NA LOJA DE BRINQUEDOS

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No Natal quente do hemisfério sul. O sol brilhava forte no céu azul.

O menino de quatro anos esperto. De olhos malandros e corpo esbelto.

Pulava na neve falsa da calçada. Decoração da loja que a mamãe passava.

O vendedor olhava impaciente. E a mãe o encarava com olhar em pedido clemente.

As pessoas passavam indiferente. Menos uma vovozinha que sorria para a cena, conivente.

Sussurrando ao menino a mãe avisava — Tem uma loja de brinquedos ali na frente seguindo pela calçada.

Com os olhos castanhos brilhantes o menino saltitava de mãos dadas com mamãe que respirava aliviada. Fugindo da bronca da lojista mal-humorada.

Assim que avistou a vitrine ele correu animado.

Pondo a mão e o rosto no vidro para ver o que era apresentado.

Um presépio incomum estava exposto.

Por algum motivo o menino Jesus era um super herói famoso.

A Minnie era a Maria, o Hulk era José.

Talvez pelo short roxo combinar com o vestido poá da ratinha acolá.

Os três Reis Magos estavam presentes. O Batman, o Pantera Negra e o Darth Vader.

— Que tipo de personalidade o dono da loja tem? — perguntava a mãe internamente.

Mais interessante era o fúria do noite pendurado na corda de nylon montado pelo Mario.

Por fim os animais ao redor. Uma mistura de unicórnios, dinossauros, carrinhos e alienzinhos.

— Pode entrar filhinho. Vamos escolher um mimo. — disse a mãe um pouco perturbada, pelo presépio e pelo preço que lhe esperava.

A musica que tocava na loja era Natal Tropical: "[...]E as estrelas deixando assim a noite mais alegre. Aqui natal não tem gelo nem neve. Mas tem o brilho de tantos sorrisos! [...]"

A vendedora sorridente, vestia jardineira natalina com enfeite de fita, verde e amarelo, pendente.

— Eu quero o superman no cestinho de palha! — avisou a criança animada.

A vendedora pegou um semelhante na caixa.
— Não! Aquele na palha!

Derrotadas, mãe e vendedora se olharam e assentiram para o caso. Da vitrine foi tirado e logo abraçado.

Já no ônibus de volta para casa a mamãe quis saber: porque os superman da vitrine tinha que ser?

— Por que eu sou o Kalel!

Isso não explicava, mas quem se importava?

Se quiser reclamar fale com o menino. Não brigue com o narrador, só contei a história que vi naquela hora.

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