Fase 2: O Talismã Elemental (Escrito com @SoulFarAway)

No início, Malakah era apenas treva. Então, Saaka criou o sol e a lua para demarcar o dia e a noite. Pachi, o receptáculo de Saaka, pariu cinco filhos para a manutenção da ordem das coisas e harmonia entre os povos.

Inti, a terra, criou as florestas, os rochedos, o barro e todos os seres vivos. Calahan, a água, ficou responsável por todos os oceanos, rios, lagos e chuvas. Aphoebe, o ar, cuidou dos céus e de todas as criaturas que nele viviam. Fatuoh, o fogo, foi o responsável pela gênese de todos os objetos não naturais. Por fim, Meloo foi nomeado para guardar as trevas e a noite.

Viveram em harmonia até que, um dia, Meloo sentiu-se insatisfeito com sua posição em relação aos seus irmãos.

— Pai, como podes ter me dado o fardo de ser o mais fraco?

Movido pelo ódio e pela inveja, a treva fervorosa emboscou e assassinou sua mãe, Pachi, comendo seu coração e adquirindo, assim, o poder sobre a luz.

Os dois poderes acabaram se mesclando, dando origem a um novo elemento até então jamais visto: o caos. Um clima de temor constante rondava o ar e anunciava que algo grande estava por vir.

Inti, Calahan, Aphoebe e Fatuoh juntaram força entre os homens para enfrentar a ameaça e tirania exercida por Meloo.

Anos de guerra se seguiram e o sangue foi derramado nos campos outrora pacíficos de Malakah. O som das armas metálicas em contato umas com as outras era o cântico que anunciava a carnificina de cada dia.

Meloo, porém, não vacilava. Seu domínio sobre o caos parecia nunca enfraquecer.

— Isso vai custar nossas vidas, mas a única opção que temos é tomarmos a frente da batalha! — pronunciou Inti, durante uma reunião no Palácio, com os outros três irmãos.

No fatídico dia, Meloo estava confiante.

— Ousam entrar em um combate aberto comigo? Admiro a coragem.

A batalha durou dias e noites, até que os guardiões utilizaram seus respectivos elementos para um ritual de banimento. A energia de tudo que já havia sido criado foi momentaneamente emprestada para aumentar o poder de cada um. Um buraco negro e vazio tomou o lugar da Existência e sugou Meloo para dentro.

— Este não é o fim! Um dia eu ainda hei de retornar — amaldiçoou a treva fervorosa, antes de ser transportado para o limbo.

Os seguidores de Meloo, no momento de sua derrota, largaram suas armas e fugiram.

Os guardiões, que haviam utilizado toda a sua vitalidade na batalha, também se foram, mas, antes de partirem, usaram a última fagulha de vida para criar uma relíquia: um talismã com o poder de todos os elementos combinados.

— Se um dia Meloo voltar, aquele escolhido pela vontade do destino deverá usar nosso poder para selá-lo novamente.

Com essas palavras, o talismã foi lançado nas profundezas do Mar da Perdição, onde ainda hoje permanece — um tesouro perdido, à espera do momento em que será despertado por aquele profetizado.

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