Conto escrito em parceria com  Bella_Evangelista 💛 na segunda fase da Copa dos Contos: Desafio em duplas, tema: Guerra Espacial.

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    Transportar uma arma entre dois planetas sabendo que ela podia causar uma destruição em massa não era tarefa das mais tranquilas.

    Principalmente quando se tinha um comandante como Baldassare, que gritava ordens nervosamente o tempo inteiro.

— Audrey, Yun disse que viu um corpo desconhecido se aproximar da nave. Ficaria mais seguro com sua confirmação… — Mas é claro que ficaria. Baldassare era desconfiado e eu era uma Isorn. Lealdade até a morte, não era esse o nosso lema?

    Andei calmamente até encontrar a droid nervosa, tentando comunicar-se com o que quer que ela tivesse visto.

— Yun…? — chamei.

Ela mal piscava.

    Me aproximei lentamente e toquei seu ombro.

— É uma nave não registrada, Audrey! — Ela gritou. — Com certeza são ladrões! Estão atrás do Telum.

— Qual a distância entre eles e nós?

— Treze anos-luz. Não! Sete! Espera, quatro! Eles estão se aproximando rápido demais!

— Tente fazer contato e ordene que parem — Digo, voltando minha atenção para o compartimento inferior da nave — Yolen, certifique-se que a arma esteja em segurança.

    Prontamente, o mais jovem da equipe montou seu posto à frente da Câmara de Contenção.

— Senhor, a nave não pôde ser reconhecida e não está a uma distância segura — Reporto.

— Estamos sendo atacados! Repito, estamos sendo atacados! Um nave não identificada está entrando no nosso perímetro! Solicito reforços! — Yun gritava na cabine de comando à espera de uma resposta da Guarda Nacional de Esdorp. — Sem resposta, comandante.

— Audrey, assuma o controle.

    Imediatamente subi até a segunda repartição da nave e tomei o controle dos atiradores.

— Yun! — no mesmo instante o painel lateral principal se abriu, possibilitando uma vista panorâmica do que acontecia no espaço, rodeado pelo breu e agora com companhia.

    Por ser uma nave de resgate, estávamos em desvantagem, já que nosso sistema de armas consistia em ondas eletromagnéticas de dano médio e âncoras de auxílio.

    Os ataques massivos tinham como alvo, principalmente, os propulsores e atiradores e, mesmo à velocidade máxima, não conseguimos desviar o suficiente para evitar o estrago em nossa fonte de energia de principal.

— Perdemos 25% da nossa capacidade!

— Comandante, permissão para aproximar! — Pedi através do sistema de comunicação.

— Negada! É arriscado demais!

— Ou fazemos isso ou ficaremos sem energia o suficiente, senhor!

— Comandante? — Yun perguntava insegura.

— Urhg! Faça o que ela diz!

— Segurem-se! — Gritou antes de sermos lançados para frente de maneira brusca enquanto se aproximava da nave — Eles estão cessando fogo! Deu certo!

    Rapidamente acionei o dispositivo de âncora, que nos ligava à outra nave, de maneira que ficássemos embaixo dela conectados e desci para a primeira repartição.

    Transportar uma arma entre dois planetas sabendo que ela podia causar uma destruição em massa não era tarefa das mais tranquilas.

    Alguém podia querer apossar-se dela.

E era exatamente o que eu havia planejado.

    Então fui para a nave inimiga, com o Telum em mãos.

    Leal até a morte, eu deveria ser.

E eu sou. Mas não a Esdorp.
   
493 palavras

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