Veneno sobre a grama - 10
Blitz recuperou o equilíbrio logo após empurrar Wulfric para o lado e desviar do ataque de Nagina. Apontou um dedo para a lâmia e disparou uma centelha, mirando seu peito. A criatura jogou-se para o lado e a garota achou que foi puro instinto que a fez se mover a tempo de evitar receber a força total de seu ataque. O disparo elétrico acertou o braço da lâmia e ela deixou escapar um gemido de dor.
Nagina encarou Blitz e depois seu braço, flexionando o membro atingido de raspão.
Blitz fitou o local onde a cauda da lâmia acertara o solo. A grama já mudava de cor onde a adaga de osso embebida de veneno, que era o chocalho de Nagina, atingira.
A garota não sabia o que mais a impressionava: a velocidade do ataque de Nagina ou o fato de ela ter sido capaz de desviar do golpe mesmo depois de salvar Wulfric.
Sua visão cinética era boa. Muito boa, na verdade. Ela havia sido treinada até a exaustão para chegar a esse ponto e isso, por mais que odiasse admitir, havia sido útil em seu trabalho.
Apesar disso, a velocidade do ataque da lâmia havia sido quase demais para ela. Meio segundo de atraso e Wulfric estaria empalado na cauda afiada da criatura.
A Rainha de Naga parecia tão surpresa quanto Blitz, embora a garota não soubesse dizer se o motivo seria porque ela fora rápida o bastante para desviar de seu golpe ou seria sua magia elétrica rara.
A jovem reservou um segundo de sua atenção para checar se Wulfric estava bem. O garoto ainda se encontrava no chão, estupefato.
– E-Ela... Ela ia me matar... Por Neliel, ela ia me matar... – ele conseguiu balbuciar, ainda encarando as gotas de veneno sobre a grama.
– Você realmente precisa se acostumar com isso, Wulfric – Blitz aconselhou sem tirar os olhos de Nagina. – Agora se levante e se afaste daqui. – A garota girou a cabeça levemente para o lado do spriggan. – Velhote, eu não posso garantir a segurança de qualquer um que chegar perto demais. Vai ser um saco se eu acertar alguém por engano, então avise seu pessoal para ficar longe.
O velho Senhor da Floresta assentiu e respirou fundo, antes de assobiar um silvo único e contínuo, quase agudo demais para Blitz escutar. Elfos, pixies e animorfos afastaram-se, escondendo-se atrás de árvores mais distantes, mas não deixando de observar o que ocorreria em seguida. Animais e aves debandaram e dríades recolheram-se para o interior de suas árvores.
O spriggan encarou Blitz antes de se afastar junto de Aura, ainda dizendo:
– Tome cuidado, pequena. Eu suspeito que Nagina não se tornou uma rainha por meios diplomáticos.
Blitz assentiu e desta vez encarou Wulfric até que ele se afastasse também. Ele o fez, mas manteve-se mais perto dela do que todos os outros.
A garota analisou sua situação. Aquele caso havia ficado mais complicado do que o esperado. De capturar um elfo da floresta a lutar contra a Senhora das Lâmias. O nível de perigo havia escalonado consideravelmente. Ela mal podia acreditar que iria realmente fazer isso, ainda mais quando o pagamento era um apanhador de sonhos que talvez lhe garantisse uma boa noite de sono.
Ela também mal podia acreditar que talvez o preço valesse a pena.
Nagina aproximou-se cautelosa, um sorriso brincando em seus lábios.
– Impressionante, criança. Eu posso contar em meus dedos o número de pessoas que foram capazes de desviar de um ataque surpresa meu. A questão é: foi apenas sorte?
– Você-- – Blitz começou a dizer quando a cauda da lâmia estalou como um chicote em sua direção. A garota desviou, o ferrão passando a centímetros de seu corpo magro.
Recuperou o equilíbrio, irritada pelo novo ataque, e disparou uma centelha em direção à Nagina.
A lâmia dessa vez não se surpreendeu, movendo-se de lado para evitar o disparo como se pudesse ver o ataque vindo a quilômetros.
– Esplêndido – a lâmia disse. – Parece que a sorte não tem nada a ver com suas habilidades. Eu não esperava tal agilidade em uma mera humana. Já vi raposas menos astutas que você.
– Bem, eu espero mesmo que sim.
Nagina pareceu deliciar-se com o comentário da garota, deixando uma risada sibilante escapar de seus lábios.
– Vejo que você também tem senso de humor. Outra surpresa.
– Sim, eu continuo dizendo para as pessoas que eu sou bem-humorada, mas ninguém parece acreditar – Blitz disse em seu tom de voz monótono. – Não imagino o porquê...
A lâmia riu novamente.
– Eu mudei de ideia, criança. Jure lealdade a mim e eu farei de você a capitã de minha Guarda Real e te recompensarei muito bem por isso. Você não é uma ofídica, mas... fazer o quê... – Nagina deu de ombros.
– Não estou interessada. Mesmo que eu fosse capaz de ir à Nympharum com você, eu ainda não aceitaria. – Blitz cruzou os braços. – O velhote disse mais cedo que meu mestre não está aqui, mas não é bem assim. Zephir é apenas meu chefe. Ele paga meu salário e só. Eu não sirvo a ninguém. Nem a ele, nem a você.
O sorriso de Nagina desapareceu, mas a expressão que se seguiu não foi de raiva, mas de compreensão.
– Entendo. Você é mestre de si mesma. Eu respeito isso, mas... É realmente uma pena...
A calmaria no rosto de Nagina desapareceu ao mesmo tempo que suas presas surgiram em um rosnado ofídico. A cauda da lâmia varreu o espaço à sua frente em uma velocidade estrondosa.
Blitz podia pular, mas agilidade era imperativa e ela decidiu-se por não contrariar a gravidade. Abaixou-se a tempo de sentir o deslocamento de ar do ataque tocar seus cabelos arrepiados.
A jovem começou a preparar um ataque, mas a cauda de Nagina já fazia um arco e descia em sua direção. Blitz rolou para o lado ao mesmo tempo que o ferrão acertava o solo e destruía sua cor verde viva.
A garota se recuperou, apontando as duas mãos para sua oponente e canalizando sua mana em uma tensão maior. Arcos voltaicos surgiram ao redor de seus braços, seguindo o fluxo de mana até suas mãos. Raios descontrolados irromperam das pontas de seus dedos.
Nagina golpeou o chão com os fortes músculos de sua cauda e saltou para trás para desviar da descarga elétrica.
Blitz estalou a língua.
Aquela criatura era irritantemente habilidosa. Os disparos de Blitz não eram instantâneos, como muitos poderiam supor, mas tampouco eram lentos. Suas centelhas geralmente atingiam um alvo próximo em meio segundo ou menos, mas para Nagina, poderia muito bem ser meia hora.
– Blitz! – Wulfric gritou e a jovem lembrou-se da existência do garoto. – Ela está prevendo seus ataques através do ângulo de suas mãos.
Nagina sorriu.
– O garoto é esperto.
Blitz mordeu os lábios. Nenhum oponente havia descoberto essa sua fraqueza até agora, provavelmente porque ela raramente lutava com monstros racionais o suficiente para isso. Zephir descobrira segundos após ver a magia de Blitz pela primeira vez, mas o homem era uma aberração quando usava seu cérebro sem se conter. E pelo jeito, Wulfric não ficava muito atrás.
Ela voltou a se concentrar na luta. Odiava admitir, mas não havia nada que pudesse fazer para corrigir essa fraqueza. Ela não conseguia criar eletricidade no ar a partir do nada. Tinha de usar os braços para isso.
– Você consegue tocá-la? – Wulfric fez questão de baixar a voz e deixar a pergunta vaga para que somente ela pudesse entender.
O garoto devia estar lembrando da luta com o wendigo que tiveram no mês anterior, quando Blitz usou seu toque para diminuir a resistência entre seu alvo e conseguir um ataque mais poderoso dessa forma. Mas a situação agora era bem diferente. Nagina era indubitavelmente mais ágil que o wendigo e o terreno apenas a favorecia ainda mais. Ao invés de uma sala limitada por paredes, Blitz tinha de lutar em uma clareira espaçosa o suficiente para Nagina manobrar a seu bel-prazer. E pior: ela poderia se afastar o suficiente para começar a causar problemas à garota.
Além disso, para um ataque da mesma magnitude que ela usara no wendigo, Blitz precisaria de tempo não só para juntar toda a mana necessária, mas também para descarregá-la. E Nagina não ficaria parada por tempo o suficiente para permitir isso.
– É mais fácil falar do que fazer – Blitz finalmente respondeu.
Uma ideia surgiu em sua mente: se Nagina podia prever seus disparos, talvez ela pudesse compensar isso ao não dar tempo para que a lâmia pudesse desviar.
Blitz mudou a posição de suas mãos, apontando somente os dedos indicadores para sua oponente. Diminuiu sua voltagem e disparou um ataque seguido de outro.
Nagina serpenteou para o lado ao desviar do primeiro disparo e continuou assim em um movimento único e fluido, abaixando-se e saltando para se esquivar dos que se seguiram. Os olhos da lâmia encaravam as pontas dos dedos de Blitz e, antes que uma centelha saísse dali, ela já desviava com maestria.
Blitz diminuiu ainda mais sua voltagem e aumentou a quantidade de disparos. Nagina começou a se afastar, pressionada com a barragem de ataques.
A lâmia fez um movimento aberto demais ao se esquivar da última centelha e sua guarda abriu completamente. Blitz aproveitou o descuido e disparou sem hesitar.
Quando a descarga deixou seu dedo, ela notou a distância em que se encontrava da criatura e percebeu o erro que cometera.
Nagina defendeu seu rosto com os braços, mas o movimento foi inútil. A centelha disparada passou a vinte centímetros da cabeça da lâmia e perdeu-se na mata às suas costas. A Senhora das Lâmias encarou o caminho seguido pelo disparo e inclinou a cabeça, como se pontuasse aquele acontecimento com uma interrogação.
Blitz não perdeu tempo. Deu dois passos largos à frente e disparou de novo.
A lâmia afastou-se a mesma distância e precisou de apenas um leve movimento com a cabeça para sair do caminho do raio. Nagina sorriu e riscou o chão à sua frente com a ponta de sua cauda, grama e flores morrendo em contato com seu veneno púrpuro.
– Merda – Blitz sussurrou.
Wulfric a olhou confuso.
– O que foi isso?
– Nada – ela disse irritada.
Mas o sorriso de Nagina dizia o contrário. Ela inclinou a cabeça para o garoto, sem nunca tirar os olhos de Blitz.
– Sabe o que é necessário para se tornar uma rainha, criança? Ou um rei?
Wulfric demorou um segundo para perceber que a lâmia falava com ele.
– Ah... N-Nascer em uma família real?
Nagina negou com a cabeça, divertindo-se com a situação.
– Isso só vale para alguém que não consiga tomar o poder por conta própria. Alguém que precise nascer em um berço de ouro, já com uma coroa pairando sobre sua cabeça, para que todos o respeitem como um rei. Mas no fim, isso é apenas um título.
"Uma rainha de verdade, ergue seu reino através do poder conquistado ao obliterar seus inimigos. E a melhor forma de fazer isso é conhecendo suas fraquezas. Analise seu oponente, ache suas fraquezas e use-as para esmagá-lo. – Nagina fechou o punho como se matasse um inseto. – Essa garota, por exemplo. A predictabilidade de seus ataques é algo a ser explorado. E isso também. – Ela apontou para a linha que traçara no chão. – A distância efetiva de seus ataques é essa, não é, criança? Eu não saberia sequer convertê-la para a unidade que vocês bípedes usam, mas você deve saber exatamente a medida, não é mesmo?
Blitz não respondeu. Mas ela sabia.
Seis metros e meio, em média. Esse era o limite de seus ataques. Se ela estivesse calma e se concentrasse o bastante, podia aumentar metro, metro e meio, mas o contrário era bem mais provável. Em uma batalha de vida ou morte, concentração é algo instável.
Depois desta distância seus raios não mais lhe pertenciam. Eles passavam a obedecer às leis da natureza, como deviam desde o início. Seguiam o caminho que a física mandava, sendo atraídos por campos elétricos ou objetos pontiagudos. A energia ficava instável demais, separando-se em descargas menores e praticamente inofensivas, além de imprecisas.
– Agora, criança – Nagina continuou –, você tem duas escolhas: continuar afastada e tentar a sorte, ou aproximar-se para me atacar. Escolha a primeira, e talvez eu passe a atacar os moradores daqui, agora que sei que você não é tão útil no combate a longa distância. Escolha a segunda e... Bem, eu obviamente terei a vantagem. – A lâmia balançou a cauda, soando seu chocalho afiado. – O que vai ser?
Blitz mordeu os lábios, mas não hesitou.
– A resposta é simples – ela disse ao caminhar em direção de Nagina, fingindo possuir uma confiança que não sentia. – Eu só preciso desviar de todos os seus ataques.
A Rainha das Lâmias abriu um largo sorriso para depois passar a língua bifurcada nos lábios.
– Agora eu a quero ainda mais.
Blitz começou a correr e não tardou a precisar desviar de um ataque que mirava sua cabeça. Ela disparou uma centelha em direção à Nagina e não se surpreendeu quando ela se esquivou.
Ambas trocaram golpes por minutos que mais pareceram horas. A jovem lançava raios e tentava tocar o corpo da criatura na esperança de virar o jogo. A lâmia chicoteava furiosamente na direção da garota e desviava sem muito esforço de seus ataques elétricos.
Não demorou para Blitz saltar para trás, buscando recuperar o fôlego. Manter um constante ataque e se esquivar ao mesmo tempo começava a cobrar seu preço. Ela sentia seus pulmões pedindo por mais oxigênio e um fio solitário de suor escorria de sua testa. Aquilo não pareceria muito em qualquer outra situação, mas em um embate que durara pouco mais de dois minutos, significava tudo.
Nagina atacou e Blitz desviou sem pensar, apenas para então entender que aquilo fora uma finta. Ela sentiu a cauda da lâmia varrer o chão abaixo de si numa rasteira veloz. A garota caiu e observou a cauda da lâmia subir para depois descer como uma adaga de osso em sua direção.
Blitz levantou a perna e chutou o ferrão com o calço de seu coturno. Reservou um pequeno pedaço de sua mente, consumida pela adrenalina, para agradecer o solado de sua bota, grosso o suficiente para impedir a ponta de osso de perfurar sua carne.
A garota aproveitou a súbita pausa da lâmia e disparou uma rajada rente ao chão, rápida e próxima demais para a criatura desviar.
Nagina gritou. Eletricidade percorreu seu corpo e ela cerrou os dentes, a dor estampada em sua expressão. Atacou dessa vez sem pensar, a raiva turvando sua natureza calculista. A lâmia estocou em direção à Blitz uma, duas, três vezes. A garota rastejou para trás, para não ser atingida, incapaz de se levantar.
A cauda da lâmia se aproximou mais uma vez e a jovem a chutou para tirá-la do caminho, desviando sua trajetória por pouco.
Nagina avançou, agarrando o coturno da garota e trazendo-a mais perto, para um golpe certeiro. Blitz deixou-se levar, mas encolheu a perna livre e, quando estava próxima o suficiente, usou o momento do próprio puxão da lâmia para impulsionar um chute poderoso. Sua bota acertou o centro do rosto de Nagina, causando um estalo audível e satisfatório.
A Rainha de Naga gemeu, levando a outra mão ao rosto. A lâmia olhou para a palma da mão e sibilou. Sangue alaranjado e espesso escorria de seu nariz ofídico. Ela preparou-se para atacar, mas hesitou quando notou que ainda segurava a canela de Blitz. Nagina inclinou sua cabeça e entendimento estampou-se em seu rosto.
Blitz notou aquilo e amaldiçoou-se em seus pensamentos. Mirou um dedo para a lâmia, mas a criatura foi mais rápida. Um movimento ágil da mão que segurava a perna da garota a jogou meio metro para cima e então meio metro para baixo, acertando-a no chão.
A jovem engasgou quando o ar escapou de seus pulmões e perdeu os sentidos por um segundo.
Nagina levantou Blitz pela perna como se a garota pesasse meio quilo. Ela teve o cuidado de apontar a jovem para o lado oposto, de modo que ela não pudesse simplesmente levantar um braço e atirar um raio certeiro. Blitz tentou girar em eu eixo, mas cada tentativa era contrariada por uma força no sentido oposto por parte do punho da lâmia. Aquela posição a imobilizava de uma forma extremamente eficiente.
– Blitz! – Wulfric gritou. – Agora!
Mas a garota não podia fazer nada e tinha certeza que Nagina sabia disso.
– Blitz...? – o jovem voltou a falar.
A lâmia sorriu.
– Você tentou me tocar desde o início de nossa luta e meus instintos me disseram que eu seria uma tola se a deixasse. Mas você teve essa oportunidade. Mais de uma vez até. – Ela apontou para o próprio rosto, o nariz ainda sangrando. – Então por que você não usou essa sua estranha magia quando me chutou? E por que não a usa agora?
Blitz amaldiçoou não estar virada para Nagina. Não por não poder atacá-la, mas porque, naquela posição, ela era obrigada a olhar para Wulfric e ver o desespero tomar conta de sua expressão quando ele percebeu a impotência da garota.
– Esses relâmpagos que você controla... Eles estão limitados aos seus braços, estou certa?
Blitz não respondeu.
– Entendo – a lâmia disse como se o silêncio fosse resposta o suficiente.
A jovem sentiu seu corpo sendo erguido um pouco mais e logo uma voz sibilante, acompanhada de um hálito quente cheirando a veneno, tocou seus ouvidos.
– Abandone este seu orgulho e sirva-me, criança.
– Vá se foder! – Blitz disse entredentes.
Nagina sorriu e a garota estremeceu ao sentir a criatura acariciar suas costas com a ponta de seu ferrão.
– Aura! Não faça isso! – Blitz ouviu o spriggan gritar quando um vulto passou ao lado de seu rosto, rápido como o vento.
A jovem ouviu o grito de Nagina ao mesmo tempo que a pressão dos dedos da lâmia sumiu de seu tornozelo. O chão veio de encontro ao seu rosto e o impacto a deixou zonza por um instante.
Blitz arrastou-se para longe da lâmia, que agora se contorcia ao se defender de um pequeno falcão-peregrino, que arranhava e bicava seu rosto furiosamente.
Nagina rosnou, a ira evidente em sua expressão, mas logo retomou o controle. Defendeu-se de um ataque de garras com uma mão, só para acertar a ave com um golpe poderoso de sua cauda.
O falcão foi atirado ao chão ao mesmo tempo que se tornava uma andorinha. Logo depois adquiriu a forma de uma elfa e Aura levou a mão à lateral do corpo, encolhendo-se com o movimento.
– Péssima ideia – Nagina sibilou. – Você só me deu um alvo maior.
A lâmia encolheu a cauda e desferiu um golpe na direção da animorfa.
– Aura! Não! – o spriggan gritou, mas foi Wulfric quem surgiu no espaço entre a lâmia e a sua presa.
O jovem saltou na direção de Aura, tirando-a do caminho do golpe de Nagina. Os dois rolaram sobre o chão gramado e o spriggan correu para acudi-los.
O Senhor da Floresta golpeou o chão com as mãos abertas, enterrando as pontas dos dedos no solo duro.
Uma parede de vinhas, grossas como pequenas árvores, nasceu imediatamente onde o spriggan tocou, separando Nagina dos dois animorfos.
Blitz ficou aliviada por um momento, mas a sensação logo passou, porque no meio de toda a comoção, ela achava ter visto sangue manchar a roupa de Wulfric.
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