Contos Peculiares / Histórias Reais

Minha mãe conta esse caso que ela conheceu quando criança sobre um homem e seu amor pelos os seres mais pequeninos e ignorados do planeta: As formigas.

Sua vó Raimunda contava que era vizinha desse mesmo homem na juventude quando ainda morava no Piauí. Ele era sozinho, não tinha família, e demonstrava um certo comportamento estranho que ninguém compreendia.

Todos os dias, sem falta, o homem saía até uma praça que ficava perto de sua casa levando torrões de açucar para colocar próximo aos formigueiros que tinham ali. Quando alguém o questionava o porque daquilo, ele dizia que era para alimentar as formigas.

Por um tempo, ele foi visto como um pobre louco. Mas depois as pessoas foram se acostumando e até começaram achar de certo modo louvável o gesto de piedade do homem com seres tão "insignificantes"  para o resto do mundo.

Geralmente as pessoas se preocupavam com cães e gatos abandonados, mas quem se preocuparia com formigas? Quem no meio de sua rotina cotidiana pararia seus afazeres no intuito de alimenta-las?

Acho que poucos responderia que faria isso.

Um dia, sentiram falta do homem.

Os vizinhos não o viram mais pelo o bairro e tão pouco com suas formigas e seus torrões de açúcar na praça.

Talvez tenha viajado, foi o que pensaram.

Numa manhã daquela mesma semana, os vizinhos ouviram sirenes da polícia dirigindo- se aos manguezais.

Um corpo havia sido encontrado.

E para a surpresa de todos, alguém reconheceu como sendo o homem dos torrões de açúcar.

Ele havia sido Assassinado enquanto voltava do trabalho. Alguém o esfaqueou, levando sua carteira e relógio e depois se livrou do corpo no mangue. Tudo indicava latrocínio.

O bairro inteiro ficou em choque, e as pessoas ficaram muito sensibilizadas com a morte do coitado que não fazia mal a ninguém.

No entanto, apesar de toda comoção, algo muito curioso chamou a atenção não só dá população mas especialmente dos peritos.

Um fato inexplicável que deixou muitos de boca aberta.

O corpo do homem estava coberto de areia dos pés até o pescoço. Apenas a cabeça estava amostra. Mas isso não era o mais interessante na história.  O que mais deixou todo mundo intrigado era que o corpo coberto de areia não tinha sido feito pelo o assassino em busca de esconder o crime. Até porque, se fosse, teria coberto o homem inteiro e jamais teria deixado a cabeça de fora.

O homem não estava numa cova. Era como se tivessem pego quilos e quilos de areia e jogado simplesmente sobre o corpo dele.

Ao verem maís de perto, constatou-se que a areia se tratava de formigueiros.

Isso mesmo.

Formigas fizeram gigantescos formigueiros sobre o homem. E ao redor da cabeça dele, inúmeras faziam um tipo de corrente, muro, contornando como se estivessem protegendo para que nenhum outro bicho pudesse atravessar.

O corpo, apesar dos dias, parecia intacto. Não havia insetos ou moscas. O corpo do homem apenas adornado por formigas que também não ousaram ficar por cima dele, apenas ao redor, em fileiras como soldados o protegendo.

Quem viu, ficou impressionado. Era como se elas entendessem o que estavam fazendo. Era como se estivessem organizadas, fazendo algo que tinha sido combinadas entre si.

Alguém pode dizer que é assim mesmo que elas fazem com coisas mortas,  mas as pessoas na época entenderam como uma forma de agradecimento por tudo que ele já tinha feito as formiguinhas. E foi bem mais bonito e poético pensar dessa forma.

Elas cuidaram do corpo dele e o preservou até ser encontrado. Não permitindo que nenhum outro bicho se aproximasse.

O cobriram com areia até o pescoço, deixando o rosto livre para ser reconhecido.

Minha mãe sempre conta essa história que foi contada por sua vó. E dela, tiramos a lição de que os animais são muito mais gratos do que qualquer ser desta Terra.

Até mesmo uma pequenina formiga, não esquece o que é feito por ela.

O mundo é o que fazemos dele. E toda semente plantada, ela brota conforme o sentimento que damos a ela.

Por isso eu digo desde que ouvi essa história: Seja grato como uma formiga!



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