Doentes da Fé
Charles era um homem que se dizia o próprio senhor deste universo, autoritário e controverso para muitos, mas para seus fiéis ele era algo maior do que qualquer um poderia pensar e dizer. O homem tinha suas manias que lhe tornava alguém diferente e perigoso. Mas ninguém pensou que o perigo era tão real, mas o era. O fanatismo em sua essência é algo que se alastra pelo corpo dos fiéis de alguém, e o comprometimento que eles dizer ter, assustam até os mais crentes no pensamento em que cada um tem a sua fé.
Charles tinha um pequeno sítio ao longe de tudo e todos, onde eram feitas as procissões e cultos nas noites e madrugadas de toda terça e quinta. Era algo que lavava os corações dos que estavam ali e enriquecia os bolsos de Charles, que de maneira astuta os cativava com seus truques e palavras em latim que nem ele sabia ao certo o que significava. Os cultos sempre estavam regados a vinho, luxúria e gritaria. O homem que se dizia ser Deus, sempre buscava mulheres para ter para si, da maneira mais abominável e os homens que estavam com elas consentiam em ter as suas esposas e namoradas nos braços daquele homem.
Eles agradeciam após presenciam os atos levianos de Charles e levavam suas mulheres para sem dizer uma sequer palavra em respeito ao que elas poderiam ter concebido a partir daquele ato, o fanatismo era demasiado, e Charles sabia disso, então ele criou o dia que ele julgou ser o "dia do sacramento" aonde ele convidava 23 pessoas a tomarem veneno junto com ele. E que em 3 minutos essas pessoas retornariam a vida, era uma ideia genial, pelo menos foi o que ele acreditou firmemente, afinal, após convencer a todos de seu milagre poderia exolorar isso, pedindo a quantia absurda, afinal ele era um deus, quem não gostaria de alimentar e cuidar de um. Ele até se viu como um pequeno pet precisando de cuidados e sorriu com um tom de desprezo ao povo daquela pequena cidade.
O plano de Charles foi o seguinte. Pedir para uma de suas confidentes comprar um vinho, e ele colocaria 7 gotas de Toxina Botulínica, ele ganhou aquilo de um jovem botânico, que tinha uma tendência gritante a ser um sociopata, mas Charles não recusou, viu ali uma oportunidade de ganhar um bom lucro com seus truques, então ele colocou aquela toxina de lado e nomeou um outro cilindro que tinha em mãos com esse nome.
E fez o seguinte. Onde havia a toxina verdadeira, ele tirou a identificação da letalidade e colocou no outro cilindro. Este cilindro que apenas continha Dipirona, 7 gotas do remédio para dor de cabeça e no corpo não matam e nem fazem efeito, porém miligramas da bactéria Clostridium Botulinium poderiam matar qualquer um. E Charles sabia que não só havia aquilo naquele pequeno frasco.
Então ele fez o seguinte naquele noite de terça, pegou um porco e deu a composição correta do veneno que ele afirmou a todos que as 23 pessoas tomariam em seguida. E assim o fez, após poucos minutos ali estava o porco se debatendo de dor e agonizando até que, enfim, veio a óbito. Ninguém questionava do porquê fazer tal atrocidade com o pobre animal, e se ele era tão poderoso assim, era só ressuscitar a criatura. Mas ninguém se questionava quanto a isso. Todos já estavam nas mãos nojentas daquele homem. Que após conversa com suas auxiliadores deu o suposto veneno para os 23 que ali estavam, após muita comoção, toda sendo fruto de sua hipnose coletiva, todos beberam o vinho e caíram no chão, tudo acontecendo devido a crença que aquelas pessoas tinham de que de fato estavam sendo envenenadas, até que Charles se levantou e gritou:
- Vivam! - e automaticamente todos se levantaram e houve comoção.
E está prática começou a ser a marca registrada do charlatão que começou a ter muitas ajudas, e a sua palavra foi propagada até para cidades vizinhas das cidades que estavam na redondeza. Até que em uma noite de muita chuva. Uma das suas auxiliares mais experientes ficou doente e não pode o ajudar, foi quando uma jovem adorável e nada experiente ficou em seu lugar e na hora de manipular o fiéis e trocar os fracos.
Ela por um pequeno descuido acabou dando a composição do veneno verdadeiro para o seu líder. É assim mesmo.
Após toda a comoção que era rotineira, as 23 pessoas somados a Charles tomaram o vinho, a agonia que viria não fruto de algo milagroso ou mágico, não era a aparência da hipnose e nem de uma simulação. Era a composição de algo tóxico destruindo as vias do fluxo sanguíneo de cada pessoa que estava sentada naquela grande mesa. Convulsão, dor e cadê Charles?
Cadê o homem que venceu a morte e gritava "Vivam." Nada mais era agora do que o silêncio medonho que assolava aquela noite escura. Foi quando todos perceberam que eles não tinham vencido a morte, não naquela noite e com os olhos sonolentos e de desdenho a região nao se culpou por ter trazido Charles para a sua casa. O acontecimento foi esquecido e as 23 vidas foram esquecidas junto de tudo aquilo que trazia àquela Terça.
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