu filho! Neto injusto, crápula, inseriu sua maldição no próprio pai! — A experiente velha bravejou, enquanto no piso sólido seu neto se contorcia.
Maldição?
— Estamos contendo um réprobo imoderado.
Estamos? Ela e mais quem?
— Po-por que afirma isto de... mim? — O tom sério era assustador, todavia, incapaz de surtir remorso na avó.
— Teu nascimento foi o pior presságio de toda Fairway. Olho esquerdo do coração atraente, olho direito da razão assassina. És marionete do governo porque destruiu sua própria família e, ainda, matou um aristocrata porque o monarca te manipulou.
Todo o trabalho foi à toa? Matar tantos para no fim todos serem inocentes? Ele se queixava.
— Razão assassina.
O que ela fará com o cadáver de Taehyung? Saberá localizá-lo no território? O beijo entre ambos foi pelo tal olho esquerdo? Ou pela paixão incerta?
— Sua vida não pouparei daqui em diante.
— Por que não antes, vó...?
— Porque agora, meu neto, contenho o poder necessário. O grande rei é a tua pior fraqueza, aquilo que te condena, aquilo que te execra; aniquilou o único adversário político dele e, agora, se suicidou por medo das punições.
O Conde... Políticos corruptos... Planos sujos...
Jungkook quebrou seus preceitos morais, se alienou devido às emoções e participou de âmbitos políticos, muitas chacinas por fim planejou por questões incoerentes. Se negou a pensar naquilo, tudo estava tão confuso e tenso, por repetidas vezes se rebateu e tentou fugir, sempre pego pela sábia anciã.
Todas as cenas não passaram de uma emboscada, nas quais o rei e a sua vovó saíram ganhando. Era ignóbil, desvantajoso, não teria com quem ficar e permaneceria sozinho, como sempre, desde quando nasceu sendo enganado. Àquela maldição não continha seus contextos esclarecidos, porquanto, de pouco adiantaria defini-la agora, nosso personagem já fechava as pálpebras e viajava para o além, sem conhecer suas verdadeiras origens, o sentido da sua existência, com o direito à vida tomado pela sua avó, e o doce veneno dado por ela.
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