O Psiquiatra e o Gênio

então tive uma grande ideia, por que não entender de uma vez por todas as suas ambições usando uma cobaia? E lá fui eu, olhando ao redor e buscando uma alma compassiva ou relutante, não tenho muitos critérios. E buscando em cada manhã alguém que minha antipatia me alertasse encontrei um jovem psiquiatra que consultava pessoas de lugares difíceis, todos que o olhavam de fora, não faziam ideia do quanto era complicado. Ele era notado por todos. Seus amigos achavam vantajoso ter alguém com grande influência, e seus familiares o exibiam como um troféu. De fato, nada o alegrava, não fazia ideia dos reais motivos para estar aonde estava, mas não gostava das coisas que o cercava e desejava do fundo do seu coração não ser mais notado. Era algo muito louco. O rapaz tinha tudo que queria, mas ao certo não sabia mais o que desejara de verdade.

Até que tive uma ideia, irei criar uma conveniência e o apresentarei a mim, como um gênio. Que posso fazer o que ele desejar, ter uma conversa franca e lhe dar um prazer que jamais algum humano presunçoso conseguiria. Foi quando após  colocar uma pequena armadilha  em seu caminho mudei a sua rota, da clínica para um pequeno galpão, ele olhava atônito  sem saber o que estava  acontecendo. Eu literalmente tinha o teletransportado, este homem nunca foi religioso e sempre gostava de argumentar pautado em texto científicos. Querendo  ou não, aquilo era um tormento para cada parte de seu corpo que gritava que nada daquilo poderia ser real. Eu não  ligava para o que ele pensava. Apenas não queria que ele soubesse quem  eu era ou que soubesse de minha experiência. Esperei a confusão  se tornar o suficiente para então, após um certo show  de fumaça e cores me apresentei, tomei a forma de um homem gordo com uma cauda e  um capuz, um tom azulado, sempre gostei de azul, e quanto mais me diferenciasse dos seres humanos, mas feliz eu ficaria. Ao me vez o jovem deu um sobressalto, relutante ao me ver me questionou quem eu era. Quem  eu sou? Eu sou alguém que pode te dar o mundo se você quiser. Basta você pedir qualquer coisa que irei realizar.

A forma como as palavras não faziam sentido para ele me fez até pensar que eu estava falando em outra língua. As vezes eu erro os idiomas. Maldita Babilônia!

- Ahrangrr ( Eu tentando lembrar como que se falava Português) lembrei! Me desculpe meu jovem, tudo nesse mundo só acontece nos Estados Unidos. Tô até enferrujado dessas apreciações  em outros lugares. Meu nome é Gênio. Por dois motivos. Primeiro, por eu ser sábio e relevante. Segundo, por eu poder fazer o que você quiser.

- Está muito  claro que você é um mágico! Um ótimo mágico, devo ter sido submetido a alguma hipnose, obviamente que não vim parar aqui sendo teletransportado.  Essas coisas só acontecem em filmes.- O Jovem olhou para mim com um tom tão insolente,  que se não fosse pelo meu bom humor daquele dia. Eu teria cortado a cabeça daquele rapaz, mas não  o fiz, era por um bem maior.

- Rapaz faça o teste, pegue o seu maior desejo e  me diga. E  você então entenderá.

- Pare de insinuar coisas como se eu fosse uma criança, não irei cair nas suas ideias esquisitas. Vou sair daqui e irei atender meus pacientes. Tenho mais o que fazer.

- Rapaz, é  a chance da sua vida. Aproveite. Fale qualquer coisa. O que sempre teve vontade de pedir e irei atender o seu pedido como a uma ordem!

- Está bem! Você me venceu pela insistência. E  tens sorte que estou acostumado  a conversar com o senhor João, que tem a mesma mania que você de ser o "gênio da lâmpada". Bem, vejamos. Quero ser invisível. Que as pessoas não consigam me ver! É  isso. Esse é o meu desejo.

Meus amigos, nem por um segundo pensei no quão  incrível era este pedido. Você já pensou em estar  em uma caixa fria sem luz e a questão não é que tiraram a luz da caixa. Mas você simplesmente não enxerga nada. Porque a luz não  te vê.  Física simples! Ser invisível não  te torna apenas alguém que as pessoas não conseguem ver, mas você também é compensado pela falta de visão. Ele realmente não entendeu o que pediu. E  se deixou levar por toda a instrução que lhe deram conhecimento o suficiente, mas o afastaram de toda a sabedoria. Ceticismo em demasia faz mal, era isso que sempre dizia aos meu alunos.

- Pronto! Eu disse com uma voz ameaçadora.

- Quem apagou a luz? Está uma escuridão profunda, não consigo enxergar nada, se isso é uma brincadeira. Parabéns, você me pegou! Agora preciso ir embora.

- Eu não apaguei luz alguma, Otávio. Apenas realizei o seu desejo de ser invisível.

- Mas era uma mentira aquilo que me contou, certo? Podemos ir a clínica que trabalho, posso lhe dar um tratamento eficiente e te ajudar quanto a essa esquizofrenia. Certo? Posso te ajudar. Eu devo te ajudar. Não estou questionando quando você se tornou alguém brincalhão. Mas que posso te ajudar a se encontrar. Por favor ligue a luz.

- Mas  que luz, doutor? São apenas oito horas da manhã. Eu não apaguei luz alguma, eu só realizei o seu desejo.

- Que desejo?

- O de ser invisível, as pessoas não te vêem  mais. Mas em troca você não poderá vê-las também.

- Meus Deus!! Então tudo que me disse era verdade? Não consigo acreditar e o que farei agora? Você é um gênio, certo? Tenho mais dois desejos né? Igual aos filmes. Né?

- Pobre Tolo, Tolo pobre, eu não preciso te dizer que eu não sou um gênio de verdade né.  Você disse isso há  uns minutos. Eu sou aquele que vocês chamam de Diabo, Satanás, estrela errante, o principado. Príncipe das Trevas. Esse é o meu favorito. Com certeza! Vim aqui para fazer uma experiencia meu jovem.

- Mas e  Deus? Ele não pode me salvar?

- Não me faça ser explicativo demais  meu jovem. Eu tenho um acordo com o Ser Supremo. Eu posso desgarrar suas ovelhas. Não posso mata-las. Porém estar a prova pode aproxima--las dele.  Mas até isso acontecer. Eu me divirto. E  como me divirto!

- Você não pode me poupar? Eu lhe ofereço o que você quiser. Por favor! Eu te imploro! Me salve.

- Eu preciso passear um pouco, aproveite a invisibilidade que você adquiriu, andar sob as trevas pode  ser relaxante.

E o deixei lá! Estava enjoado de ficar respondendo perguntas. Dizem as línguas que divulgam obras no reino, que, as pessoas começaram a temer aquele galpão. Vozes de choro e maldições eram escutadas todos os dias. E  nas noites elas pioraram. Até que em um momento não  se ouviu mais  nada.

E constatei uma coisa que sempre falei aos meu colegas. O ser humano não sabe de suas  riquezas até que perca o que sempre lhe lembrou quem de fato ele era. O ser humano não sabe pedir e  a sua satisfação é  superfial. Regados  ao seu orgulho. São deixados na escuridão que eles mesmos plantaram.

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