Conto № 25
A Sereia
Da cintura pra cima, tinha membros e possuía forma humana. Da cintura pra baixo, escamas brilhantes e um rabo de peixe.
Mas era linda, apesar disso.
Seus globos oculares eram tão verdes que pareciam pedras preciosas. A boca e o cabelo eram vermelhos como sangue, e suas mãos delicadas e pequenas.
Uma verdadeira rainha das águas!...
E eu fiquei completamente enfeitiçado, querendo a todo custo que fosse minha.
Ela pareceu compartilhar do mesmo sentimento. E falou baixinho o quanto me amava. Com o corpo curvado na proa, deixei que segurasse meu pescoço e que me desse um beijo sedoso e frio...
Mas de repente, suas mãos já não se mostravam tão suaves, e me apertaram com força quase me sufocando. Arragalei os olhos em busca de ar e vi escamas grotescas brotando na sua pele. Seus cabelos também mudaram, tornaram-se brancos, quase platinados. Os olhos, escuros como petróleo.
Quis gritar! Quis fugir! Mas não consegui me livrar da força dela.
O barco balançou com a agitação das águas, e como previsto, fui puxado para fora da pequena embarcação.
A criatura me levou para as profundezas. E enquanto tentava prender a respiração, protegendo meus pulmões, eu a vi retirar de suas guelras, o que pareciam ser duas espinhas de peixe completamente enormes e pontiagudas. Em seguida, após tirá-las com dificuldade do interior de seu corpo, ela me encarou e sorriu com dentes miúdos e triangulares.
E antes de perder os sentidos, provei da imensurável dor de olhos perfurados com duras e espessas espinhas.
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