Criatura da Noite
Em mais uma extensa noite de inverno, Camilla andava pelas ruas escuras de São Paulo. Já era tarde. Onze horas, para ser mais exata. Não havia uma alma penada na rua. A única coisa que poderia escutar eram os assobios que o vento gélido fazia.
Ela estava voltando de mais um dia cansativo do trabalho. Era uma cientista forense. Novata ainda, pois começou faz pouco tempo nesse emprego. Mas sua pouca experiência não a liberava de averiguar cadáveres, completamente nojentos, que a polícia andava encontrando com bastante frequência. Uma loucura, Camilla pensava. Os corpos chegavam drenados, sem sangue algum e com marcas de dentes no pescoço.
Os cientistas da região diziam que poderia ser algum lobo Branco da montanha. Era uma coisa rara, mas não impossivel.
Com medo de alguma coisa lhe acontecer, Camilla apressou os passos a caminho de casa. Não era muito longe, mas o breu da noite fazia o caminho, na mente de Camilla, ficar cada vez mais longo.
Passos são ouvidos.
Ela sente uma sombra a perseguindo. Pela visão periférica consegue ver um homem. Alto e magro. Camilla não consegue ver o seu rosto, pois a penumbra da noite a impede.
Passaram-se cinco minutos e a sombra continua perseguindo-a. Cada vez que ela anda mais rápido ele a acompanha. Seu coração bate cada vez mais rápido. Sua respiração está ofegante. Mãos suando frio. Em seu rosto expressa puro medo e pavor do que lhe pode acontecer.
Vários assassinatos apareceram em sua delegacia. Mais de vinte em uma semana.
Seria ela a próxima vítima?
Com a mente funcionando a mil ela virou em um beco totalmente escuro com a intenção de despistar que quer que esteja seguindo-a.
Ao perceber que o homem não a seguia mais ela regulou sua respiração e andou mais devagar.
Opção errada.
Andando mais um pouco percebeu que o beco era sem saída. Um muro com o triplo de seu tamanho estava um passo a sua frente. A única opção que ela tinha era voltar, e assim o fez.
Quando estava perto da saída do beco o homem apareceu na sua frente. Ele encarava ela como um predador encara sua presa. Com os olhos demonstrava fome. Mas do que exatamente, ela não sabia.
Em um rápido movimento ele a prensou na parede e aproximou seu rosto na curva do pescoço de Camilla. Ele sentiu o agradável cheiro do seu sangue e não esperou mais. Cravou suas presas no pescoço da indefesa garota e sugou seu sangue até a última gota.
Largou o corpo, já morto, da moça naquele beco escuro e saiu sem nem mesmo olhar para trás.
Dia seguinte
Os vizinhos, incomodados com um cheiro muito forte chamaram dois polícias, que faziam uma ronda ali por perto, para verificar de onde vinha aquele horrível odor.
Os policias junto com os três vizinhos andaram até o local de onde o cheiro estava mais forte. Em um beco bem escuro e estreito havia um cadáver estirado. O corpo estava seco e em estado de decomposição.
—Vamos leva-la para o necrotério.— Um dos policiais falou.
—Temos que chamar a ambulância. Do jeito que esse corpo está não dá pra leva-lo.— O outro policial informou.
—Está certo. Jorge, ligue para a ambulância.— Disse para o terceiro policial que encarava o cadáver com pena.
Depois de longos trinta minutos a ambulância chegou. Os enfermeiros rapidamente colocaram o corpo em um saco preto e o levaram para dentro do carro.
Os três policiais foram acompanhando a ambulância até o necrotério, enquanto isso, os vizinhos iam para suas casas com um certo medo de quem, ou oque, poderia ter matado aquela pessoa.
As horas foram passando e os polícias ficavam cada vez mais ansiosos. Um médico saiu de uma pequena sala que tinha no fim do corredor e foi na direção dos dois homens aflitos na recepção.
—Então doutor. O que matou aquela pessoa?—O primeiro policial perguntou.
—Pelas análises que fiz cheguei a conclusão que a pessoa que andou matando tantas pessoas fez uma nova vítima.— O médico os informou.
—Como eu suspeitava...—Jorge disse, pensativo.
—Temos que achar essa pessoa o mais rápido possível. Caso contrário, mais gente irá acabar nesse estado.—O policial, ao lado de Jorge, falou.
—Que era a vítima doutor?— Perguntaram em um quase uníssono.
—Camilla Freitas de Souza. Cientista forence da delegacia UPF.
Jorge andava rápido. Tinha suspeitas e precisa descobrir se elas estavam corretas. Sua mente ia a mil com mais e mais teorias. Chegou em um velho casebre em uma rua abandonada e inclinada que ficava no interior de São Paulo. Bateu na porta. Ninguém atendeu. Bateu novamente. Nada. Bateu a terceira vez e a porta abriu fazendo um ruído, típico de porta enferrujada.
—Sr Mário, precisamos conversar.— Disse ao senhor de idade aposentado ,que a muito tempo atrás foi um famoso cientista.
—Em que posso ajuda-lo, meu jovem?— Perguntou o Sr pegando colocando seus óculos para enxergar Jorge melhor.
—O senhor lembra de um experimento que fez a bastante tempo atrás que pensou ter dado errado?—Perguntou e Mário acentiu.
—Então... Acho que não deu tão errado assim.—Falou e os olhos do senhor arregalaram-se.
—Não é possível. Depois de tanto tempo.
—É minha única explicação para as mortes que andam havendo ultimamente.
—Mas como poderia só funcionar agora?—Mário perguntou, inconformado.
—Isso eu não sei. Mas precisamos da cura para isso urgentemente. — Jorge falou.
—Meu jovem... Não tem cura.— o senhor falou parecendo o mais arrependido possível.
—Como assim não tem cura?!—Esbravejou o jovem extremamente irritado.
—Desculpe, não posso fazer nada para dete-lo.—depois do Sr Mário falar aquilo Jorge saiu atordoado e sem mais nenhuma esperança de acabar com as mortes.
Já estava chegando em casa quando um homem, aparentemente de sua idade, aparece na sua frente. Sua boca estava coberta de sangue. O medo e pavor estavam estampados na cara de Jorge. Ele sabia que seria o seu fim então fez a pergunta que muitas pessoas tem feito.
—O que é você?—perguntou temendo a resposta.
—Eu sou um vampiro.— disse antes de morder o pescoço de Jorge e deixar seu corpo morto no chão.
Muitos anos se passaram e as mortes cessaram. Todos esqueceram do que aconteceu naquela época. Tudo o que diziam antigamente virou lenda e hoje contavam como se fosse uma simples e assustadora história de terror.
Mas em algum lugar das ruas estreitas e escuras de São Paulo, existe um homem sedento por sangue, que tinha se controlado nesses longos dez anos. Todo esse tempo ele planejou uma coisa que abalaria o mundo.
A maior chacina de todos os tempos.
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Oii gente!
Esse foi o primeiro conto desse livro.
Se vocês gostaram, ou não, deixem suas opiniões nos comentários.
Não vai ter um dia certo para postar os contos mas quando eu acabar de escrever algum vou postar na mesma hora.
Se gostaram deixem o voto🌟🌟🌟
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