XXV

Eu estava sentada na minha cama, lendo um livro, quando ouvi um barulho na minha janela e quase caí ao ver Peter, ainda de uniforme, do outro lado. Fui correndo até a janela e a abri, dando espaço para que ele entrasse.
—Oi! - disse ele depois de entrar e fechar a janela.
—Oi! - falei sem graça. Faziam alguns dias que não nos falávamos, apenas nos víamos na escola e ele me acompanhava até em casa, mas não trocamos uma palavra. -O que tá fazendo aqui? - pedi confusa.
—Eu... eu tava passando pela rua e... aí decidi parar. - disse Peter parecendo desconfortável.
—Ok... - falei sem acreditar nele. -Não tem nada a ver com esse corte no seu braço, né? - falei vendo o tecido do traje rasgado e ensanguentado.
—Talvez... - disse envergonhado. -Eu não quis incomodar o Sr. Stark outra vez. - disse Peter.
—Senta aí, vou pegar o kit de primeiros socorros. - falei indo até o banheiro.

Depois de voltar para o quarto, pedi para Peter tirar a parte de cima do seu traje, para que eu tivesse acesso ao seu braço. Com um algodão úmido limpei o ferimento, antes de passar uma pomada e enfaixar seu braço.
—Pronto! Deve ser o suficiente. - falei orgulhosa.
—Obrigada... - disse Peter colocando o traje de volta. -Como está se sentindo, sabe, com os poderes?
—Eu não sei, normal... tenho medo do que pode acontecer se usá-los de novo. - falei sentando ao lado dele.
—Deveria falar com o Sr. Stark, talvez ele possa ajudar. - disse Peter.
—É, talvez... - falei mordendo lábio.
—Ally, eu... eu sinto sua falta! - disse ele nervoso.
—Oh, é... Peter... - falei surpresa.
—Quer saber? Esqueçe, eu não deveria ter vindo e nem falado essas coisas, desculpa. - disse Peter levantando, mas eu o segurei.
—Peter, espera... eu também sinto sua falta! - falei depositando um simples beijo em seus lábios.
—Eu achei que me odiasse! - disse ele surpreso.
—Eu não te odeio, Pete. Olha, me desculpa, tá? Eu estava agindo de uma forma horrível com você, enquanto tudo o que queria era me proteger. É só que, tanta coisa aconteceu na minha vida últimamente que eu acabei ficando confusa. - falei com os olhos marrejados.
—Ta tudo bem Ally, eu entendo. - disse ele me abraçando.
—Eu prometo me comportar melhor daqui pra frente. - falei com a cabeça em seu peito.
—Hey, não chora Ally! - disse Peter pegando meu rosto e secando minhas lágrimas com seus polegares.
—Eu te amo! - falei olhando em seus olhos castanhos.
—Eu também te amo! - disse ele me beijando.

As mãos de Peter, que antes estavam no meu rosto, agora passeavam pelo meu corpo livremente, já as minhas, brincavam com os cachos, acima do seu pescoço. Eu estava tão perdida no beijo que não percebi que havíamos mudado de lugar, até sentir a parte de trás dos meus joelhos baterem na minha cama. Peter me deitou na cama, com muito cuidado e agora, em cima de mim, aprofundava nosso beijo, quando a voz de Karen nos assustou.
Recebendo chamada de voz de Tony Stark. - disse ela nos fazendo parar.
—Desculpa... - disse Peter lembrando que ainda vestia o traje.
—Tudo bem, atende, deve ser importante. - falei envergonhada.

Alô?

Peter, o rastreador diz que está
na casa de Allyson, aconteceu
alguma coisa?

Não, não. Ta tudo bem, a gente
tava... estudando!

Ok! Você pode trazê-la aqui? Tenho algumas novidades.

Claro, chegamos em 10 min.

Ótimo!

Assim que Peter desligou, caí na gargalhada vendo seu nervosismo.
—Engraçado, é? - disse ele com as bochechas coradas.
—Muito! Você todo nervoso, mentindo para o Stark. - falei o vendo se jogar em mim. —Peter!!! - falei o repreendendo.
—Quem é engraçado agora? - disse ele me dando um selinho.
—O que ele disse? - falei brincando com seu cabelo.
—Que temos que ir até lá, disse que tem novidades pra você. - disse ele
—Pra mim? - falei confusa e Peter assentiu. —Ok, mas você precisa sair de cima de mim primeiro. - falei rindo e o empurrando.

Depois de trocar de roupa e pegar minha bolsa, calcei um tênis e peguei o celular para chamar um táxi.
—O que acha de uma carona? - disse Peter estendendo sua mão.
—Não, sem chance! - falei rapidamente.
—Qual é Ally, já te levei antes. - disse ele balançando os braços.
—E é por isso que eu vou de táxi, aquela foi a pior experiência da minha vida. - falei me arrepiando só de lembrar daquele dia.
—Você é tão dramática! - disse ele cruzando os braços.
—Só estou tentando me manter viva, e então, você vem? - falei apontando para a porta.
—Eu não posso entrar no táxi vestido assim, Allyson! - disse ele rindo.
—Ah, é! A gente se vê lá então? - falei indo até a porta do quarto, mas fui puxada para trás, por uma força maior. Quando percebi, fiquei impressionada ao ver uma das teias de Peter, enrrolada em meu corpo, agora colado no dele.
—Eu admito que isso foi bem legal, mas temos que ir Pete. - falei tentando me soltar.
—Só depois de um beijo! - disse ele colando nossos lábios. —Tchau! - disse Peter antes de sair pela janela, atirando suas teias.

—Tão dramático! - falei revirando os olhos e rindo.

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