- O Conto de Criatus -
O príncipe Akenmyuu olhava ansioso para o centro da clareira que se tornara seu lugar de encontro secreto. Uma brisa soprava suave por entre as árvores do bosque do reino mágico, até que o sopro tornou-se mais forte, e um círculo vermelho de energia começou a desenhar-se no ar. Logo, o círculo aumentou, trazendo consigo uma onda de energia dimensional e revelando-se ser um portal.
Uma linda menina de ruivos cabelos cheios saltou dele, com seu vestido de tule preto e uma pequena coroa entre seus longos chifres curvilíneos. Aken sorriu ao ver que a princesa das Trevas, ele se levantou do tronco onde estava sentado e animadamente correu até ela.
- Miuau! Você veio! - Exclamou empolgado.
- Pois é... - Mewleficent jogou os cabelos para trás, como sempre exibindo seu charme. - Já que o papai teve que cancelar minha aula de bruxaria hoje, e eu não tinha nada pra fazer mesmo, você deu sorte. Mas já vou avisando que não posso demorar muito.
A filha do Lorde das Trevas se fazia difícil, embora no fundo estivesse empolgada em encontrar-se com o príncipe da Luz novamente.*
- Tudo bem, eu também tenho que voltar pra casa mais cedo. Eu te chamei porque queria te dar isso. - Aken tirou uma caixinha embrulhada com um papel cintilante roxo e um grande laço preto - as cores favoritas da princesa reversa. - Feliz Criatus! - Ele exclamou, entregando a caixa.
Mewleficent segurou a caixinha com um olhar encantado, mas teve sua atenção distraída com a saudação que Aken lhe fez.
- Feliz... o quê? - Ela indagou, com uma sobrancelha erguida e olhar equivocado.
- Criatus.É um feriado muito importante no meu mundo, onde tem muitas festas e trocamos presentes, entre outras coisas. Vocês não tem nada parecido no Mundo Reverso?
- Acho que não temos... Do que se trata esse feriado afinal?
- Celebramos o dia em Lord Ghaceus criou seu filho Kamyel, que antes de virar o Arcanjo Rei, se chamava Kinmyuu I. Ele é o primeiro ancestral da minha família, e todos os reinos comemoram. - Explicou Aken.
- Então é tipo um aniversário global de um cara que tinha o mesmo nome do seu pai? - Mewleficent perguntou, com a feição pensativa.
A princesa das Trevas sempre achou curioso o fato dos semideuses nascidos a cada um milênio e meio do lado da Luz terem sempre o mesmo primeiro nome. Pelo que ela sabia, os arquemônios antecessores de seu pai não se chamavam todos Devimyuu.
- Sim e não. - Respondeu Aken. - Não chamamos de aniversário porque o lorde Kamyel não nasceu exatamente, ele foi criado direto por Ghaceus, por isso o nome Criatus. E o jeito de celebrar também é um pouquinho diferente de um aniversário, tirando a troca de presentes. É uma data muito especial!
- Ainda não entendi por que o aniversário de criação de alguém de mais de três mil e quinhentos anos atrás é tão importante... - Questionou a princesa sombria.
- Hmm... Talvez você entenda melhor se eu te contar como tudo começou? - Sugeriu Aken.
- Bom, eu curto histórias, então manda ver.
Os dois filhotes sentaram-se frente a frente na grama brilhante do bosque mágico. O príncipe da Luz tinha a total atenção da herdeira das Trevas, conforme começava a narrar a história que seus pais lhe contaram certa vez quando pequeno. A história do primeiro Criatus.
******
Certa noite, a princesa Emewnuelle - filha mais velha de Kinmyuu I - estava sentada sobre um galho alto da grande árvore onde seu pai cresceu, logo depois que Ghaceus o criou como o primeiro mortal.
Com um aparato curioso em mãos, (que muitos anos depois seria conhecido como telescópio) ela observava as estrelas ficarem mais próximas através do cristal preso ao cilindro dourado adornado com pequenas gemas cor-de-rosa. Balançando as pernas despreocupadamente, ela sorria conforme observava os astros que sabia terem sido criados por sua avó divina Ínfiny, a deusa do Espaço.
Não demorou muito, e o próprio pai juntou-se a ela, facilmente escalando a árvore cujos enormes e robustos galhos lhes serviram de cama durante a infância.
- Posso juntar-me a você, Emew? - Perguntou Kinmyuu I, sentando ao lado dela.
- Olá, papai. Claro que podes! - Respondeu a primeira princesa, afastando o telescópio de seus olhos por um pouco.
- Vejo que sem dúvidas esse tornou-se teu presente favorito, minha estrelinha. - Comentou Kin I, sorrindo para ela.
- Creio que é meu presente favorito de todos os meus catorze aniversários! As estrelas de vovó nunca foram tão próximas! Agradeço muito a você e mamãe por ele!
O primeiro semideus afagou os longos cabelos platinados da filha.
- Ficamos muito felizes que tenhas gostado tanto, querida.
- Sabe, meu pai, desde a última comemoração que você e mamãe fizeram para mim eu venho pensando numa coisa: você e ela sempre celebram o dia do meu nascimento tal como os de meus irmãos, e também comemoramos o de mamãe. Mas, por que nunca celebramos teu dia, papai?
- Bem, o dia em que meus pais divinos deram vida a tua mãe Mewsther para que eu não mais ficasse só, tornou-se uma data inesquecível para mim, tal qual teu nascimento e o de cada um de teus irmãos. É por isso que tenho muito prazer em celebrar a lembrança desses dias convosco. Não creio que o dia em que ganhei vida seja tão importante assim, além do mais, eu não faço ideia de quando pode ter sido.
Explicou o felin arcanjo, despreocupadamente.
Emewnuelle arregalou levemente os olhos.
- Vovô Ghaceus nunca disse-lhe o dia em que o criou, meu pai?!
Kinmyuu I deu de ombros, com um sorriso maroto.
- Não, mas, em todos os casos, eu nunca lhe perguntei, então creio que seja por isso, heh. Que tal retornarmos agora, meu raio de sol? Está ficando demasiado tarde, poderás ver mais estrelas na noite de amanhã.
Obedecendo ao pai, a princesa desceu da grande árvore, e ambos foram se juntar ao resto da família para dormirem. No entanto, o sono lhe demorou a vir naquela noite. Ela estava encucada quanto a misteriosa data em que seu pai teria ganho vida, e só conseguiu dormir depois que bolou um plano para descobrir.
- Onde vais, Emew? - Perguntou o sonolento Prismyuu, seu irmão de onze anos. O sol mal tinha raiado e Emewnuelle já estava de pé, na cozinha do arejado castelo suspenso onde viviam.
Ela já calçava as sandálias e colocava frutas meeple e um pedaço de bolo de trigo numa pequena cesta, por isso o esperto e curioso Prismyuu desconfiou que a irmã estava de saída.
- Preciso ver o vovô Ghaceus. Que fazes aqui, Prismy?
- Eu senti sede e vim buscar um pouco d'água... Vais ver o vovô? Posso ir junto?
Emewnuelle pensou um pouco. Ela já levaria a irmã menor Sarahmew, de nove anos, então pensou que não teria problema irem com mais um.
- Sim, tudo bem, mas se arrume rápido.
Emewnuelle, Prismyuu e Sarahmew caminharam até o jardim de lírios-do-sol, onde há muito tempo, seu pai tinha erguido um pequeno altar de cristais de luz e pedras preciosas em homenagem a Ghaceus. Os três divertiram-se pelo caminho enquanto corriam, levitavam e brincavam. Chegaram bem no momento em que um raio de sol atingia o altar e fazia seu brilho refletir magnificamente sobre os lírios; um momento perfeito para chamarem por seu avô divino.
- Olá! Vovô, se estais a nos ouvir, poderia vir até nós, por favor? - Emewnuelle chamou, levanto a voz em direção aos céus.
Não demorou muito, e as crianças sentiram um reluzir intenso atrás de si, e se viraram com um sorriso.
- Chamaram-me, meus pequenos? - Saudou Ghaceus em sua forma mortal, com o pelo branco sob a túnica lilás e a cabeleira dourada.
- Vovô Ghacy! - Os três foram até ele e o abraçaram animados.
- Avô Ghaceus, gostaríamos que tomasse café da manhã conosco, enquanto eu tenho algo muito importante a lhe perguntar. - Disse Emewnuelle.
- É claro que aceito juntar-me a vós, e podes me perguntar o que quiseres, Emew.
Ghaceus sentou-se com os netos ali no campo, onde partilharam de um delicioso café da manhã juntos, como um piquenique. Como um deus, ele obviamente não precisava comer, mas essa era uma das coisas que mais apreciava fazer em sua forma mortal.
- Então, vovô Ghacy, eu gostaria de saber em que dia exatamente criastes o nosso pai. Ele sempre celebra nossos nascimentos como datas especiais, e eu queria fazer o mesmo por ele.
Comentou Emew, após engolir uma fatia do bolo que dividiu com Sarahmew.
- Que ideia mais esplendorosa, minha primeira neta. Deixe-me ver, hmm... - Ghaceus fez uma expressão pensativa. - Ora, vejam só! Creio que a mesma data em que o criei será daqui a doze nasceres de sol.
Emewnuelle até se levantou. - Daqui a doze sóis?! Então devo me apressar! Quero que papai tenha uma grande celebração por todas que nunca teve até agora, e desejo que seja surpresa!
- Isso é muito belo de vossa parte, Emew. Você e teus irmãos podem contar com a minha ajuda. O que gostariam que eu fizesse? - Perguntou Ghaceus, com um sorriso satisfeito.
- Acho que papai ficaria feliz em rever os amigos com os quais cresceu, os filhos dos outros deuses Guardiões, que agora vivem em territórios distantes.
Argumentou Prismyuu.
- Tens razão, Prismy. Eu falarei com os Guardiões e pedirei que cada um converse com seus filhos terrestres e os informe sobre essa grande celebração vindoura, para que todos compareçam.
- Maravilha! Agradecemos-te muito, vovô Ghacy! Enquanto isso, conversarei secretamente com mamãe, temos muito o que planejar!
Empolgados, os irmãos despediram-se do avô divino. No caminho de volta para casa, conversaram animados sobre tudo o que preparariam e já começaram a se organizar. Prismyuu ficou encarregado de distrair o pai das preparações, enquanto Sarahmew quis se responsabilizar em encontrar coisas bonitas para enfeitar a clareira onde fariam a festa surpresa.
Emewnuelle conversou com a mãe, e ambas passaram a semana juntas secretamente planejando e preparando pratos deliciosos para servirem na celebração.
- Teu avô virá, então de certo prepararei um bolo branco. - Disse Mewsther, com um sorriso divertido para a filha.
- E podemos cobri-lo com calda fruta meeple cozida, lembro-me de papai disse que foi a primeira coisa que o avô Ghacy lhe ensinou a comer!
Nos momentos em que cozinhavam, era tarefa de Prismyuu manter o pai ocupado, pedindo por longos passeios ou lições de caça. E quando não tinha mais desculpas plausíveis, era só pedir aos irmãozinhos Mewsaque e Mewquiel, - de sete e quatro anos - para correrem desembestados o mais longe que podiam ao longo planície onde viviam, assim, Kinmyuu I não tinha opção a não ser ir atrás dos pequenos.
- Sei de algo que papai gostaria. - Disse Prismyuu, numa das reuniões secretas sobre a festa. - Certo dia, num de nossos longos passeios na clareira, avistamos um pinheiro roxo caído. Papai disse-me que algum raio deve tê-lo partido. Ele me pareceu um pouco sentido, porque me contou que aquele era o pinheiro onde o avô Ghaceus media o quanto ele crescia. Eu olhei, e as marcas realmente estavam lá. Papai disse que adoraria vê-lo de pé novamente.
- E você quer trazer um pinheiro roxo inteiro para a festa? Não vai ser muito difícil? - Perguntou Emewnuelle.
- Pensei em trazer pelo menos a ponta dele, a maior parte que eu conseguir. Eu vou replantá-lo para preservá-lo vivo. Já até afiei meu machado, farei isso amanhã, enquanto Quiel e Zaque cuidarão de manter papai ocupado.
- Bem, acho que nosso pai realmente gostaria disso. Ótima ideia, Prismy!
No dia seguinte, faltando apenas três para a grande comemoração, Prismyuu tinha conseguido realizar a árdua tarefa de replantar a árvore de significado especial para o pai, e trazê-la até a clareira onde realizariam a festa, com ajuda de seus poderes psíquicos.
Sarahmew estava fazendo um ótimo trabalho de decoração ali, a propósito, com todo tipo de pedra preciosa, cristal brilhante e flores exóticas que tinha encontrado, as preservando vivas também através de seus poderes.
Só tinha um problema: A queda fez com que até mesmo alguns galhos do topo se quebrassem, e por conta disso, o velho pinheiro tinha algumas partes falhas.
- Hmm... papai pode ficar um pouco sentido se ver a árvore dele machucada assim... Sarinha, não consegues dar um jeito de consertar, do mesmo jeito que preservastes as flores? - Pediu a irmã mais velha.
- Não creio que eu possa. Eu apenas consigo manter as flores bonitas como quando as colhi, não posso regerar o que se perdeu. Mas, tenho uma ideia, irmã. Ainda me restaram muitos enfeites, podíamos colocá-los pendurados ao longo da árvore. Ia ficar tão linda que papai nem notaria os galhos que estão faltando!
- Perfeito, Sarinha! Vamos colocar teus enfeites, e além deles, cada um de nós podia trazer algo de especial para também pendurar nela!
Chegou o grande dia, e dessa vez, o próprio Ghaceus se responsabilizou a distrair o filho. Ele o levou para um vale um pouco afastado, e disse-lhe ensinaria um novo método de meditação para concentrar seus poderes divinos, e que portanto, ele deveria manter-se ali quieto e de olhos fechados o dia todo. Assim, sua família podia terminar os últimos preparativos da comemoração enquanto aguardava que os antigos colegas de criação de Kinmyuu I chegassem - os felins dos demais biotipos, filhos dos deuses Guardiões.
Estava quase tudo pronto. Em compridas mesas de madeira, os mais variados alimentos eram servidos. Grãos cozidos, nozes, pães frescos, e meia dúzia de rechonchudas aves dorkeys assadas (que Prismyuu tinha caçado com o pai ao longo da semana) além de purês e molhos para acompanhar, com bolos recheados de frutas para a sobremesa.
Mewsther ajudou a filha Sarahmew a pendurar as flores brilhantes que tinha encontrado como uma faixa traçada ao longo das árvores atrás das mesas, e no centro de tudo, estava o pinheiro roxo que Prismyuu resgatou; enfeitado com lírios-do-sol, esferas de cristal penduradas, pequenas rosquinhas doces e fios de ouro em espiral por toda sua volta.
A decoração estava magnífica, a comida posta, e os últimos convidados terminavam de chegar, guiados por uma grande estrela que a deusa Ínfiny fez brilhar durante o dia, para que os que vieram de longe a seguissem e encontrassem o local. Faltava apenas o estimado aniversariante.
Com apenas um toque de seu poder divino, Ghaceus, em sua forma mortal, teletransportou o filho e si mesmo para a clareira onde uma ceia com família e amigos lhe aguardava. Concentrado em sua meditação, Kinmyuu I nem se deu conta de que estavam em outro lugar, até que o deus da Luz lhe disse para abrir os olhos.
O primeiro rei deparou-se alegremente com uma animada ovação a recebê-lo. Todos aqueles que amava e os antigos amigos queridos estavam ali para celebrarem seu dia. Cada um dos presentes haviam se empenhado de alguma forma para isso, e estavam felizes por ele. Kinmyuu I sentiu uma grande felicidade preenchê-lo, e mal sabia o que dizer para mostrar o quanto estava grato.
- Você disse que não achava importante celebrar o dia em que ganhou vida, mas nós achamos, porque você é muito importante para nós. Feliz dia da sua criação, papai! - Exclamou Emewnuelle que foi a primeira a cumprimentá-lo com um forte abraço, seguido por seus irmãos e irmã.
A mãe divina de Kin I, a deusa Ínfiny também em forma mortal, aproximou-se para ser a primeira a entregar seu presente.
- Assim como toda nossa família, eu também lhe trago algo para pendurar em vossa árvore especial, meu filho. É um legítimo fragmento de estrela, e todos os anos, nessa noite, eu farei com que ela brilhe gloriosamente, representando todo o amor que sentimos por ti.
Emocionado, e sentindo-se honrado, o semideus arcanjo levitou até o topo do tão estimado pinheiro e colocou o fragmento de estrela na ponta do mesmo. O sol se punha, e o fragmento emitiu um brilho resplandecente magnífico conforme as demais estrelas surgiam.
Foi uma grande noite. Todos comeram, e se divertiram celebrando aquele momento juntos. No final, Kinmyuu I agradeceu pessoalmente a cada um por estar ali. Não era todo o prestígio de ter um dia dedicado a ele que o fazia feliz, e sim, poder dividir sua alegria com todos que amava.
*****
- O Lorde K Primeiro ganhou um monte de presentes naquele dia, de todos que vieram de longe pra vê-lo. Mas, como ele queria que todos tivessem uma lembrança daquela ocasião alegre, ele disse que se não se importassem, ficaria muito mais feliz se seus convidados trocassem os presentes entre si em vez de darem a ele. - Aken terminou de contar.
- Então, até hoje vocês trocam presentes, penduram enfeites em pinheiros dentro de casa e fazem uma comilança enorme com seus amigos e família? - Perguntou Mewleficent.
- Isso aí! Fazemos isso como uma tradição, porque o desejo de aniversário de lorde Kamyel naquele dia foi que a alegria partilhada nessa celebração durasse pra sempre!
Mewleficent sorriu. Mesmo sendo reversa, tinha gostado da história. Ela então abriu o presente que Aken tinha lhe dado. Era um lindo bracelete em ouro negro com berloques de morceguinhos e uma pedra da lua azul brilhando em seu centro. Os olhos da princesa das Trevas se iluminaram; ela tinha simplesmente adorado.
- É tão... lindo! - Exclamou ela, segurando um gritinho interno.
- Eu comprei numa loja online do reino noturno, eles tem muitas coisas assim lá. Achei que sendo uma bruxinha gótica, você fosse gostar, heh. - Aken esfregava a nuca, tentando disfarçar as bochechas coradas.
- Eu adorei! Obrigada, Aken! Pena que eu não tenho nenhum presente pra você...
- Não tem problema, Lef. Eu já fico bem feliz por você ter gostado. Bem, eu tenho que voltar pro meu palácio, pra me arrumar pra ceia. A gente pode se ver amanhã ou depois?
- Claro. - Mewleficent tentava esconder um sorriso bobo que teimava a aparecer em seu rosto. Aken estava quase indo, quando, num ímpeto que lhe causava borboletas no estômago, ela o chamou de volta. - Espera, Ake! Eu... acho que tenho um presente pra você...
Com as bochechas coradas, entrelaçando as mãos vestindo suas luvas pretas sem dedos, Mewlef respirou fundo com uma dose extra de coragem, aproximou-se do príncipe puro, e estalou um breve beijo em sua bochecha. Em seguida, ela correu para o portal que rapidamente conjurou, quase tão avermelhada quanto sua mãe que era parte biotipo fogo.
- Tchau Ake, e feliz Criatus. A gente se vê depois! - Ela disse ainda encabulada, pouco antes de terminar de atravessar o portal e desaparecer.
Mais tarde, naquela mesma noite, Akenmyuu estava na mesa celebrando com a família. O príncipe não tinha parado de sorrir abobado desde a hora em que voltou de seu misterioso passeio à tarde, o passeio que lhe rendeu um beijinho de Mewleficent.
- E aí, filhão, ansioso pra abrir o seu presente? - Perguntou o pai, sentado próximo a ele.
- Até que sim, papai, mas dessa vez eu não me importo muito com o que seja. - Respondeu o menino.
- É sério? E por que isso, filhote?
- Digamos que... eu já ganhei tudo o que eu queria... - O príncipe suspirou profundamente com um sorriso ainda maior.
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